Inter disfarça seu 4-2-3-1 de 4-4-2 na Recopa






No papel estava claro: o Inter enfrentaria o Independiente no 4-4-2, ontem à noite, abrindo na Argentina a disputa da Recopa Sul-Americana, com dois atacantes – Jô e Damião. Na prática, entretanto, esta base serviu apenas de fagulha inicial para uma diversidade de movimentos ofensivos e compensações defensivas que mostraram ser este 4-4-2 apenas um disfarce para o usual 4-5-1 com três meias ofensivos (ou 4-2-3-1) colorado.

Osmar Loss sistematizou o Inter, neste 4-4-2, com um losango tendo tripé de volantes (ou 4-3-1-2): Wilson Matias no vértice central, Elton à direita dele, Tinga à esquerda e D’Alessandro de enganche; no ataque, Jô pela esquerda e Leandro Damião na referência. Mas este modelo se desfez todas as vezes nas quais Tinga e Jô sincronizaram dois movimentos, praticados tanto com a posse, como também sem a bola.
Tinga projetava-se ao ataque, saindo da esquerda já adiantada daquele losango imaginário para o centro. Esta passagem constante do camisa 7 empurrava D’Alessandro para a direita. Simultaneamente, Jô recuava pela esquerda para buscar jogo, ou para bloquear a passagem do lateral direito argentino. Por isso, com e sem a bola, muitas vezes Tinga, D’Alessandro e Jô alinharam-se na faixa ofensiva do meio-campo, enquanto Wilson Matias e Elton faziam uma pequena ‘basculação’ para cobrir os avanços do apoiador: um 4-2-3-1 disfarçado de 4-4-2.
Outra compensação se deu nas laterais. Nei recebeu autorização para apoiar, principalmente no primeiro tempo. E, como Jô ocupava a faixa esquerda ofensiva, e Wilson Matias precisava se preocupar em cobrir os espaços abertos por Tinga, Fabrício (que substituiu o lesionado Kleber) atuou como lateral-base, sem avançar.
Se alguém me perguntar qual foi o sistema tático do Inter, ainda responderia que foi o 4-3-1-2 com losango ‘torto’ (losango assimétrico, diria a teoria tática) no meio-campo. Mas este modelo tornou-se apenas a base de onde partiram Tinga e Jô, e consequentemente D’Alessandro, Elton e Matias, para a variação ao 4-2-3-1.
Texto de Eduardo Cecconi do blog Tabuleiro do GE.com

This entry was posted in . Bookmark the permalink.

Leave a Reply

Compartilhar