Archive for outubro 2012

Internacional: Losango, D'Ale e movimentação curiosa


Após duas derrotas contra times situados na zona da degola, o torcedor colorado já havia jogado a toalha e desistido de 2012. Bem verdade que a vitoria sobre o Vasco não altera o panorama colorado, porém, mais do que simples três pontos, trata-se de possível, reabilitação do grupo. Ano após ano, o plantel estrelado do Internacional é delegado como favorito a qualquer titulo, porém, não confirma favoritismo e deixa a desejar. Além disto, a semente plantada por treinadores não é regada continuamente, ou seja, a troca de cadeiras no clube gaúcho é incessante.

No que diz respeito a questões táticas, Fernandão flutua entre dois esquemas. O treinador começou seu trabalho no 4-4-2 losango e seguiu ate ter seus medalhões a disposição. Quando teve a possibilidade de escalar o time ideal, Fernandão saiu do esquema com três volantes e passou para o 4-2-3-1, “modinha” brasileira. Todavia, devido a lesões, contusões, convocações e reabilitação física, o onze inicial dificilmente tinha sequencia. E, para entrosar, um pré-requisito primordial, trata-se de sequencia.

Contra o Vasco da Gama Fernandão voltou ao losango. O time se comportou da seguinte: linha defensiva de quatro jogadores; tripé de volantes, tendo Ygor no primeiro vértice, Guiñazu pela esquerda e Fred mais agudo pela direita; Um enganche, D’Alessandro no vértice ofensivo; Dois atacantes de movimentação, Forlán pela direita e Dagoberto pela esquerda.

Flagrante tático. Inter no 4-4-2 losango

Com posse de bola uma movimentação curiosa era realizada. Logo ao iniciar transição ofensiva o Inter realizava compensação diferenciada. Vamos aos detalhes: Ambos os laterais rompiam faixa central do campo, para compensar avanço, Ygor recuava e formava trio de zagueiros ao lado de Moledo, centralizado e Juan no lado esquerdo; Fred e Guiñazu mantinham-se alinhados, mas, agora, contando com laterais para auxilia-los; D’Alessandro mantinha seu posicionamento, ataque idem.

Diagrama tático. Movimentação colorado em fase ofensiva. Base do losango é mantida, com exceção de Ygor, que recua e forma tripé com zagueiros.

Ressalto que esta movimentação não configura esquema hibrido, ate por dificuldade de visualizá-lo em mais de três vezes, pois, câmera fechada não favorecia tal padronização. Porém, durante três ou quatro ataques, ficou clara a compensação com recua de Ygor. Por quê? Uma das respostas seria criar sobra defensiva, pelo fato do Vasco jogar com dois atacantes, Carlos Alberto e Eder Luis, e assim não deixar zagueiros no embate individual.
É uma proposta diferenciada, pois, cria alternativa para liberar laterais e não comprometer sistema defensivo.

Posicionamento ofensivo colorado tinha extrema organização. Falar de ataque em bloco, tratando de futebol brasileiro, é utopia, porém, o Inter aproximou-se disto.
Ao atacar, o Inter, fazia compensação, com Ygor recuando e formando trio de zaga com demais beques e, liberava laterais. Sendo assim, o Inter atacava com incríveis SETE jogadores. Numero inacreditável para padrões brasileiros. Este jogadores tinham funções claras: laterais, mesmo estando no campo ofensivo, alternavam o apoio a linha de fundo e um deles recuava para pegar rebote, segunda bola; Guiñazu sempre estava postado em linha intermediaria, compreensível pelo fato de não finalizar; D’Alessandro com movimentação liberada, recuava, avançava, caía pelos lados, “enganche” nato; Fred mais solto que Guiñazu, a revelação colorada não ficava restrita ao lado direito, tinha livre movimentação; dupla de ataque móvel e invertendo nas saídas de área.
Quem guarnecia esta blitz ofensiva? A formação do tridente de retaguarda: Juan na esquerda; Moledo ao centro e Ygor pela direta. Situados próximo a linha central do campo.

Flagrante tático. Inter postado no campo ofensivo do Vasco com SETE jogadores. 

Recuperada a posse, imediatamente os laterais recuperavam seus posicionamentos ao lado dos zagueiros, enquanto o volante Ygor adiantava-se para compor meio campo ao lado dos demais.

Não posso deixar de falar do maestro colorado. Finalmente D’Alessandro voltou a encantar. O camisa dez assumiu responsabilidade que lhe é esperada, reger a sinfonia. Jogou na sua função, clássico “enganche” do losango. Função na qual depende o setor de criação.
Uma andorinha só não faz verão? D’Alessandro o fez. Explorou o 4-4-2 em duas linhas do Vasco e deitou e rolou nas costas dos volantes. Nesta faixa do campo comandou o ataque colorado e destoou o sistema defensivo vascaíno, causou desatino em seus marcadores.
Distribuiu assistências, tanto para Forlán, quanto para Dagoberto. Somente o uruguaio guardou, dois tentos.
Voltou a jogar seu futebol. Será o reencontro de “El Cabezon” com o bom futebol?

Sem oba-oba. A vitoria tira o peso das costas de Fernandão, mas ainda há muito que trabalhar. O ano de 2012 foi desastroso. Porém, esta vitoria consistente demonstra que ainda existe uma luz no fim do túnel. É esperar que o grupo fuja do rotulo que o marca: Inter, é oito ou oitenta.

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Celtic, o trevo de quatro folhas merecia sorte melhor


Segundo crença popular, o trevo de quatro folhas é objeto de sorte. Se compararmos ao futebol, é possível elencar as quatro folhas do trevo como características base de um time. Hoje, o Celtic será o time envolvido neste processo. 

Em relação ao trevo, méritos a Elói Saldanha Junior por sua sacada em relação ao Celtic.

A península ibérica possui mitologia conhecida mundial, os duendes. Duendes são pequeninos seres de orelhas pontudas e sorriso esquisito, que cuidam das plantas, árvores e sempre ajudam as sementinhas a brotar. Também gostam muito de brincar e, às vezes, pregam peças nas pessoas, fazendo as janelas estalarem e tirando coisas do lugar. 
Em comparação ao futebol, os duendes são notórios por peças aplicadas em grandes clubes. 
Os duendes escoceses foram bravos, enfrentaram os gigantes da Catalunha com astucia e, por um triz, não conseguiram o sonhado tesouro no final do arco-íris.

Citei anteriormente o trevo de quatro folhas do Celtic. Pois bem, vamos a primeira folha.
- Marcação: Postado em duas linhas de quatro, o Celtic negou espaços ao Barcelona e, consequentemente, ao seu melhor jogador, Lionel Messi. 
A marcação a zona, ou seja, em relação à bola e não ao jogador, impedia brechas entre linhas e perseguições desnecessárias. O posicionamento das linhas não era fixo, progrediam ou recuavam em relação à bola. 
Por jogar em duas linhas, o Celtic freou o 4-3-3, “lateralizado”, catalão ao ter marcação dupla por zona: extremo (ponta, winger, meia-ala...) e lateral pelo flanco, somado ao volante por dentro os vigiando e zagueiro na sobra. Um verdadeiro ferrolho defensivo.
Os escoceses estavam com fome de bola, insaciáveis por desarmes. 

- Compactação: Intrinsecamente ligado à marcação. Qualquer time que ambiciona ter sucesso em seu sistema defensivo, precisa vincular as características de marcação e compactação. 
As duas linhas de quatro, em fase defensiva, nunca estiveram distantes. Explicação? O time do Barcelona trama jogadas entre as costas dos meio-campistas e frente aos zagueiros. Pequena zona do campo, mas com gênio para ocupa-la. Messi, geralmente, atua entre as linhas do adversário, e gera intempérie nesta faixa do campo. 

Flagrante tático. Celtic posicionado defensivamente no 4-4-1-1. Linhas amarelas retratam a compactação entre linhas. Reparem que Messi esta entre elas, porém, em "ambiente" controlável.

- Força e imposição: Particularidade atrelada ao sistema defensivo e presente no sistema ofensivo. Em relação ao Celtic, pende a questões defensivas. 
Características notáveis do futebol europeu. O Celtic parecia mais um time de Rugby do que de futebol. Cinco jogadores rompiam a barreira de um metro e noventa centímetros, em comparação ao Barcelona, nenhum jogador possuía tamanha pujança. A titulo de curiosidade, a media de altura fica na casa de um metro e oitenta e seis centímetros.
O que isto influencia em termos de futebol? Times fortes e bem condicionados fisicamente, obviamente, não cansam. Sem contar que, imposição de um marcador de um metro e noventa gera dificuldade ao adversário driblar. Em questões ofensivas, jogadas de pivô e referencia na área se tornam notáveis por força e imposição.

- Bola aérea: Por ter vantagem nos quesitos força, imposição e estatura, logicamente o Celtic priorizava seus ataques com bolas alçadas na área. Porém, faltou regar essa folha do trevo, quem sabe explora-la de maneira continua e eficiente.
Defensivamente o Celtic suportou até o ultimo minuto a pressão barceloniana. Por vezes, os catalães apelavam para bola aérea, porém, sem sucesso, pois o Celtic predominava pelos ares.
Por ironia do destino, o gol da virada, para selar vitoria catalã, aconteceu em levantamento para área, ninguém “cortou” e Alba empurrou para as redes.

Postado em legitimo 4-4-1-1 inglês,  o Celtic ocupou espaços de maneira inteligentíssima  tratando de questões defensivas. Posso ser categórico, a equipe defendeu, na maioria dos casos, com nove jogadores atrás da linha da bola e realizando compactação de dar inveja. 

Flagrante tático. Celtic postado no 4-4-1-1 em fase defensiva.

Defensivamente o Celtic merece ser ovacionado. O clube escocês entra no restrito hall de times que frearam o ímpeto do clube catalão. Denotar o sucesso escocês em detrimento de uma tarde pouco inspirada do Barcelona é fechar os olhos para méritos do Celtic. O Barcelona não jogou seu futebol vistoso em função de Celtic. 

O trevo de quatro folhas, defensivo, foi intensamente regado durante a partida. Em contrapartida, o trevo ofensivo foi desprezado, ignorado, abandonado em virtude de estratégia voltada a questões defensivas e restritas a isto. 
Celtic não encontrou brechas para atacar. Única chance foi de bola parada e bem sucedida. Time não demonstrou padrões ofensivos, não houveram jogadas tramadas, ou, que dessem indicio para tal. Contra-ataque? Devaneio tão gracioso quanto a ilusão de tesouro no fim do arco-íris. Há de se ressaltar, Barcelona realizou bloqueio defensivo notável perante “ataque” escocês.

Se pudéssemos delegar um fato em relação a estatísticas, este seria de posse de bola. A escola catalã imprime seu futebol com bola no pé. Portanto, ver seu adversário dominar e trocar incessantes passes era esperado. Porém, abdicar de atacar não deveria ser alternativa. O Celtic sequer especulou opções para sair das armadilhas catalãs. 
O Celtic demonstrou-se uma equipe de contrastes. Méritos a seu sistema defensivo e vaias contundentes a suas tramas de ataque. Uma verdadeira inércia ofensiva.

Amarrado. Definição para o estilo de jogo escocês. Defendia atrás da linha da bola, com vantagem sobre ações ofensivas do time catalão, recuperava posse de bola, porém logo se desfazia da mesma. Um verdadeiro bate-volta, incansável.

Faço-me das palavras do Coringa para definir o Celtic: “Não tenho planos. Eu sou como o cachorro correndo atrás do carro. Não saberia o que fazer se o alcançasse"

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O FALSO NOVE


Post de Diogo Ribeiro Martins do blog Soccer Tactics

No futebol, o termo falso nove é utilizado em certos sistemas táticos em que em um esquema com pontas (4-3-3 ou 4-2-3-1) em que o atacante centralizado não é de fato uma referência, um centroavante que saiba se posicionar para receber as bolas, geralmente, o falso nove é um meia improvisado ou um atacante veloz com características de drible, finalização, armação e velocidade, como por exemplo Neymar agora na Seleção Brasileira e Messi no Barcelona e na Seleção Argentina, aliás, o atual tri-melhor jogador do mundo jogou nessa função contra o Uruguai ontem (Sexta feira - 12/10/12) pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2014.

No caso de Messi e Neymar como falso nove, os dois acabam tendo a liberdade precisa para poder jogar, recuando para armar o jogo e avançando armando ataques e contra-ataques, o falso nove também acaba recuando para permitir o avanço em diagonal dos pontas para a área e finalizar pro gol, e assim, abrir o corredor pros laterais avançarem para cruzarem pro gol.

Outro time que também utilizou o falso nove com essa função foi o Corinthians campeão da Taça Libertadores da América de 2012 - em grande parte da competição, é claro - com a má fase do até então camisa 9 Liédson, Tite resolveu escalar o meia-armador Alex como falso nove para não se desfazer do seu esquema preferido, o 4-2-3-1, tendo assim a função de recuar para armar e permitir o avanço dos pontas, geralmente eram Emerson Sheik (William) e Jorge Henrique (ou Danilo) e o próprio Danilo centralizado também ajudando o falso nove do time a armar as jogadas ofensivas, e Paulinho acabava se tornando o homem de área do Corinthians aparecendo como elemento surpresa em varios gols.

Essa é uma função que vem revolucionando o futebol, tanto que até a Espanha vem utilizando ela com Cesc Fábregas, e espero que mais times e seleções passem a utilizá-la





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Crise do Inter passa por comodismo e falta de sequencia


Post de Leonardo Fernandes de Miranda do blog Painel Tatico

Campeão gaúcho em cima da surpresa Caxias, o Inter perdeu completamente o rumo na temporada após seguidas lesões, trocas de técnicos e contratações sem o resultado esperado. Desde o vexame com a queda para o Mazembe no mundial de 2010, o Inter sofre com jogadores caros que nem sempre deram certo, aposta em técnicos sem experiencia e com o departamento médico: é o time que mais sofreu com lesões e contusões nos últimos anos. Com a fama de time que vai bem no cenário internacional, foi eliminado em pleno Beira Rio para o Penarol na Libertadores de 2011 e para o Fluminense esse ano, em campanha decepcionante. O jejum de campeonatos brasileiros, que dura desde 1979, incomoda cada vez mais a torcida e parece que não tem data para acabar.

No duelo contra o virtualmente rebaixado Atlético-GO, o Inter veio a campo no 4-2-3-1 usado na maior parte da temporada, que também teve o uso de 4-3-1-2 com Fernandão no Brasileirão. Sem Forlán, Damião, D ‘ Alessandro, Dagoberto, Guinazu e Juan, o Inter apostou em pratas da casa para surpreender o lanterna do campeonato e se impos no primeiro tempo, marcando com gol de Fred em belo lançamento de Ygor. Mas relaxou demais no segundo tempo e permitiu a virada do Dragão, que marcou 3 gols em falhas de posicionamento da defesa colorada.

Longe de ser um time de baixa qualidade técnica, o Internacional parece não engrenar pelo “comodismo” de seus jogadores. Estáticos, só Fred que se movimentou em busca de sair da marcação goiana – e foi o melhor em campo. Desorganizado e dando espaços na marcação, o Internacional não tem sequencia de jogo, por conta das inúmeras lesões que contribuem para o desentrosamento do time: foram 39 passes errados e apenas 9 finalizações, o que mostra também a pouca procura pelo jogo. A defesa envelhecida, que conta com os criticados medalhões Kléber e Nei, a tempos não mostra segurança. A impressão que o jogo contra o Atlético-GO deu foi de um elenco visivelmente acomodado, sem gana de vencer, o que talvez explique o grande número de empates do time.
O técnico tenta, mas não consegue reveter: Fernandão brigou, culpou jogadores por estarem na “zona de conforto”, expulsou Dátolo de um treino e faz declarações fortes a toda hora. Sem resultado, já que a instabilidade do time, que ve o G-4 mais longe, mina o trabalho e desgasta a imagem do ídolo, tanto que Fernandão teria pedido demissão após o vexame em Goiania.
Aparentemente sem a vaga na Libertadores, o momento do Inter é de renovação completa no elenco e sequencia de trabalho para os técnicos, ídolos do clube ou não. A aposta em Fernandão parece promissora, mas só se as mudanças também passarem pelo departamento médico. É o caminho mais certo para um time apontado como favorito todo ano, mas que sempre decepciona.

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Mano opta por 4-2-3-1 sem 9 de origem

Treino de luxo. Mas não muda o objetivo: convencer. Diante do fraco Iraque, a seleção de Mano Menezes não perdoou a seleção treinada por Zico. Patrolou e não tomou informações do adversário. Um sonoro 6x0.

Os holofotes estavam sob Kaká. Esta é a volta de um dos queridinhos do Brasil. Seu ultimo jogo foi à amarga derrota contra a Holanda na Copa do Mundo de 2010. Se na Copa Kaká foi referencial técnico, centralizado, de um 4-2-3-1 torto e repleto de compensações, na atual seleção de Mano, Kaká deve ser a experiência em campo no mesmo 4-2-3-1, porém, jogando pelo lado e com jovens companheiros.A filosofia imposta por Dunga é o extremo do que Mano Menezes prega. O sistema é o mesmo, mas as estratégias de jogo retratam oceanos de diferença.


Tratando de esquemas adotados, Mano esta indeciso entre 4-4-2 em duas linhas e 4-2-3-1, o criador e criatura. Ressalto que, 4-2-3-1, criatura, surgiu do 4-4-2 em duas linhas, criador, quando, extremos (winger, ponta, meia-ala...) avançaram e um dos atacantes recuou.
No caso do Brasil os extremos foram Kaká e Hulk, Oscar meia pelo centro e Neymar o avante. Em outrora, Neymar era quem regia a sinfonia para variação entre 4-2-3-1 e 4-4-2 em duas linhas, hoje Oscar comandou escassa variação.

Flagrante tático. Brasil postado no 4-2-3-1.

Não se pode fazer outra analise se não for com Brasil no 4-2-3-1 com bola nos pés, ate porque, Brasil teve média superior a 60% de posse de bola.
Neste esquema, a trinca de meias trata-se do coração de equipe. É impraticável jogar no 4-2-3-1 com meias estáticos e com movimentação preguiçosa, sem contar as funções defensivas.
Esmiuçando a trinca:
- Oscar: Diferentemente de outros carnavais, Oscar atuou centralizado e com movimentação do meio para frente, três quartos do campo, não teve movimentação padronizada de recuar e organizar.
Inversão de papeis com Neymar e Kaká. A leitura tática de Oscar oferece ao treinador diversos movimentos padrões para compensar certas movimentações. Uma delas é quando, Neymar, naturalmente, sai da área e Oscar logo se dispõe a ocupar espaço do camisa onze, a fim de não deixar buracos e manter esquema base.
- Kaká e Hulk: Ambos atuaram de pés trocados – destro na esquerda e canhoto na direita – com intuito de abrir corredor para lateral fazer ultrapassagem.
Kaká não ficou preso pelo flanco esquerdo, corriqueiramente aparecia no centro ou ao lado de Hulk.  Troca de posição entre Oscar foi essencial para dinamizar o setor de criação. Confesso que estava incrédulo quanto a capacidade física de Kaká, porém, atuou com certo sucesso como extremo, posição que requer capacidade física nos trinques.
Hulk atuou como se estivesse no seu antigo clube, Porto. Aberto pelo flanco direito com movimentação padronizada quando recebe a bola: corta para dentro, abre corredor e consequentemente gera um leque de opções para jogada – passe, chute, lançamento. Porém, em comparação aos demais, ficou mais estático e preso a sua zona do campo.

A movimentação ofensiva mais clara e evidente foi utilizar os extremos de pés trocados a fazerem diagonais e abrir corredor para passagem dos laterais. O corredor, melhor, avenida, estava à disposição dos laterais, porém cruzamentos a área não eram melhor opção. Para cruzar o ataque tinha de ser posicional e com sucessiva troca de passes e infiltração dos meias a grande área, pois Neymar não é “9” de imposição e cabeceio.

Por ter mais de 60% de posse de bola, a seleção jogou com ataque posicional e tendo que criar a abrir espaços na defesa do Iraque. Com trinca de meias mais a frente e não participando das zonas inicias de criação, zagueiros e volantes assumiram a transição ofensiva. Tanto David Luiz quanto Thiago Silva comandaram a incessante troca de passes na linha central. Já, Paulinho e Ramires aceleravam o jogo para os meias.

Reparem o frame abaixo. Brasil iniciando transição em zona de organização de jogo baixa. Zagueiros e volantes é quem executam inicio ofensivo. Laterais aproveitam estreitamento dos meias para ocupar corredor. Meias próximos deixam o lado com laterais e aproximam entre si e de Neymar para tabela.

Flagrante tático. Brasil no 4-2-3-1 iniciando transição ofensiva. No detalhe: laterais avançados. Reparem que meias estão próximos e bloco do meio campo dividido em dois: volantes próximos dos zagueiros e meias em aproximação a Neymar.

Falando de Neymar, aproveito para elucidar que nosso camisa onze não foi “falso-9”, talvez pretendesse. “Falso-9” não é um atacante leve, de movimentação, que é posicionado solitário à frente, é mais do que isso. Esta posição surgiu dos pés de Messi, decorrente de sua movimentação, mas, com o tempo, banalizaram o “falso-9”, delegam a qualquer atacante franzino esta denominação. Ultrajante.
Eleito para ser o único avante à frente, a joia santista foi estrela solitária do ataque, em compensação, meio campo brilhou como um todo.
Esta readaptação de Neymar serve de aprendizado a nosso diamante bruto que, deve ser lapidado. Neymar não pode ficar preso a um palmo de terra, por melhor que possa ser neste canto. Serve de aprendizado e palmas a Mano pela iniciativa.
O garoto não conseguiu jogar de costas para o gol, movimentação essencial para “centroavante”. Suas grandes jogadas foram com arrancadas partindo de trás e tabelas quando marcação estava frouxa.

Enfim, o embate entre Brasil e Iraque acentuou a diferença entre ambos. Amistoso digno de David e Golias, porém, o pequeno David não demonstrou sucesso perante o gigante Golias.
A tônica do jogo: futebol consolidado brasileiro versus rascunho de esporte praticado na grama com objeto esférico. 

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Liverpool: Animador, mas cansativo. 4-3-3 lembra Barcelona, devaneio longínquo.


Caiu por terra o 4-4-2 ortodoxo do Liverpool. O atual treinador Brendan Rodgers assumiu o cargo e logo implantou uma nova filosofia ao time inglês. O inacreditável aconteceu, o Liverpool saiu do 4-4-2 tipicamente britânico que, por anos, décadas, se sustentou e deu lugar ao 4-3-3 de Rodgers. 
Confesso que algumas características nos lembram do Barcelona por suas ideologias. Não estou afirmando que dentro das quatro linhas a execução é semelhante, apenas a ideia pré-estipulada é congênere. Duas características marcantes entre Barcelona e Rodgers: Marcação agressiva logo que a bola é perdida, geralmente no campo do adversário; posse de bola no campo de ataque.

A discrepância entre filosofia de treinador e histórico do clube é imensurável. O embate de ideologias é ferrenho. O antes estilo objetivo, passes diretos e transição veloz, deu lugar a um Liverpool fora de padrões, digamos, ingleses. Rodgers logo imprimiu seu estilo aos Reds: time que marca a saída de bola adversária, troca passes e aposta no ataque em bloco para iniciar jogadas. Mas, ao adotar o estilo de ataque posicional, o Liverpool deixa a desejar na velocidade da transição ofensiva e objetividade quando no posicionamento ofensivo.

Em especial, nesta quinta-feira, Rodgers manteve o 4-3-3, porém, com uma pequena mudança em relação aos demais jogos. O meio campo passou de base alta para base baixa. O tripé de meio campo foi formado por: Allen e Henderson na “volancia” e Shelvey de meia central.

Posicionamento ofensivo dos Reds é de maneira posicional situado no 4-3-3 com triangulo de base baixa. Além de longa, a fase da construção é também muito elaborada. O ataque é feito em bloco homogêneo e compacto. A complexidade da construção do processo ofensivo deve-se à participação de muitos jogadores e à execução dum grande número de ações técnico-táticas.
Compactação ofensiva, como citei acima, bloco homogêneo, presente no campo do adversário com jogadores distribuídos e ocupando os espaços do campo de maneira inteligente e com funções claras. Ou seja: pontas de pés trocados abrindo corredor para passagem do lateral; meia central, Shelvey, participando das construções de jogadas e, quando bola caía pelos flancos, adentrava na área para fazer presença ofensiva; dupla de “volantes” participaram exaustivamente da fase de organização em zona próxima ao meio campo e, sem bola, mantinham posicionamento para pegar rebote ofensivo e fazer a bola girar quando um lado ficava congestionado, o famoso balanço defensivo pelo chão; o centroavante Borini, tinha intensa movimentação e troca de posição com Assaidi, mesmo não sendo um avante de imposição, tanto Borini, quanto Assaidi, mantinham-se dentro da grande área.

Flagrante tático. Liverpool postado ofensivamente no 4-3-3 com triangulo de base alta. Notem que, NOVE jogadores estão no campo de ataque.

Este posicionamento ofensivo tinha como principal característica o endeusamento da posse de bola. A equipe do Liverpool organiza o jogo de uma maneira que transita a bola por todos os setores do campo para achar brechas. Primordialmente a equipe tenta explorar o flanco com os pontas e/ou laterais.
Chamou-me atenção o trilho formado por Dowining e Assaidi pelos flancos, ambos estavam presos ao lado do campo e tão somente ali. De pés trocados, os pontas tinham como intuito diagonais ao centro. Na pratica, uma bela ilusão.
A intensa movimentação, essencial no futebol moderno, ficou por conta do triangulo de base baixa do meio campo. Henderson comandou as inversões entre meio campo baixo ou alto, sua movimentação a frente ou recuando fornecia uma nova linha de passe. Porém, pontas estáticos freavam qualquer ímpeto e passe em profundidade, bem verdade, muito pela valorização da posse de bola e temor de perde-la ao arriscar.

Transição ofensiva, semelhante ao posicionamento ofensivo. Privilegiando a posse de bola. Faço das palavras do comentarista do Esporte Interativo, Rafael Oliveira: “Melhor defesa é você ficar com a bola”.
Acredito que esta é a filosofia de Brendan Rodgers. A transição é lenta. O primeiro passe sempre de segurança e privilegiando que companheiros assumam suas devidas posições para posicionamento ofensivo.
Naturalmente o passe é curto e sempre rolando no relvado. Dificilmente há ligações diretas.
Por transição ser lenta, um aspecto objetivo deve ser notificado: o time avança como um só bloco, não há vazios entre setores, isto em virtude de criar superioridade numérica em zonas do campo.

Notei algo no estilo do atual Liverpool. Digamos que, Brendan Rodgers é um menino levado, pois, sempre aplica suas ideologias a seu grupo independendo das características do mesmo. Não que o Liverpool não possa marcar a frente, longe disto. Ou que não possa ter um ataque posicional que privilegia a posse de bola, não me compreenda mal. Mas, com o grupo que tem em mãos, não compreendi o fato de valorizar a posse de bola e ser dependente de apenas dois jogadores: Sahin e Gerrard. Apenas ambos desempenham transição com qualidade, ficam sobrecarregados. No ataque, tudo depende de Suarez, ora atuando como falso-9, ora ponta.

Transição defensiva, novamente, à la Barcelona. Marcando a frente e induzindo o adversário ao erro, geralmente, com duas opções: induz o adversário a quebrar a bola e, consequentemente esta quebra ser um balão a frente sem direção; ou, o adversário ser desarmado, preferencialmente, próximo a meta.
O pressing exercido é organizado e dependente da zona em que a bola se encontre. Não há perseguições. A voracidade assusta o adversário e, caso o mesmo não tenha qualidade, o força a recuar, se assim acontecer continuamente, chegara ao goleiro que, naturalmente, terá de quebrar a bola.
O estilo de marcação “agressivo” é facilmente explicado. Intimamente ligado à fase ofensiva. Se o Liverpool ataca em bloco e tem presença ofensiva de, no mínimo, seis jogadores, nada mais natural que estes mesmos, ao perder posse de bola, a ataquem para logo recuperar, pois, estão longe de suas respectivas posições defensivas e dar as costas para bola é no mínimo temerário. Portanto, para impedir avanço da bola, a pressão sobre o adversário é exercida.

Flagrante tático. Liverpool perde posse de bola e, Allen, Shelvey e Robinson preparam cerco contra adversário. Compactação ofensiva, em transição ofensiva, ao ter OITO jogadores no campo de ataque gera dificuldade para adversário avançar.

Posicionamento defensivo. Caso o adversário consiga passar a “blitz” exercida, os ânimos se acalmam e os Reds assumem uma posição, digamos, cautelosa. A marcação agressiva segue, quase que individual por setor, pois, quando um jogador adentra em uma zona, o marcador logo aproxima para não deixa-lo evoluir.
O posicionamento antes adiantado, passar a ser intermediário e em relação à bola. Tipicamente característico da marcação a zona, impedindo o avanço da bola independendo do jogador adversário  Se, ofensivamente tínhamos um 4-3-3, defensivamente o 4-4-1-1 toma forma. A compreensão deste esquema é de forma natural: linha defensiva intacta; “volantes” frente a zaga; a grande alteração é o comportamento dos pontas, tanto Dowining pela direita quanto Assaidi/Borini pela esquerda, recompõem com afinco e alinham-se aos “volantes” formando uma segunda linha; Shelvey fica a frente dos volantes.
Fiquei embasbacado pela aplicação tática de Dowining. O inglês cumpriu a risca suas tarefas táticas. Ofensivamente compareceu a frente, bem verdade que, apenas marcou trilho pelo lado direito. Defensivamente cumpriu a rigor as obrigações de um nato winger inglês, se necessário, acompanhar o adversário ate a linha de fundo.

Flagrante tático. Liverpool postado defensivamente no 4-4-1-1 com time compactado e linhas próximas.

Este é o Liverpool de Brendan Rodgers. Nos causa estranheza por um inglês, me refiro ao clube, priorizar tanto a posse de bola. Infelizmente, ainda rudimentar e engatinhando para o 4-3-3 complexo e futurístico dos catalães. Nada mais natural, pois os espanhóis aplicam tal filosofia há décadas.
A pouca objetividade cansa, a troca de passes é intensa e, por vezes, sem qualidade ou ímpeto algum. O ataque posicional, espraiando jogadores pelo campo é interessante, mas a obviedade dos ataques torna-se um agravante.
Rodgers iniciou uma nova era no Liverpool. Ainda é cedo e, como diria Wianey Carlet: “Só o tempo dirá”.

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Borussia assombra Manchester por obediência e aplicação tática

O embate da tarde na UCL. O multimilionário Manchester City versus o Clube alemão com capacidade de suprir peças e manter futebol competitivo. Com vocês, Borussia Dortmund, o time que ofuscou os petrodólares de Manchester.


Confesso que estava incrédulo quanto as aspirações do Borussia Dortmund na UCL. Combater uma equipe da Premier League não é tarefa fácil, tratando de Man. City, imaginei impossível enfrentar de maneira igualitária e sem desequilíbrio entre ambas.
Estou redondamente enganado. A equipe alemã me deu um tapa com luva de pelica, com estilo. Borussia me assombrou a exemplo da cidade de Manchester.

Alemães executam um hibrido e harmonioso 4-1-4-1 em fase defensiva e 4-2-3-1 atacando. A obediência alemã é notória em cenário mundial, não apenas no futebol. Mas, dentro das quatro linhas, os comandados de Jürgen Klopp, impressionaram por tamanha obediência e aplicação tática.

Borussia defende em bloco, ou seja, quando, com posse de bola, avança time como um todo, não há longos espaços entre setores. Logo após perder posse de bola, o instinto agressivo de recuperar a bola é imediato. Porém, formando um só bloco defensivo e no campo do adversário, havia espaço as costas dos defensores. Corriqueiramente explorado pelo City.

Posicionamento defensivo do Borussia foi em relação a posse de bola, preferencialmente atrás da linha central. Defendendo, duas linhas de quatro tomavam forma, esmiuçando, um 4-1-4-1 com Bender o “1” entre linhas. Portanto, havia dobra de marcação pelos setores, sejam laterais ou centrais e Bender livre para flutuar entre as linhas e, adiantar ou recuar para dar bote. Objetivo principal, como qualquer time postado em fase defensiva, é de recuperar posse de bola, para isto, equipe compactada e, como havia citado, marcando em relação à bola. Na medida do possível, impedia o avanço do City, mas, com ingleses adentrando em seu campo, as linhas recuavam e tinham como referencia a bola. O principio básico foi defender fechando opções de passe ao Manchester, um claro principio dar marcação a zona, cuja mentalidade é, marcar em relação a bola e impedir o avanço da mesma.

Flagrante tático. Borussia postado no 4-1-4-1. Reparem que, compactado, linhas próximas  impedindo o avanço da bola. Mas, em detrimento disto, um espaço futuro se cria as costas da defesa.

Um adendo. O Borussia tinha tarefa árdua ao frear o ímpeto do City em lançar bola as costas de sua defesa. A transição inglesa gerava perigo com lançamentos longos, em profundidade, entre goleiro e linha defensiva. Os lançamentos priorizavam a velocidade de Kun Aguero ou imposição de Dzeko. Lançamentos comandados com maestria por Javi Garcia e Yaya Toure.
A dupla de ataque tinha movimentação padrão para criar espaços e ludibriar defesa: Dzeko, centroavante de imposição recuava, chamando marcação consigo para possível pivô e abria espaço para diagonal de Aguero; Lançamento direto para Dzeko girar ou dominar e ajeitar para finalização.
Porém. Há uma segunda opção na leitura desta jogada. O Borussia se fechava em seu campo, pressionava quando o City passava linha central e obriga, com marcação voraz, forçando e induzindo a equipe a possível desarme ou bola quebrada. Portanto, não posso definir se, marcação em bloco, em linha, fechando espaços, em zona tinha como intuito forçar o City ao erro e perder posse de bola ou um erro, se assim posso dizer, da equipe alemã em oferecer este espaço as suas costas.


Reparem o frama abaixo. A equipe do Borussia esta compactada  mas devido a transição defensiva "lenta" - pois Manchester City executou sua transição ofensiva de maneira direta, passe longo - foi pego de surpresa com espaçamento entre setores. Este não é o "x" da questão. A compactação é evidente, um fato. Notoriamente um campo de futebol possui dimensões de 90 a 120 metros, o Borussia, ocupa um terço deste campo, apenas zona intermediaria, tudo devido sua compactação.

Flagrante tático. Borussia sofrendo com lançamentos as costas de sua defesa em plena transição defensiva. Reparem linha defensiva adiantada e longinqua do goleiro.

Com o passar do tempo, ficou mais claro a estrategia de jogar em linha, compacto e, por consequência de jogar em bloco e marcação intermediaria, sofrer com lançamentos as suas costas.

Natural jogar fora de casa de maneira mais defensiva. Assim o fez a equipe alemã. A estratégia adotada foi de atacar com extrema velocidade e objetivamente. Outra estratégia de fácil discernimento foi que, Borussia abdicou da posse de bola. Ficou claro a opção por recuperar a bola, atacar em bloco e levar perigo quando o adversário estava desorganizado.
Se, em fase defensiva a equipe se postava no 4-1-4-1, ofensivamente os extremos (wingers, pontas, meia-ala...) avançavam e alinhavam-se a Gotze/Kuba e formavam um 4-2-3-1.

Flagrante tático. Borussia em transição defensiva quando, em posicionamento ofensivo, estava postado no 4-2-3-1.

O caminho do ouro estava pelos flancos. Os velocistas Reus, Kuba e Gotze, o motorzinho da equipe, tinham ligeira vantagem no 1x1 gerado pelo não acompanhamento dos extremos. Sem contar que, extremos do City não recuavam a tal ponto de acompanhar lateral, sim, os extremos recuavam, mas como figurantes, aproximavam do meio campo como medida paliativa.

Por ter menos de 40% de posse e de bola, naturalmente o Borussia jogou em transição. Não houve um momento claro em que os alemães rodavam a bola para encontrar espaços. O Borussia não podia se dar ao luxo de jogar no ataque posicional: rodar a bola, valorizar posse da mesma, posicionar o time de maneira horizontal, ocupando espaços do campo.
O posicionamento ofensivo alemão foi vertical: jogando em profundidade, passes a frente e velocidade nas transições e ações.
A velocidade fica por conta do tridente ofensivo: Reus, Gotze e Kuba.
Alias, Kuba e Gotze de extrema velocidade e ambos alternando em suas posições.
Sem contar a extrema movimentação, quando em transição, dos meias e Lewandowski com diagonais e verticalidade nas ações dos extremos a procura do centro.

Enfim. Os alemães cozinharam os ingleses em banho Maria. Souberam induzir o City a ter uma posse de bola inofensiva e longínqua do gol de Weidenfeller.
Mereciam vencer? Sim! Executaram com maestria a estratégia imposta por seu treinador. Cumpriram a risca a obediência defensiva e souberam atacar com perigo e meta de Joe Hart, porém, não há justiça no futebol, o pênalti existiu.
O Borussia assombrou Manchester por fazer frente a um time da Premier League, atualmente, delegada como mais competitiva do planeta, devido a sua qualidade.

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Como Alex pode jogar no Brasil


Em litígio com o Fenerbahce, clube que defendeu durante por 8 temporadas, Alex rescindiu contrato com o clube turco nessa segunda feira. A notícia pegou muitos de surpresa, já que semana passada Alex ganhou uma estátua em sua homenagem, sendo um dos maiores ídolos da torcida.
A notícia animou dirigentes e torcedores no Brasil. Torcedor coxa-branca confesso, Alex é tido como ídolo no Palmeiras, onde conquistou a Libertadores-99, e no Cruzeiro, onde ganhou tudo na inesquecível temporada 2003. Além desses 3 clubes, o Grêmio aparece como forte candidato para a volta de Alex, já que Vanderlei Luxemburgo gosta do jogador e mantém relação de amizade. O Santos também é outro interessado.
Aos 35 anos, Alex seria mais um dos craques “coroas” que jogam em território brasileiro – Juninho Pernambucano, Zé Roberto, Seedorf e Marcos Assunção estão na lista e atualmente são destaques em seus times. Com essa idade, a volta de Alex no Brasil primeiro passaria por uma adaptação ao futebol brasileiro e por esquemas que privilegiem seu futebol: cerebral, Alex é um meia de criação típico, um “camisa 10″: excelente passe e visão de jogo. Bom finalizador, Alex não costuma voltar para ajudar na marcação e frequentemente aparece na área para arrematar.
No Palmeiras, a saída de Felipão, com quem Alex não mantinha boa relação por ter ficado de fora da Copa de 2002, abriu caminho para a volta do meia. Gilson Kleina poderia montar um 4-3-2-1 com Valdívia e Alex dividindo a criação, com o chileno acionando Alex no ataque para concluir, como ele gosta. Artur contido para liberar Juninho e o meio trancado com Henrique e Assunção liberando os dois meias e acionando a velocidade de Wesley.
No Coritiba, Alex pode chegar para dar profundidade ao time e acompanhar Deivid no ataque. Usando os dois meias extremos rápidos e incisivos, Rafinha e Éverton Ribeiro, o Coxa pode repetir a dinâmica do Galo do primeiro turno e montar um 4-2-3-1 que se transforma em 4-4-2 sem a bola, com Alex perto do gol e referência para lançamentos.
No Cruzeiro, Celso Roth pode repetir o Internacional campeão da Libertadores em 2010: Leandro Guerreiro plantado à frente da zaga, marcação adiantada, troca de passes com os meias qualificados e forte lado esquerdo com Montillo, além da presença de Martinuccio como o meia mais incisivo, como foi Taison no Colorado.
No Grêmio, Luxemburgo poderia surpreender e montar um ultra-ofensivo 4-3-1-2 predileto do treinador com Alex armando e se juntando ao ataque, Zé Roberto pela esquerda e Elano pela direita marcando e jogando e intensa movimentação de Kléber. A lentidão natural da equipe seria compensada com marcação adiantada e muita movimentação aproveitando os passes de Alex.
Com futuro ainda indefinido, Alex pode jogar em alto nível em qualquer time brasileiro. Seu futuro depende dos momentos dos clubes – Palmeiras e Coritiba estão ameaçados de rebaixamento – e da escolha do próprio jogador.

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O que Grêmio, Corinthians, México e Velez têm em comum? Duas linhas de quatro e frearam Neymar


Clubes, seleções, todos com algo em comum diante da nossa joia Neymar. A “arte” de marca-lo. Não se trata de uma formula mágica, mesmo aparentando ser, em campos tupiniquins, trata-se de uma evolução.

Há alguns anos, sequer o mais saudosista torcedor e analista poderiam afirmar que um 4-4-2, tipicamente inglês, seria aplicado em nossos gramados. Com certo atraso, me referindo a campeonato brasileiro, nos o importamos, adaptamos e executamos. Um referencial deste 4-4-2 “abrasileirado” é o tricolor de Vanderley Luxemburgo. Atua em duas linhas em fase defensiva e quadrado/4-2-3-1 em fase ofensiva.

Flagrante tático. Grêmio em fase defensiva em duas linhas de quatro compactadas e sem espaços entre setores.

A titulo de curiosidade. Importamos a gênese do 4-2-3-1, ou seja, o 4-4-2, quase que, simultaneamente. Esta defasagem não é por inteira um caos. A exemplo do Corinthians é possível executar ambos em perfeita sintonia, 4-2-3-1 em fase ofensiva e duas linhas ao defender, compactando setores, marcando no campo adversário e saindo em velocidade.

Um fato esta “degolando” a essência de nosso futebol, o passe. A carência no passe e qualidade técnica esta nos assolando, nossa atual geração de desportistas não é de brilhar os olhos, a exceção de alguns. Perante isto, estamos executando um 4-4-2 em duas linhas, com adaptações, compensações, mas nos recordando muito ao britânico, em virtude da dificuldade de transitar entre as fases.
O esquema inglês, durante décadas, utilizou-se da ligação direta para suas transições, ignorando o setor de meio campo. O Brasil, por sua vez, tinha uma escola de futebol vistoso e com cerebrais jogadores para reger “sinfonias”, o passe era refinado. A Inglaterra, no seu futebol de elite, evoluiu, nós, regredimos. Uma inversão de papeis.

Neymar, um diamante em sua essência, ou seja, bruto, precisa ser lapidado para brilhar e destacar entre os demais. Nossa joia não esta acostumada a enfrentar equipes compactadas, não é de costume, no Brasil, jogar próximo e reduzir espaço entre setores. Porém, para por em pratica as duas linhas britânicas, é necessário compactação. Imprescindível esta estratégia. Perante isto, se linhas bem compactadas, Neymar não encontra brechas para transitar com facilidade, a marcação dupla, por vezes tripla, não o deixa respirar, não há perseguições, há ocupação de setores de maneira inteligente.

Aplicando a essência do 4-4-2 em duas linhas, fica afanoso para qualquer jogador fluir com seu futebol. Esperar a bola no pé é, no mínimo, temerário. Movimentação para abrir as linhas, descompactar setores e vitoria pessoal para desarrumar sistema de cobertura é essencial. Fecha-se uma porta, uma janela se abre.

Nosso diamante bruto precisa encontrar uma solução, pois na Europa, o mais modesto dos times se compacta bem. É preciso jogar entre as linhas. Portanto, sair do Brasil faria Neymar evoluir.

Exemplos de como Neymar penou perante duas linhas? No ultimo domingo contra o Grêmio. O tricolor dos pampas sempre dobrava marcação em Neymar, em virtude de jogar em duas linhas; 

Flagrante tático. México defendendo em duas linhas. O espaçamento entre elas gera espaço para jogador transitar sem marcação. Raro momento de falha mexicana.

México nos jogos olímpicos, não somente Neymar, o Brasil como um todo dançou ao som dos mariachis, novamente duas linhas e um nó que Neymar não desatou; Por um triz, Neymar x Vélez, duas linhas de quatro e imensas dificuldades, diria que, Neymar não viu a cor da bola; Mesmo vencendo contra, Suécia e Coréia, nossa seleção não empolgou, e, novamente Neymar enfrentou as duas linhas, dificuldades já antes vista; 

Coréia compactada em duas linhas de quatro. Neymar recuando para encontrar espaço e, ainda assim, é cercado por coreanos.

O capitulo que serviu como "aula" de duas linhas foi o embate na Libertadores, Santos x Corinthians, as duas linhas sobraram.

Flagrante tático. Corinthians postado defensivamente no 4-4-2 britânico. No detalhe, Neymar procurando espaço entre linhas.
O que todos estes clubes e seleções tinham em comum? Marcaram, não somente um jogador, mas o time como um todo com rispidez e ocupando os espaços. Realizaram as duas linhas com notoriedade e respeitando princípios do 4-4-2 inglês.

Como não há uma formula mágica para marca-lo, não há para fazê-lo jogar, contra as temidas duas linhas de quatro. Esta dificuldade não é exclusividade de Neymar. Diria que, Neymar, Lucas e Ganso, o tridente de ouro do Brasil, para evoluir, precisam ser lapidados em campos europeus. Lucas deu o primeiro passo. Ganso devido lesões, esta atrasado, uma nuvem de duvidas pairam perante seu futebol. Neymar estancou, a transferência é iminente.


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