O abismo entre clubes brasileiros e argentinos


A rivalidade entre os dois países continua acirrada, quando em campo os ânimos esquentam e traz à tona anos anteriores que lembravam uma batalha campal. Se dentro do campo o futebol é discutível, fora dele não resta argumentos aos “hermanos”. A desigual diferença é relacionada ao momento econômico de Brasil e Argentina. Enquanto pegamos o elevador e não paramos de subir, nossos vizinhos optaram pela escada.
Nossa moeda forte esta atraindo bons jogadores sul-americanos, repatriando nossos craques e mantendo as futuras promessas. Na comparação com o peso argentino, um real pode comprar quase 2,5 pesos. É por estas e outras que alguns vêm jogar aqui atraídos pela diferença e proximidade com seu país natal.  

A goleada se torna ainda maior em relação à arrecadação dos clubes. Enquanto o Corinthians é modelo base para clubes brasileiros, arrecadou neste ano de 2011 algo em torno de 45 milhões de reais em patrocínios. Boca e River Plate catam migalhas, acentuando ainda mais a diferença entre os dois países.

Argentina do Brasil?

River possui dois patrocínios brasileiros. E as camisas de seis clubes são fornecidas por empresas bazucas.

River Plate = Tramontina, Petrobras

Vélez = Mondial, Topper

Newell’s Old Boys = Topper

Racing, Argentinos Juniors e Lanús = Olympikus

Cotas de TV

Comparação injusta. Estou me baseando em números de 2011. Se fosse os de 2012 a lavada seria ainda maior.

R$ 43 milhões: Corinthians e Flamengo

R$ 34 milhões: São Paulo, Palmeiras e Vasco

R$ 25 milhões: Atlético-MG, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Internacional, Santos

R$ 15 milhões: Atlético-PR, Bahia, Coritiba, Guarani, Goias, Portuguesa, Sport, Vitoria

R$ 11 milhões: Boca e River

Patrocínio

Os contratos de Boca e River, somados, não chegam aos pés do Corinthians.

Corinthians: R$ 42 milhões

São Paulo: R$ 38 milhões

Boca e River: R$ 5 milhões

Vantagem dos “hermanos” na Espanha e Itália

Os brasileiros ainda dominam o mercado europeu. A Argentina é maioria na Espanha e Itália. Na Espanha a nove jogadores argentinos a mais em relação aos brasileiros. Na Itália o numero é de sete a mais. Nos demais países o verde e amarelo e se sobressai, principalmente em Portugal, para cada argentino, existem 11,6 brasileiros.

Comparação salarial

Enquanto temos craques no Brasil recebendo salários astronômicos, na Argentina o salário de seu maior jogador não banca as noites de Ronaldinho Gaúcho.  

Pode se dizer que Riquelme joga no Boca por amor, assim explicando seu salário baixo na comparação com o Gaúcho. Ainda que a estrela flamenguista esteja com salários atrasados.

Riquelme = R$ 220 mil reais mensais

Ronaldinho = R$ 1,20 milhões mensais


Pouco não significa incompetência

É normal ver um clube brasileiro contratar algum argentino, estando na América ou Europa. Raro é ver clube argentino pagando para repatriar seus jogadores. Também não resta duvida que os clubes argentinos sabem vender melhor seu peixe, atualmente estamos melhorando, mas longe do considerado perfeito.

A comparação é indevida e sempre um lado sai prejudicado, porém é necessário mostrar o abismo entre os dois países. Muito se explica o porquê de jogadores saindo de seu país e vindo para terras tupiniquins. Números também mostram que alguns clubes argentinos sabem trabalhar com pequenos montantes, mas nem por isso deixam de fazer times competitivos.

Seria covardia fazer uma comparação entre Brasil e os demais países sul-americanos. Imaginem que a folha salarial do Once Caldas não passa de R$ 400 mil mensais, envolvendo todas as despesas, mesmo participando de uma Copa Libertadores. Sem contar os desmanches anuais dos clubes.


Fonte: Revista Placar

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