Todo ano é a mesma ladainha. Clubes alegam que os estaduais estão “comendo” o período de preparação. O discurso já é decorado de ano para ano: “é preciso rever o calendário brasileiro”. Pré-temporada curta se tornou habitual. Mas o que fazem para mudar esta situação? Ninguém possui coragem para botar o dedo na ferida? Só com palavras jogadas ao vento "tudo continua as mil maravilhas".
De certa maneira estão com razão, pois uma “preparação” em torno de 15 dias não prepara ninguém para uma temporada de 10 meses. Com está falsa pré-temporada acaba que sobrando para todos envolvidos com o futebol. Treinador que vive de resultado, jogador que pode acabar se lesionando, dirigente que depende de seus contratados, enfim é desumano.
O que ainda torna o estadual sustentável é a “desculpa” de que clubes do interior dependem da receita de partidas contra os grandes. Mesmo que estando em seus estádios a torcida adversária esteja em maior numero. Ora alguns clubes abrem as portas apenas para quatro meses, abrigam jogadores de empresários e após fecham esperando o próximo ano. Não possuem categorias de base e tão pouco planejamento.
Campeonato estadual é o mais previsível dos campeonatos do mundo, talvez o espanhol se equipare a eles, pois as previsões sempre se tornam realidade. Os favoritos brigam pela taça, os demais por migalhas.
Sem contar que os preços de ingressos não condizem com o espetáculo oferecido. Quando contra equipes de alto escalão, o valor se torna exorbitante.
Toda regra tem sua exceção. Sim! Há clubes engajados para mudar este pré-julgamento. Possuem calendário completo, quadro social, planejamento para categorias de base e por fim garimpam jogadores pelo Brasil - mas sofrem com tentação dos grandes a seus ainda craques-embriões. Enfim, tudo como manda o figurino.
Perder o estadual se torna um carma, pois se perdeu um mísero estadual o que se esperar no Brasileiro? Porém a o outro lado da moeda. Se vencer o “cafezinho” não se torna mais que sua obrigação. Cuidado para não se deixar levar por esta conquista, a exigência estadual não é parâmetro diante da nacional.
Partilho da premissa que estadual deve ser um laboratório, não mais que isso. Serve para dar experiência aos jovens que estão subindo da base, adaptar os recém chegados e ritmo a equipe. Por vezes atrapalham competições de maior interesse, o conflito se torna inevitável e diminuem o tempo de recuperação entre uma partida e outra.
Uma solução? Reformular. Fazer com que os clubes de maior expressão ingressem mais adiante na competição.