Investidores e os petrodólares. Manchester City errou para acertar


Alguns resumem o futebol se tratando de dinheiro, outros de paixão. Mas lhes faço uma pergunta, de que adianta dinheiro se não é bem investido? Não precisamos ir muito longe para provar. No Brasil os clubes cariocas estão emaranhados em dividas, possuem verbas, mas não a competência em administrá-lo.

Prefiro me reter em exemplos além mares. Os blues, Chelsea, foi um clube comprado por Roman Abramovich, bilionário russo que investe em futebol. Os primeiros anos não foram recheados com títulos, o caminho das pedras ainda não era conhecido. Más contratações, treinadores assumindo equivocadamente o posto e outros problemas são normais. Mas assim como todo investimento esperasse um retorno imediato, coisa que no futebol não é bem assim.

Hoje o Chelsea é um clube consolidado. Possui um time base, plantel definido e faz contratações pontuais. Já não é mais um caminhão de jogadores por temporada. Mas o caminhão de dinheiro continua o mesmo.

Cifras intermináveis impressionam a qualquer um. É um poço sem fundo, uma conta bancaria nas ilhas Cayman. Torna-se fácil impressionar um atleta com o montante prometido. A pressão por resultados sempre se torna insustentável, a troca de treinador e contratações equivocada é iminente.

É claro que com dinheiro tudo se torna mais fácil, mas a chance de erro é maior se não souber como e onde aplicar. Montar um time do zero, com investimentos milionários, contratações estrelares é missão impossível. Existe um período de transição, geralmente leva em torno de dois anos. Tempo suficiente para montar um time base e só assim começar a colher os frutos do trabalho duro.

Este é o elo principal do sucesso e o fracasso. O período de TRANSIÇÃO de um clube que irá passar de mediano a gigante em proporção internacional. Se bem feito terá tudo para dar certo, alguns anos e quando acham que o clube se tornou um leão adormecido ele acorda sedento por títulos.

Hoje quem encanta é o Manchester City. Clube adquirido por Mansur bin Zayed Al Nahyan, xaque árabe. O clube em poucos anos se tornou quem mais investiu na Europa. Desde 2008, o Manchester City já gastou mais de 600 milhões de libras (R$ 1,68 bilhão) para construir um time repleto e estrelas.

Ao longo de quase quatro anos ao Citizens erraram, e muito. Contratações como os sul-americanos: Jô, Roque Santacruz, Sylvinho, Robinho não emplacaram. Outros grandes nomes chegaram e não se adaptaram a exemplo de: Adebayor, Tevez.

Após ressaca o sol brilhou com força em Manchester. Nomes como: Mica Richards, Yaya Touré, Nasri, David Silva, Aguero, Dzeko e Balotelli; Elevaram o City a outro patamar no futebol mundial.

Os petrodólares não são um problema, o dinheiro não dá em arvore, mas parece. Os resultados e taças no armário precisam chegar. O futebol demonstrado em campo é empolgante. Parece ser o ano do City com reforços pontuais o time esta tomando prumo.

Porém a galinha dos ovos de ouro não pode morrer. Exemplos existem aos bocados. Parma e Parmalat pareciam perdurar para o resto da vida, e hoje serve de exemplo que um clube não pode ficar a mercê de um investidor. No Brasil Palmeiras e Juventude sentiram a separação da grande multinacional Italiana. A fonte não pode secar.

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