Foram apenas dois jogos pela gauchão, mas Caio Junior já demonstra usar o estadual como um laboratório para então firmar o melhor Grêmio. Em 180 minutos jogados com o time principal Caio já usou quatro esquemas – 4-4-2 em duas linhas; 4-2-3-1; 4-4-2 losango; 3-5-2. Todos com a mesma filosofia de jogo, este ultimo partiu da criatividade do treinador, soube ler a partida e aplicar o que a equipe carecia.
A filosofia e estilo de jogo se mantêm independente do esquema adotado, Caio sempre enfatizou a importância da velocidade. Na estréia o time dominou, mas não faz gol. Para segunda partida o esquema adotado foi o 4-4-2 losango e as principais virtudes vistas na estréia foram perdidas. Imediatamente o treinador mudou e conseguiu sua primeira vitoria na competição e com bom desempenho.
O time sempre priorizou a posse de bola, girava até encontrar espaços. Laterais fazem passagens, meias se aproximam dos homens de ataque e um dos atacantes recuam para quebrar marcação e artiulcar. O time sempre jogando compactado e com linhas adiantadas, volantes sendo opções de passe, mas deixando espaço as suas costas.
Transição ofensiva é com passe curto, aproximação e passagem de um dos laterais. Atacando sempre com 5 homens. Defensivamente a transição dependia da velocidade de recomposição do lateral e volantes.
Em ambos os jogos a bola aérea comprometeu o jogo. Problema de 2011 volta com força.
4-4-2 em duas linhas
4-4-2 estilo inglês |
A primeira e mais esperada partida dos últimos anos, Kleber estreando e esquema que prometia ser uma revolução no futebol brasileiro, logo caiu por terra. O primeiro esquema foi o 4-4-2 em duas linhas que se assemelha ao Manchester City, com dois volantes bem centralizados com atribuições ofensivas - Fernando e Léo Gago organizam e concluem. Dois meias abertos pelos lados - Douglas sai da direita para o centro, onde organiza as jogadas, Marco Antonio faz parceria com lateral - e dois atacantes procurando espaço para as infiltrações. Ofensivamente com muitos homens, mas pouca penetração e finalização. Defensivamente o cobertor curto era evidente, quando atacava deixava a defesa exposta a contra-ataques.
4-2-3-1
4-2-3-1 não empolgou, pois além do cansaço físico lembrou o Grêmio de Celso Roth. |
No intervalo Caio logo mudou. Partiu para o 4-2-3-1, esquema utilizado por Celso Roth no ano passado. Dentre os esquemas adotados este foi que mais prejudicou a equipe, tratou-se de uma resposta defensiva ao adversário. O time não correspondeu, Leandro e Marco Antonio distanciaram ainda mais de Kléber e Douglas apagou do primeiro para o segundo tempo. Como o treinador havia citado o ritmo da equipe caiu, as pernas pesadas tornaram-se ainda mais. Equipe não conseguiu transformar superioridade numérica em gols, sofreu para criar situações e ainda sofreu gol em contra-ataque.
4-4-2 losango
Esquema adotado para equilibrar o time, e melhor acomodar os jogadores em suas respectivas funções. |
Segunda partida e terceiro esquema. 4-4-2 losango desta vez, semelhante ao de Renato Gaucho nos anos de 2010 e 2011. Caio havia citado que o tricolor perderia velocidade, mas priorizaria Marco Antonio e Douglas que enfim jogariam nas suas posições. Permitam-me o termo, mas o time foi broxante. O passe envolvente e Douglas – que jogou bem primeiro jogo – sumiram. Era sim outro Grêmio em campo, este priorizava a ligação direta e se acomodou com o resultado cedo. Quando e em raras exceções o time jogava como no primeiro jogo, com volantes apoiando e aproximando as linhas, compactação sem deixar espaços à equipe adversária. Fernando foi o primeiro volante e passador da equipe, por ele passavam os primeiros passes, por vezes centralizou de mais e ainda cadenciou quando era necessário acelerar. Esquema ainda variou para um torto 4-3-2-1 arvore de natal, usado na Itália, Kléber era quem recuava e alinhava-se a Douglas.
3-5-2
Inovador o 3-5-2 não era esperado, mas pode se tornar o esquema do ano. |
Novamente Caio Junior mudou a equipe no intervalo. Atitude que remete o treinador a assumir seus erros e logo tentar reverte-los. Adotado o 3-5-2 com entrada de Gabriel na ala direita. Outro time em campo, com a então velocidade prometida por Caio. Saída de bola era variada com laterais que logo aceleravam procurando Douglas ao centro. Zagueiros atuavam abertos e Saimon como libero. Léo Gago era volante com maior liberdade e Fernando mais preso a marcação, mas com liberdade de adiantar-se, compactar o time e pegar o rebote ofensivo. Esquema este que deu sobrevida a Douglas, Gabriel voltou a brilhar com jogadas individuais de linha de fundo e infiltrando na área. Julio Cesar manteve boa atuação. Curiosamente os dois alas estavam sempre apoiando e servindo de opção ao companheiro. Defensivamente o time se postou bem e não deixou os buracos de outros “carnavais”, zagueiros jogando adiantados e com Fernando a sua frente, um losango defensivo.