Inter no 4-2-3-1 empolgou e não fez mais porque faltou perna |
O Inter reencontrou o bom futebol de 2011 e o tão esperado time para 2012. Foram 45 minutos de gala, valeu pagar o preço salgado pelo ingresso. A equipe do Once Caldas não viu a cor da bola durante o primeiro tempo, colorado jogando em ritmo alucinante nos primeiros 45, mas sentiu as pernas pesadas no segundo tempo.
Se a estréia no gauchão deixou a desejar, na Libertadores deu um gostinho de time a ponto de bala – caso D’Ale fique. Já era esperada a queda física da primeira para segunda etapa e assim foi. O Inter entrou em campo para resolver o jogo em 25 minutos, conseguiu o placar mínimo e não levou gols. Agora é tudo em Manizales, altitude assusta, mas o colorado ganha mais semana para se preparar.
Dorival não abdica do 4-2-3-1. Desta vez empolgou devida atitude do time em campo. Jogadores entraram no espírito Libertadores e não deixaram a equipe adversária respirar. Equipe estudou o adversário e sempre atacava com cautela, nada de afobação, o Inter é um time que se adequou a jogar uma competição sul-americana.
Durante metade do primeiro tempo o time jogou adiantado e marcando até o tiro de meta. Damião, Dagoberto e D’Alessandro jogaram marcando saída de bola pressionando o adversário para forçá-lo ao chutão. Oscar era quem recuava para se alinhar com os dois volantes e ajudar na marcação.
Posicionamento defensivo quando time estava atacando se dava com dois zagueiros jogando em faixa intermediaria do campo. Indio jogava mais a frente para ser o primeiro a dar o bote. Rodrigo Moledo ficava na sobra, garantindo que nenhuma surpresa fosse acontecer. Um dos laterais guardava posição para o outro apoiar. Com Guiñazu guardando posição e Bolatti mais solto para ir a frente e ser elemento surpresa.
Posicionamento ofensivo era sempre com os quatro homens de frente: D’Alessandro organizando ao centro e flutuando para se aproximar dos wingers. Dagoberto e Oscar infiltrando e abrindo corredor para passagem dos laterais. Cruzamentos para área sempre encontrava Damião e pelo menos mais um meia que entrava na área. Porém o Inter preferiu tocar a bola e encontrar espaços as costas da defesa adversária. Meias se aproximavam para em passes curtos e tabelas envolventes. Movimentação dos meias confundiam marcação, pois não tinham posição fixa assim os lances fluíam no setor de criação. Lançamentos procuravam Damião para finalização.
Sem bola o time se postava agressivo na marcação. Compactado com linhas próximas para não deixar buracos entre setores de ataque-meio-defesa. Logo que a bola era perdida os jogadores de frente marcaram e cercaram para prejudicar a saída de bola. Caso conseguissem passar para segunda linha de meio campo, Oscar era solidário a marcação e ajudava a combater no meio campo. Zagueiros sempre cobriam o lateral apoiador, recomposição dos laterais era rápida, pois dificilmente os laterais iam à linha de fundo, mas estavam sempre presente na troca de passes. Guiñazu era um típico ladrão de bolas, surpreende o adversário antecipando o desarme.
Se o primeiro tempo foi primoroso o segundo deixou e muito a desejar. Fisicamente o time decaiu monstruosamente. As movimentações dos meias sumiram, o time se postou mais estático e jogando na ligação direta para os homens de ataque.
Com o Inter cansado em campo, o Once Caldas cresceu. Ainda no primeiro tempo Once mexeu e foi no 3-4-3 o time priorizou o ataque pelos flancos com Cuero e Pajoy. Os cruzamentos não levavam perigo algum, pois havia apenas um homem na área.
Dorival tentou dar mais fôlego a equipe com Marcos Aurélio no lugar de Dagoberto. Estréia do baixinho no Beira Rio, foi decadente. É um pecado, mas Marcos Aurélio errou tudo que tentou fazer, desde passes a dribles.
Para resumir o segundo tempo. O Inter cozinhou o jogo em banho Maria. Lembrou o velho Inter de uns tempos atrás que tocava a bola sem audácia alguma. A vagareza lembrou um elefante, saindo de trás o time era previsível. Mas tudo isto compreensível, pois a equipe deu todo gás no primeiro tempo.