Ser campeão da copinha é sinônimo de bons jogadores?

A resposta a pergunta do titulo é não! Ajuda, mas não é significa uma fornada de craques.

Ao assistir a Copa São Paulo de Futebol reparei que existe uma mescla de clubes com diferentes interesses. Primeiro que lembrou a Copa do Mundo da África, muita força física prevalecendo em clubes de alto escalão. Segundo que clubes surgem de um vazio inexistente, estes são os clubes de empresários, tem apenas como intuito colocar jogadores encostados para jogar e revender aos tops. Terceiro os poucos que privilegiam o bom futebol, a essência deste esporte. Lembro muito o Santos, geralmente não vence este tipo de competição, mas forma jogadores para equipe principal.

Alguns conceitos estão se invertendo. As categorias de base hoje estão servindo de laboratório para futuros treinadores. Eles não estão interessados em formar, mas sim em conquistar e alavancar uma carreira meteórica. Quem sai perdendo é o clube que precisa contratar jogadores a peso de ouro.

Nesta Copinha existe uma receita muito fácil de ser campeão, formar jogadores forte fisicamente. Um exemplo claro é o Corinthians, se não me engano o clube é octacampeão e não forma jogadores há tempos. Na equipe titular campeã brasileira de 2011 o único da base era Julio Cesar – foi campeão da Copa São Paulo em 2006.

Jogadores truculentos jogando contra franzinos é covardia, assim os grandões ganham os holofotes. Além de fechar portas ao futebol técnico, perdemos futuros craques, mas ganhamos grandes volantes “brucutus”.

“Em clube que não é sério quem escala time é empresário.” Frase que explica o futebol moderno de hoje. Ser empresário é sinônimo de “grana” no bolso, os valores nas negociações são estratosféricos. Empresário escala jogador, manda e desmanda e alguns treinadores se rendem a isto para não perder o cargo.

Com os clubes aumentando seu poder monetário tornou-se mais fácil contratar do que formar.

Quer ganhar copinha? Contrate um treinador cascudo. Quer formar jogadores? Faça um planejamento e contrate bons profissionais. Hoje os melhores estão nos times principais, o que sobre fica nas categorias de base. É um descaso com o futuro do futebol. Convenhamos que armar um time com jogadores “prontos” é mais fácil do que lapidar jovens atletas.

É comum saber de historias no futebol em que jogadores com “cunha” tenham privilégios em clubes. Nas categorias de base este assunto se acentua ainda mais. “Já vi menino que joga muita bola não ficar pra dar lugar pra alguém que tem conhecido ali dentro.” É frase constante nos corredores. Isso é a total falta de uma política de planejamento continuo. Sai gestão entra gestão tudo muda na base.

Não sou hipócrita de dizer que não existem clubes sérios, eles existem, mas hoje parecem estar em desvantagem. É por essas e outras que as discussões sobre o futebol de hoje e o passado sempre geram conflitos. Formar bons jogadores nas décadas passadas era normal, também não contávamos com o mercado europeu insaciável.

É um sonho, mas o Barcelona esta ai para encher os olhos. Praticamente o time principal é formado por jogadores das “canteras” e o clube espanhol não para de empilhar títulos. Não precisamos ir além mar, o Santos é um exemplo de como formar jogadores acima da média.

Esta entressafra que estamos vivendo, abstinência de craques, se deve ao descaso dos clubes. Antigamente o jargão “craque se faz em casa” era habitual, hoje não é bem assim.

É preciso repensar o futebol brasileiro. Trazer à tona o conceito do futebol moleque e alegre. Nossa escola é jogada, com jogadores de qualidade. Não devemos nos esquecer quem somos nem de onde viemos. 



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