O Brasil na Libertadores

A maior competição das Américas esta para começar, ou melhor, já começou com a "pré" Libertadores. A confiança em terra tupiniquim é imensa, cada clube se reforçou como pode. Novamente somos tratados com favoritismo, resta provar se somos merecedores desta alcunha. Santos, Inter, Flamengo, Fluminense, Vasco e Corinthians estão no páreo, que vença o melhor.

Farei um breve resumo dos times brasileiros que estão na competição.

Santos


Atual campeão da libertadores deve manter esquema e time base de 2011. O alvinegro praiano não teve grandes reforços. Com a saída de Danilo, chegou Fucile. Se espera deste Santos que não dependa tanto de Neymar quando em 2011. O time jogara para cima do rival, resta saber se saberá defender.

Muricy vem mantendo o 4-4-2 em losango com variação para o 4-2-3-1 – Elano se adianta, Neymar recua, assim se forma uma linha de três no meio com Ganso centralizado. O toque de bola e velocidade do time deve ser a arma principal. Ganso na criação, Elano auxiliando na defesa e ataque, Borges fazendo pivô – espera-se que continue a ser o goleador que é – e por final, mas não menos importante, Neymar, o craque do Santos, dispensa comentários.  Sem bola o time conta com um tripé defensivo frente a linha de quatro defensores. Um dos maiores problemas é que Ganso consiga interagir com a equipe. Ainda há desconfiança na lateral esquerda com Léo.

TIME-BASE: Rafael, Fucile, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Henrique, Elano e Ganso; Neymar e Borges.

Internacional


Com reforços pontuais o Inter entra forte na Libertadores. O time mantém base de 2011 e finalmente com meio campo definido, Dagoberto chegou para fechar a lacuna deixada por Zé Roberto. Neste incio de temporada as pernas pesaram, mas a qualidade falou mais alto quando foi necessário.

Dorival segue com 4-2-3-1 com wingers agressivos, se aproximam de Damião e abrem corredor para passagem do lateral. D’Alessandro ficou e é peça fundamental na engrenagem colorada. Entre os três meias, Oscar é mais solidário e volta para recompor. A qualidade na troca de passes é essencial para o bem andar da carruagem. Guiñazu é o motorzinho da equipe, pode fazer a primeira e segunda função do meio campo, Bolatti seu companheiro necessita mostrar futebol. Kléber é a válvula de escape do time, dobradinha com Dagoberto é essencial. Maior “problema” é a defesa, carece de reforço.

TIME-BASE: Muriel; Nei, Índio, Rodrigo Moledo e Kléber; Guiñazu, Bolatti, Oscar, D'Alessandro, Dagoberto; Leandro Damião.

Flamengo


O maior enigma entre os brasileiros. Flamengo demitiu Luxemburgo e contratou Papai Joel. Nesta Libertadores o rubro negro entra como desacreditado. Reforços cairiam bem na zaga, mas o prazo de inscrição está se passando e por final Alex Silva pode pintar no Inter. Aparentemente só Joel pode salvar o Fla de um fracasso na Liberta.

Ainda não se sabe como o time jogara e qual sistema será utilizado por Joel, mas especula-se que o 3-5-2 deve ser a bola da vez. Seu histórico utilizando este esquema é longo, se optar, Joel deve liberar os alas e se aproveitar da qualidade que possuem. Com Ronaldinho e Vagner Love ataque parece ter solução. Mas a defesa é que preocupa – Welinton, David Braz não passam confiança e Marcos Gonzalez não estreou.

TIME-BASE: Felipe; Welinton, Airton, M.Gonzalez; Léo Moura, Willians, L. Antonio, Renato, Jr. Cesar; Ronaldinho e V.Love . 

Fluminense


O time das laranjeiras promete, se reforçou bem e parece encaminhar o inédito titulo. Abel Braga já conhece o caminho das pedras, deve armar um time ofensivo e com qualidade. O maior problema é achar espaço para tantos craques, no banco sobram opções. Creio que se todos auxiliarem na defesa o Flu pode bater de frente com qualquer um.

Para escalar os melhores Abel deve optar pelo 4-2-3-1. Velocidade na saída de bola e qualidade no troca de passes será a cara do time. Deco na criação, Wagner e Thiago Neves como wingers e na frente o “matador” FRED. As laterais devem continuar sendo o ponto forte com Bruno e Carlinhos. Meio campo pode ser ainda mais ofensivo com Edinho e Deco como volantes, Thiago Neves na armação, Rafael Sóbis como winger na esquerda e Wagner na direita. Com este meio de campo estrelar, Abel deve escalar Edinho à frente da zaga, até por fazer variação para um esquema com três zagueiros.  Maior preocupação é com o goleiro Diego Cavalleri que não passa confiança.

TIME-BASE: Diego Cavalieri, Bruno, Anderson (Gum), Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Diguinho, Wagner, Deco e Thiago Neves; Fred.

Vasco


Mesmo sem muitos reforços o time da colina chega forte. Cristovão manteve e aprimorou a equipe. Vasco se tornou um time móvel, dinâmico e com muitas variações em meio às partidas. O Vasco é um dos times menos badalados entre os brasileiros, mas a maneira de jogar impressiona. Um dos pontos fortes é o entrosamento, pois cada um já sabe onde o colega irá estar.

O time varia entre 4-4-2 ortodoxo defendendo e 4-3-3 atacando, mas as variações não param por ai, ainda pode-se notar um 4-4-2 em losango e 4-2-3-1, quando com bola. Diego Souza e Eder Luís são os elos principais do ataque, deles depende a movimentação e recomposição do meio campo. O Vasco de Cristovão serve de exemplo para os demais clubes, pois abriu os olhos para o futebol moderno. A preocupação fica em torno da vitalidade de Felipe e Juninho, a pergunta que não quer calar, eles podem jogar juntos? Rodolfo e Thiago Feltri precisam provar que merecem titularidade. Vasco não pode ficar a mercê de Fágner na lateral direita.

TIME-BASE: Prass; Fágner, Dedé, Rodolfo e Feltri; Rômulo,F.Bastos, Juninho (Felipe); Eder Luís(Bernardo), Alecsandro e Diego Souza. 

Corinthians


O timão nunca conquistou a Libertadores, mas neste ano o Coringão entra forte na briga pelo titulo. Tite mantém a base do time de 2011 e ainda conta com acréscimo de Douglas no meio campo. Equilíbrio pode ser a palavra chave entre vitória e derrota, basta Tite pôr na cabeça dos jogadores que o bem do time é maior e melhor que individualidades.

Esquema utilizado pode ser uma espécie de 4-2-3-1, mas que lembra o 4-2-2-2, pois os meias Douglas e Alex devem revezar na articulação. Tite não conta com grandes reforços, muito menos estrelas - à não ser Adriano -, mas aposta no coletivo. Mesmo tendo seis homens com característica defensiva, todos terão de marcar e se “sacrificar” pelo time. A movimentação dos homens de frente será essencial, não só ofensivamente, mas também defendendo.

TIME-BASE: Júlio César, Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Danilo (Douglas) (Jorge Henrique); Emerson e Liédson.

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5 Responses to O Brasil na Libertadores

  1. Anônimo says:

    Desculpem a má Português. Eu sou Inglês. Um monte de clubes brasileiros estão jogando com um meia-atacante mais à esquerda, por exemplo Ronaldinho no Flamengo, Diego Souza no Vasco, Neymar no Santos. É este para tirar vantagem do espaço criado por laterais avançar enquanto não ao mesmo tempo desequilibrando-se defensivamente? Ou é o número 10 retornando às suas origens como uma posição dentro de esquerda?

  2. Edu says:

    Ronaldinho criou raízes no flanco esquerdo, da esquerda ele parte para o centro, com o desgaste físico se tornou atacante. Neymar é genial, tem preferencia pela esquerda, pois pode infiltrar. Diego Souza é multi funcional, joga na esquerda, centro, direita, pode ser winger ou regista.

    Acredito que são adaptações aos esquemas - considerando que Neymar é atacante nato. Interessante que eles jogam no espaço entre lateral e zagueiro. O aproveitamento dele nos lados do campo se tornou superior e com auxilio dos laterais confundem a marcação.

    Vasco atua no 4-3-2-1 com Juninho ou Felipe na criação. Santos no 4-4-2 losango com Ganso camisa 10. Flamengo de 2011 jogava no 4-3-2-1/4-2-3-1 com Ronaldinho e Thiago Neves nos flancos. Acredito que os clubes brasileiros estão descentralizando o jogo, redescobrindo os flancos, até porque o 4-2-2-2 está em desuso no Brasil.

  3. Edu says:

    Só falta estes jogadores cercarem a saída de bola adversária. Alguns utilizam um lateral base, e colocam um meio de campo aberto. Acredito que os treinadores abriram os olhos vendo que o jogo flui pelos flancos, colocam um regista centralizado e dois jogadores com boa capacidade de finta nos lados.

  4. Anônimo says:

    Obrigado pela explicação. Eu só achei estranho que muitas vezes não era um jogador equivalente à direita.

    Você vai cobrir Carrasco do Atlético-PR em breve?

  5. Edu says:

    Na direita vimos Thiago Neves no Fla em 2011, Eder Luis e Bernardo no Vasco. Preferencialmente jogadores com pés trocados - destro jogando na esquerda e vice versa. Falcão tentou usar D'Alessandro no Inter ainda em 2011, utilizando como winger na direita.

    Pretendo saber mais do Atlético-PR. Tenho curiosidade para ver como ficou após queda para série B, mas assistir aos jogos se tornou empecilho.

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