Clássico é clássico e vice versa, já diria nosso saudoso Jardel. Este não era um dos GRENAIS mais esperados do ano ou que valiam algo, muito pelo contrario. O Inter entrou com o que se pode dizer expresso – time reserva. Quem “perdeu” neste jogo foi o tricolor, pois jogou contra o rival com time reserva. O Grêmio viveu um paradigma. Caso vencesse não seria mais do que sua obrigação. Se perdesse era o fim do mundo, com o empate fica a desconfiança de que Caio consiga classificar o tricolor.
GRENAL dos Juniors. Por parte tricolor, Caio, mudou o esquema. Dorival não manteve esquema base do time principal.
Resultado foi justo. Grêmio superior no primeiro tempo teve chances para decidir o jogo, ma não às fez. Inter melhorou no segundo tempo, equilibrou a partida e conseguiu encaixar marcação sobre o Grêmio.
Caio Junior novamente mudou desta vez o 4-4-2 em losango foi o utilizado. Esquema ofensivo com dois meias nas laterais do losango. Dorival também optou pelo 4-4-2 em losango, as engrenagens demoraram a entrar no ritmo do jogo, após alguns ajustes o time se encontrou.
Os losangos espelhados se bateram de frente. Fernando x João Paulo; Josimar x Leandro; Sandro Silva x Marquinhos; e Marco Antonio x Dátolo. Losango tricolor foi mais ofensivo e comparado com o pioneiro losango italiano. Já o Inter apostou em um losango com variação ao 4-3-1-2.
Com posse de bola o Grêmio a preservava e optava por girá-la em campo ate encontrar espaço para atacar, passes curtos e inversões de jogo. Marquinhos era quem organizava os movimentos ofensivos e a transição tricolor, recuava e situava-se ao lado de Fernando. Lembrou Rochemback com Renato, era organizador mais recuado. Marco Antônio ficava mais liberado a avançava pelo corredor direito de meio campo. Leandro “tentava” ser ponta-de-lança – vértice mais adiantado do losango - ,mas não conseguiu ser nada em campo, procurava os flancos e não articulou.
Preferencialmente jogando pelo lado esquerdo com Julio Cesar e auxilio e Kleber que recuava. Mario Fernandes basculava empurrando zagueiros para Naldo fazer cobertura. Sempre que um lateral apoiava o outro guardava posição.
Zagueiros de Grêmio e Inter eram quem cobriam os laterais. Grêmio melhor atacando com quatro ou cinco à frente e volantes adiantando linha para pegar rebote e não deixar buracos. Inter atacando com cautela para não dar chance ao contra-ataque.
Inter em campo estava perdido. Não possuía articulador, tão pouca organização. Troca de passes era na ligação direta para homens de frente. Tudo dificultava ainda mais com o Grêmio forçar a saída com os defensores – Elton, Boliar, Jackson e Fabrício. Bola chegava a Datolo, João Paulo, Gilberto e Jô tendo que decidirem na individualidade. Cruzamentos era constantes, perante a fama da zaga tricolor vazar. A falta de tabelas entre meio campo e ataque, triangulação e passagem dos homens de trás tornou o Inter previsível e facilmente bloqueado.
Curiosamente o Inter preferiu atacar com Elton – improvisado na direita – do que com Fabrício. Talvez se explique por Gilberto procurar muito o flanco direito. Quando atacou no lado esquerdo com Fabrício e Datolo, o colorado levou perigo ao gol tricolor. Os ataques eram com cautela e sempre se prevenindo de futuros ataques.
Transição ofensiva tricolor era com Kleber recuando e se alinhando a Leandro – esquema 4-3-2-1 – para quebrar marcação, Marco Antonio avançava e Marquinhos se alinhava a Fernando. Por falta de opções de passe a ligação direta para Marcelo Moreno era uma opção.
Gol do Inter de Datolo aos 21 minutos. Bola chutada na entrada da área desviou em dois jogadores e tirando as chances de Victor. Lembrando que só faz gol quem chuta.
No Grêmio, Julio Cesar sentiu lesão e deu lugar a Bruno Collaço, lado esquerdo perdeu qualidade e freou os ataques com bola no chão e começando aos lançamentos longos a Marcelo Moreno.
O tricolor chegou ao empate sete minutos após com Marquinhos em cobrança de falta. Aos 31 Marcelo Moreno virou o jogo em cobrança de pênalti.
Aos 44 minutos Mario Fernandes sentiu o ombro e teve de sair, Gabriel entrou.
Segundo tempo
Surpresa! Dorival foi expulso ao voltar para casa-mata. Os times continuaram os mesmos para a segunda etapa, mas com atitudes completamente diferentes. O Inter soube se colocar melhor em campo, e ajustar marcação no tricolor. O Grêmio por sua vez piorou em campo, o cansaço e as suscetíveis tentativas de ligações diretas atrapalharam as pretensões tricolores.
Movimentação colorada surpreendeu neste segundo tempo. Datolo, João Paulo e Gilberto – flutuando pelos flancos do ataque – assumiram a partida e colocavam a bola no chão. Datolo enquanto esteve em campo tentou organizar e centralizar as jogadas.
Para equilibrar a partida, Caio Jr. mudou seu esquema. Abdicou do 4-4-2 losango “torto” – pois Leandro não ficava ao centro, muito menos organizava – para o 4-3-3. Assim Leandro e Kléber ficavam alinhados, jogando pelos flancos e se aproximando a Marcelo Moreno. Sistema este que anulou o lado esquerdo colorado, passou a se preocupar em marcar.
O ponto forte do Grêmio nas ultimas partidas ficou prejudicado com as saídas de Mario e Julio Cesar. Collaço e Gabriel não deram resposta imediata. Caio Junior ficou de mãos atadas tendo apenas uma substituição para o segundo tempo.
O Inter mudou aos 22 minutos com Fred, Fransergio e Mike no lugar de Gilberto, Datolo e João Paulo extenuados. Esquema que com Datolo já se parecia com 4-2-3-1 agora tomou forma. Fransergio centralizou, Fred abriu no flanco.
Mudanças surtiram efeito. O Inter acelerou o jogo com time mais leve nos flancos. Aos 30 minutos em cobrança de escanteio, Bolivar empatou a partida. Novamente a bola aérea defensiva tricolor “vazando”.
Caio mudou fortalecendo o sistema defensivo. Colocou Gilberto Silva no lugar do extenuado Marquinhos. Com mudança, Fernando foi adiantado para direita jogando ao lado de Marco Antonio.