Mano lembra Dunga - Hibrido 4-2-3-1/4-3-1-2

Não existe mais bobo no futebol. O chavão esta ficando chato durante as transmissões. O futebol globalizou e todos sabem como jogar ou como jogam seus adversários. Se o futebol globalizou, porque o Brasil parece decair? Acredito que a resposta para o enigma esta no tempo de preparação, Mano sofre com os curtos treinos a sua disposição.

Brasil e Bósnia, amistoso da seleção brasileira não empolga a ninguém, a não ser empresários que tem a chance de “mostrar” seus jogadores ao mundo. A partida se encaminhava para um merecido empate, mas no final o Brasil teve a seu favor um gol contra. Não acredito que posse de bola seja sinônimo de dominar o adversário, jogar ofensivamente e encher os olhos de críticos. A posse de bola possui muitas derivações, infelizmente neste jogo o Brasil teve a maior posse de bola defensiva, em campo alto, mas sem causar holocaustos no adversário.

Porque Mano Menezes lembra Dunga? Simples. Ambos são gaúchos, não quer dizer nada. Jogam no 4-2-3-1 com variação para o 4-3-1-2 e inexplicavelmente o lado direito é o que sofre alteração. E ainda tem nas suas escolhas alguns jogadores questionados e se realmente merecem convocação.

Setas amarelas: Movimentos defensivos. Setas pretas: Movimentos ofensivos

Vamos aos fatos. Mano não conseguiu romper a cortina de ferro Bósnia, marcou os gols, mas ficou devendo e muito em desempenho. Colocar Ronaldinho como articulador não vem demonstrando resultado. Hernanes como coringa nesta variação de esquema pode dar certo. David Luiz não fez bela partida, contribuiu para o gol Bósnio e sofreu ao marcar Dzeko.

Neymar poderia estar mais solto. No inicio da partida se movimentou, apareceu na direita e esquerda. Com o passar do tempo a seleção foi ficando estática e previsível em seus movimentos. O jogo coletivo não fluiu, as únicas jogadas de perigo aconteciam em lances individuais.

Com um paredão vestido de branco frente à área defensiva, o Brasil se limitou a tocar bola na linha que separa o campo. A valorização da posse da bola estava clara, mas aparentemente controlada pelo adversário, a Bósnia deixava o Brasil trocar passes e no menor erro se colocava em contra-ataque. Geralmente os dois atacantes Bósnios ficavam no mano a mano com os zagueiros brasileiros, graças aos volantes adiantados para o rebote ofensivo que não traziam consigo a dupla de zaga. Outra dificuldade brasileira era em relação aos laterais guardarem posição, isto pouco se viu.

Saída de bola era com a dupla de volantes, logo eram travados pelo “paredão” Bósnio. Hernanes fazia o corredor pela direita, por ali traçou um trilho em que ia, voltava, infiltrava no meio e foi elemento chave na variação de esquema. Dani Alves e Marcelo pouco foram à linha de fundo, acredito que por ordem do treinador, pois com apenas Damião na referencia as chances seriam quase nulas.

A seleção careceu de um meia de criação. Foi complicado ver Ganso no banco e Ronaldinho "em campo". Outra atitude discutível foi ver David Luiz com sérias dificuldades frente ao ataque Bósnio e Mano não inverter os zagueiros, já que Thiago Silva joga na esquerdo pelo Milan.

A defesa comprometeu. Thiago Silva foi o anjo da guarda de David Luiz, este que penou com Dzeko e deu espaço aos atacantes. Os contra-ataques eram perigosos e o buraco deixado pelos volantes sobrecarregava os zagueiros. Para completar Julio Cesar não estava em tarde inspirada.

O maior problema era o que fazer com bola nos pés, faltou criatividade, movimentação e tudo que consideramos essencial no futebol. A transição defensiva causou problemas, em certos momentos a Bósnia tinha mais chances de gol que o Brasil.

Lado esquerdo do Brasil era mais “espetado” em relação ao direito. Sem bola a configuração deste 4-3-1-2 se dava com: linha defensiva de quatro jogadores; tripé de volantes frente a eles (Sandro na primeira função, Fernandinho e Hernanes nos lados) e Ronaldinho na "ligação"; Neymar alinhando a Leandro Damião. A marcação meia-pressão se dava pelos homens de frente tentarem logo recuperar a posse de bola, Neymar e Leandro Damião conseguiram e levaram perigo ao gol adversário.

Desta vez, ou, novamente, o resultado foi melhor que a exibição brasileira. Não que a Bósnia foi superior, mas souberam anular o Brasil em suas duas linhas de quatro. O segundo gol foi infelicidade Bósnia. Mano que tome jeito, se Ricardo Teixeira cair, Mano poderá tomar mesmo rumo.

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