Análise tática – Once Caldas x Internacional, empate com gosto de vitória.

Comunico a todos que o Internacional de Porto Alegre esta na fase de grupos da Libertadores. O time de Dorival Jr. Passou pelo Once Caldas, com méritos, não diria sobras, mas merecia vencer os colombianos. A partida teve todos os temperos de uma Libertadores, desde a esperada altitude a lances polêmicos no inicio da partida.

Dorival Junior armou a equipe sem Dagoberto, que sentiu e foi poupado. Nei era outra duvida, mas foi no sacrifício para o jogo. Com entrada de Tinga no meio o esquema se manteve no 4-2-3-1. A ousadia de Dorival independe de onde o time joga se mantém.

Once Caldas foi um time agressivo, jogou no 4-2-3-1 com velocidade e sempre apostando na bola aérea – apesar de não ser seu forte. Jogando em casa o time naturalmente se impôs ao Inter. Surpreendido com um pênalti ao seu favor no inicio do jogo o time não soube se aproveitar da momentânea vantagem.


Curiosamente o lance do primeiro gol colombiano veio em bola aérea – que insisto em dizer, não é o ponto forte da equipe. Pênalti discutível, gol convertido por Nuñes. Após cometer o pênalti, Nei ficou receoso ao disputar uma bola, prejudicando no segundo gol colombiano.

Once caldas que marcava a saída de bola colorada, mas deixava buracos entre as linhas de ataque-meio-defesa, sempre bem explorados pelo ataque colorado. A compactação e linhas adiantadas não eram bem executadas graças a uma dupla de zagueiros: Acosta e Amaya, perdidos em campo. Em um destes lançamentos que saiu o pênalti em favor do Inter. Oscar derrubado na área, D’Ale guardou e tudo igual no placar.

Oscar e Tinga aproximavam de Damião e ainda fechavam os flancos para impedir o apoio dos laterais. Tinga anulou o lateral Ramos que pouco fez no primeiro tempo. Ofensivamente o Inter pouco atuou com posse de bola e troca de passes devido à marcação adversária, mas obteve sucesso no contra-ataque e passes as costas dos defensores.

Indio e Moledo foram os dois zagueiros, Indio fez boa partida, não aparenta idade avançada. Moledo era o zagueiro da sobra. Nei o lateral que se mantinha mais preso a marcação, pois Cassierra e Del Valle apoiavam e o atordoavam. Kleber solto deu qualidade ao meio campo quando apoiou. 

A dupla de volantes tinha Guiñazu em noite inspirada marcando como "el perro loco", Bolatti não foi genial, mas cumpriu sua função, ambos procuraram o apoio alternadamente. Trio de meio campo foi essencial para partida. Tinga cumpriu função de Dagoberto, mas com suas características. D'Alessandro foi capitão e maestro da sua sinfonia, atuou ao centro flutuando e procurando os demais meias. Oscar foi incisivo quando precisava, e solicito na marcação. 

Damião não estava em noite inspirada, mas precisa estar em campo para ser homem da referencia e causar penico nos adversários.

Substituição inesperada no Once. Saiu Alvarez entrou Del Valle. Time ainda mais incisivo e com maior poder ofensivo.

Após substituição Del Valle e Pajoy passaram a ser os wingers. Nuñes passou a ser meia central. Na referencia Beltran. Os cruzamentos sempre inofensivos se explicam pelo fato de wingers na entrarem na área e Beltran ser facilmente marcado por Indio e Moledo, ou lateral que bascula.

Del Valle e Pajoy infiltravam procurando o centro para tabelas com os meias oriundos de trás e abriam corredor para os laterais – preferencialmente com Cassierra. Quando atacava as passagens e aproximações eram constantes com Gonzales que vinha de trás e se somava a Nuñes. No setor defensivo, Rivas era quem aprofundava entre os zagueiros que contava ainda com um lateral.


A transição era sempre com Cassierra na lateral esquerda ou Gonzalés, que aceleravam o jogo para os wingers. O bom toque de bola se transformava em cruzamentos mal sucedidos.

Quando atacado e em posicionamento defensivo Pajoy era quem ficava mais próxima a Beltran para puxar os contra-ataques, enquanto Nuñes e Del Valle eram mais solidários a marcação e auxiliavam na recomposição do meio campo. Lateral que guardava posição basculava no sentido que o time era atacado para ser homem da sobra.

Após alguns sustos o Inter melhorou na partida e apostou no toque refinado. Bela jogada tramada entre Oscar e D’Alessandro, resultou em gol do improvisado Tinga. A exemplo do Once, Inter não conseguiu se manter em vantagem na partida e logo cedeu o empate.

Em troca de passes dos meias do Once, Gonzales foi quem empatou a partida. Em rápida resposta o Inter cresceu na partida e só na guardou com Oscar por um triz. A partida se mantinha equilibrada e ele, novamente Oscar, perdeu chance de frente para o crime.

Ofensivamente o Inter se posicionava com os quatro homens de frente, um lateral que não procurava a linha de fundo e surpreendentemente Guiñazu, o argentino chegou a arriscar um chute de longa distancia, mas o goleiro Martinez defendeu. Era um revezamento no apoio, ora Guina, ora Bolatti. Guardando posição ficava um dos volantes e laterais para se somar aos zagueiros.

Transição colorado era sempre nos pés de D’Alessandro, este que organizava e regia os movimentos ofensivos. Aproximação com Tinga era habitual e sempre envolvente. Oscar acelerava o jogo e procurava vitoria pessoal contra seu marcador.

O Once Caldas atacava sempre buscando jogadas em velocidade, e chutes de longa e media distancia. Preferencialmente jogando pela esquerda de ataque para explorar Nei que já tinha cartão amarelo. Com pouco sucesso este foi uma arma não adotada no segundo tempo.

Segundo Tempo


O Inter voltou para o segundo tempo apostando na posse de bola para frear o time colombiano. Já o Once, marcava alta e liberou os dois laterais para apoio. Posicionamento defensivo era um 4-1-4-1 pouco interessado na marcação com apenas os quatro defensores e Rivas a sua frente.

Transição se dava com laterais que logo aceleravam o jogo procurando wingers. O esquema se tornava quase um 4-3-3 em certos momentos, pois a passagem dos laterais “empurrava” os wingers área adentro.

Substiuição. Saiu Beltran, entrou Reinoso. Esquema se manteve. Logo após saiu Cassierra para entrada de Cuero.

No Inter o cansaço chegava e não tinha como manter o mesmo time. Com intuito de parar e segurar os colombianos, Dorival, pôs em campo Elton no lugar do exausto Tinga. Esquema passou a ser o 4-3-2-1 – arvore de natal – com Elton ao centro, Guiñazu a esquerda e Bolatti mais solto na direita. Quando Inter atacava, Guiñazu e Bolatti faziam cobertura dos laterais.

Ficou ainda mais nítido que a principal arma colorada era o contra-ataque, apostando no nervosismo do adversário. Com no mínimo cinco chances em contragolpes, o Inter só não saiu com vitoria por não acerar o alvo. Oscar, Damião e D’Alessandro perderam gols que naturalmente não perder e não podem perder em Libertadores. Mais tardar Dagoberto perdeu lance incrível.

Desorganizado e também cansado o Once se perdeu em campo. A organização de seus ataques não existiam, os buracos para contra-ataques se tornavam ainda maiores e os cruzamentos – leia-se balões para área – não encontravam ninguém.

O Inter mostrou saber jogar a Libertadores. Quando precisou rifar a bola, a fez, cadenciou com os três meias e ainda empilhou chances com seus homens de frente.

No fim a festa foi colorada

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