Clássico é clássico, e vice-versa, já diria Jardel. Mas não a como negar que as casas de apostas estavam apontando o Inter como franco favorito. Atual fase tricolor não empolgava a direção, torcida e críticos, tanto é que Caio foi demitido na segundo feira, dois dias antes que o GRENAL, atitude temerária para muitos. O Inter jogando em casa, time encaixado em pleno vapor, ou, voando baixo.
O publico presente no estádio Beira Rio não resumiu o que foi o jogo. 15 mil espectadores, mas o futebol demonstrado com bola rolando era para casa cheia. Desta vez times completos, os chamados titulares.
Dorival Junior alterou o esquema do time. Em certos momentos da partida o time se postava no habitual 4-2-3-1, mas ao perceber que estava perdendo o meio campo, Dorival espelhou o losango do Grêmio. Acredito que esta variação acontecia em relação ao Grêmio jogar com Kleber e Julio Cesar sobre Elton. Com o losango no meio, Oscar auxiliava a marcação.
Roger não mudou o desenho tático do time, mas era outro Grêmio em campo. Neste 4-4-2 losango todos marcaram e todos auxiliaram no ataque, diferentemente de outras partidas. O ritmo tricolor foi durante toda partida, não achava que o jogo já estava ganho. Roger ganhou anulando o meio de campo colorado, D’Ale, Oscar e Dagoberto pouco jogaram.
A vitoria tricolor passe por todos os setores. Defesa não deu espaço para Leandro Damião e Dagoberto – quando o esquema era o losango – a não ser pelo gol. Meio de campo tricolor marcou como nunca, o tripé de volantes encaixou nos meias e compareceu a frente. Kleber chamou a responsabilidade, fazia jogada de pivô e esperava os jogadores viram de trás. Moreno não foi genial, mas chamou a marcação para si. Alias, Kléber de intensa movimentação e confundindo marcação.
O Inter por sua vez não conseguiu jogar, muito em conta do Gremio ter volantes que marcam, mas que jogam e não estavam sendo marcados. O jogo para o colorado se tornou tão irreconhecível que seu gol foi em jogada de contra-ataque se aproveitando do erro de passe de Fernando. Este um Inter diferente do que conhecíamos.
O embate de losangos se dava por: Fernando x D’Alessandro; Léo Gago x Oscar; Souza x Bolatti; Marco Antônio x Sandro Silva. Neste losango colorado ainda teve uma mudança entre Sandro Silva e Bolatti, pois Sandro estava sendo envolvido por Kleber e Julio Cesar e pouco auxiliava a Elton.
Um losango sobre o outro no Beira-Rio (Foto: Eduardo Cecconi/Globoesporte.com) |
Não chegou a ser marcação individual, foi mais por posição de D’Alessandro, mas Fernando grudou no gringo. Com D’Alessandro sumido em campo o Inter pressionado tentava a ligação direta para Leandro Damião. Léo Gago marcou Oscar de perto, não deixou o garoto respirar e no embate de losangos Gago se superou. Souza foi o volante do tripé mais liberado pela direita.
Já citei da marcação tricolor? Para completar. Roger conseguiu fazer com que os jogadores de ataque marcassem logo que perdessem a bola. Kleber e Marcelo Moreno cercavam e marcavam o adversário até Marco Antonio auxiliou. Os volantes marcavam e os laterais jogavam, Gabriel e Julio Cesar foram figuras presentes no setor de ataque, essenciais.
Creio que Roger conseguiu fazer o que Caio tentou, marcação adiantada ainda no campo do adversário. Os volantes jogaram adiantados para pegar o rebote ofensivo. Exemplo? Gol colorado. Fernando errou e na sobra estavam apenas Gilberto Silva e Naldo.
O Inter no 4-2-3-1 atuava com Dagoberto aberto na esquerda, D’Alessandro ao centro e Oscar na direita. Acredito que a variação entre 4-2-3-1/losango se dava a maneira do Grêmio jogar, a fragilidade defensiva de Elton foi essencial a mudança.
Flagrante tático, Inter no 4-2-3-1. (Foto: Eduardo Cecconi/Globoesporte.com) |
Segundo Tempo
Após primeiro tempo magistral o Grêmio se manteve superior. O ataque pelo lado direito de defesa colorada se mantinha. Kléber seguiu atordoando e em bela tabela com Marco Antônio o gol tricolor saiu. Deve se ressaltar o merengue, passe açucarado de Marco Antônio para Kléber marcar o seu.
Dorival seguiu com as variações, ora no 4-2-3-1, ora no 4-4-2 losango. Esta variação para o losango tinha de intuito espelhar o esquema tricolor e tentar emparelhar o meio campo. Dorival não contava que os volantes do Grêmio jogassem. Com a presença dos atacantes, Marco Antônio, laterais e ainda um volante o sistema defensivo colorado ficou sobrecarregado.
Oscar não foi figurante marcante no GRENAL, mas nestas variações foi essencial. Só não conseguiu cobrir o ponto cego de Elton, Bolatti e Moledo.
Mudanças. No Inter saíram Sandro Silva e Dagoberto, entraram João Paulo e Jô. O 4-2-3-1 se manteve, mas com Oscar ao lado de Bolatti e Jô como winger na direita, trocando com João Paulo. Este trio ofensivo de meias não mantinha posição fixa, um pouco perdida, ora se via D’Ale nas pontas e João Paulo ao centro.
O Grêmio mudou com saídas de Souza e Kléber, extenuados. Entraram Vilson e André Lima. O losango se manteve no meio, Vilson reforçou a marcação e André Lima tentava ser o que Kléber magistralmente foi, sem sucesso.
Ainda aconteceram outras mudanças. Bruno Collaço entrou no lugar de Julio Cesar. Josimar entrou no lugar de Elton, assim Oscar passou a ser lateral direito. O placar de 2x1 se manteve graças a Victor que fez dois milagres e posse de bola ofensiva tricolor.