Análise tática – Grêmio vence, mas não convence

Partida nesta quinta-feira não foi digna para torcedores presentes no estádio Olímpico. Jogo lento em que o São Luiz de Ijuí apenas defendeu, o empate era dado como vitória. Tricolor conquistou três pontos sem sinais de evolução, aliás, aparentemente o time vem sem mantendo ou decaindo. Placar mínimo garantiu os três pontos para o Grêmio, em bela jogada Kléber guardou.

Antes de qualquer coisa devo esclarecer que Caio Junior ainda está à procura do time ideal. Atitude normal para um recém chegado e com novas idéias. Nas existe data para a “estréia”, mas Paulo Paixão declarou que a equipe entra nos eixos a partir do dia 18 de fevereiro. Enfatizo em dizer que gaúchão é laboratório para definir o time base para o restante do ano.

Caio Jr. voltou ao 4-4-2 em duas linhas, esquema não habitual ao futebol brasileiro, pois os meias jogaram abertos. Marquinhos improvisado como volante tentava dar melhor saída e bola e pegar o rebote ofensivo para finalizar e passar. Este esquema descentraliza a organização e criação da partida, o jogo fica a mercê dos jogadores de flanco.

Não se pode dizer que mudanças foram notáveis, pois o sistema defensivo foi pouco exigido.

Transição defensiva ficou clara para que homens da frente logo que percam a posse de bola marcavam a saída de bola, dificultando o passe adversário. Devido a pouca exigência do adversário não se pode notar os famosos “buracos” entre as linhas. Dois meias abertos nos flancos tinham como instrução fechar espaços dos laterais. Um dos zagueiros cobria o lateral apoiador e os volantes fechavam o centro.

Posicionamento defensivo era com primeira linha de quatro recuada, contando com os dois volantes a sua frente. Marco Antonio era o meia com maior prestação a marcação, recuava se alinhando aos volantes  e fechando o lado direito de defesa.

Maior problema da equipe foi à transição ofensiva. Sem criatividade, tão pouco organização ofensiva, o tricolor se tornou um time previsível. Os passes sempre procuravam os atacantes, mas sem profundidade, eram eles que tinham de definir a melhor jogada. Transição não era lenta, mas deixava a desejar. Leandro era muita correria, sem criatividade e Marco Antonio apagado.

Com a posse de bola e já no posicionamento ofensivo o Grêmio adiantava suas linhas, zagueiros ficavam perto do meio campo. Volantes desta vez não se adiantaram, cumpriram função defensiva, mas com Marquinhos mais adiantado em relação a Fernando. Kléber recuava para o meio campo, por vezes o esquema parecia um 4-2-3-1 ao estilo Caio Botafogo 2011 – é normal Caio utilizar um meia que não possui características de armação no centro, no Fogão, era Elkeson. Laterais apoiando alternadamente. Meias sem infiltração, chutes esporádicos e não se aproveitando dos momentos do jogo. Leandro procurava o drible e a linha de fundo. Marco Antônio se posicionava mais ao centro, tentava articular. Quando era necessário acelerar o time cadenciava, quando tinha de cadenciar, acelerava. Principal jogada ofensiva foi com Kléber e Marcelo Moreno. Era simples, bola neles que resolvem com chutes de fora da área, tabelas e assim foi – Moreno lançou Kléber de calcanhar, este que marcou o gol com pé esquerdo, deslocando o goleiro.

Lado esquerdo era mais vulnerável com Marquinhos, Leandro e Julio Cesar. Por vezes Fernando flutuava na marcação para auxiliar em ambos os lados. Para resolver esta carência – e possivelmente confundir marcação – Caio inverteu, Leandro na direita, Marco Antônio na esquerda.

Grêmio mereceu vencer, mas o ritmo lento não agradou a ninguém. Parece que uma placa com limite de velocidade foi instalada no Olímpico, velocidade máxima 50 km/h. Caio Jr. precisa de tempo para demonstrar seu trabalho, aliás, merece este tempo.

Caio Junior volta ao 4-4-2 em duas linhas

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