Clássico paulista teve inicio decadente e final surpreendente. Se esperava muito do atual campeão da Libertadores contra o Palmeiras de Felipão que ainda não contava com seus principais reforços. Em dia de Neymar, o atacante completou 20 anos, o Palmeiras por sua vez não deixou o santista apagar as velinhas. Vitoria com uma virada de tirar o fôlego, fazendo 2 a 1.
Muricy não abre mão de seu 4-4-2 em losango vencedor. Do meio para frente é um time empolgante, já a defesa deixa a desejar. O time ainda carece não tem ritmo de jogo, as pernas pesam. O desgaste é evidente em campo, tempo é a solução.
Palmeiras de Felipão é defensivo e previsível. Parece que Scolari vai morrer abraçado com seu 4-2-3-1, porém desta vez ainda mais preocupado com Neymar. Com principal jogada sendo bola aérea, o time pouco tocou a bola e dependeu de individualidades.
Santos atacava preferencialmente pelo lado esquerdo com Pará que aprofundava procurando a linha de fundo e Neymar abrindo corredor e com infiltrações ao centro. Ganso flutuava para esquerda e direita em direção a bola. “Tripé de volantes” com Henrique no primeiro vértice, Elano na direita e Arouca na esquerda davam sustentação ao time. Ganso no vértice ofensivo do losango. Lado direito careceu de maior qualidade e ritmo, pois Elano sentiu o jogo e Maranhão demorou para entrar na partida. No ataque Neymar sofreu com marcação individual de Cicinho e Borges pareceu estar em outro jogo, outro sistema solar, enfim, longe da partida.
Transição do Santos era com bola no chão, mas principais ataques se dava em contra-ataques visando Neymar na esquerda. Equipe de Muricy procurava mais o jogo, girava a bola ate encontrar espaço, com calma e priorizando a posse. O maio problema era que as jogadas se tornavam previsíveis com Ganso se aproximando de Neymar, mas uma barreira verde não deixava passar nada.
Transição defensiva era rápida e bem feita. Ao perder a bola o tripé do meio campo se recompunha e ficava a frente dos zagueiros, marcação dupla nos wingers e Henrique colado em Valdivia.
Palmeiras entrou em campo para empatar, especular um contra-ataque e bola aérea se tornou os trunfos do verdão. Cicinho marcou Neymar individualmente, fechou os espaços do aniversariante, por vezes procurou o apoio, mas deixou as suas costas uma boa oportunidade do Santos contra-atacar. Juninho foi mais discreto, explica-se pelo jogo ser centralizado e não pelos flancos. Marcio Araujo tinha incumbência de ser lateral quando Cicinho apóia-se. Marcos Assunção era quem dava qualidade a saída de bola, mas se perdeu e por vezes acelerava quando era necessário cadenciar e cadenciava quando era necessário acelerar. João Vitor foi a campo para ser um winger pela direita que sem bola fechava o corredor mais forte do Santos, com bola não chegava à linha de fundo, tão pouco infiltrava. Valdivia ficou sobrecarregado no meio campo, dependia dele marcação, organização e lançamentos. Luan assim como João Vitor teve de fechar seu corredor e ainda atacar, conseguiu, mas sua jogada ficou manjada e facilmente neutralizada. Fernandão foi apático na primeira etapa, não teve companhia e sofreu a marcação dos zagueiros.
Palmeiras enganava com bola, pois tinha muita posse de bola defensiva. Marcos Assunção rodava a bola pelas laterais procurando uma saída, mas encontrava Valdivia ao centro que tinha de resolver sozinho. Ataques do Palmeiras resultavam em jogadas individuais de Valdivia e Luan. Com Cicinho mais preso a Neymar, um dos trunfos foi perdido. Com laterais mais presos quem aparecia à frente eram os volantes. Bolas de perigo eram na ligação direta procurando os flancos para alçaram bola na área.
Defensivamente o Palmeiras não teve problemas. Felipão abdicou de atacar. Ao perder a bola o time verde já estava posicionado na defensiva, pois chegava à frente com no máximo três ou quatro homens.
Para piorar situação, Valdivia sentiu lesão e deu lugar a Daniel Carvalho.
Segundo Tempo
Para deixar o Peixe mais ofensivo, o técnico Muricy Ramalho colocou em campo Alan Kardec no posto de Borges, apagado e ainda sem ritmo de jogo. Porém foi o Palmeiras que cresceu no jogo. Finalmente Juninho se desprendeu da linha defensiva e foi ao apoio e auxiliou no ataques. Daniel Carvalho foi prestativo e circulava procurando a bola.
O Santos melhorou, mas pouco em relação a ser merecedor da vitoria. Elano continuava apagado em campo, não demonstrou nada em campo e acabou sendo substituído aos 16 minutos, no seu lugar entrou Ibson.
Os times continuavam a se anular em campo. Inicio de temporada, muita marcação, a cabeça pensa, mas o corpo não executa. Sem bola o posicionamento defensivo de ambos era de time atrás da linha do meio campo, fechado espaços e roçando saída de bola com zagueiros.
Santos com bola demonstrou ter mais audácia. Adiantou sua linha de zagueiros a empurrava o Palmeiras para seu campo. Volantes jogavam adiantados servindo como opção de passe e pegando o rebote ofensivo. Ibson deu sobrevida ao lado direito de ataque, mas Maranhão não era das melhores opções.
Palmeiras insistia nos contra-ataques puxados por Luan no flanco esquerdo. Sem criatividade os passes eram longos, típica ligação direta inglesa.
O feitiço virou contra o feiticeiro. O aniversariante Neymar recebeu um doce do amigo Paulo Henrique Ganso com um passe na medida em uma cobrança de falta. Bem posicionado, aos 24 minutos, Neymar não perdoou.
Com o gol Felipão mexeu na equipe. O extenuado Luan deu lugar a Maikon Leite e mais tardar Ricardo Bueno entrou no lugar de Cicinho. Era o 4-3-3 em campo armado por Scolari. Maikon Leite aberto na direita e Ricardo Bueno na esquerda. A instrução era de jogar pelos flancos e insistir na velocidade.
De tanto pressionar, o Palmeiras conseguiu provocar a expulsão de Ibson. A partir daí, o Verdão foi com tudo. E conseguiu uma virada com intervalo de dois minutos entre os gols.
Aos 43, Assunção, em cobrança de escanteio, colocou a bola na cabeça de Fernandão para empatar. Primeiro gol é um resumo da fase que vive o Palmeiras, esta dependente da bola aerea. Aos 45, o improvável: Juninho arriscou um chute despretensioso da lateral esquerda, e Maranhão tentou cortar, mas acabou desviando para a rede.