O Benfica conseguiu de uma só vez nesta segunda-feira perder uma invencibilidade que já durava 22 partidas - 18 vitórias e quatro empates - no Campeonato Português e ainda recolocar o rival Porto na briga pelo título. Os encarnados seguem liderando a competição, mas já conseguem vem em seu retrovisor o rival Porto, o bafo na nuca esta ficando quente.
Jorge Jesus só teve a lamentar contra o Vitoria de Guimarães, mas pudera, o homem armou sua equipe em um caos ofensivo. O time jogou no 4-4-2 diamante – losango no meio com segunda faixa de homens do meio jogando pelos flancos – e extremamente ofensivo. O Guimarães que não é bobo nem nada, soube aproveitar os vacilos do Benfica e saiu vitorioso, com o placar mínimo.
Para compensar tamanha ofensividade, Jorge pediu para que seus jogadores de meio auxiliassem na recomposição de meio campo até sua área de defesa. Um dos problemas é que nem todos recompunham, outro, a transição ficava lenta, devido ter seus jogadores de meio em seu campo. Para suprir esta carência, por vezes, Gaitan não recuava e ficava adiantado para puxar contra-ataques junto a Rodrigo e Oscar Cardozo – este não viu a cor da bola no jogo, anulado por Joao Paulo.
Um fator foi decisivo na partida, ousadia do Vitoria de Guimarães. O time procurava o ataque e não se intimidou com o Benfica, creio que isto surpreendeu Jorge Jesus que esperava um Vitoria mais recuado e cauteloso.
Sem a posse de bola o time do Benfica se configurava em duas linhas recuando frente à área: zagueiros (Luisão e Garay), laterais (Maxi e Emerson); segunda linha com volante (Matic) recuo de Aimar ao lado de Matic, Nolito realmente recuando pela esquerda e Gaitan malandramente na direita.
O intuito de abrir Gaitan e Nolito, era de que jogassem com pés invertidos, ingressando na área e abrindo corredor para passagem do lateral. Bem, Gaitan pôs em pratica a parceria com Maxi, mas, Nolito anulou Emerson, as passagens do lateral brasileiro foram raras. Mesmo Nolito anulando Emerson, o flanco esquerdo foi mais acionado, pois contava com Rodrigo se movimentando e servindo como opção de passe.
O jogo dos encarnados era claro como o azul de um céu de brigadeiro, ou mar de almirante. Todos os jogadores acionados com passes curtos. Jogando pelos flancos com os wingers abertos e bola na área procurando Oscar Cardozo. Para bola chegar aos wingers, Pablo Aimar organizava a saída de bola, e para chegar a Carodozo, Gaitan, Nolito e Rodrigo movimentavam-se e o acionavam.
Infelizmente para o Benfica o time do Vitória Guimarães soube ler a partida e logo anular suas principais jogadas. O time recuava a formava um ferrolho defensivo frente a sua área. Tratou de marcar Oscar Cardozo de perto e não deixar espaços nos flancos.
Portanto, ofensivamente o time se postava com 6 jogadores: Um lateral apoiador; Aimar avançando, o enganche; dois wingers (Gaitan e Nolito); atacante de movimentação (Rodrigo) e centroavante (Cardozo). Os demais completavam o setor defensivo, mas não acompanhavam o restante do time, assim os buracos entre defesa e ataque eram enormes. Os dois zagueiros cobriam os laterais e Matic aprofundava entre os zagueiros, o sistema defensivo ainda contava com o lateral que guardava posição.
Com buracos entre defesa e ataque as bolas longas se tornavam um complicador e jogada aos flancos se tornava ainda mais temida. O tento do Vitória saiu em cobrança de falta, mas antes, jogada de linha de fundo. Bola na área, erro na marcação após o cruzamento e Toscano mandou para as redes.
O Vitória soube reduzir os espaços nas zonas certas do campo e oferecer a posse de bola ao Benfica em zonas confortáveis e controladas.