Empate insosso no Beira Rio. Inter e Nautico protagonizaram
um 0x0 de dar sono. O Nautico acuado em seu campo e saindo em velocidade, Inter
com dificuldade para romper as duas linhas pernambucanas e deixando Forlán as
moscas no ataque.
Fernandão segue com seu 4-4-2 losango, uma pequena e natural variação, carrilleiros recuavam e um 4-3-1-2 tomava forma. O treinador escalou
dois argentinos para desempenhar a função de carrilleiros, teoricamente dominam
a função, mas ambos possuem carências ofensivas. Não bastassem os carrilleiros,
o Inter não possuiu a figura de um enganche, figura, elemento, engrenagem necessária
para o bem andar da carruagem. Não posso esquecer do centroavante, pela falta de Leandro Damião, o Inter abdicou da bola aérea inteligente, ou seja, rifava bolas sem sentido contra os grandalhões zagueiros do Nautico contra Forlán.
Flagrante tático. Inter postado no 4-3-1-2 em fase defensiva. |
Inter com posse de bola – posicionamento ofensivo - avança
linhas, zagueiros aproximam do meio campo e trocam passes curtos, laterais,
caso não houver aproximação de meio-campistas, bola é lançada – rifada - a
frente.
Com bola no campo do adversário o Inter cria superioridade numérica em faixa central, entre circulo central e grande área. Superioridade numérica que não resultou em chances criadas.
Laterais apoiam alternadamente, porém dificilmente chegaram à linha de fundo e não eram acionados corriqueiramente. Quando um dos laterais fazia ultrapassagem, Ygor era quem pendia para o lado e cobria o corredor.
Os carrilleros Guiñazu e Bolatti apoiavam simultaneamente. Bolatti foi mais incisivo que Guiñazu, pela direita, Bolatti aproveitou a movimentação de Jajá e Forlán e fazia diagonais ocupando espaço vazio, porém, marcação do timbu freava qualquer tentativa.
Enganche, camisa 10, numero 1, enfim... posição fulcral para o losango. Sem a figura de um enganche nato, se torna uma obviedade a dificuldade em criar e losango se tornar homogêneo. Fernandão esta almejando, corretamente, um Inter com enganche clássico e de carteirinha que é D’Alessandro, porém, o argentino esta lesionado, não há jogadores com característica semelhante para desempenhar tal função. Fred é esforçado, movimenta-se, mas esta longe de cumprir as expectativas do esquema proposto.
Jajá é meia e, naturalmente sai da área, consequência? Forlán sozinho a frente contra uma linha de quatro defensores. Forlán não é atacante de referencia, também movimenta-se e sai da área, sendo assim, ambos abrem espaço para elemento surpresa vir de trás, carrilleros ou Fred teriam de ser esta “surpresa”, não foram.
Resumindo, Inter jogando com bola no chão, passes verticais sempre procurando companheiro a frente.
Com bola no campo do adversário o Inter cria superioridade numérica em faixa central, entre circulo central e grande área. Superioridade numérica que não resultou em chances criadas.
Laterais apoiam alternadamente, porém dificilmente chegaram à linha de fundo e não eram acionados corriqueiramente. Quando um dos laterais fazia ultrapassagem, Ygor era quem pendia para o lado e cobria o corredor.
Os carrilleros Guiñazu e Bolatti apoiavam simultaneamente. Bolatti foi mais incisivo que Guiñazu, pela direita, Bolatti aproveitou a movimentação de Jajá e Forlán e fazia diagonais ocupando espaço vazio, porém, marcação do timbu freava qualquer tentativa.
Enganche, camisa 10, numero 1, enfim... posição fulcral para o losango. Sem a figura de um enganche nato, se torna uma obviedade a dificuldade em criar e losango se tornar homogêneo. Fernandão esta almejando, corretamente, um Inter com enganche clássico e de carteirinha que é D’Alessandro, porém, o argentino esta lesionado, não há jogadores com característica semelhante para desempenhar tal função. Fred é esforçado, movimenta-se, mas esta longe de cumprir as expectativas do esquema proposto.
Jajá é meia e, naturalmente sai da área, consequência? Forlán sozinho a frente contra uma linha de quatro defensores. Forlán não é atacante de referencia, também movimenta-se e sai da área, sendo assim, ambos abrem espaço para elemento surpresa vir de trás, carrilleros ou Fred teriam de ser esta “surpresa”, não foram.
Resumindo, Inter jogando com bola no chão, passes verticais sempre procurando companheiro a frente.
Centralizado. Este pode resumir o estilo de jogo colorado e
suas dificuldades em criar. Alias estas dificuldades possuem nome e sobrenome,
Nautico. O timbu armou duas linhas de quatro, próximas, marcando em seu campo e
espreitando contra-ataques. Sabidamente o 4-4-2 inglês, dificulta jogadas pelos
lados do campo, pois dobra marcação e fecha os lados com meio campistas e
laterais.
Carrilleros marcaram um trilho no campo. Atacando, Bolatti ultrapassava Fred, defendendo, ambos, Bolatti e Guiñazu, recuavam e alinhavam a Ygor, primeiro volante. Carrilleros estes que não cobriam ou caíam ao flanco para marcar. Movimentação defensiva de Bolatti e Guiñazu foi pelo centro, basculando no sentido da bola, mas deixando as beiradas com laterais.
Zagueiros Índio e Bolivar realizavam saídas a caça com revezamento por setor, ou seja, jogada pelo lado direito, Bolivar saindo a caça e Índio na sobra, e vice-versa no lado oposto. Para repor a saída de um dos zagueiros, Ygor recuava e postava-se ao lado do zagueiro da sobra para não deixar setor defensivo no mano-a-mano.
Destaque para o bom discernimento de Ygor, clássico camisa 5 com boa leitura de jogo, senso de posicionamento e quem garante segurança ao setor defensivo. O volante aprofunda, cobre o zagueiro que sai a caça e forma uma linha de quatro. Leitura tática excelente de Ygor.
Zagueiros Índio e Bolivar realizavam saídas a caça com revezamento por setor, ou seja, jogada pelo lado direito, Bolivar saindo a caça e Índio na sobra, e vice-versa no lado oposto. Para repor a saída de um dos zagueiros, Ygor recuava e postava-se ao lado do zagueiro da sobra para não deixar setor defensivo no mano-a-mano.
Destaque para o bom discernimento de Ygor, clássico camisa 5 com boa leitura de jogo, senso de posicionamento e quem garante segurança ao setor defensivo. O volante aprofunda, cobre o zagueiro que sai a caça e forma uma linha de quatro. Leitura tática excelente de Ygor.
Flagrante tático. Inter postado defensivamente no 4-4-2 losango. Bolivar saindo a caça pelo setor direito, Índio na sobra, Ygor cobrindo Bolivar fechando linha de quatro. |
Flagrante tático. Inter no losango em fase defensiva. Índio zagueiro caçador pelo setor esquerdo, Bolivar na sobra, Ygor recuando e cobrindo saída de Índio. |
Fernandão em sua coletiva explicou o estilo de sua equipe: “Pedi muita movimentação aos jogadores de frente, tinhamos de abrir
espaço com bolas em profundidade. Não tenho a figura de um centroavante para
fazer pivô, então, a jogada entre zagueiro e lateral tinha de ser essencial. Não
abdiquei dos lados do campo, só não queria cruzamentos com bola alta, pois perderíamos
todas perante os altos zagueiros do Nautico. Nosso jogo tinha de ser por baixo,
passes verticais.”
O comandante colorado resumiu bem sua equipe e estilo
proposto. O Inter priorizava transição e movimentação pelo centro, as beiradas
do campo eram utilizadas em faixa intermediaria e dificilmente utilizada nos últimos
três quartos do campo. Fred desafogava caindo pelos lados do campo, mas sem
parceria, tinha de recuar o passe.
Fernandão pediu para equipe aproximações e movimentação. Estava claro em Jajá e Forlán, ambos recuavam, deixavam os zagueiros do Nautico presos e flutuavam as costas dos volantes, porém a tabela ou 2x1 não fluiu.
Fernandão pediu para equipe aproximações e movimentação. Estava claro em Jajá e Forlán, ambos recuavam, deixavam os zagueiros do Nautico presos e flutuavam as costas dos volantes, porém a tabela ou 2x1 não fluiu.
Em sua coletiva, Fernandão, esmiuçou um pouco mais o
colorado: “Pedi a Jajá e, posteriormente,
Marcos Aurelio para que aproximassem de Forlán. Ambos possuem característica de
meio-campistas, a movimentação é natural. É necessário que sejam segundo
atacante ao lado de Forlán.”.
Novamente Forlán ficou desassistido. Tanto Jajá quanto
Marcos Aurélio não atuaram como segundo atacante. O uruguaio ficou isolado a
frente e, corriqueiramente, saía da marcação dos zagueiros e agrupava-se no
setor de meio campo, inter povoou faixa central e abdicou do ataque.
Excesso de passes errados, outra atenuante no jogo colorado.
Jogadores de meio campo e ataque jogavam com passes verticais e sempre à
frente, dificilmente um passe para trás era realizado. A falta de um pensador
desqualificou o resultado final do passe.
Com Inter postado em seu campo, marcando o Nautico e, quando bola era recuperada, o passe vertical ou lançamento era igualmente utilizado. A transição rápida tinha como intuito pegar o adversário desorganizado. Para isto, Jajá e Forlán, por vezes ate Fred, postavam-se a frente, não participavam defensivamente, movimentavam-se para sair da marcação e receber o passe sem interceptações.
Com Inter postado em seu campo, marcando o Nautico e, quando bola era recuperada, o passe vertical ou lançamento era igualmente utilizado. A transição rápida tinha como intuito pegar o adversário desorganizado. Para isto, Jajá e Forlán, por vezes ate Fred, postavam-se a frente, não participavam defensivamente, movimentavam-se para sair da marcação e receber o passe sem interceptações.
Para segundo tempo Fernandão pôs Marcos Aurélio e João
Paulo, saíram os apagados Bolatti e Jajá. O losango seguiu com Fred pelo lado
direito e João Paulo como enganche. Os problemas continuaram. João Paulo como
enganche atuou dos três terços do campo para frente, não recuava para organizar
ou quebrar marcação. Fred pela direita tinha como intuito criar volume ofensivo
pelo lado direito com Nei. Porém, a exemplo do primeiro tempo, o lado esquerdo
seguiu sendo utilizado com maior frequência.