Devo ressaltar a diferença entre o termo “espelhamento” e ”encaixe”.
Não posso deixar passar batido a divergência oceânica entre ambos. A teoria
tática define o “espelhamento” como: utilização de sistemas táticos
semelhantes. O termo “encaixe” é de difícil compreensão e, em diversos momentos
interligado ao “espelhamento”, neste domingo, ambos caminharam juntos. Portanto,
encaixe é: confronto de sistemas que, apesar de diferentes, quando sobrepostos
batem jogadores no mano-a-mano em quase todas as zonas. Exemplo: o 4-2-3-1
espelha o 4-2-3-1, mas não se encaixa a ele.
O clássico deste domingo reuniu os termos, estratégias tanto
de espelhamento quanto de encaixe. Habitualmente estamos acostumados em perceber
equipes de menor expressão utilizando desta estratégia de espelhar ou encaixar
o esquema adversário de maneira proposital. A explicação? Simples. O encaixe
torna o jogo pesado e dependente de jogadas individuais para sair da marcação e
criar zonas de superioridade numérica. Individualidade, obviamente, necessita
de um pré-requisito chamado técnica, drible.
Ha de se ressaltar que, estratégias de "espelhamento" e/ou "encaixe", possam e, corriqueiramente, são utilizadas por clubes de grande expressão para propor embates individuais e obter vantagem na qualidade técnica. Um exemplo notavel de grande clube que "encaixou" marcação sobre seu adversário foi o Chelsea sobre o Barcelona: A equipe londrina adotou o 4-1-4-1 contra o 4-3-3, esquema de Di Matteo, naturalmente, "encaixou" no 4-3-3.
Ha de se ressaltar que, estratégias de "espelhamento" e/ou "encaixe", possam e, corriqueiramente, são utilizadas por clubes de grande expressão para propor embates individuais e obter vantagem na qualidade técnica. Um exemplo notavel de grande clube que "encaixou" marcação sobre seu adversário foi o Chelsea sobre o Barcelona: A equipe londrina adotou o 4-1-4-1 contra o 4-3-3, esquema de Di Matteo, naturalmente, "encaixou" no 4-3-3.
Vanderlei Luxemburgo manteve seu hibrido 4-4-2: em fase
ofensiva os meias aproximavam e tramam jogadas entre si, o 4-2-2-2 com meio
campo em quadrado é formado; defendendo os meias abrem e ocupam os flancos do
campo, o desenho adota tons de 4-4-2 em duas linhas.
Flagrante tático. Grêmio postado em duas linhas de quatro em fase defensiva. |
E Fernandão fez o mesmo com o Inter. Ao invés do habitual losango,
os colorados distribuíram-se de forma "espelhada" ao adversário,
encaixando um quadrado sobre o outro - como ilustra a foto abaixo - tendo Ygor
e Guiñazu como volantes alinhados; Fred e Kléber como meias centralizados; a
frente Forlán com intensa movimentação pelo centro e Damião na referencia.
Flagrante tático. Espelho e encaixe de esquemas. Inter e Grêmio no 4-4-2 quadrado. |
Como a imagem demonstra, este espelhamento provoca uma série
de embates individuais: Ygor contra Zé Roberto, Guiñazu contra Elano –
posteriormente Marquinhos -, Fred contra Fernando, e Kléber contra Souza.
Aplicação tática e leitura de jogo de ambos os times foi
claramente em favor do Grêmio. Vanderlei Luxemburgo mantém sequencia de jogos e
seu esquema flui de maneira natural. Fernandão mudou especialmente para o clássico.
Como esperado, o Inter apresentou um time engessado e com dificuldades em
propor o jogo.
Um exemplo claro da discrepância entre esquemas adotados de maneira semelhante foi em fase defensiva. O tricolor adotou uma clara cortina de ferro, aplicou duas linhas, tipicamente britânicas, e reduziu os espaços e zonas para o Inter criar. O colorado não obteve essa aplicação ao defender, o quadrado seguia tanto em fase defensiva quanto em fase ofensiva. Esta diferença fica nítida no momento do gol tricolor: primeira linha colorada na grande área, volantes centralizados, meias fechados, posicionados frente aos volantes e deixando o flanco livre, resultado? Cruzamento de Anderson Pico que resultou no gol tricolor.
Um exemplo claro da discrepância entre esquemas adotados de maneira semelhante foi em fase defensiva. O tricolor adotou uma clara cortina de ferro, aplicou duas linhas, tipicamente britânicas, e reduziu os espaços e zonas para o Inter criar. O colorado não obteve essa aplicação ao defender, o quadrado seguia tanto em fase defensiva quanto em fase ofensiva. Esta diferença fica nítida no momento do gol tricolor: primeira linha colorada na grande área, volantes centralizados, meias fechados, posicionados frente aos volantes e deixando o flanco livre, resultado? Cruzamento de Anderson Pico que resultou no gol tricolor.
Flagrante tático. Inter em fase defensiva no 4-2-2-2 fechado e centralizado deixando o flanco livre, o famoso cobertor curto. |
A utilização do 4-4-2, modelo com meio campo em quadrado, é
antiquada, obsoleta, arcaica, por quê? Jogo centralizado de meias anula passagem
dos volantes. Lateral do campo é de exclusividade do lateral. Volantes que
cobrem passagem do lateral deixam centro do campo desguarnecido, pois, no
Brasil, temos o cacoete de blindar o zagueiro e não usa-lo para cobrir diversos
espaços. O fator principal: meias que não participam das transições e fases
defensivas, este um fator inimaginável em pleno século XXI.
A movimentação é essencial para o bem andar da carruagem, o 4-2-2-2 quadrado com jogadores estáticos e engessados não possui lugar cativo no futebol moderno. Perante estes fatos, afirmo, o quadrado letárgico ao melhor estilo Ganso, deve ser extinto, abolido, execrado do futebol mundial por um simples motivo: abandonar os flancos e centralizar por demais o jogo.
Tratando de categorias de base, atenuante é ainda maior, pois os jogadores pegam vícios desde o inicio de suas carreiras e, para largar um vicio é complicadíssimo.
A movimentação é essencial para o bem andar da carruagem, o 4-2-2-2 quadrado com jogadores estáticos e engessados não possui lugar cativo no futebol moderno. Perante estes fatos, afirmo, o quadrado letárgico ao melhor estilo Ganso, deve ser extinto, abolido, execrado do futebol mundial por um simples motivo: abandonar os flancos e centralizar por demais o jogo.
Tratando de categorias de base, atenuante é ainda maior, pois os jogadores pegam vícios desde o inicio de suas carreiras e, para largar um vicio é complicadíssimo.
Sem mais delongas, a derrota colorada passou, de certa
forma, pelas mãos e opções de Fernandão. Não devo colocar tudo na conta do
treinador, pois seu time criou algumas claras situações, salvo engano, duas
oportunidades: primeiro com Forlán, em contra-ataque, frente-a-frente com
Grohe, mas o atacante colorado chutou sobre o goleiro; em cruzamento, Leandro
Damião, na pequena área, subiu e cabeceou ao lado. Sem falar de dois discutíveis
lances e, possíveis, pênaltis em favor do Inter.
Enfim, clássico é clássico. Este não foi diferente e foi repleto de minúcias.
Enfim, clássico é clássico. Este não foi diferente e foi repleto de minúcias.