Análise tática de Victor Oliveira do blog: Painel Tatico
A Seleção Brasileira jogou o necessário para bater a frágil e inofensiva Nova Zelândia. Com os desfalques de Hulk e Ganso, Mano Menezes aproveitou para fazer alguns testes. Além de algumas substituições, trouxe a campo uma nova variação tática. Teoricamente, o Brasil veio postado no seu costumeiro 4-2-3-1. Mano colocou Alex Sandro na vaga de Oscar, Lucas na vaga de Hulk e Danilo no lugar de Rômulo. Damião também retornou ao time titular.
Entretanto, apesar do desenho tático ser o 4-2-3-1 com Neymar pela esquerda e Lucas pela direita, a equipe do Brasil apresentou uma variação tática interessante, ainda não apresentada por Mano Menezes. Sem Oscar e Ganso, escalou Neymar pela esquerda e Alex Sandro para compor o meio central. No entanto, quando a bola era recuperada Neymar recuava para receber o passe e pensar o jogo, como um legítimo meia atacante pela esquerda. Esse foi o painel tático do duelo:
Tal esquemática proporcionou mais movimentação, porém diminuiu o volume de articulação. Com essa alternância de posição entre Neymar e Alex, quando o craque santista vinha para o meio criar as jogadas, o lateral do Porto compunha a linha de quatro que se formava pelo meio, com Lucas fazendo o mesmo papel pela direita. Foi por obediência tática que o meia do São Paulo ficou mais preso pela ala e não centralizou muito na criação, o que somente aconteceu no segundo tempo.
Durante a transmissão, Eduardo Cecconi, sempre cirúrgico, pelo Facebook comentou: “Brasil marca no 4-4-2 em duas linhas bem definidas, deixando Neymar liberado para se movimentar em todo o campo ofensivo, como 2º atacante.” Exatamente isso! Já tinha percebido essa formação da linha no meio campo, o que me fez lembrar o Atlético Mineiro de Cuca, que tem feito exatamente a mesma coisa para potencializar o rendimento de Ronaldinho, como comentado aqui no Painel Tático em postagem anterior. Esse é o 4-2-3-1 atleticano. Em termos estratégicos, um verdadeiro 4-4-2 em duas linhas:
Foi justamente o que aconteceu com a Seleção hoje. O time foi escalado no 4-2-3-1, porém a estratégia era liberar Neymar como segundo atacante num típico 4-4-2 em linhas. Cuca resolveu adequar o seu 4-2-3-1 ao craque do time, já sem a velha mobilidade para exercer a função de atacante pela ponta esquerda. Assim como o Fluminense de Abel e o Corinthians de Tite, o Galo tem jogado numa moderna versão estratégica do 4-2-3-1, uma verdadeira evolução tática do sistema, que na verdade é um retrocesso às suas origens, muito provavelmente o 4-4-2 em duas linhas de quatro. Mano fez a mesma coisa com Neymar na manhã de hoje, porém com o respaldo de Alex pela esquerda:
Victor Lamha de Oliveira
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