O Barceloninha de Galvão, análise do Atl-GO

 
Procurei assistir neste final de semana o Barceloninha de Galvão Bueno, é claro que guardada as devidas proporções. Tive uma grata surpresa pela vitoria, alias por sinal uma vitoria com “V” maiúsculo, que culminou na demissão de Adílson Batista do cargo de treinador do São Paulo.

Este encantamento de Galvão pelo toque de bola vem desde o ano passado com o treinador Renê Simões. Quando com posse de bola o time se aproxima fechando espaços e com linhas próximas propiciando menor erro de passes.

Com Helio dos Anjos o time não perdeu sua principal característica que é o toque de bola. Neste domingo percebi que marcação do Dragão tinha como intuito parar Lucas e Dagoberto. Ambos os laterais marcaram de cima os jogadores de flanco do São Paulo, com volantes vigiando e por vezes fazendo dupla marcação.

 A principal responsável pelo funcionamento deste 4-3-1-2 no Atlético-GO  é a sincronia entre os três volantes. Sem a bola, eles formam uma parede em frente aos zagueiros, com Marino na primeira função, Pituca à esquerda e Bida na direita, protegendo a linha defensiva que tem laterais relativamente apoiadores – Rafael Cruz e Thiago Feltri. E, com a bola, este trio faz uma espécie de basculação – tática de grupo com movimento lateral – para auxiliar o ponta-de-lança Vitor Jr na transição ofensiva.

Com posse da bola, Pituca alinhava-se à Marino na primeira linha de volantes, liberando Bida para o apoio. Esta basculação dava-se para liberar os laterais em momentos de conforto e auxiliar Vitor Jr. Bida se posicionava mais ao centro, Felipe aberto na direita partindo para o ataque e Virtor Junior com movimentação do centro para esquerda.

Anselmo e Felipe revezavam como homens de referencia, Felipe na direita e Anselmo na direita. Ambos procurando sair da área para abrir espaço e ser opção de passe. Quando um saía da área o outro ficava como referencia.

Com este movimento de basculação, o Atlético-GO controlou o setor de ataque do São Paulo, com supremacia numérica no principal setor – os laterais ‘bateram’ com os extremos. Fechados os espaços, desarticulou o adversário, e deu início à segunda parte do plano: assegurada a proteção defensiva, começou a atacar.

Nas transições, Vitor Jr é o protagonista, ontem com alto índice de acerto nos passes. Ele ‘espeta’ entre Felipe e Anselmo, alternando jogadas curtas de pivô com o centroavante, ou acionando o segundo atacante em velocidade.

Marino é um volante que aprofunda o posicionamento, transformando-se em falso-terceiro zagueiro. Lembro, entretanto, um conceito que ouvi do técnico Tite, hoje no Corinthians: “volante que aprofunda não configura variação tática”. Ou seja, mesmo recuando – muitas vezes em perseguição ao meia-central mais avançado – não se tornava um zagueiro, na prática, mantendo o sistema tático.

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