“Pra que mentir
Fingir que não acabou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou”
Fingir que não acabou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou”
Adaptação a musica, Beija-flor, de Cazuza que pode refletir a eliminação do rubro negro carioca.
O Clube de Regatas Flamengo esta eliminado da Libertadores, sequer passou da fase de grupos. O time da gávea necessitava ganhar e ainda torcer por um empate entre Olímpia e Emelec, ganhou, mas o empate no Paraguai não saiu. Emocionante o jogo em Assunção. O Flamengo passou do céu ao inferno em quatro minutos.
Vitoria com sobras contra o Lanus. 3x0 ao natural com futebol de classificado. Joel Santana escalou o que tinha de melhor, um ofensivo 4-3-3 que não deixou o time argentino dar o ar da graça.
Precisando vencer o Papai Joel escalou o time para dentro deles. 4-3-3 com triangulo de base alta, variando para o 4-4-2 losango quando o time estava sem posse de bola. Creio que esta variação deve ser para equilibrar o meio campo, Lanus com cinco homens e Fla com quatro. Ou, Ronaldinho recuando para lançar Vagner Love/Deivid.
Diagrama tático. Setas amarelas movimentos defensivos, pretas ofensivos. |
Primeiros 15 minutos não agradaram a ninguém. O Lanus conseguiu bloquear o instinto do Flamengo. A ligação direta ao ataque não funcionou, os lados do campo não conseguiam ser explorados, graças à marcação de Regueiro e Valeri aos laterais. Com tempo o Lanus abriu mão desta marcação e a estrela de Ronaldinho brilhou.
Flamengo teve maior posse de bola e sempre propôs ao jogo. O estilo de jogo era abrir pelos lado do campo e enveredar para o centro, seja com Ronaldinhou ou Deivid. Os cruzamentos de linha de fundo foram atípicos.
Ficou nítido o estilo de jogo do Flamengo. Atacar preferencialmente pela esquerda. Junior Cesar e Ronaldinho faziam dobradinha pelo lado, o Gaucho abria corredor e o lateral passava. Do outro lado. Deivid não foi ponta, era mais um atacante por dentro, Léo Moura passava, mas não tinha parceria para tabelar. Compensações. Quando Junior Cesar passava, Willians guardava posição. Luiz Antônio e Léo Moura revezavam no apoio pela direita, se Léo passasse, Luiz recuava e fazia de lateral, se Luiz passasse, Léo guardava posição.
Bottinelli foi um passador, no lado esquerdo, não tinha presença na área e não se oferecia para triangulação com Junior e Ronaldinho. Luiz Antônio, era mais incisivo pela direita, foi um lateral quando Léo Moura não passava. Willians o volante plantado frente aos zagueiros, sua movimentação se restringia a cobrir Junior Cesar.
O triangulo de base alta do Flamengo não jogava em conjunto. Era espalhado pelo campo para favorecer o 4-3-3, pois o jogo fluía pelos flancos. Articulação descentralizada e dependente das jogadas pelos lados.
Flagrante tático. Flamengo no 4-3-3 com triângulo de base alta. |
O losango é simples de ser explicado. O tripé de volantes se mantém, apenas Ronaldinho recua e se torna o ponta-de-lança. Ele seria um facilitador entre a transição defensiva-ofensiva, seja ela com passes longos procurando os atacantes ou “organizando” o time com passes curtos e mostrando o caminho das pedras.
Flagrante tático. Flamengo no 4-4-2 losango, Ronaldinho recua para ser o ponta-de-lança. |
Quando com bola, o time se adiantava e a linha de defesa se aproximava do meio campo. A proposta foi interessante, mas os buracos nas laterais, principalmente as costas de Léo Moura, levava perigo ao gol de Felipe. Lanus se aproveitou da dificuldade de Luiz Antônio e Gonzalez ao cobrir subida de Léo Moura e explorou bem a bola longa para Regueiro.
Sem espaço para tocar a bola o rubro negro procurava o pivô em Vagner Love. O centroavante recuava, jogava de costas e fazia parede chamando os companheiros que vinham de trás. Jogada esta que não foi corriqueira, pois a marcação do Lanus pelo centro dificultava diagonais.
Defendendo o Flamengo não encontrou grandes problemas. O Lanus não oferecia grande perigo. As principais jogadas eram no pivô para Pavone, bola as costas dos laterais e paramos por aí.
O Flamengo poderia ter explorado melhor o lado direito de ataque. Deivid foi mais um atacante pelo centro e não auxiliou o apoio de Luiz Antônio ou Léo Moura. O lado esquerdo foi bem explorado, era noite de Ronaldinho, o gaucho fez bailar os adversários e desequilibrou a partida.
Os gols. Bottinelli em bela cobrança de escanteio, bola curva encontrou a cabeça de Wellinton, 1x0 Fla. Ronaldinho pelo centro dribla dois jogadores e serve para Deivid, livre, leve e solto marcar. Novamente Ronaldinho, na ponta esquerda, dribla dois jogadores e de chuveirinho cruza para Luiz Antônio decretar o 3x0.