Análise tática – Inter e Santos, surpresas táticas

Aniversario colorado. Inter no dia quatro de abril completou 103 anos e, para presentear sua torcida o time tentou buscar a vitoria. O jogo equilibrado resultou em um merecido 1x1 para ambas as partes.

Inter e Santos surpreenderam na maneira de jogar. No começo de partida nada de surpreendente. Inter no já esperado 4-2-3-1 e Santos no 4-4-2 losango. Com o passar do tempo os treinadores foram se modificando sempre como uma resposta ao adversário. Inter passou a jogar até em um 4-4-2 em duas linhas. Santos no 3-5-2 sem ala pela direita.

Diagrama tático. Inter no 4-2-3-1 e 4-4-2. Santos e suas variações: 4-4-2 losango; 3-5-2 e 4-2-3-1 "torto". 

Nesta partida apresentarei os sistemas utilizados durante a partida.

Antes de qualquer mudança tática, o Santos já apresentava sua movimentação. 4-4-2 em losango logo partia para o 4-2-3-1 “torto”, sim “torto”, pois Neymar recuava, Ibson avançava e Ganso se mantinha centralizado. O grande problema desta variação era a dependência pelo lado esquerdo. Juan é mais solicito ao ataque que Fucile, Neymar é gênio e o time normalmente preferia jogar com ele. Ibson e Fucile pouco apareceram enquanto o time jogava neste hibrido 4-4-2/4-2-3-1.

Logo aos oito minutos, Gol! Nei em cobrança de falta. Para muitos surpreendente, mas quem conhece o trabalho de Nei sabe que o lateral busca a perfeição durante os treinos. Bola no angulo, deixando o goleiro estático, golaço.

Santos com três zagueiros. Muricy ao estar perdendo logo tentou mudar para empatar. O time paulista passou ao 3-5-2 apenas com o ala pela esquerda – Juan. O time que já era “torto” passou a ser completamente dependente do lado esquerdo. Fucile de lateral passou a ser terceiro zagueiro pela direita, Dracena na sobra e Durval na esquerda. O meio campo se manteve em losango. O ala pela direita não existiu e Ibson se quer fez menção em ocupar este espaço.

Flagrante tático. Santos no 3-5-2, sem ala pela direita.

Dorival revidou. Com o Santos no 3-5-2, o Inter começou a bloquea-lo no 4-4-2 em duas linhas. Dagoberto e Leandro Damião se adiantavam para diminuir os espaços dos zagueiros, Tinga e Datolo abriam para fechar os flancos. Tinga batia de frente com Juan e Datolo mesmo fechando o flanco tinha como intuito ocupar o lado esquerdo e puxar contra-ataques neste espaço que o Santos deixava. Sandro Silva e Elton mantinham posição base, Sandro caindo pela direita e auxiliando Nei para marcar Neymar.

Flagrante tático. Santos com três zagueiros e Inter bloqueando em duas linhas.

Voltando a normalidade. Muricy logo percebeu que seu time estava capenga pela direita e, tratou de refazer o 4-4-2 losango. Dorival percebeu e voltou ao seu 4-2-3-1 de origem.  O Inter no 4-2-3-1 tinha intensa movimentação, algo necessário, Tinga, Datolo e Dagoberto não possuíam posições fixas em campo, flutuavam e compareciam ao ataque. Na volta para o losango, o Santos tratou de equilibrar os movimentos ofensivos, Fucile passou a apoiar, Ibson infiltrava e abria corredor. Borges foi pouco utilizado, ou muito marcado. Ganso não foi de todo genial, esteve bem marcado por Elton e para se desprender tinha de recuar.

Flagrante tático. Santo novamente no 4-4-2 losango.



Flagrante tático. Inter no 4-2-3-1.
Buscando o empate. Mesmo com todas estas mudanças Muricy não conseguiu buscar o empate. Com fama de retranqueiro, Muricy, adotou o 4-3-3. Colocou Alan Kardec no lugar de Fucile, Henrique passou a ser o lateral pela direita, Arouca e Ibson de volantes e Ganso na meia. No ataque, Borges centralizado, Neymar na esquerda e Alan Kardec na direita, ambos os pontas recuavam para compor o meio e auxiliar no combate aos laterais. GOL! Em cruzamento da esquerda de Juan, Alan Kardec marcou o gol que selaria o empate.

Flagrante tático. Santos no 4-3-3.

Após o gol de empate Muricy voltou a trocar. Tirou Borges e colocou Elano, novamente o losango. Dorival fez mudanças, não surtiram efeito. No final das contas o empate foi merecido. O Inter jogou melhor durante o primeiro tempo, o Santos dominou o segundo. A ultima imagem é que fica, Muriel salvou o Inter e garantiu o empate.  

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