Inspirado por britânicos, Mano adere ao 4-4-2


Jogos Olímpicos em Londres, amistoso contra Grã-Bretanha. Mano sentiu o clima e inovou ao lançar o Brasil em um 4-4-2 tipicamente inglês. Um teste valido, afinal, defrontamos os reis do 4-4-2 em duas linhas, os britânicos.

Brasil e Grã-Bretanha protagonizaram um jogo COMPLETAMENTE amistoso. Intensidade baixa, muitas substituições, ninguém jogando pela vida, enfim, amistoso.
Mesmo tratando-se de um amistoso, há peculiaridades que possuem grande relevância. A começar pela surpresa que Mano nos propiciou. Em fase defensiva, seja pressionando a frente ou baixando o bloco, agrupando jogadores, o Brasil apresentou um 4-4-2 britânico.
Deixamos o 4-2-3-1 de lado? Não, muito pelo contrario, esta mais consolidado do que nunca.

Porque duas linhas? Naturalmente o primeiro pensamento de um treinador é não levar gol, para isto, é preciso adequar o esquema com os jogadores que se tem em mãos. Mano Menezes possui dois jogadores, Hulk e Oscar, acostumados a jogar pelo flanco e serem solícitos a marcação quando necessário. Neymar é a namoradinha do Brasil, cronistas crucificaram Mano Menezes caso colocasse função defensiva no camisa 11, pois, no Brasil “craque não marca”. Portanto, Neymar alinha-se a Damião e cerca saída de bola adversária.

Flagrante tático. Brasil no 4-4-2 em duas linhas. Bloco médio.

Mano atribuiu o 4-4-2 em duas linhas ao defender. Diferente de outras partidas, os wingers recuavam e acompanhavam o lateral como manda o gabarito. Devo ressaltar que este 4-4-2 este presente com seleção jogando em bloco baixo – defendendo em seu campo -, bloco alto – pressionando saída do adversário.
Os wingers atuaram preferencialmente de pés certos – destro na direita, canhoto na esquerda -, esporadicamente aconteceu uma inversão entre eles.
A troca, movimentação mais constante foi entre Leandro Damião e Neymar. Curiosamente Leandro Damião foi mais solicito que Neymar na recomposição.
Quando a seleção da Grã-Bretanha adentrava no campo do Brasil, a seleção baixava seu bloco, formava as duas linhas com pouco espaçamento entre elas e deixava Neymar e Leandro Damião mais a frente, soltos para receber lançamentos.

Flagrante tático. Brasil postado no 4-4-2 em bloco baixo sem atacantes participando defensivamente.

Com posse de bola o 4-2-3-1 tomava forma mais clara, ainda que, sem posições definidas. Logo que a seleção tomava posse da bola, Leandro Damião avançava, Neymar mantinha-se no meio campo para “organizar”. Outra peculiaridade. Neymar não foi winger. A joia santista atuou centralizado e flutuando pelas faixas do campo.
Com posse de bola o 4-2-3-1 impera. A movimentação dos três meias é essencial, esteve presente, mas de forma acanhada. Com Hulk na esquerda, o Brasil fica verde. Hulk não tem cacoete de jogar acelerando a linha de fundo, sua característica é muito clara, cortar e chutar.
Neymar pelo centro é uma bela tentativa de redescobrir o garoto. A ponta, canto, palmo esquerdo de campo estava tornando inerte a principal figura brasileira.
Oscar, semelhante a Hulk, esteve acanhado e ficou devendo. A desculpa não é sua posição, ele atua desta forma no Inter, winger pela direita, mas fica evidente que centralizado rende de melhor forma, tanto recuando e organizando, quanto avançando para comandar a pressão no adversário.

Flagrante tático. Brasil postado no 4-2-3-1.

Transição ofensiva é clara. Brasil assegura que primeiro passe vá para algum lugar do campo em que não será pressionado e a partir dele algo comece a ser tramado algo. O contra-ataque é deixado de lado. Lançamentos à frente só em condições claras e caindo de maduro.
Posicionamento ofensivo é semelhante a outras seleções brasileiras. Passe curto, paciente, rodando, procurando o melhor momento para infiltrar. O bloco adianta-se, zagueiros passam a jogar sobre a linha de meio campo, mas não a evolução da bola. Jogadores adiantam-se, mas a bola continua em faixa intermediaria. O recuo de Neymar e Oscar para abrir espaço foi sem êxito.

Sem espaço

Perante a movimentação, sem bola, apresentada pela seleção brasileira, fica ainda mais evidente que Ganso será banco de Oscar/Hulk. O quarteto ofensivo movimenta-se de tal forma que todos estiveram presentes em diversas posições no meio campo.
A inércia presente em Ganso não casa com a proposta de jogo apresentada pela seleção brasileira e, requerida por Mano Menezes.

Flagrante tático. Brasil defendendo no 4-2-3-1 com Damião compondo meio e Neymar de atacante.

Por diversos momentos a seleção adianta seu bloco, pressiona saída de bola adversária e a força a: recuar ate o goleiro e este quebrar à frente; desarmar no campo do adversário e contra-atacar já no campo do adversário. Com Ganso esta marcação estaria capenga, pois ela necessita do quarteto ofensivo marcando, cercando adiantado. 

Flagrante tático. Brasil no 4-2-3-1. Observem: Neymar como winger pela esquerda; Oscar winger pela direita; Damião como meia central; Hulk o referencial.

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