Estréia do Santos no mundial, tensão de inicio de jogo já era esperada. O time foi pragmático e dependente de jogadas individuais, Neymar, Ganso, e Borges foram os diferenciais neste jogo. Foi um jogo do Santos de Muricy, sem show ou encantamento, diferente do Santos de Dorival Junior que encantava, mas deixava a desejar defensivamente.
Muricy lembra seu alvinegro à seleção de Dunga. Utilizou o 4-4-2 (losango) com variação pra o 4-2-3-1 “torto”. Torto porque o flanco direito era preterido ao esquerdo, Ganso tinha movimentação livre, recuava para buscar jogo, mas sempre procurava o lado esquerdo, aproximando de Neymar e isolando-se de Elano.
Sem bola Elano recuava e alinhava-se a Henrique que era o vértice inicial do losango, e Arouca na esquerda. Ganso foi o homem da criatividade, ele quem dava “tom” aos movimentos ofensivos do Santos. Voltando ao tripé de volantes. Henrique e Arouca marcavam os meias, Jorge Wagner e Leandro Domingues, respectivamente.
Com posse da bola Elano adiantava-se formando uma segunda linha no meio campo de três homens. Elano fazia uma espécie de “corredor” no meio campo, defendendo e apoiando. Arouca recuava e mantinha-se ao lado de Henrique. Teoricamente o setor direito do Santos ficaria equilibrado em comparação ao esquerdo, pois com passagens de Danilo e Elano, ambos seriam opções de passe. Porém Danilo no primeiro tempo não apoiou e Elano pouco solicitado.
Neymar e Ganso faziam boa dobradinha no lado esquerdo do campo. Ganso com genialidade nos passes, e Neymar quebrando a linha de marcação adversária. Gols saíram com jogadas inviduais, e bola parada, mas com influencias de Ganso e Neymar. O camisa dez reinou no meio de campo, poderia movimentar-se ainda mais, talvez fosse pedir demais. Neymar atuou livre como de costume, um atacante de movimentação que cai pelo lado esquerdo, mas com diversas possibilidades de flutuar pelo campo.
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Trio parada dura espera por Barcelona. Os catalães que se cuidem, estamos afiados. |
Borges honrou suas características. Quando perto da área é uma arma mortal contra qualquer defesa. Faz pivô com extrema eficácia, ainda contando com uma defesa que o deixou girar, lhe deu espaço para o chute. Resultado? Caixa na certa.
Muricy usou o Kashima como um teste contra o possível e temível Barcelona. Ofereceu a posse de bola ao adversário. Esperava o Kashima atacar para sair em contra-ataque veloz, porém sempre e apenas com Ganso e Neymar. Borges ficava sem funções defensivas. Neymar até tentou acompanhar o lateral, mas os momentos foram raros. Este seria um futuro embate entre Neymar x Dani Alves.
Para oferecer a posse de bola e não correr riscos, Muricy agrupou sete jogadores frente ao seu gol. Primeira linha composta por quatro defensores e segunda por um tripé de volantes. É claro que comprometeu o “andar da carruagem”, nota-se pelos três gols por chutes de fora d’área. Não bastasse isto Muricy prendeu Danilo e Durval no primeiro tempo, mas ao perceber que o adversário era o poderoso Kashiwa, o treinador mudou de idéia e os liberou no segundo tempo.
Com Danilo e Durval “soltos” no segundo tempo o Santos melhorou. Posse de bola se manteve em vantagem ao Kashiwa, mas com pequena diferença. Com passagem dos laterais Elano e Arouca foram solicitados e melhor aproveitados. Ganso assim teve um repertório maior de jogadas, ora no lance curto de aproximação, ora em lançamentos e alongando o jogo. Ainda assim a linha de sete jogadores frente à área se manteve, os cuidados e passagens ao ataque foram cautelosos.
Resta agora esperar pelo resultado entre Barcelona x Al Sadd. Será que Jorge Fossati conseguira aprontar contra o poderoso Barça. Lembrando que 16 jogadores em campo é impossível.