Após o Grêmio apresentar Caio Junior no estádio Olímpico, logo todos perceberam as idéias do novo treinador. Na teoria é perfeito, seria o Barcelona dos pampas, ou a Holanda de 1974. Desde a marcação agressiva no campo do adversário até os passes curtos e envolventes. Caio volta ao estádio Olímpico para revolucionar o estilo de futebol do tricolor.

Em seu Botafogo de 2011 era nítida sua mão como treinador, adotou um forte 4-2-3-1 com aproximações e intensa movimentação. Tudo que relatou em Porto Alegre esteve presente no time carioca.

No Rio de Janeiro, Caio Junior ficou famoso por lembrar o bruxinho Harry Potter. Não apenas por aparência física, mas por inventar nas suas escalações. Em sua passagem pelo Botafogo, começou bem, mas perde o comando do time na reta final do campeonato brasileiro.

No tricolor gaúcho seu maior problema é fazer com que os jogadores comprem está idéia. Independente do esquema, os jogadores que se tem em mãos é que farão o esquema perfeito. O importante é aplicar a filosofia, os conceitos do treinador à equipe. Com o que se tem hoje é praticamente impossível montar uma equipe com suas idéias táticas. Paulo Pelaipe terá trabalho para contratar, pelo menos: dois zagueiros, um segundo volante, dois meias e dois atacantes (um de velocidade e outro de referencia).

No atual plantel ainda não se tem uma espinha dorsal, e sim quase ela com: Victor, goleiro de seleção. Dois bons laterais, ainda que Mário pode ser zagueiro. Fernando de primeiro volante. Meio de campo será um dos maiores desafios, pois Douglas não marca, nem sequer cerca. Kléber recém contratado vem a Porto Alegre para recuperar seu bom futebol, mas uma andorinha só não faz verão.

Aparentemente Caio quer mudar a figura do Grêmio perante o Brasil. Não é apenas um clube aguerrido e com alma Argentina. No futebol moderno, qualidade é tudo, a própria historia do Grêmio se perdeu. Muitos acham que os títulos foram conquistados apenas com sangue, mas esquecem de mencionar que jogadores de alta qualidade técnica estavam no grupo.

Caio esteve na Espanha, ferias com a família, aproveitou para assistir jogos na Espanha, pode “bater papo” com o melhor do mundo. Messi o confidenciou que todos precisam marcar, ou pelo menos cercar.

Dani Alves já confessou a outros treinadores que: “Nossos treinos no Bacelona envolvem posse de bola e trabalhos coletivos.”

Alguns pontos destacados pelo novo treinador:

- A equipe precisa ter mais personalidade. Sempre gostei de equipes com toque de bola, mas é preciso também ter velocidade. A união entre estes dois pontos pode fazer o Grêmio a voltar a ser competitivo.

- Todos os esquemas são bons. O segredo é fazer com que os melhores rendam bem. Joguei com vários sistemas e ainda não sei qual será o melhor aqui. O importante é ter um time equilibrado, mas não abro mão do ataque. A tendência das minhas equipes é buscar bastante o jogo. Ela está bem escalada quando busca bastante o ataque e sofre pouco atrás.

- Não se pode ser uma equipe apenas técnica. É preciso buscar variação, passar do toque de bola para a velocidade. Para isso, é preciso achar jogadores com estas características. Este é um trabalho para o Pelaipe (Paulo, executivo de futebol do Grêmio), o de buscar jogadores assim.

- Estive vendo o Barcelona e aquele time não é apenas posse de bola. A diferença está justamente na mudança, à passagem do toque para a velocidade. É o que temos de buscar.

- Conversei muito com o Messi nesta minha viagem à Espanha. É humilde e fico pensando: se o melhor do mundo é humilde, os outros têm obrigação de ser. Falei muito com ele até sobre questões táticas e a importância de os atacantes pressionarem para recuperar a bola. É fundamental a participação deles quando estiverem sem a bola. A conversa me deu certeza de que preciso continuar colocando em prática o que já vinha fazendo.

- Se todos os jogadores ficarem próximos, será mais fácil marcar. Distantes, fica mais difícil. Foi uma das minhas conversas com o Messi.

Contribuição de @mariomarcos do blog: http://mariomarcos.wordpress.com/