O jogador brasileiro na Europa tem fama de ser encrenqueiro, demora para se adaptar e sofre discriminação de muitos treinadores. Porém alguns jogadores possuem talento ao extremo, superam as dificuldades de discriminação, adaptação a outras culturas e etc.
Geralmente o clube argentino sabe vender melhor seu “peixe”, pois o jogador argentino é bem visto na Europa. Outro fato é de que o atleta se adapta melhor a diferentes culturas. Não fico perplexo, mas com “pulga atrás da orelha”, do porque “El cabezón” – como é chamado na Argentina – não ter uma carreira vitoriosa na Europa.
D'Alessandro foi revelado nas categorias de base do River Plate, destacando-se por sua habilidade, inteligência, chutes precisos e personalidade forte. Encontrou espaço para jogar em um River milionário, demonstrando ser um clássico camisa 10. Criou o “La boba” e chamou a atenção mundial.
Famoso por seu drible “La oba”. Desconcertante perante os zagueiros. Chamou atenção do futebol mundial por seu belo futebol, mas seu temperamento forte acabou com algumas portas fechadas. Por onde passou sempre se envolveu em discussões apimentadas. Por evzes seu futebol fica em segundo plano.
Chances ao argentino foram dadas. De revelação no River Plate em 2003 a frustração no Wolfsburg (Alemanha). No clube alemão sua ascensão foi freada por uma série de contusões. Não jogou bem e passou cinco anos rodando por clubes pequenos ou médios, como o Porsmouth, da Inglaterra, e o Zaragoza, da Espanha. A irregularidade custou-lhe uma seqüência de jogos na seleção principal da Argentina, apesar de ter conquistado a medalha de ouro olímpica em Atenas, em 2004.
Um dos porquês de D’Alessandro não se firmar no futebol europeu, é sempre brigar com treinadores, parece ter uma data de validade e facilmente cansa com os treiandores. Na Europa se tem uma filosofia diferente. Quando o clube não tem resultado esperado o treinador fica e quem sai são os jogadores de baixo índice técnico ou dispensáveis.
D’Ale sempre rende bem no começo. Sua boa fase dura de seis a um ano. Após isto cai em ostracismo, parece manter uma rotina e perder a vontade de jogar. Pra recuperar seu bom futebol é necessária mudança de ares ou de comandante.
No Wolfsburg chegou com status de futuro craque, mas lesões o atrapalharam, o treinador achou que seria uma espécie de jogador problema. Aparentemente não se adaptou ao clima e estilo de futebol alemão. Com espaço no grupo pediu para sair e tentar a sorte em outros clubes. Foi contratado aproximadamente por € 9 milhões ou R$ 25,5 milhões.
Desembarcou na Inglaterra, precisamente no Porsmouth. Teria então chance de demonstrar o bom futebol, dos tempos de River. Então começa sua fama de brigão. Rixas seguidas com o treinador. Não se adaptou ao estilo Inglês – a bola pouco passava pelo meio campo -. Queria escolher sua posição, não aceitava jogar de winger, as discussões com o treinador não renderam frutos. Teve lampejos no começo de temporada.
Voltou ao Wolfsburg e novamente repassado a outro clube. Parou na Espanha, seu clube seria o Zaragoza. D’Alessandro não imaginaria que este clube lhe fecharia as portas da Europa. O idioma seria parecido, a torcida acolhedora e um bom começo parecia promissor. Na primeira temporada foi jogador essencial e com bom desempenho. Para temporada seguinte o Zaragoza o adquiriu. Enfim as coisas estavam se encaixando.
Reviravolta. Na temporada de 2007/2008 brigou com seu conterrâneo Pablo Aimar, durante treino. Na época Aimar tinha valor e maior peso no clube. A diretoria não pensou duas vezes e decidiu vetar D’Alessandro do clube.
Com 27 anos, D’Alessandro já não era nenhum garoto quando voltou desacreditado para seu país no ano de 2008, para jogar no San Lorenzo, por onde atuou apenas em oito partidas. O clube argentino pagou cerca de R$9 milhões para contar com o jogador na disputa da Taça Libertadores da América de 2008. Nessa competição, o time argentino foi eliminado nas quartas-de-final.
Depois da rápida e apagada passagem pelo clube de Almagro, El Cabezón decidiu respirar ares mais tropicais, aceitando então vir jogar no Internacional de Porto Alegre. D'Alessandro foi contratado pelo Internacional, assinando um contrato de 4 anos por € 5 milhões, cerca de R$ 13,5 milhões.
Conquistou simpatia da torcida com gols e belas jogadas. Em cinco meses, retomou o bom futebol do início da carreira e ganhou um título, a Copa Sul-Americana. Com Tite de treinador D’Ale voltou a ter desavenças. Para alguns, lesões forjadas e pouco esforço nos treinamentos. Não restou outra duvida, Tite foi demitido.
Em 2010 Jorge Fossati foi contratado. Inicio com disposição, porém o discurso do uruguaio cansou. Não apenas D’Alessandro, mas o grupo cansou. Fossati foi demitido em meio a Libertadores. Celso Roth contratado, em quatro jogos conquistou a Libertadores. Mundial de clubes era esperado por todos. Porém uma infeliz surpresa, derrota perante o Mazembe. Celso com contrato renovado, mas o time não demonstrou o futebol, resultados não apareceram e Roth demitido.
No Brasil acumulou encrencas:
- Zagueiro William na Copa do Brasil. Ficou mais famoso para o pais.
- Discussão com treinadores adversários. Até do gauchão.
- Discussões com árbitros.
- Desentendimento entre hermanos. Em jogo com Estudiantes.
- Briga em jogo-treino. Com um jogador adversário e, na saída do gramado, xingou um cinegrafista que filmava a confusão.
- Muitos cartões, sendo um dos mais indisciplinados.
Com Dorival, D’Alessandro chegou à seleção argentina. Não jogou por lesão. Na Argentina houve boatos de que D’Ale teria inventado lesão para não jogar pela seleção. Reencontrou seu bom futebol e que continue assim.