A espinha dorsal é um quebra-cabeça onde se pretende montar uma estrutura com atletas que nem sempre jogam com seu nome. É necessário que essa estrutura tenha liga e que funcione independentemente de ser Pelé, Maradona, Zico, Messi e outros. Se uma espinha dorsal formar uma liga resistente e isso vai depender da percepção do treinador de conhecer cada um de seus comandados, essa estrutura terá um tempo maior de vida útil, assim como a do treinador dentro da equipe.
Espinha dorsal no futebol é a chave mestra que serve como alavanca para dar sustentabilidade e manter liga entre os integrantes da equipe.
Para entendedores do bom futebol, o time campeão passa por uma espinha dorsal. Esta composta por: Goleiro, Zagueiro (xerifão), Volante, Meia, Atacante. Todos estes de alta qualidade, nos quesitos de suas posições. Não que as outras posições possam ser compostas por pernas de pau, mas jogadores que por vezes possam ter compatibilidade com o time, ser guerreiro – aquele que corre pelos colegas -, enfim exemplos têm aos bocados.
O inicio da espinha dorsal deve ter um goleiro com visão de jogo, um ou dois zagueiros que se entendam bem entre si juntamente com o goleiro. O centro da espinha deve ser sólido com volantes que protejam a zaga e saibam sair jogando, atenta a movimentação geral dos laterais. No centro ainda é necessário um homem de criação no meio de campo, que saiba distribuir as jogadas e dar suporte para os atacantes da equipe. O término da espinha dorsal deve ter um atacante que simplesmente faça gols.
Vou me reter ao Internacional. Clube que entra em qualquer competição como favorito e apontado por comentaristas por ter um elenco invejável. Partindo do pré suposto da espinha dorsal perfeita, para o clube gaucha faltaria apenas um bom zagueiro. Outro aspecto é o treinador, de preferência algum que não “invente” e que faça o feijão com arroz. Dorival Junior possui estas credenciais, pois prefere um time ofensivo procurando a vitoria do que um retranqueiro que especula o resultado.
Com as peças que o Inter possui hoje, sem contar as especulações à espinha dorsal é formada por:
Muriel – Formado na base, demonstrou ser bom goleiro, desbancou Lauro e Renan.
Zagueiro pelo lado esquerdo – Falta de um a dois zagueiros. Rodrigo Moledo é a grande revelação do Inter no segundo semestre. Mas ainda lhe falta um companheiro de experiência. Juan e Bolívar estar de saída, Índio é considerado quebra galho.
Bolatti, Guiñazu ou Tinga – Podem escolher. Ainda sobra Élton, que é revelação da base. Volantes não é o problema colorado.
D’Alessandro – Existe o Inter com e sem D’Alessandro em campo. O meia argentino é quem rege o ataque colorado, possui extrema técnica. Peça vital em qualquer esquema.
Leandro Damião – Despontou como centroavante de seleção brasileira. Resta saber se continua no Inter, cobiça dos clubes europeus é grande. Por varias rodadas carregou o time nas costas.
Jogadores que completam o time titular:
Rodrigo Moledo – Jogando pelo lado direito da zaga é um dos melhores do Brasil, mas foi improvisado no lado esquerdo e não aprovou.
Kléber – Lateral nível seleção.
Nei – Posição carente, o titular não convence e o seu reserva é um volante. Precisa de contratação imediata. Direção deve abrir o olho com Diogo da base, é bom jogador e merece chances.
Oscar – Durante algum tempo foi considerado fraco fisicamente para estar entre os titulares. Provou seu valor na seleção sub-20, foi campeão e desde então assumiu titularidade.
Atacante de velocidade – Zé Roberto voltou abaixo das expectativas. Garotos na base utilizados não deram conta do recado. Dagoberto já assinou contrato, resta saber se chega em janeiro ou abril.
O treinador possui muitas peças de reposição, alguns com qualidade parecida. Jogadores: Fabrício, Ilsinho, Elton, Bolatti (Guiñazu ou Tinga), Andrezinho, João Paulo, Gilberto, Jô.
Este era o plantel que Falcão tinha em mãos quando assumiu o Inter. Para ele o time não teria condições de ser campeão.
- Acho que não temos um grupo para ser campeão brasileiro hoje, temos um grupo que com aumento de qualidade, podemos almejar isso. Temos um grupo vencedor, mas precisamos qualificar ainda mais – avaliou Falcão em entrevista à Rádio Gaúcha.
Na época Falcão foi criticado – corretamente – por declarar publicamente, algo poderia abater o grupo. Concordo com os críticos, pois estes assuntos devem ser tratados internamente, entre quatro paredes com seus dirigentes e presidente.
Para 2012 o esquema deve ser o 4-4-2 brasileiro (4-2-2-2), preferido por Dorival. Faltam apenas reforços pontuais. Se a base deste ano que esta acabando for mantida já podemos esperar um ano que vem ainda melhor. A torcida colorada clama para que venha o ano novo.