A parte final da série sobre esquemas táticos tem foco no futebol moderno, principalmente a partir de 2000, quando passou a haver uma supervalorização da defesa, os meias habilidosos começaram a ficar escassos e começaram a surgir os polivantes e superpoderosos jogadores.
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O esquema que passou por gerações é utilizado até hoje. Sendo altamente ofensivo, depende que seu meio campo seja habilidoso e confiável o suficiente para colocar 3 homens no ataque. Deve ser confiável pois, tendo os lados abertos, os jogadores do meio devem deslocar-se conforme o jogo corra para um lado ou para outro, porém sem deixar exposto o meio-de-campo. O futebol moderno coloca 3 volantes com alguma responsabilidade armadora no meio, deixando 1 centroavante e 2 atacantes mais abertos chamando mais o jogo. Este estilo, porém, será evoluído para muitos outros.
Na figura de baixo, do mitológico time das décadas de 1960/70, com Djalma Santos, Nilson Santos, Zito, Didi, Zagallo, Garrincha, Pelé, Vavá… E na de cima, uma formação do Barcelona com o também mitológico Cruyff.
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O Corinthians de 2009 foi campeão Paulista e da Copa do Brasil jogando com o que tinha: Mano Menezes, que, no time de Parque São Jorge, demonstrou um conhecimento tático muito apurado e armou sua equipe. Reforçou a defesa com Cristian e Túlio, deixou Douglas na armação das jogadas, isolou Souza (e, futuramente, Ronaldo) na área e colocou Jorge Henrique e Elias (e futuramente Dentinho) para correrem pelas laterais. Com dois atacantes velocistas e dribladores (JH e Dentinho), a equipe de Mano abria a defesa adversária deixando o caminho livre para Ronaldo arrematar e Douglas tocar em profundidade para um dos dois ou até mesmo chegar ao ataque. Cristian (e, futuramente, Elias) jogava como o volante que chegava à frente e, quando era atacado, o time defendia com pelo menos 8.
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O Milan de 2008/2009 montou uma das melhores equipes da década. Todos seus meio-campistas eram muito habilidosos e a equipe como um todo muito rápida. Fixando Inzaghi na frente e Seedorf no meio, deu liberdade para Ronaldinho tomar conta do espaço entre o meio-de-campo e o ataque. Pirlo, Ambrosini e Flamini davam a segurança que o meio-campo precisava com os avanços de Jankulovski e Zambrotta. Seedorf ajudava a compor o meio-campo e dar aquele toque de experiência.
4-3-1-2
A laranja mecânica de Cruyff armou um esquema totalmente baseado no mito holandês. Primeiramente, protegeu a zaga com 3 volantes. Depois, colocou o jogador no meio com liberdade para ele ser ele mesmo: o amontoado de setas não é supercarregamento. Ele tinha liberdade para fazer o que quisesse: marcasse, defendesse, driblasse, lançasse… e, principalmente, atacasse em velocidade. Para isso, os 2 atacantes dos lados puxavam a marcação e o jogo para que Cruyff conseguisse aparece pelo centro. As setas indicativas de movimentação dos 2 atacantes mostram que eles fechavam no meio, assim o time tinha sempre um ataque com pelo menos 3.
4-2-1-3
O time que encantou o Brasil em 2010 – o Santos – era altamente ofensivo e leve. Não deixar a molecada livre pra criar e correr seria um desperdício.
O 4 era Pará, Edu Dracena, Durval e Sandro. O 2 era Arouca e Wesley. o 1 Paulo Henrique Ganso. E no ataque, os 3: Robinho, Neymar e André.
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Uma das recentes formações do Barcelona trazia esta formação. Tendo Busquets quase de líbero, Xavi e Keita (somente) cuidavam do meio e Iniesta, Villa e Messi, 3 atacantes, garantiam a maioria dos gols da equipe. É isso mesmo que você está pensando: a equipe jogava sem centroavante. Mais uma formação tática de muita visão do técnico, que armou a equipe favorecendo as características individuais.
3-4-3
Reforçando o que eu disse no esquema anterior, o [quase o] mesmo Barcelona mudou um pouco o esquema tático: Busquets finalmente virou zagueiro e Daniel Alves e Abidal foram liberados para atuar de alas. Iniesta foi recuado para compor o meio-campo com Xavi, mas o time continuou jogando sem centroavante: Pedro, Messi e Villa atacavam em bando e muita velocidade. Uma equipe coletiva e individualmente muito rápida e muito inteligente.
3-5-2 A
Você lembra dessa formação? Acha muito retranqueira? Ela foi utilizada por Felipão na seleção brasileira de 2002, campeã do mundo: Marcos; Edmílson, Roque Jr e Lúcio; Cafu, Gilberto Silva, Kleberson, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos; Ronaldo e Rivaldo.
A grande sacada de Felipão foi entender que Cafu e Roberto Carlos são alas, e não laterais. Assim, preferiu dar liberdade para que eles avançassem pelos lados do campo e protegeu a defesa com dois volantes, a bem da verdade, lentos, porém muito marcadores. Se, por um lado, a defesa ficava aberta quando os alas subiam e a equipe recebia um contragolpe pelos lados e os zagueiros precisavam cair para as laterais para marcar, os volantes garantiam a defesa do miolo. Tendo essa velocidade dos alas e bons cruzamentos pelos lados garantidos, o meio ficou tranquilo para atuar: Ronaldinho e Rivaldo abriam cada um para um lado para servir Ronaldo sempre presente na área. Felipão conseguiu fazer com que os jogadores ocupassem o campo inteiro com as movimentações.
3-5-2 B
Quase a mesma coisa que o 3-5-2 A, esta variação permite uma postura mais ofensiva. Deixando os alas com maior preocupação defensiva, sacrifica-se 1 volante e dá mais liberdade de criação ao meio. Foi o que aconteceu na mesma seleção de 2002 quando Kleberson deu lugar a Kaká e Roberto Carlos a Júnior.
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Com a volta dos laterais e a falta de atacantes velocistas, o Brasil de Dunga preferiu superpovoar o meio-campo, com uma preocupação até exagerada em se defender, e atacar com poucos jogadores.
A defesa pouco mudou: dois laterais com mais preocupação defensiva do que ofensiva e dois zagueiros no miolo. Os volantes, Gilberto Silva e Anderson, tinham funções diferentes: GS, agora mais experiente, era o “maestro” do meio e Anderson, mais leve e rápido, é o chamado volante moderno, o que chega ao ataque. Elano compunha o meio campo e chegava ao ataque quando tinha espaço, mas sua posição era no meio. Luis Fabiano, isolado no ataque, ainda vinha buscar as jogadas no meio, mesmo com o avanço de Kaká, que também estava preso ao meio-campo, e Robinho, o único a fazer uma correria pelos lados do campo.
3-6-1
O Fluminense campeão Brasileiro de 2010 utilizou uma tática pouco comum. Tendo em Washington a grande esperança de gols e em Conca, o argentino baixinho, rápido, corredor, inteligente e bom de bola, o cérebro do time, a equipe foi montade da frente pra trás.
Washington ficou isolado na frente. Conca e Marquinho, rápidos e leves, chamavam a responsabilidade da criação e eram os caras da velocidade no meio-campo, servindo Washington. Mais atrás deles, 4 meio campistas que dividiam as responsabilidades de compor o meio-campo e fazer as vezes dos volantes. Os laterais empurrados para o meio (e, ainda assim, não eram alas), fechavam os lados e Diogo e Diguinho terminavam de congestionar o meio-campo. Para os zagueiros, nem tão bons assim, sobrava pouca coisa: as bolas que sobravam já vinham mastigadas ou com os atacantes capengando. Porém, Muricy Ramalho, técnico daquele time, um exímio “arrumador” de defesa, não a deixaria exposta e, por isso, colocou 3 zagueiros, que se revezavam como líbero, caindo para os lados ou acompanhando o centroavante.