Surpresa na escalação rubro-negra. Dorival Junior,
novamente, mudou seu esquema de jogo. O treinador que começou no cargo com o
4-1-4-1/4-3-3, passou pelo 4-2-3-1 e agora aderiu ao 4-4-2 losango. Seria falta
de convicção ou peças para montar o time ideal? Acredito uma soma de ambos,
pois o treinador é recém-chegado no ninho do urubu. Porém, esta intensa mudança
de esquemas cria uma insegurança entre jogadores, pois não há sequencia.
Flagrante tático. Flamengo postado no 4-4-2 losango. |
Em fase ofensiva o Flamengo apresenta um estilo conhecido de
atacar: como índio, sem um padrão. Jogadas pelos flancos dependem
exclusivamente dos laterais. “Meias centrais” (volantes, carrilleros,
Box-to-box) não auxiliam pelo corredor e isolam o flanco. Léo Moura como elo
entre meio e ataque não funcionou, acabou, a exemplo dos “meias centrais”,
isolando o ataque.
Flamengo não possui criatividade com Léo Moura na criação. O lateral, improvisado na “meiuca”, não aproximou dos homens da frente e não soube articular com bola nos pés. Não bastasse este problema, o Flamengo esteve pregado em campo. As movimentações foram restritas a passagens solitárias dos laterais; apoio mais acentuado de Ibson pela esquerdo, do que Luiz Antônio pela direita; quando Ibson passava e jogada desenrolava pelo flanco esquerdo, Luiz Antônio segurava e alinhava-se a Cáceres formando um quadrado no meio campo, uma clara compensação.
Flamengo não possui criatividade com Léo Moura na criação. O lateral, improvisado na “meiuca”, não aproximou dos homens da frente e não soube articular com bola nos pés. Não bastasse este problema, o Flamengo esteve pregado em campo. As movimentações foram restritas a passagens solitárias dos laterais; apoio mais acentuado de Ibson pela esquerdo, do que Luiz Antônio pela direita; quando Ibson passava e jogada desenrolava pelo flanco esquerdo, Luiz Antônio segurava e alinhava-se a Cáceres formando um quadrado no meio campo, uma clara compensação.
Flagrante tático. Compensação carioca. Com posse de bola, Ibson adianta, Luiz Antônio recua, alinha a Caceres e time toma forma no 4-4-2 quadrado. |
Flanco esquerdo descoberto pelo fato de ter a presença
ilustre de Ibson e Ramon. É o famoso cobertor curto, Dorival optou por ter dois
jogadores ofensivos para frear o ímpeto tricolor justo no lado mais forte
tricolor, mas esqueceu de guarnecer e amenizar o contraveneno gaúcho. Soma-se a
isto a desobediência tática de Ibson e Ramon que forçavam zagueiros saírem à
caça, pois não ocupavam espaço corretamente e seguidamente sofriam com bolas as
suas costas. Se for possível agravar esta situação, Cáceres conseguiu. O
paraguaio não executou um principio básico de sua função: recuar entre
zagueiros para cobrir espaço do zagueiro caçador, no lance do gol isto ficou
evidente. Sem contar a extrema lerdeza do zagueiro Gonzalez, na comparação, o chileno era um fusca se comparado aos F-1 do Grêmio.
As movimentações ofensivas possuem um atenuante. O
adversário. O flamengo esbarrou em duas linhas de quatro que respeitam os
preceitos básicos do esquema inglês.
Não é de hoje que o Grêmio vem atuando no 4-4-2, simples, brasileiro,
mas competitivo. Luxemburgo resuscitou o 4-4-2 abrasileirado com pitadas
inglesas. Esta filosofia não é ideal somente de Luxa, o catarinense Falcão
também adere a este esquema. Em âmbito internacional, Pellegrini acredita que
este 4-4-2 hibrido é um casamento entre padrões europeus e sul-americanos que
possui equilíbrio e honra as características de ambos.
Luxemburgo armou um harmonioso 4-4-2 com duas versões. Com bola, o time se comporta com a seguinte maneira: linha defensiva de quatro jogadores, tendo um lateral apoiador e uma base – apoiam alternadamente; dois volantes alinhados; dois meias em uma segunda faixa, ofensiva; um atacante de movimentação, jogando onde o lateral apoia menos; e um centroavante de referência.
Luxemburgo armou um harmonioso 4-4-2 com duas versões. Com bola, o time se comporta com a seguinte maneira: linha defensiva de quatro jogadores, tendo um lateral apoiador e uma base – apoiam alternadamente; dois volantes alinhados; dois meias em uma segunda faixa, ofensiva; um atacante de movimentação, jogando onde o lateral apoia menos; e um centroavante de referência.
Diagrama tático. Grêmio com posse de bola postado no 4-4-2 com meio campo em quadrado. |
Sem a bola, os meias abrem pelos lados, deixam de ser meias
centralizados e passam a ser meias-extremos (beirada, externo, winger, ponta,
etc) , alinham-se aos volantes, o atacante de movimentação recua centralizado,
o centroavante também volta, e o time reconfigura as duas linhas de quatro
em um 4-4-1-1.
Flagrante tático. Grêmio, em fase defensiva, postado em duas linhas de quatro. |
A transição entre esquemas era realizada com velocidade,
justamente para não deixar buracos entre as linhas ao defender ou, com posse de
bola, meias estarem distantes e ocupando faixa do lateral. Recuperada a posse,
imediatamente os meias recuperavam seus posicionamentos centrais e à frente dos
volantes, enquanto o atacante de movimentação adiantava-se para o ataque.
Reparem que não estou considerando Marco Antônio e Souza como volantes, ambos não desempenharam esta função. Foram meias-centrais, dignos e pré-requisito das duas linhas, apoiando e auxiliando na transição.
Com o tricolor dos pampas assumindo a ponta do placar logo
no inicio da primeira etapa, o jogo tem um destino obvio: Flamengo com posse,
pressionando e Grêmio acuado em seu campo. Esta frase pode resumir o que foi o
jogo. Flamengo propondo o jogo e Grêmio explorando contra-ataques em
velocidade.
Para segunda etapa, Dorival corrigiu seu erro. Uma
substituição, mantendo o esquema, deu ares de um losango mais decente em campo
no Engenhão. Adryan entrou no lugar de Luiz Antônio; Léo Moura deixou de ser
articulador e deixou este cargo sob comando do garoto; Léo Moura passou a ser
meia-central pela direita, sendo assim, uma sobrevida ao corredor direito, Léo
fez diversas dobradinhas com Wellington Silva, setor esquerdo seguia esquecido.
Não que esta mudança foi como um passe de mágica para resolver os problemas rubro-negros, nada disto. As duas linhas de quatro do adversário seguiram e as dificuldades de idem. A movimentação dependia, essencialmente, de Adryan, já que, a dupla de centroavantes Liedson e Vagner Love não estava em sintonia.
Não que esta mudança foi como um passe de mágica para resolver os problemas rubro-negros, nada disto. As duas linhas de quatro do adversário seguiram e as dificuldades de idem. A movimentação dependia, essencialmente, de Adryan, já que, a dupla de centroavantes Liedson e Vagner Love não estava em sintonia.
O tricolor não achou contra-ataques. Luxa decidiu encontrar
estes ataques em transição explorando as costas e flancos dos laterais
rubro-negros com Leandro no lugar de Marcelo Moreno.
Ao abdicar de Marcelo Moreno, Luxemburgo perdeu o clássico centroavante. Não que Kleber não realize jogado de pivô, mas Moreno é jogador de área, sua movimentação busca o gol, já Kléber movimenta-se com maior intensidade. Resumindo, o Grêmio perdeu retenção de bola no ataque.
Ao abdicar de Marcelo Moreno, Luxemburgo perdeu o clássico centroavante. Não que Kleber não realize jogado de pivô, mas Moreno é jogador de área, sua movimentação busca o gol, já Kléber movimenta-se com maior intensidade. Resumindo, o Grêmio perdeu retenção de bola no ataque.
Na comparação entre ambos os treinadores fica claro que
Vanderlei Luxemburgo possui um esquema base e definido. Por outro lado, Dorival
Junior ainda esta a procura de um plano tático para acomodar seus jogadores de
maneira inteligente e com equilíbrio entre setores.
Hoje o Flamengo se demonstrou um time heterogêneo entre zonas do campo. O Grêmio errou ao adotar estratégia de retenção logo após seu gol, pois abdicou da posse de bola e chamou o Flamengo para seu campo.
Hoje o Flamengo se demonstrou um time heterogêneo entre zonas do campo. O Grêmio errou ao adotar estratégia de retenção logo após seu gol, pois abdicou da posse de bola e chamou o Flamengo para seu campo.