Abordaremos no post de hoje um
principio essencial, ou sub-principio da fase defensiva de jogo. A marcação,
sendo mais especifico, marcação individual por setor. Em termos de
exemplificação, usarei o Grêmio de Vanderlei Luxemburgo, time que acompanho com
maior frequência.
O ato de defender possui alguns
sub-princípios claros, entre eles, a marcação que, possui incontáveis variáveis.
Marcação individual, individual por setor e a zona.
Presente em campos tupiniquins,
temos com grande volúpia a marcação individual e individual por setor. A
individual ganha notoriedade por diversas décadas em que apenas um sistema era utilizado,
e priorizavam o encaixe de marcação, sendo assim, definiam-se pares pré-estipulados.
Marcação a zona ainda engatinha no
Brasil. Esta em fase de importação e pouco vista dentro das quatro linhas. Esta
presa por estar relacionada a bola e como os espaços podem ser fechados. Uma
das grandes dificuldades de realizarmos marcação a zona e nossa incapacidade de
ditar funções defensivas a nossos jogadores ofensivos. É impossível marcar a
zona com setores espaçados, pois assim estávamos gerando espaço entre os mesmos
e perdendo a essência da marcação a zona. Portanto, compactação é um sub-principio
essencial e primordial.
Esta breve introdução nos serve
para diferenciar da marcação individual por setor, atualmente, vista com maior frequência
em nossos times.
A nomenclatura nos revela como é baseada esta marcação. Por setores, formam-se quadrantes no campo e cada
jogador cuida de seu respectivo setor. Não que a bola seja deixada de lado, mas
um dos sub-princípios é: se algum jogador adentrar no meu setor, ele é meu,
minha responsabilidade. Portanto, a individual por setor difere-se da individual
por não ter perseguições por todo o campo, não ha embates pré estipulados. O
embate se define por quem adentra no meu setor. E difere se da marcação zonal
por, ter como principio básico, marcar apenas em seus respectivos setores.
Outra curiosidade é o compartilhamento entre setores, melhor explicando: cada
setor se entrelaça e possui zonas em comum, exemplo: lateral e zagueiro cuidam
individualmente de seus setores, mas, para não haver 2x1, uma pequena porção
deste circulo se entrelaça e formam uma ligação entre setores onde, ambos
podem circular para auxiliar o companheiro e assim consequentemente em diversos
setores do campo.
Ressalto que todas as marcações
possuem um objetivo em comum. Recuperar a posse de bola, porem, as três são
executados de diferentes maneiras. Cada uma com suas peculiaridades. Um
exemplo: esquemas com três zagueiros, geralmente, marcam individualmente com perseguições
claras.
Zonal. Quando jogadores estão
agrupados e compactados de tal forma que, dobram marcação em uma zona
do campo. Exemplo: lateral e extremo baixam, compactam a tal ponto que se
aproximam realizando 2x1 no adversário com objetivo de recuperar posse de bola,
mas fechando espaços do adversário, forçando-o a errar o passe.
Dobra de marcação também pode ser
vista na individual por setor. Justamente por formarem-se círculos e estes se entrelaçassem
e ter espaços de livre circulação. Porem, no Brasil, raridade pelo fato de não
termos setores compactos.
A individual por setor fica claro
quando, equipe adversária com posse de bola e "nós" so "agredimos" quando um jogador
entre em meu respectivo setor. Quando isto acontece, o persigo ou cerco ate os
limites impostos por minha zona.
Ate agora não citei o Grêmio, mas
a equipe gaucha nos auxilia por atuar em duas linhas de quatro e ter movimentação
defensiva muito clara com setores definidos e jogadores agredindo somente quem
entra no seu circulo. Não ha invasão ao setor companheiro, quando o jogador
esta em meu setor o acompanho, mas, após sair do meu, o deixo com meu
companheiro, a definição de espaço e nítida.
Exemplo visto no domingo: Pará grudado em Bernard, o acompanhava em faixa lateral, mas não em faixa central, o
centro ficava por conta de Fernando. Anderson Pico perdido na marcação por não
ter a quem marcar, pois Guilherme infiltrava pelo centro e deixava corredor
aberto para lateral bater de frente. Ronaldinho flutuando pelo centro não teve
marcação individual, com perseguições, foi por setor, se caísse do meio para
esquerda era com Fernando, pela direita, Souza. Isto para não haver perseguições
e clarões no meio campo, pois Ronaldinho é inteligente e arrasta marcação
consigo.
Individuais por setor e zona ambas
formam uma teia ao se postarem defensivamente, com posicionamentos definidos,
regres e princípios nítidos. Mas executadas de maneira diferente. A zona não
possui setores pre-estipulados, onde certos jogadores nao podem ingressar. Já
individual por setor tem como objetivo primordial o jogador que ingressa em meu
setor e não fechar espaço como um todo, um único só bloco.
Portanto, para melhor compreender
o desporto, não podemos desvencilhar informações desta magnitude e analisar de
uma maneira simplista.