Archive for setembro 2012

Marcação individual por setor, Grêmio facilitando compreensão


Abordaremos no post de hoje um principio essencial, ou sub-principio da fase defensiva de jogo. A marcação, sendo mais especifico, marcação individual por setor. Em termos de exemplificação, usarei o Grêmio de Vanderlei Luxemburgo, time que acompanho com maior frequência.

O ato de defender possui alguns sub-princípios claros, entre eles, a marcação que, possui incontáveis variáveis. Marcação individual, individual por setor e a zona.
Presente em campos tupiniquins, temos com grande volúpia a marcação individual e individual por setor. A individual ganha notoriedade por diversas décadas em que apenas um sistema era utilizado, e priorizavam o encaixe de marcação, sendo assim, definiam-se pares pré-estipulados.
Marcação a zona ainda engatinha no Brasil. Esta em fase de importação e pouco vista dentro das quatro linhas. Esta presa por estar relacionada a bola e como os espaços podem ser fechados. Uma das grandes dificuldades de realizarmos marcação a zona e nossa incapacidade de ditar funções defensivas a nossos jogadores ofensivos. É impossível marcar a zona com setores espaçados, pois assim estávamos gerando espaço entre os mesmos e perdendo a essência da marcação a zona. Portanto, compactação é um sub-principio essencial e primordial.

Esta breve introdução nos serve para diferenciar da marcação individual por setor, atualmente, vista com maior frequência em nossos times.
A nomenclatura nos revela como é baseada esta marcação. Por setores, formam-se quadrantes no campo e cada jogador cuida de seu respectivo setor. Não que a bola seja deixada de lado, mas um dos sub-princípios é: se algum jogador adentrar no meu setor, ele é meu, minha responsabilidade. Portanto, a individual por setor difere-se da individual por não ter perseguições por todo o campo, não ha embates pré estipulados. O embate se define por quem adentra no meu setor. E difere se da marcação zonal por, ter como principio básico, marcar apenas em seus respectivos setores. Outra curiosidade é o compartilhamento entre setores, melhor explicando: cada setor se entrelaça e possui zonas em comum, exemplo: lateral e zagueiro cuidam individualmente de seus setores, mas, para não haver 2x1, uma pequena porção deste circulo se entrelaça e formam uma ligação entre setores onde, ambos podem circular para auxiliar o companheiro e assim consequentemente em diversos setores do campo.

Diagrama tático. Grêmio postado no 4-4-2. Notem que os círculos ficam sobrepostos em pequenas faixas do campo, referentes aos setores de cada atleta. Há entrelaçamento dos círculos para auxilio ao combate.

Ressalto que todas as marcações possuem um objetivo em comum. Recuperar a posse de bola, porem, as três são executados de diferentes maneiras. Cada uma com suas peculiaridades. Um exemplo: esquemas com três zagueiros, geralmente, marcam individualmente com perseguições claras.

Zonal. Quando jogadores estão agrupados e compactados de tal forma que, dobram marcação em uma zona do campo. Exemplo: lateral e extremo baixam, compactam a tal ponto que se aproximam realizando 2x1 no adversário com objetivo de recuperar posse de bola, mas fechando espaços do adversário, forçando-o a errar o passe.
Dobra de marcação também pode ser vista na individual por setor. Justamente por formarem-se círculos e estes se entrelaçassem e ter espaços de livre circulação. Porem, no Brasil, raridade pelo fato de não termos setores compactos.

A individual por setor fica claro quando, equipe adversária com posse de bola e "nós" so "agredimos" quando um jogador entre em meu respectivo setor. Quando isto acontece, o persigo ou cerco ate os limites impostos por minha zona.
  
Ate agora não citei o Grêmio, mas a equipe gaucha nos auxilia por atuar em duas linhas de quatro e ter movimentação defensiva muito clara com setores definidos e jogadores agredindo somente quem entra no seu circulo. Não ha invasão ao setor companheiro, quando o jogador esta em meu setor o acompanho, mas, após sair do meu, o deixo com meu companheiro, a definição de espaço e nítida.
Exemplo visto no domingo: Pará grudado em Bernard, o acompanhava em faixa lateral, mas não em faixa central, o centro ficava por conta de Fernando. Anderson Pico perdido na marcação por não ter a quem marcar, pois Guilherme infiltrava pelo centro e deixava corredor aberto para lateral bater de frente. Ronaldinho flutuando pelo centro não teve marcação individual, com perseguições, foi por setor, se caísse do meio para esquerda era com Fernando, pela direita, Souza. Isto para não haver perseguições e clarões no meio campo, pois Ronaldinho é inteligente e arrasta marcação consigo.

Flagrante tático. Grêmio em fase defensiva em duas linhas de quatro. Reparem que: Pico, Gilberto Silva e Werley marcam individualmente em seus respectivos setores, Elano aproxima do jogador em seu setor. Demais jogadores do meio não fecham espaço para passe aos avantes, tipico da marcação individual por setor.

Individuais por setor e zona ambas formam uma teia ao se postarem defensivamente, com posicionamentos definidos, regres e princípios nítidos. Mas executadas de maneira diferente. A zona não possui setores pre-estipulados, onde certos jogadores nao podem ingressar. Já individual por setor tem como objetivo primordial o jogador que ingressa em meu setor e não fechar espaço como um todo, um único só bloco.

Portanto, para melhor compreender o desporto, não podemos desvencilhar informações desta magnitude e analisar de uma maneira simplista.

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Como Ganso pode se reinventar no São Paulo? Que honre a camisa 8

Novela Ganso chega ao fim. São Paulo e Santos chegaram a comum acordo, o clube da capital depositou um montante beirando os vinte e quatro milhões de reais na conta do alvinegro praiano.

Uma fato curioso em sua apresentação foi que, antes camisa 10 no Santos, agora Ganso é camisa 8 no São Paulo. O fato pode ser apenas um acaso. Mas, se esmiuçado, pode nos levar a um questionamento. Ganso pode ser um legitimo camisa 8?

O atual cenário do futebol, em relação a números, é uma miscelânea que, nem de longe, é semelhante à outrora.
Numeração fixa é novidade em campos tupiniquins tendo como objetivo alavancar venda de camisas.
Há algumas décadas os números de 1 a 11 eram restritos a jogadores titulares e, cada numero tinha sua respectiva posição e função. Exemplo: Camisa 5, legitimo cão de guarda, posta-se a frente da defesa e tinha função de marcar indeliberadamente; Camisa 10, meia de criação, toda e qualquer jogada deve passar por seus pés, no Brasil, joga centralizado.

Ganso demonstra camisa oito do São Paulo.

O camisa oito possui peculiaridades. Seguindo a lógica e historia, não sequencia, o oito seria um segundo volante clássico, com liberdade para apoiar e obrigação de defender. Atualmente, em debates, o camisa 8 é citado para se referir a um terceiro homem de meio campo cuja função é: Quando utilizado no sistema 4-4-2 quadrado, o terceiro homem de meio campo é mais ofensivo do que defensivo, mas, possui envergadura para auxiliar o sistema defensivo, faz espécie de pendulo entre meio e ataque e deixa criação com o camisa 10.

Ganso pode ser um camisa oito? Difícil, teria de se reinventar. Momentaneamente não, mas, futuramente, sim.
A quimera desejada por analistas, é que Ganso torne-se um Pirlo. Clássico regista. Jogador que articula nas primeiras zonas do campo, afinal, o jogo parte vindo de trás e não o contrario. Porém, esbarramos em alguns muros “psicológicos”. (?)
Por formação, Ganso é um clássico camisa 10 brasileiro. Atua, restritamente, com bola nos pés, centralizado. Sua movimentação é ditada apenas dos três quartos do campo para frente. Recompor ou auxiliar em fase defensiva? “Craque não precisa”. Por estas e outras Ganso se tornou vitima do futebol moderno, pois não há campo, sequer palmo de terra, para jogar seu futebol arcaico, obsoleto e digno de anos dourados, mas impraticável nos dias de hoje.

Ganso como regista? Uma odisseia digna de Homero. Os vícios do jogador estão presentes e combatê-los não será uma fácil tarefa. A instrução viria de seus treinadores, pois é necessária uma mentalidade “jovial” em nível futebolístico e, principalmente, Ganso acatar e analisar que seu futebol é decadente.

Abaixo alguns diagramas táticos. Sim! Eles podem ser considerados utópicos, exercícios de imaginação.

4-2-3-1 provável

Diagrama tático. 4-2-3-1 com maior probabilidade de ser usado.

Sem grandes alterações. 4-2-3-1 utilizado atualmente. Ganso executaria função semelhante quando no Santos. Centralizado, sendo o homem da criação. Jadson seria deslocado para esquerda. Lucas o extremo pela direita.

Um principio é básico no 4-2-3-1:movimentação. O tridente de meio-campistas é essencial para o bem andar a carruagem. Jadson não é extremo (meia-ponta, winger, ponta...), portanto, sua movimentação é semelhante a Ganso. Para não disputar mesma zona, ambos teriam que, corriqueiramente, trocar de posição. Esta troca dificultaria a marcação.
Por outro lado, Lucas se assemelha muito ao “winger”: atua colado a linha, procura o fundo ou faz diagonais ao centro, só peca em fundamentos defensivos.

Setor defensivo pode ficar sobrecarregado, afinal, Jadson, Ganso e Lucas não são exímios marcadores. Seria pedir demais uma recomposição?

4-4-2 losango

Diagrama tático. 4-4-2 losango com possivel variação para 4-2-3-1.

Segundo imprensa local, 4-2-3-1, citado acima, ou este losango, serão os prováveis esquemas que Ganso encontrara em sua nova casa.

Ao por os olhos nos onze jogadores que compõe este esquema, fica nítido uma possível variação ao 4-2-3-1. Portanto, uma espécie de compensação. Losango usado em fases defensivas e, 4-2-3-1, quando atacando.
Esta variação entre esquemas torna o São Paulo um time mutante, de semelhante modo a: Seleção de Dunga na Copa do Mundo de 2010 com Elano de curinga entre esquemas; Santos de Muricy com o mesmo Elano; Palmeiras de Felipão com João Vitor comandando a variação.

No tricolor, Jadson seria o curinga para possível variação entre os esquemas citados. Com Jadson avançando, Maicon (Denilson, Cicero, Casemiro...) recuaria e alinha-s a Wellington. Ao perder posse de bola, Jadson recua e Maicon avançaria. Losango, não 4-3-1-2.

Ganso regista

Nada mais natural que Ganso honrar o manto que veste e o numero as suas costas. Caso estivéssemos nos anos 70, 60 e, Ganso recebesse a camisa 8, teria de desempenhar tal função, sem piar.

Situação hipotética e utópica. Mas de que são feitos nossos anseios se não de utopias? Abaixo um leve devaneio de, se quiserem assim definir, um mundo paralelo.

Losango com Ganso regendo:

Diagrama tático. Losango utópico? Sim! Ganso como regista ao melhor estilo Pirlo

Paulo Henrique assumiria função de reger uma sinfonia, digno de Beethoven, no caso, um time de futebol. Semelhante a Pirlo, quando no Milan de Acelotti, Ganso teria dois volantes a sua frente para lhe dar subsídios e liberdade, tanto ofensiva, quanto defensivamente. Ganso receberia primeiro passe e facilitaria a transição ofensiva.

Reinventar-se de tal maneira não é da noite para o dia. Ganso precisa de ajuda, tanto tática quando física. Para desempenhar função de regista – não mais que um criador recuado – teria de cumprir dois princípios básicos desta função: MOVIMENTAÇÃO, tanto com bola, quanto sem bola, provavelmente ele não vira a seus pés; MARCAR, ocupar espaço, recompor defensivamente, pois ficar parado assistindo ao jogo de visão privilegiada não será possível.

Com dois laterais extremamente ofensivos, Douglas e Cortez, somados a Ganso na função de “5 regista”, setor defensivo teria grandes problemas.  Para isto, dois falsos meias-centrais, Wellington e Denilson – Maicon, Cicero, Casemiro – para compensar, possível, falta de combatividade do trio.

No losango, Jadson seria o vértice mais avançado do losango. Atualmente é utilizado como 10, mas suas características foge a regra de criador nato.

4-1-4-1:

Diagrama tático. 4-1-4-1 com Ganso entre linhas.

A exemplo do esquema acima, Ganso desempenharia função semelhante. A mudança fica por conta de Jadson e Lucas: Jadson deixaria de ser ponta-de-lança, passaria a atuar como extremo (winger, meia-ponta, ponta, meia-ala...); Lucas passando a jogar no corredor direito como extremo.

Novamente, dois volantes para dar subsidio a Ganso. Porém, diferente. Denilson e Wellington teriam de respeitar um principio do 4-4-2 ingles: Não seriam volantes, mas meias-centrais - Box-to-box – atuando nas duas áreas, como manda o gabarito.

Lucas mais incisivo pela direita, Jadson fazendo diagonal ao centro, abrindo corredor para Cortez.
Tratando de recomposição defensiva, Lucas e Jadson teriam de fechar o flanco e compor duas linhas de quatro ao lado meias-centrais.

 4-2-3-1, Ganso oito:

Diagrama tático. 4-2-3-1 tendo Ganso como "8".

Esquema camicase. Dois extremos de velocidade, Lucas e Osvaldo. Jadson como ponta-de-lança. Ganso legitimo camisa 8. “Apenas” Wellington segurando a barra no setor defensivo. No papel trata-se de uma equipe perfeita, porém, no campo, os problemas devem transbordar.

A dificuldade brasileira em executar o 4-2-3-1 é impar. Não formamos “wingers” e “Box-to-box”, portanto, como executar o 4-2-3-1 com maestria? Impossível. Ofensivamente rebolamos e tiramos leite da pedra, porém, tudo ficaria mais fácil se nossos “volantes” tivessem funções ofensivas e qualidade para tal. Defensivamente, amigo, o olho da gateada “preteia”. O “winger” deve ter funções defensivas: recompor, alinhar com demais, formar dupla com lateral na marcação, dobrar marcação pelo lado do campo, fechar espaço, bascular. Pasmem, Beckham faz isto. Ofensivamente, movimentar-se ser opção de passe, fazer ingressões pelo centro, ir a linha de fundo e fazer dobradinha com lateral.

Ganso atuando nesta posição teria um cão de guarda as suas costas, Wellington. Continuaria sendo regista, armando de trás, mas alinhado a outro meio-campista e com maior liberdade de ir a frente.

4-4-2 quadrado, queridinho do Brasil

Diagrama tático. Nada mais trivial do que dois volantes, dois meias e dois atacantes.

Quase em desuso no Brasil, presente nos campos de várzea e brasileiro por natureza. O 4-2-2-2 brasileiro não poderia ser excluído desta lista.

Porque queridinho? Este, de fato, é o esquema mais brasileiro já visto. Jogo articulado pelo centro, dependente dos meias, volantes trabalhando apenas defensivamente e dois atacantes a frente, um de movimentação outro na referencia.

Segundo imprensa e torcedores, usar deste esquema simplifica o futebol. Porém, ter dois meias pelo centro acarreta consideráveis problemas: meias por dentro freariam apoio do volante; jogo centralizado e meias próximos, “batendo cabeça”; defensivamente, meias por dentro, deixaram o flanco desguarnecido, forçando volantes a caça, consequentemente prejudicando zagueiros; marcação, a exemplo de momentos ofensivos, seria articulado pelo centro, ganha em basculação, mas perde em ocupação do campo.

Com Jadson e Ganso, Lucas e Luis Fabiano nunca passariam fome. O grande problema seria a transição vir de bloco baixo. Os volantes Wellington e Casemiro (Denilson, Cicero, Maicon...) assumiriam esta função.

Opções de encaixar Ganso na maneira de jogar do São Paulo estão caindo de maduro. Cabe a Ney Franco e, o próprio jogador, sentar e conversar.
Independente de esquemas citados acima, Ganso precisa se reinventar. Quem sabe a camisa "8" não o ilumine e Paulo Henrique encontre seu caminho? É possivel.

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O dia é deles (Fernandão) - XII


Surpreendente a atitude de Fernandão na coletiva do pós-jogo entre Internacional x Sport. Perante o que foi a partida, em especial primeiro tempo, criticas eram esperadas, mas não de forma direta e com dedo em riste. O treinador trouxe átona o que todos desconfiavam, a zona de desconforto de um grupo privilegiado,  mas com os dias contados perante o discurso eloquente de Fernandão.

Recém-chegado ao rincão, o patrão colorado conhece a estância que esta sob seus pés. Porém o cargo de comandante a beira das quatro linhas é novidade. Fernandão quer domar de qualquer maneira o selvagem cavalo crioulo que é seu grupo, cavalo este que já desbancou demais peões ao tentarem doma-lo.

O treinador não poupou palavras para com seu elenco. Sem papas na língua, utilizando-se de ríspidos dizeres, Fernandão aplicou uma lição de moral em seus comandados. O comandante soube ser paizão, ao melhor estilo Joel Santana, quando o momento carecia um comandante desta estirpe, porem, o atual cenário do beira-rio necessita de um terremoto no vestiário, Fernandão o fez. Tenho absoluta certeza que o futuro do grupo é um rio bifurcado, de um lado um caminho seguro, e calmo, de outro, rio agitado, pedregoso e hostil: primeira opção é o grupo "cair" na realidade, sai da dita zona de conforto e fica nas mãos de Fernandão; por outro lado o pior pode acontecer, devido a um discurso realista, o grupo pode assentir e virar-se contra o treinador, querendo desbanca-lo do cargo e seguir sua rotina. Independente do rumo, Fernandão tomou a melhor atitude possível, trouxe a tona um grave problema de outrora e pôs os pingos nos is.

Com voces alguns dos dizeres do treinador:

- Eu estou dando minha declaração para que eles escutem mesmo. O primeiro tempo foi vergonhoso. Ou eles aceitam ou a gente tem que parar -, prosseguiu o Fernandão na bronca e afirmando saber que o desempenho da equipe pode colocar em dúvida até a permanência do treinador na equipe, mesmo com o ex-atacante e capitão na conquista da Libertadores de 2006 sendo um dos maiores ídolos recentes do clube.

- Eu sei que é o meu que está na reta aqui e sei que qualquer problema vai estourar em cima de mim -, disse Fernandão.

- É difícil chegar na beira do campo e rezar para saber qual time vai jogar, o que briga e luta pela vitória ou o que fica parado apontando dedo e reclamando dos companheiros. A atitude do primeiro tempo foi vergonhosa e os jogadores precisam aceitar isso. Quem não aceitar pode sair daqui -, cobrou.

- É de elogiar a atitude do torcedor. Hoje era dia de vaiar e xingar. Eu queria estar em qualquer lugar da Terra e não onde eu estava, mas no segundo tempo eles apoiaram a equipe e os jogadores mudaram a atitude no segundo tempo. Principalmente os jogadores de frente e a gente fez com que o time do sport recuasse todo -, prosseguiu o treinador, que também criticou longamente a inconstância da equipe.

- Para mim, esse é o grande problema: a gente nunca sabe como o time vai entrar em campo. No primeiro tempo, foi nítida a questão de que acharia que ia ganhar quando quisesse, que ia dar caneta, chapéu... mas isso não acontece. Ontem, já disse que não há jogo fácil. Mentalmente, hoje não estamos preparados para nada nesse campeonato. É difícil entrar sem saber qual time vai entrar em campo. A zona de conforto tá muito grande aqui. Ou você sai de lá ou começa a buscar peças -, disse o treinador, dando o alerta para vários atletas do elenco.

- Tem de sair da zona de conforto. Você tenta ser amigo, tenta conversar, tenta levar numa boa. Há vários perfis de treinador. Não sei se o perfil do momento é o do cara amigo. Já tive técnicos duros e tipo paizão.

- Tem de sair da zona de conforto. Você tenta ser amigo, tenta conversar, tenta levar numa boa. Há vários perfis de treinador. Não sei se o perfil do momento é o do cara amigo. Já tive técnicos duros e tipo paizão, mas não dá para rezar a cada jogo para ver o que vai acontecer. Sou bem preparado, não fujo, eu tenho que falar o que é a verdade. Fiquei envergonhado. Ou a gente sai da zona de conforto ou a equipe não vai brigar nada por campeonato -, prosseguiu.

- Faltam 13 jogos para terminar [o Brasileiro]. Quem quiser, vai continuar jogando e quem não quiser vai continuar recebendo. Aqui é o melhor lugar do mundo. Falo isso para se indignar, o Inter precisa brigar por cima e tem que se indignar. O Sport trocou totó aqui em casa. [O Inter] é um time que tem uma qualidade imensa. Mas técnica ganhava nos anos 70 e hoje não ganha nada, quem tem técnica mas não tem mentalidade, física e tática não vence nada. Ou se tem essa mentalidade de buscar algo para carreira ou então vai ficar complicado. 

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Surpresa por Dorival adotar losango contra as duas linhas de quatro do tricolor dos pampas



Surpresa na escalação rubro-negra. Dorival Junior, novamente, mudou seu esquema de jogo. O treinador que começou no cargo com o 4-1-4-1/4-3-3, passou pelo 4-2-3-1 e agora aderiu ao 4-4-2 losango. Seria falta de convicção ou peças para montar o time ideal? Acredito uma soma de ambos, pois o treinador é recém-chegado no ninho do urubu. Porém, esta intensa mudança de esquemas cria uma insegurança entre jogadores, pois não há sequencia.

Flagrante tático. Flamengo postado no 4-4-2 losango.

Em fase ofensiva o Flamengo apresenta um estilo conhecido de atacar: como índio, sem um padrão. Jogadas pelos flancos dependem exclusivamente dos laterais. “Meias centrais” (volantes, carrilleros, Box-to-box) não auxiliam pelo corredor e isolam o flanco. Léo Moura como elo entre meio e ataque não funcionou, acabou, a exemplo dos “meias centrais”, isolando o ataque.
Flamengo não possui criatividade com Léo Moura na criação. O lateral, improvisado na “meiuca”, não aproximou dos homens da frente e não soube articular com bola nos pés. Não bastasse este problema, o Flamengo esteve pregado em campo. As movimentações foram restritas a passagens solitárias dos laterais; apoio mais acentuado de Ibson pela esquerdo, do que Luiz Antônio pela direita; quando Ibson passava e jogada desenrolava pelo flanco esquerdo, Luiz Antônio segurava e alinhava-se a Cáceres formando um quadrado no meio campo, uma clara compensação.

Flagrante tático. Compensação carioca. Com posse de bola, Ibson adianta, Luiz Antônio recua, alinha a Caceres e time toma forma no 4-4-2 quadrado.

Flanco esquerdo descoberto pelo fato de ter a presença ilustre de Ibson e Ramon. É o famoso cobertor curto, Dorival optou por ter dois jogadores ofensivos para frear o ímpeto tricolor justo no lado mais forte tricolor, mas esqueceu de guarnecer e amenizar o contraveneno gaúcho. Soma-se a isto a desobediência tática de Ibson e Ramon que forçavam zagueiros saírem à caça, pois não ocupavam espaço corretamente e seguidamente sofriam com bolas as suas costas. Se for possível agravar esta situação, Cáceres conseguiu. O paraguaio não executou um principio básico de sua função: recuar entre zagueiros para cobrir espaço do zagueiro caçador, no lance do gol isto ficou evidente. Sem contar a extrema lerdeza do zagueiro Gonzalez, na comparação, o chileno era um fusca se comparado aos F-1 do Grêmio.

As movimentações ofensivas possuem um atenuante. O adversário. O flamengo esbarrou em duas linhas de quatro que respeitam os preceitos básicos do esquema inglês.

Não é de hoje que o Grêmio vem atuando no 4-4-2, simples, brasileiro, mas competitivo. Luxemburgo resuscitou o 4-4-2 abrasileirado com pitadas inglesas. Esta filosofia não é ideal somente de Luxa, o catarinense Falcão também adere a este esquema. Em âmbito internacional, Pellegrini acredita que este 4-4-2 hibrido é um casamento entre padrões europeus e sul-americanos que possui equilíbrio e honra as características de ambos.
Luxemburgo armou um harmonioso 4-4-2 com duas versões. Com bola, o time se comporta com a seguinte maneira: linha defensiva de quatro jogadores, tendo um lateral apoiador e uma base – apoiam alternadamente; dois volantes alinhados; dois meias em uma segunda faixa, ofensiva; um atacante de movimentação, jogando onde o lateral apoia menos; e um centroavante de referência.

Diagrama tático. Grêmio com posse de bola postado no 4-4-2 com meio campo em quadrado.

Sem a bola, os meias abrem pelos lados, deixam de ser meias centralizados e passam a ser meias-extremos (beirada, externo, winger, ponta, etc) , alinham-se aos volantes, o atacante de movimentação recua centralizado, o centroavante também volta, e o time reconfigura as duas linhas de quatro em um 4-4-1-1.

Flagrante tático. Grêmio, em fase defensiva, postado em duas linhas de quatro.

A transição entre esquemas era realizada com velocidade, justamente para não deixar buracos entre as linhas ao defender ou, com posse de bola, meias estarem distantes e ocupando faixa do lateral. Recuperada a posse, imediatamente os meias recuperavam seus posicionamentos centrais e à frente dos volantes, enquanto o atacante de movimentação adiantava-se para o ataque.

Detalhe para a compactação tricolor. As duas linhas sempre estiveram próximas, não cedendo espaço ao Flamengo e, como é do gabarito do 4-4-2 inglês, dobra de marcação pelos flancos com: winger e lateral ocupando este espaço e meia central os vigiando.
Reparem que não estou considerando Marco Antônio e Souza como volantes, ambos não desempenharam esta função. Foram meias-centrais, dignos e pré-requisito das duas linhas, apoiando e auxiliando na transição.

Com o tricolor dos pampas assumindo a ponta do placar logo no inicio da primeira etapa, o jogo tem um destino obvio: Flamengo com posse, pressionando e Grêmio acuado em seu campo. Esta frase pode resumir o que foi o jogo. Flamengo propondo o jogo e Grêmio explorando contra-ataques em velocidade.

Para segunda etapa, Dorival corrigiu seu erro. Uma substituição, mantendo o esquema, deu ares de um losango mais decente em campo no Engenhão. Adryan entrou no lugar de Luiz Antônio; Léo Moura deixou de ser articulador e deixou este cargo sob comando do garoto; Léo Moura passou a ser meia-central pela direita, sendo assim, uma sobrevida ao corredor direito, Léo fez diversas dobradinhas com Wellington Silva, setor esquerdo seguia esquecido.
Não que esta mudança foi como um passe de mágica para resolver os problemas rubro-negros, nada disto. As duas linhas de quatro do adversário seguiram e as dificuldades de idem. A movimentação dependia, essencialmente, de Adryan, já que, a dupla de centroavantes Liedson e Vagner Love não estava em sintonia.

O tricolor não achou contra-ataques. Luxa decidiu encontrar estes ataques em transição explorando as costas e flancos dos laterais rubro-negros com Leandro no lugar de Marcelo Moreno.
Ao abdicar de Marcelo Moreno, Luxemburgo perdeu o clássico centroavante. Não que Kleber não realize jogado de pivô, mas Moreno é jogador de área, sua movimentação busca o gol, já Kléber movimenta-se com maior intensidade. Resumindo, o Grêmio perdeu retenção de bola no ataque.

Na comparação entre ambos os treinadores fica claro que Vanderlei Luxemburgo possui um esquema base e definido. Por outro lado, Dorival Junior ainda esta a procura de um plano tático para acomodar seus jogadores de maneira inteligente e com equilíbrio entre setores.
Hoje o Flamengo se demonstrou um time heterogêneo entre zonas do campo. O Grêmio errou ao adotar estratégia de retenção logo após seu gol, pois abdicou da posse de bola e chamou o Flamengo para seu campo.

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Análise tática - Atlético-MG x São Paulo - Pressão x Compactação e contra-ataque




O Galo segue na cola do Fluminense, com um jogo a menos e dois pontos, além do confronto direito que acontece daqui 8 rodada, o que deixa o Atlético muito vivo na briga pelo título nacional. Na noite desta quarta-feira o Galo sofreu para colocar a bola para dentro, mais conseguiu vencer o São Paulo que com alguns desfalques, buscou marcar forte, compactando com com o Galo e puxando o contra-ataques em velocidade.

Jogando em casa logo o Atlético dominou o jogo, desde o início, no seu 4-2-3-1 de costume, adiantou a marcação, procurou por M.Rocha na direita e por Bernard na esquerda, ao centro Ronaldinho Gaúcho era o articulador. O Galo tinha ótima posse de bola, o São Paulo marcava muito bem, com isso o time Mineiro pouco finalizou.

Ney Franco colocou o São Paulo no 4-3-3, fazendo marcação bem especificas nos setores: Maicon e Cortês em Guilherme, Wellington em Ronaldinho, Douglas e Casemiro em Bernard, Lucas e Osvaldo os pontos ajudaram a marcar Jr. César e M.Rocha, mais não deixaram de lado o ataque, mesmo assim pouco criaram.


Sandro Meira Ricci foi um capitulo a parte na partida, exagerou na expulsão de Douglas, quando Ronaldinho Gaúcho tinha feito falta igual em Casemiro poucos minutos antes. Ainda invertendo faltas, ou ora marcando algumas desnecessárias. Além da falta de L.Silva sobre Osvaldo que sinalizava situação clara e manifesta de gol e Ricci deu apenas o amarelo.

Abaixo a compactação do time de Ney Franco que marcou com muita força, durante o tempo que tinha os 11 contra 11, fez uma marcação perfeita sobre o candidato ao título:


Com três zagueiros, Cortês virou volante que ora caia na esquerda para marcar os avanços de Marcos Rocha que "abandonou" a marcação. Wellington depois P.Assunção fizeram a marcação em Ronaldinho Gaúcho, Escudeiro foi otimamente marcado por P.Miranda, que fez uma ótima partida, Neto Berola trocou com Leonardo e foi para a armação. Osvaldo virou "referência" mais o São Paulo perdeu a força.

Cada vez mais o jogo se desenha a favor do Atlético, Rogério Ceni segurou até onde pode. Pode até, Bernard cruzar e Leonardo subir na meio da zaga São Paulina e fazer o gol da vitória do Atlético. O Segundo tempo foi de domínio puro do time da casa, o São Paulo chegou algumas vezes, mais pouco finalizou. Foram 17-2 em finalizações.


Acima o Galo que foi só pressão contra o São Paulo que desesperado, com um a menos e injustiçado, perdeu a força, tem time para recuperar e buscar vaga no G-4. Já o Galo segue firme e forte na briga pelo título. 

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Um legitimo 4-4-2 made in CHINA


Confesso que fiquei horrorizado ao “analisar” a seleção Chinesa. A principio, esperava a seleção oriental mais acuada em seu campo e explorando contra-ataques em velocidade. Alias velocidade característica típica do futebol oriental. 
O fato que tornou o futebol Chinês um circo de horrores foi a maneira com que utilizou o 4-4-2 em duas linhas, tipicamente inglês – ligação direta, marcação em bloco baixo e abdicando da posse de bola.

Uma potencia mundial no quesito economia. A China famosa por realizar produtos de baixa confiabilidade, aparentemente, passou esta filosofia para o futebol. Os chineses importaram o 4-4-2 em duas linhas direto da Inglaterra, o copiaram, mas de forma equivocada. Os "componentes eletrônicos" não possuem qualidade dos originais. Um legitimo 4-4-2 made in CHINA.

Flagrante tático. China em fase defensiva no 4-4-1-1. Reparem que dentro da grande área, jogadores de ataque do Brasil estão no mano-a-mano.

Estonteante a marcação oriental. Não estou reverenciando o sistema defensivo, mas sim, lhe descendo a marreta. As duas linhas possuem um propósito de ocupar faixas do campo de maneira inteligente, bloquear passagens do adversário pelo flanco, marcação dupla com winger, lateral e soma-se a eles o meia central para vigia-los. Para minha decepção, nada disto esteve presente na estratégia chinesa.

Carência que se acentuou durante boa parte do jogo foi a inversão de jogadas da seleção brasileira as costas das linhas orientais. A China não conseguiu encaixar duas linhas simétricas, ou, mesmo que assimétricas, mas ocupando faixas laterais.
Seja por inversão com lançamento, não viajada, esta inversão brasileira foi com bola rápida e rasante. Seja invertendo por bloco baixo, recuando dos wingers ate os volantes, passando pelos zagueiros e recomeçando com laterais. Independente da inversão, a China não aproximava marcação e deixava o Brasil avançar pelos lados do campo, justo eles que deviam ser bloqueados pelas duas linhas impostas por seu treinador.
China opta por aproximar da inversão quando ela já esta sendo executada, "encostando" ao jogador quando este encontra-se com a posse da bola. No mínimo temerário.

Além das inversões brasileiras, Mano surpreendeu ao escalar Neymar como “falso-9” – nada mais que um centroavante ou, ultimo homem de ataque, com movimentação livre, um libero ofensivo. Neymar “atucanou” os zagueiros. Sua movimentação era intensa e as costas dos defensores. Seguidamente o atacante tupiniquim rompia a linha de zagueiros para receber lançamento longo às costas dos mesmos.
Em um quesito a China demonstrou padrão europeu, não jogar com sobra defensiva, pois, sabidamente o velho continente não utiliza sobra, de maneira semelhante, a China optou por jogar, não digo em linha de impedimento, mas sem um sobra distante em relação a Neymar.

Flagrante tático. No destque: Marcação em linha da defesa chinesa; Segunda linha muito assimétrica, onde não consta o winger pelo lado esquerdo.

O Brasil possui méritos, pois, analisou as carências do adversário e soube explora-las. Mano providenciou Neymar de “falso-9” jogando no limite entre o impedimento e posição legal para explorar lançamentos longos as costas dos defensores. Alias, não só Neymar, demais meias jogaram as costas dos defensores, explorando a velocidade de Hulk e Lucas. Claro que esta estratégia provém da intensa movimentação dos wingers e Neymar, não ocorreria de forma estática ou apenas com bola nos pés.
Outra estratégia foi dobradinha entre lateral, winger e Oscar aproximando para fechar triangulação.

Flagrante tático. No destaque: China sofre inversão brasileira e demora ao tomar atitude, só aproxima de Marcelo pós jogador estar com bola no pé, decorrência do winger não estar ocupando seu espaço; Brasil inicia triangulação entre linha de defesa e meio campo.

É uma desonra utilizar o 4-4-2, no caso da China, 4-4-1-1 em fase defensiva e, esporadicamente, em fase ofensiva, 4-2-3-1.
Comprometimento tático não existe no vocabulário chinês. Se existe, não foi apresentado perante a seleção brasileira.
Acredito que a principal dificuldade da China foi adequar-se a marcação zonal que as duas linhas requerem. Marcação individual em duas linhas não existe, de maneira alguma.
Portanto, não havia leitura de ocupar certas faixas de campo e respeitar a zona do companheiro. As perseguições eram corriqueiras, com isso, buracos ficavam nítidos e setor defensivo desorganizado.
Um dos mandamentos do 4-4-2 em duas linhas é a compactação. Novamente, não executado pela equipe oriental. Espaço entre meio de campo e linha defensiva ficou nítido pela quantidade de bolas invertidas pela seleção brasileira, resultado da distancia entre setores.

Posicionamento ou transição ofensiva? 30% de posse de bola é pouco para analisar estes movimentos. O que pude notar foi uma horrenda qualidade técnica, excesso de ligação direta, transição do 4-4-1-1 para 4-2-3-1 com avanço dos wingers. Resumindo, marcação brasileira impecável sobre sistema ofensivo chinês.

Resultado deste conjunto de erros? Uma sonora goleada de OITO a zero. Brasil finalizando 30 vezes ao gol chines contra, apenas, três chutes a meta de Diego Alves.
Este jogo não passou de um treino de luxo. A disparidade técnica e tática é imensurável.
De que serviu este jogo? Ritmo de "jogo", padronizar alguma movimentação ofensiva, pois, pouco foi exigido defensivamente e, Mano finalmente respira aliviado e sem vaias ao pé do ouvido.

Faço das minhas as palavras de meu amigo Eduardo Dourado:

‎Algumas pessoas dizem que a China vai dominar o mundo, mas uma coisa é certa, o futebol eles nunca vão dominar.

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Principio de terrorismo contra Fernandão


Se fossemos definir Fernandão com uma palavra, esta seria aprendiz. O cargo de treinador é novidade para Fernandão, na partida de hoje, completou seu décimo segundo jogo e, apenas, cinquenta e um dias nesta função.
Não bastassem estes dados, Fernandão assumiu a equipe em meio ao campeonato com grupo formado e tendo que apagar incêndios internos, casos de Fabrício e Jajá.

O terrorismo toma forma pela atual faceta do Inter. O grupo colorado é desmantelado corriqueiramente por lesões, suspensões e convocações. A exemplo de hoje, o Inter esteve desfalcado de, nada mais nada menos que, NOVE jogadores. Não há sequencia no onze inicial.
Criticar Fernandão com apenas cinquenta e um dias é no mínimo fugir ou fechar os olhos para razão. Qualquer trabalho é concretizado com o tempo. Imediatistas existem, mas são raros. Acredito que para criticar o treinador, é preciso dar tempo ao tempo, pelo menos três meses. Este fato atenua-se pela falta de ritmo da equipe considerada ideal.

Criticar padrões táticos embasado na partida de hoje é perder o senso de racionalidade.
Comparar o Inter ao Corinthians e afirmar que Tite consegue padronizar sua equipe, mesmo trocando peças e desfalcado de jogadores não possui nexo, pois o gaucho esta no comando do coringão desde o ano passado, Fernandão nem dois meses.

O time que foi a campo hoje contou com: Muriel; Nei, Moledo, Índio e Fabricio; Élton, Josimar, Fred, Dagoberto e Datolo; Cassiano.
Os desfalques encontram-se no coração do time colorado, a meia cancha. É de conhecimento que times necessitam de uma espinha dorsal, no caso do Inter, estava desfalcado de três elementos base: volante – Guiñazu -, meia de criação – D’Alessandro – e centroavante- Leandro Damião.
Meio campo, ou, coração de qualquer time, estava “capenga”, sem contar o “centroavante” Cassiano que, se dependesse dos demais para ser abastecido, “morreria de fome”.

Diagrama tático. Inter no 4-2-3-1 extremamente desfalcado.

Não estou querendo induzir o torcedor a pensar que Fernandão é um santo, longe disto. O treinador possui escolhas questionáveis como: Bolivar, titular na zaga até bem pouco tempo; Bolatti, porque não é utilizado?

Em exercício de imaginação e constatações de Fernandão sobre seu time ideal, podemos definir qual o onze de preferencia do treinador. O esquema já vem sendo utilizado para o grupo se tornar homogêneo ao esquema adotado, a exemplo do Corinthians.
Portanto, o 4-2-3-1 deve ser o esquema da vez, formado por: Muriel; Nei, Moledo/Juan, Índio, Kléber; Ygor, Guiñazu, Fred/Dagoberto, D’Alessandro e Forlán; Leandro Damião.
Ao ler estes nomes, fica claro o porquê da equipe colorada ser elencada como favorita a conquistas.
O 4-2-3-1 com Forlán e Dagoberto ganha em verticalidade e aproximação a Leandro Damião, porém, perde em recomposição defensiva, pois, o trio de meio-campistas pouco, sendo generoso, auxilia defensivamente. Solução seria convencer estes homens de frente a realizar marcação adiantada ou recompondo e formando duas linhas de quatro, atualmente utilizada em fase defensiva.
Utilizando do mesmo esquema, há como escalar Fred no lugar de Dagoberto e aumentar o poder de marcação e tendo assim uma possível variação para o losango – Fred recuando e formando tripé de volantes ao lado de Ygor, centralizado e Guiñazu pela esquerda.

Fato que chama atenção perante os maus resultados esta na dupla de volantes. Élton e Josimar não possuem "liga" e, parecem perdidos na recomposição, correndo para todos os lados e não resolvendo nada. Ambos marcam por dentro e, ao cair pelos lados, abrem rombo na faixa central.
A volta de Ygor e Guiñauz é de suma importância, acima de tudo Guiñazu. O argentino conhece os vícios da equipe, consequentemente, possui o antidoto para resolve-los. Ygor caiu como uma luva, autentico camisa "5" que garante subsídios para demais apoiarem sem pensar duas vezes.

D'Alessandro é o enganche que toda equipe sonha. O castelhano não se restringe a faixa central do campo, movimenta-se e aproxima dos demais para tramar jogadas. Precisando, recua para inciar transições.
Para fechar o tridente de meias, Dagoberto e Forlán devem ser incisivos e adentrarem na área como manda o gabarito do 4-2-3-1. Por outro lado, devem sobrecarregar D'Ale na armação, algo a ser revisto e pensado.

O único centroavante que este esquema requer é unanime e indiscutível dentro os demais no Beira-Rio. Leandro Damião é "9" de carteirinha, titular da seleção brasileira. Se precisar, sabe sair da área, fazer pivô e finalizar como poucos.

A carência fica por conta da linha defensiva. Tanto os laterais, quanto os zagueiros não passam tranquilidade ao goleiro Muriel. Nei é esforçado, mas tecnicamente deixa a desejar. Kléber é o contrario de Nei, possui qualidade, mas sonolento por demais.
O enigma dos zagueiros deve ser resolvido pela dupla de volantes. Não compreenderam? Figueroa explica: 

- Zagueiro bom é zagueiro protegido, já dizia Figueroa, que dizia ser capaz de jogar até os 50 anos quando Caçapava rosnava à sua frente no meio-campo na década de 70.

Diagrama tático. Inter no mesmo 4-2-3-1, mas com formação ideal.
Ao por no papel ambos os times, fica claro que o terrorismo contra o jovem treinador colorado é exagero. De maneira alguma estou pregando um protecionismo ao comandante, apenas peço coerência nos argumentos postos contra o mesmo. Deixem o homem trabalhar.

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Corinthians, mudam-se as peças a mecânica segue


O atual campeão da Libertadores da America possui na casa-mata um grande estrategista. Tite é peça rara no emaranhado de treinadores boleiros que vive o atual futebol brasileiro. O comandante da equipe mantém sua filosofia de jogo, independente dos jogadores que adentram nas quatro linhas.

A mecânica se explica pela intensidade do time em variar entre marcação adiantada - pressing - e de retenção - no seu campo. Essa mecânica acentua-se pelo fato do time estar "capenga" de seus titulares, o que demonstra um grupo homogêneo com sistema e estrategias definidas e independente de jogadores.
Além disto, os quatro homens com ocupação para atacar não possuem posição fixa a frente. Por ora Danilo e Romarinho foram dupla de ataque, mas, corriqueiramente, invertem com wingers. Este "falso ataque" não perde eficiência, pelo contrario, torna-se imprevisível e difícil de ser marcado.

Compactação, marcação à frente no campo do adversário, contra-ataque em velocidade explorando a desorganização do adversário, em virtude do pressing no campo ofensivo. Não bastasse isto, Tite adota a gênese do 4-2-3-1, ou seja, o 4-4-2 em duas linhas. Sabidamente o 4-2-3-1 variou das duas linhas britânicas sendo que, um atacante recua, wingers adiantando e assim formata-se uma nova linha no meio campo.

Flagrante tático. Corinthians postado em duas linhas de quatro.

Mais original e “antiquado” do que inovador. Não se trata de um critica, mas sim de uma constatação. Tite adota em seu Corinthians muito mais as duas linhas de quatro do que a “moda” do 4-2-3-1. Essa confusão de esquemas deriva da intensa movimentação dos meias, algo primordial as facetas do futebol moderno. Não há espaço para futebol estático, esperando bola no pé e funções restritas a ofensivas e defensivas. A filosofia do futebol total impera , guardado as devidas proporções: todos marcam, todos atacam.
É por este lógica que Tite adéqua sua equipe.

As duas linhas que Tite adotou respeitam alguns “mandamentos” básicos do esquema:
- Presença dos volantes no campo de ataque adversário, função ofensiva não fica restrita a meias e atacantes.
- Wingers e atacantes auxiliam nas fases defensivas. “Mandamento” claro do futebol total.
- Movimentação para confundir adversário, ocupar de forma inteligente os espaços no campo e, consequentemente, ser uma opção de passe segura.
- Ataque em bloco e defesa de maneira semelhante. O time comporta-se como um só.

Por outro lado, algumas das estratégias adotadas por Tite fogem a regra das duas linha britânicas e aproximam-se do futebol moderno e considerado vencedor:
- Não há figura de um “9” clássico. Tanto Danilo quanto Romarinho não guardam posição fixa dentro da grande área, ambos possuem movimentação intensa e troca de posição com demais.
- Passes curtos e triangulações com jogadores próximos. O passe longo é utilizado em circunstancias isoladas.

O atual Corinthians neutraliza seu adversário com marcação dupla por zona, aproveitando das duas linhas em fase defensiva. Ou seja, winger e lateral dobram marcação sobre adversário pelo flanco e ainda contam com volante os vigiando pelo centro. 
A compactação variando entre bloco baixo, médio e alto, auxilia na recuperação da bola, pois enquadra o adversário em uma pequena zona do campo e limita suas ações. O Corinthians sabe induzir o adversário para certa faixa do campo e “agredi-lo”, é claramente uma armadilha para recuperar a posse de maneira eficiente.

Flagrante tático. Compactação corinthiana em bloco médio, ou, faixa intermediaria.

Tratando de momentos ofensivos, o Corinthians leva perigo em transições de velocidade – contra-ataque. Quando há necessidade, o coringão utiliza-se do contra-ataque mais direto, pouca troca de passes – ligação direta – marcando em seu campo ao estilo de retenção – atrás da linha da bola e diminuindo campo ao adversário -, sendo assim, a saída é em velocidade. Geralmente a equipe utiliza-se do contra-ataque, mas derivando da marcação adiantada no campo do adversário e tramando contra-ataque perto da meta adversária.
Variando. O Corinthians pode e atua em suma maioria, com posse de bola, pois possui jogadores para desempenhar tal estratégia. Organizando e tramando suas jogadas, dominar o adversário e criar situações, o 4-2-3-1 toma forma com intensa variação entre Danilo e Romarinho. Sendo assim, ao optar por tocar e rodar, o coringão possui presença ofensiva de cinco a seis jogadores.


Sem contar que a equipe sabe dosar os momentos ofensivos. Utiliza-se de maneira inteligente a desorganização do adversário ao contra-atacar ou controlando a partida, trocando passes e marcando a frente para recuperar a posse da bola no campo ofensivo. Neste quesito, Luxemburgo definiu bem o adversário:

- Corintians é um time malandro, escolado, no bom sentido.

Nas palavras do comandante Adenor Bacchi:
- Jogamos sob forma de domínio, valorizando posse de bola e compactação (pressão alta preferencialmente, meio campo ou defensiva) e quando da pressão defensiva (controle) a retomada e o contra-ataque explorando o espaço criado.

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Calamidade rubro-negra


Sem rumo. Dorival não consegue encontrar um norte para sua nau com velas rubro-negras. O marasmo afeta a toda uma tripulação que, aparentemente, não possui forças – qualidade - para reagir. A capitã, Patrícia Amorim, deposita todas suas fichas em um velho pirata, conhecido por todos, mas sofre com rum e excesso de peso. Assim encontra-se o Clube de Regatas Flamengo, a deriva em um mar repleto de tubarões a espera do primeiro tripulante pular, espontaneamente, da tabua. O motim é iminente.

Dorival abandonou seu 4-1-4-1 em fase defensiva para 4-3-3 em fase ofensiva e, contra o Coritiba, adotou o 4-2-3-1, espelhando o Coritiba, mas não encaixando o esquema adversário. Ressalto um 4-2-3-1 estático, carente de compensações, inversões e tipicamente brasileiro, se assim posso dizer. Brasileiro? Sim. Funções em campo bem definidas e executadas com imensa dificuldade. Exemplos: Volantes restringindo a marcação por dentro e não aprofundando entre zagueiros; volante marca, meia ataca, isto resume o meio de campo rubro-negro.

Diagrama tático. Flamengo no 4-2-3-1.

Não há outra maneira de analisar o Flamengo se não por momentos ofensivos. A equipe carioca fechou o primeiro tempo com 63% de posse de bola, segunda etapa com 69%, porém, com jogo lateralizado com excesso de erros.
Organização ofensiva, se é que ela existiu, foi de ataque posicional. A teoria define o ataque posicional como: “Ataque é feito em bloco homogêneo e compacto devido a permanentes ações de apoio e cobertura ofensiva aos jogadores que intervêm diretamente sobre a bola. A complexidade da construção do processo ofensivo deve-se à participação de muitos jogadores e à execução dum grande número de ações técnico-táticas.

A equipe de Dorival Junior não respeitou os preceitos básicos do ataque posicional. O mengão esteve limitado a posição de seus jogadores, não havia combinações entre lateral, winger, no máximo o winger abrindo corredor, infiltrando, deixando corredor livre para lateral, mas esquecendo do mesmo para futura tabela, pivô.

Bloco homogêneo? Impossível. Tanto em fase ofensiva quanto em defensiva.
Ofensivamente o Flamengo mantinha incrível distancia entre setores, isto propiciava a exploração de contra-ataques entre "buracos" dos setores. Estas zonas ficaram claras entre defesa-meio-campo pelos lados do campo, principalmente as costas de Magal.

O Flamengo não teve estratégia clara em sua transição defensiva, pois, wingers não recuavam acompanhando lateral adversário. Volantes marcavam por dentro, não cobriam o flanco, algo usual no Brasil. Volantes não aprofundavam entre zagueiros para força-los a cobrir apoio do lateral. Cobertura ofensiva, citada a cima, foi de suma importância para vitoria do Cotitiba. Não havia cobertura por parte do Flamengo, quando o lateral Magal ia ao fundo, tanto Frauches, quanto Muralha, marcavam pelo centro e deixavam flanco livre para winger e/ou lateral transitar. Alias, Negueba não tinha função defensiva para frear apoio de Ayrton, o lateral passava como queria.

O flagrante abaixo é um claro exemplo do falho sistema defensivo carioca. Magal apoiou e ninguém cobriu seu flanco, tanto Muralha quanto Frauches ficaram pelo centro, ocupando faixa semelhante. Outro erro foi Welinton saindo para dar o bote, novamente, ninguém o cobriu e Frauches ficou sobrecarregado. Ibson deveria aproximar de Rafinha para dar o bote, assim não desencadearia esta pane de coberturas.
O rápido contra-ataque do Coritiba resultou em gol. Não somente neste lance, mas em diversos momentos ficou nítido a "avenida Magal", sem cobertura e transição lenta do lateral ao recompor.

Flagrante tático. No detalhe o "rombo" causado pelo apoio de Magal.

A escalação de Ibson como volante ao lado de Muralha tinha um ideal, interessante, mas naufragou com demais. Ibson seria uma espécie de “regista” – termo italiano para definir um jogador de criação em setor recuado do campo -, porém, Ibson, em má fase, não auxiliou na transição, apenas compareceu para passes laterais e rebote ofensivo.

Léo Moura, Welinton, Frauches e Magal. Circo de horrores formado por quatro palhaços em noite digna de Halloween.
Lei básica da basculação: quando um lateral apoiar o outro deve guardar posição e forçar sobra defensiva com três jogadores, não foi respeitada.
Espelhamento não é encaixe. Dorival propôs um Flamengo no 4-2-3-1, esquema que espelhou o Coritiba, porém, não encaixou. Portanto, com passagem do lateral, somado ao winger, o lateral rubro-negro ficava sobrecarregado, ou seja, 2x1, caso corriqueiro entre Magal x Ayrton e Linconl/Everton Ribeiro.

Momento defensivo dependia de seis jogadores: linha defensiva somada aos dois volantes. Demais jogadores ficavam postados a frente para pegar rebote defensivo e puxar suposto contra-ataque. Porém, este posicionamento avançado de wingers e "criador" Bottinelli - que não articulou nada - favoreceu posse ao coxa.

A segunda etapa contou com o ingresso das promessas Thomás e Adryan no lugar de Negueba e Luiz Antônio. Ressalto que Luiz Antônio, volante, atuou como winger pela direita, cumpriu função de frear impeto do lateral, mas não recuava, se limitava a posição de três quartos do campo.
Com Adryan e Thomás o Flamengo ganhou em velocidade e individualidade, porém, seguiu pecando no coletivo. Os garotos ainda não possuem cancha para um brasileiro. 

Jogada de maior sobriedade ofensiva do Flamengo foi explorar o pivô com Vagner Love. O camisa 99 sabe jogar de costas, porém, lhe era jogada a bola e tinha de se virar sozinho, pois, não havia aproximação para tabela.

Previsível. Flamengo esbanjou posse de bola, mas de maneira controlável pelo adversário, pois, o ataque posicional propicia aumento na fase e construção. Assim a equipe adversária também tem tempo de estabelecer uma organização defensiva consistente.

Os primeiros indícios nos levaram a crer que Dorival encontrará uma solução ao Flamengo, porém, a chegada de maus resultados o devem levar ao mesmo caminho que Vanderlei Luxemburgo e Joel Santana.
Acredito que os culpados têm nome e sobrenome. Contrariando a lógica, não vou botar na conta dos técnicos, mas sim dos diretores e presidenta. O grupo é fraco. 

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Mano, mais perdido que cego em tiroteio


Amistoso entre Brasil e África do Sul em pleno feriado do dia sete de setembro, data comemorativa de nossa independência. Ressalto que independência em relação a Portugal, éramos colônia e nos tornamos uma republica. 
No âmbito futebolístico, ainda estamos sob amarras da CBF e seu cartel que envolve transações, calendário dentre outras mirabolantes e inexplicáveis atitudes. Portanto, tratando de futebol, não há nada para comemorar.

Mano Menezes sequer definiu seu esquema para Copa do Mundo de 2014. Durante o período dos jogos Olímpicos, o 4-4-2 em duas linhas parecia ser o esquema que agradava o selecionador brasileiro. Para partida contra sul-africanos, seguiu as duas linhas, mas com configuração diferenciada. A segunda linha foi composta por: Lucas, Oscar, Rômulo e Ramires; Lucas winger de pé certo na direita e Ramires de pé trocado na esquerda, Oscar como legitimo Box-to-box ao lado do volante Rômulo.
Confesso que não foi agradável aos olhos esta formação, lhes explico: Não é novidade para Oscar e Ramires estas posições, porém, Ramires, no clube londrino, atua em transição – contra-ataque – e, na seleção, o estilo de jogo é tocado, criando e Ramires precisa jogar de costas e com arrancadas limitadas pelo campo; Já Oscar atuou desta maneira nas seleções de base do Brasil e no Internacional, não é novidade, mas, devido ao curto espaço de tempo para treinar, faltou “liga” entre os demais meio-campistas.

Na casa mata não parecia que estávamos sob o comando de Mano Menezes, a seleção tinha pitadas de Carlos Alberto Parreira. O tempero de Mano Menezes se confundiu com excelentíssimo Parreira por adotar a estratégia de uma seleção que toca, toca, toca e não chega a lugar algum. Jogadores próximos, setores longínquos, esta foi à tônica do Brasil.
O toca-toca brasileiro tem nome: ataque posicional com saída por bloco baixo e jogadores fixos, amarrados, estáticos. O exemplo de maior impacto é Lucas. Escalado como winger, o são paulino ficou restrito ao flanco direito, facilmente marcado e previsível com bola nos pés. Sem contar que Lucas não executava função ao defender como manda o gabarito do winger: recuar, se preciso, até sua linha de fundo.

Flagrante tático. Brasil postado no 4-4-2 em duas linhas. Reparem que Lucas não fica alinhado a Ramires.

 Teoricamente, apenas teoricamente, o lado de maior “encantamento” brasileiro seria o direito com Daniel Alves e Lucas pelos flancos e Oscar fechando triangulação pelo centro, porém, este esteve apagado e pouco acionado durante partida.
Setor esquerdo tinha Marcelo e tão somente Marcelo. Ramires como winger pela esquerda e jogando com ataque posicional não se econtrou.
Rômulo atuou como primeiro volante com meio campo em linha, teoricamente impraticável, pois é necessário que os “volantes” auxiliem tanto defensivamente quanto ofensivamente.

Transição defensiva por pressing. Em suma, a seleção optou por realizar a transição por pressing, ou seja, pressionando logo que a bola é perdida no campo ofensivo. Este pressing estava presente e dosado durante laterais, tiros de meta, ataque posicional já postado no campo do adversário. 
Não por acaso esta estratégia foi adotada. Caso a bola seja recuperada no campo de ataque, o adversário esta desorganizado e a bola esta mais perto do objetivo – gol – levando o adversário a quebrar – balão – ou perder a posse de bola. Portanto, recuperar a posse de bola no campo de ataque e logo transitar em velocidade é contra-atacar.
Porém, o grau de perfeição brasileiro nestes pressing’s foi de baixo acerto ou, corriqueiramente, obrigando os africanos a “quebrar” e devolver a posse ao Brasil aos zagueiros e/ou goleiro.

Flagrante tático. Pressing brasileiro com superioridade no setor, 6x5.

Posicionamento ofensivo foi sonolento. Por tramar jogadas em bloco baixo e este mesmo bloco estar recuado e distante dos meio-campistas, os passes laterais, recuados foram em excesso, quando não havia lançamentos a Neymar e Damião.
Para fugir deste vicio, Mano armou a seleção no 4-2-3-1 na metade para o fim do primeiro tempo. Oscar passou a ser o legitimo “camisa 10” brasileiro e Ramires formar volancia ao lado de Rômulo. Com Oscar armando pelo centro, era ele quem recuava para abrir o jogo e iniciar as jogadas, seja recuando entre volantes ou pelas laterais, um legitimo “faz tudo”.

Flagrante tático. Brasil deixa de lado duas linhas e adota 4-2-3-1.

O 4-2-3-1 passou a ser o esquema adotado para segunda etapa e com mesmas ou semelhantes estratégias. O pressing brasileiro passou a ser com menor intensidade e os momentos defensivos com maior presença. Este posicionamento em fase defensiva tinha excesso de desrespeito as funções atribuída aos jogadores. Oscar tinha de recuar e formar um triangulo no meio campo com Ramires e Romulo para compensar a desobediência dos wingers Neymar e Lucas.  Sem os flancos ocupados, a Africa do Sul passou a ter maior liberdade e conseguindo trocar passes. O tripé, ora de base alta, ora de base baixa, passou a bascular de lado a lado e, por vezes, abrindo o corredor central para cobrir o flanco.

Flagrante tático. Oscar já no 4-2-3-1, recua para iniciar ataque.

A exemplo do 4-4-2 em duas linhas, o 4-2-3-1 careceu de maior movimentação. Citado anteriormente, Oscar foi “pau para toda obra”, lembrou a função de carrillero, pois marcava trilhos no campo ao defender junto aos volantes e atacar com meias e Damião. Porém, Lucas e Neymar seguiam devendo.

Infelizmente, Mano ainda não possui ou não conseguiu impor um estilo de jogo a seleção brasileira. Não há uma constante de exibições e performances de encher os olhos. A variação entre as duas linhas e o "modismo" do 4-2-3-1 é constante e sem resultados.
Não serei categórico ao afirmar que Mano balança. A torcida paulista é exigente e, antes dos cinco minutos de jogo, já disparava vaias a seleção. De nada adianta bradar aos quatro ventos nomes de jogadores sequer selecionados ou treinador para o posto, como diria José Wilker na novela senhora do destino: "o tempo 'ruge' e a Sapucaí é grande".
 A corneta em nada ajuda dentro das quatro linhas. Porém, põem duvida em Marin se Mano Menezes é o nome certo para 2014.

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