Seleção de Mano tomando forma no 4-2-3-1


Mano não mudou seu esquema de jogo, porém, abandonou o hibrido 4-2-3-1 em fase ofensiva e 4-3-2-1 em fase defensiva. O treinador gaucho adotou de vez o 4-2-3-1 e completamente diferente das ultimas seleções que nos foram apresentadas.

Flagrante tático. Brasil postado no 4-2-3-1.

O tempo nos acostumou em vermos uma seleção sem brilho, decadente e previsível em seus movimentos. Mano esta quebrando alguns paradigmas, tais como marcar desde os homens mais a frente, pressionar o adversário e diminuir a incessante troca de passes sem objetivo algum.

Com posse de bola o Brasil se posta no campo adversário, troca passes curtos, porém depende essencialmente de seu meia central e wingers de pés trocados – canhoto na direita, destro na esquerda. A dupla de volantes não participa ofensivamente, apenas se posta em campo alto para pegar rebote ofensivo e pressionar a saída de bola adversária.
Mano treinou incessantemente a saída de bola brasileira, pois presumia que os EUA dificultariam esta transição. Com laterais bloqueados, zagueiros livres, propositalmente, para criar e volantes apenas trocando passes recuados, alguma solução tinha de ser adotada. Oscar assumiu a saída de bola, recuava entre o lateral e zagueiro para dar suporte do primeiro passe, ora pela direita, ora pela esquerda. Neymar por vezes executou movimento semelhante, porém sem mesma envergadura criativa que Oscar. Hulk ficou preso na ponta direita e, somente por ali.

Flagrante tático. Neymar saindo da ponta esquerda e recuando para quebrar marcação.

Ao contrario da primeira partida, Danilo não forçou apoio, se portou como lateral base e acabou eliminando dobradinha com Hulk. Marcelo foi discreto no primeiro tempo, apareceu melhor na segunda etapa, sempre interagindo com Neymar.
Outro movimento para abrir espaços e quebrar marcação adversária foi à rotação de jogadores em duplas, exemplo: Oscar sai da meia central, recua, entra na zona de volantes, Sandro sai de sua posição recuada e passa para meia central. Movimentos semelhantes entre Neymar e volantes, Hulk e volantes. Logo abaixo, Neymar sai da ponta esquerda, ingressa pelo centro, pois percebe que Oscar recuou para organizar e estava começando e se movimentar para "sua" ponta esquerda.

Flagrante tático. Oscar recua para organizar e Neymar compensa ingressando pelo centro.

Dois jogadores ficaram devendo em relação aos demais. Neymar e Leandro Damião. O primeiro sucumbiu perante marcação americana, não conseguiu desvencilhar-se com marcação dupla por zona. Acredito que Neymar ficou “viciado” em marcação individual e assim mal acostumado. Não só viciado a marcação como a ponta esquerda, chega a lembrar o estagnado Ronaldinho. Exemplos e marcação dupla por zona? Velez na Libertadores e agora contra os EUA. Leandro Damião foi pouco participativo e igualmente a Neymar sumiu perante marcação adversária.

Transição defensiva é principal mudança desta seleção. A fase defensiva começa pela ofensiva. Com time postado no campo adversário, linhas próximas entre defesa-meio-ataque favoreciam a troca de passes e, encurralam o adversário quando o mesmo ganha posse de bola.
Esta pressão brasileira contava sempre com 6 a 8 jogadores pressionando e bloqueando o adversário.

Flagrante tático. Brasil logo perde posse de bola e com seis jogadores começa pressão no adversário.

Ao perder a bola a seleção não recua, mas sim, avança os jogadores para pressionar o adversário.  Logo que o adversário inicia sua transição ofensiva o Brasil já os pressionava com seus jogadores de ataque, fechando espaços e não somente quem esta com bola, mas também quem é opção para recebê-la. A marcação é agressiva e repleta de botes ao adversário – tentativas de desarmar.
Marcação no campo do adversário o induz ao erro, seja em bola rifada, passe errado, ou desarme. Esta é uma das principais armas do Brasil, tramar jogadas de ataque no campo do adversário em bola recuperadas no campo alto. Primeiro gol foi um exemplo claro desta pressão: zaga americana cercada erra passe e entrega de bandeja a Oscar, o mesmo acerta lançamento para Leandro Damião cavar o pênalti. Neymar bate e converti.
O grande perigo deste pressing é a ligação direta adversária, para isto, volantes, laterais e zagueiros precisam estar postados de maneira correta e prontos para cortar qualquer tentativa de ataque. Isto explica o porquê dos volantes Sandro e Romulo estarem recuados, pois ficam em posição estratégica para bloquear qualquer lançamento.

Vale ressaltar que na transição defensiva em posicionamento defensivo efeito, os wingers recuavam para auxiliar setor defensivo. Porém havia uma compensação, Neymar pouco auxiliava defensivamente e sobrava para Oscar recuar e ocupar o espaço do craque santista. A equipe formava uma especie de duas linhas, devido ao recuo dos wingers.

Flagrante tático. Em preto, primeira linha defensiva. Em amarelo segunda linha formada por: dois volantes; o winger Hulk e Oscar compensando o não recuo de Neymar.

Problemas defensivos. Laterais, em certos momentos, sofreram com cobertura equivocada, seja por volante ou zagueiro. Bola aérea voltou a mostrar defeitos na marcação e principalmente posicionamento do setor defensivo.

Deve-se fazer um paragrafo em especial para Oscar. O jogador do Internacional assumiu com responsabilidade a camisa DEZ. Fez tudo que se espera dele e ainda mais, pois acreditem, Oscar marcou, desarmou e armou. Se o time se tornava apático, Oscar movimentava-se para abalar as estruturas americanas. Problemas defensivos? Oscar recuava auxiliando o setor. O Brasil formou um camisa DEZ com selo de qualidade, tipico e claramente, canarinho.

Primeiro tempo foi incrível pela insanidade brasileira na marcação, logo, no segundo tempo os níveis físicos não se sustentaram, resultado da pressão exacerbada executada pelo time por completo.

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