O que Ronaldinho e Neymar podem ter em comum? A tão falada
ponta, flanco, lado, cantinho esquerdo, você decide como denomina-lo. Um em fim
de carreira, outro na flor da idade, porém ambos estavam caindo na mesmice,
mediocridade, previsíveis e facilmente marcados. Neste final de semana, tudo mudou, ou, uma
tentativa.
Porque a ponta esquerda? Neymar e Ronaldinho são destros e
jogando pela esquerda teriam facilidade em cortar para o centro e finalizar.
Alem disso, jogariam em cima do lateral, bloqueando o apoio do mesmo e se
aproveitando da fragilidade na marcação do lateral, estariam longe da marcação
dos beques, viriam de trás em velocidade e de frente para o gol.
Ronaldinho estreou seu novo clube, o Atlético Mineiro. Cuca mantém
boa relação com Assis, jogaram juntos no Grêmio. O treinador do Galo pediu a
Assis contratação de Ronaldinho, garantindo que o “cuidaria” bem.
Esta posição centralizada não é novidade para Ronaldinho. O
Gaúcho, recentemente, jogou assim no Flamengo e Seleção Brasileira, porém sem empolgar.
Mudar é preciso, mas é obrigação reconhecer as características do jogador. É de
conhecimento geral que Ronaldinho não é armador, longe disto. Despontou no
Grêmio como atacante de velocidade e a Europa o transformou em ponta, winger,
extremo, meia pelo lado, seja como for, sempre foi jogador de arrancada,
velocidade e dribles.
O camisa 10, melhor, 49, recua para explorar os contra-ataques com seus lançamentos de longa distancia. Nesta partida, se movimentando, foi voluntarioso. A torcida mineira suspira por, talvez, ter um Ronaldinho Gaúcho querendo responder as criticas e voltar a ser protagonista e não um mero figurante.
O camisa 10, melhor, 49, recua para explorar os contra-ataques com seus lançamentos de longa distancia. Nesta partida, se movimentando, foi voluntarioso. A torcida mineira suspira por, talvez, ter um Ronaldinho Gaúcho querendo responder as criticas e voltar a ser protagonista e não um mero figurante.
No Atlético Mineiro atua centralizado, mas longe do atacante.
Tem de a ser organizador, pois não é mais o mesmo de sete anos. O gaúcho perdeu
arrancada, dribles em velocidade e movimentação que é característica desta
posição. O que sobrou de Ronaldinho duas vezes eleito o melhor do mundo? Passes
e lançamentos precisos. Ronaldinho pode não ser o mesmo, mas pode explorar a
velocidade dos wingers Bernard e Danilinho, estes sim aceleram o jogo pelo
flanco e compensam a letargia gaúcha.
Flagrante tático. Ronaldinho pelo centro no 4-2-3-1. |
Neymar, a joia brasileira. Clubes europeus o querem a peso
de ouro e o alvinegro praiano luta bravamente para mante-lo, ate agora com sucesso.
Em meio a elogios, comparações e sondagens, duas aulas de futebol apagaram o
brilho do menino de moicano, Santos x Barcelona pelo mundial e hoje, Brasil x
Argentina. Em ambas partidas o menino brasileiro sucumbiu perante Messi, às
comparações foram por água abaixo e o argentino demonstra que nosso menino
precisa evoluir e, muito.
Ora como atacante pelo centro, ora na ponta esquerda. Ultimamente
no cantinho esquerdo de Ronaldinho Gaúcho, e neste canto, palmo de chão as
criticas tomaram grandes proporções. Cair na ponta esquerda não é o problema,
mas a letargia, a inércia que esta ponta atrai os sucumbe. Neymar estava se
tornando pragmático e seu repertorio antes vasto, passou a ser acanhado. Mas
porque Neymar fez tanto sucesso no lado esquerdo e depois sumiu? Simples, os adversários
o estudaram e acharam uma maneira de anular seus movimentos.
Nesta excursão aos Estados Unidos, Mano Menezes escalou
Neymar como ponta na primeira partida, o garoto pouco fez e criticas caíram sobre
ambos. Para o clássico contra a Argentina algo tinha de ser feito. Sabella
sabiamente treinou sua seleção com laterais de pés trocados, para marcar os
wingers brasileiros por dentro e dar a linha de fundo a eles. Mano deu a
resposta, colocou Neymar pelo centro e Hulk na esquerda de pé “certo” e alem
disto, saiu do 4-2-3-1.
Neymar pelo centro atuou como ponta-de-lança do losango. Não
foi organizador, seguiu sendo o mesmo Neymar com irreverência e partindo para
cima dos marcadores, mas desta vez, pelo centro. Não foi um meias que se
aproximava dos volantes, era o contrario, destoava dos volantes e aproximava-se
dos atacantes. Mano sabiamente queria aproveita-lo na faixa central, de frente
para o gol, assim não precisava enveredar para o centro, mas teria de dividir
campo com meio-campistas.
Flagrante tático. Neymar atuando centralizado, as costas dos volantes como ponta-de-lança. |
Neymar não foi gênio nesta posição, porém, saiu da mesmice.
Demonstrou ser volátil a outras posições.
Ronaldinho e Neymar, um lembra o outro e o outro lembra o
um. Que Neymar seja o Ronaldinho do passado e não este do futuro.
Independente da posição, a dupla precisa se movimentar, nada
cairá do céu. Ambos podem jogar na tão falada ponta esquerda, mas não estáticos,
a marcação virá, basta responder e saber como sair da mesma. MOVIMENTAÇÃO,
ocupação de espaços, aproximação e, claro, o drible, tudo isto somado é sucesso
na certa.