Nesta
quarta feira Grêmio e Palmeiras protagonizaram um embate no mínimo interessante
pela Copa do Brasil. Ambos os clubes que encantavam o Brasil na década de 90,
com estes mesmos treinadores, porém, hoje, trocados, Luxa no Grêmio e Felipão
no Palmeiras.Grêmio tentando buscar o jogo, mas sem articulação e Palmeiras retraído
em seu campo e armando belíssimos contra-ataques.
Grêmio e
Palmeiras já tinham se encontrado há quinze dias pelo campeonato brasileiro, na
ocasião, vitoria tricolor por 1x0. Aparentemente Felipão aprendeu mais com sua
derrota do que Luxa que saiu vitorioso.
Para o
jogo da Copa do Brasil Felipão mudou sua equipe. Manteve o 4-3-1-2/4-2-3-1,
porém com Henrique ao melhor estilo Edmilson na Copa de 2002 e Artur na vaga de
Cicinho pela lateral direita. O time palmeirense possuía algumas variações:
Artur foi mais um zagueiro pela direita do que lateral assim Juninho pela
esquerda jogava solto; o esquema poderia variar para o 3-4-1-2 ou Henrique recuando
e compondo linha de quatro; João Vitor era o coringa entre 4-3-1-2 e 4-2-3-1,
ora volante pela direita, ora winger pela direita.
Diagrama tático. Palmeiras no 4-3-1-2. Henrique como volante-libero para viabilizar variação para o 3-4-1-2. |
O
Palmeiras induziu o Grêmio a jogar pela esquerda com Pará, lateral destro
deslocado para esquerda. Entendam a armadilha do Palmeiras: o time deixa espaço
aberto na esquerda, um corredor. Pará passa sozinho, porem pouco depois do meio
campo o marcador aproxima de Pará, fornece a linha de fundo ao lateral tricolor
e fecha a diagonal. Pará se perde e recua e assim o jogo toma proporções
viciosas.
Pelo lado
esquerdo Luan avança as costas de Gabriel e recua acompanhando o mesmo.
Henrique a
surpresa de Felipao. O zagueiro lembrou Edmilson na Copa do Mundo de 2002,
improvisado como volante cabeça de área que fornece mudança de esquema, sobra
defensiva e, nesta partida, anulou Marco Antonio.
Diagrama tático. Palmeiras induz Grêmio a jogar pela esquerda com Pará. O time alviverde fornece o corredor ao lateral, porém Pará não chega a linha de fundo, tenta afunilar e é emboscado. |
O Grêmio não
encontrou espaços para jogar. O jogo ia se encaminhando para um insosso empate.
Luxa mudou. Tirou os atacantes de "movimentação" Kleber, sem ritmo
algum de jogo e, Miralles, escalado como referencia sucumbiu perante marcação.
Entraram as "torres" Andre Lima e Marcelo Moreno. Luxemburgo assumiu
a proposta de bola aérea, ligação direta e assim defino este estilo como
balonismo. Zagueiros sem qualidade alguma, por vezes pressionados, usavam do balão
para aliviar e tentar achar alguma jogada. A bola não passava pelo meio campo,
se passasse encontraria apenas volantes utilizando o passe lateral. Andre e
Moreno tinham de se virar contra os zagueiros, porem sozinhos. Não havia aproximação
entre meio campo e ataque. O Grêmio forneceu ao time paulista as chances de
atacar, pois era bate e volta, não existiu retenção de bola com dois
centroavantes.
Vale
ressaltar a qualidade dos zagueiros alviverdes na bola aérea. Os três zagueiros anularam por completo as
"torres", André Lima de 1 metro e 85 centímetros, Marcelo Moreno
de 1 metro e 87 centímetros. Ambos os centroavantes não conseguiram jogar
com bola no chão e pior ainda com bola aérea.
Diagrama tático. Grêmio com dois centroavantes de área e ainda Pará com corredor aberto. Palmeiras no 3-5-2 encontrando espaços no contra-ataque. |
Vitoria
pessoal, ou seja, drible. Luxemburgo já admitiu que seu time e técnico e pouco
habilidoso. Nesta partida ficou claro. O tricolor não conseguiu abrir espaços
na retranca paulista. Ocupava bem os espaços, porém, ficava facilmente marcado
ao não se movimentar e ser previsível em suas jogadas.
Faltou o
drible. Rondinelly entrou no meio para final do segundo tempo, deu um gás na
equipe, mas errou e neste erro saiu o primeiro gol palmeirense, após isto o
garoto murchou.
Vitoria
pessoal, faltaram a Marco Antonio, Miralles e Kleber. O primeiro ficou entregue
a marcação de Henrique. Miralles sumiu perante os zagueiros. Kleber sem ritmo,
consequentemente sem vitoria pessoal sobre defesa, jogou longe da meta adversária,
saia para buscar o jogo, mas sem sucesso e sempre contou com Thiago Heleno e Mauricio Ramos revezando em
seu cangote, o famoso bafo na nuca.
Este jogou
provou a importância da vitoria pessoal na ausência da
mesma. O Grêmio conseguia passar a linha de meio campo, trocar passes no campo
do Palmeiras, porém não adentrava na área adversária pela falta do drible ou
algo parecido. O tricolor se tornou um time previsível e demonstrou uma
proposta de jogo viciosa e sem alternativas.
Felipão aplicou um Nó Tático em Luxemburgo. O Grêmio
simplesmente não levou perigo ao gol de Bruno, salvo raras exceções em bola
parada. Palmeiras jogou como legitimo tranca rua e jogou no erro tricolor.