Portugal precisa aprimorar seu 4-3-3


Portugal terminou sua preparação para EURO 2012. O ultimo embate foi contra a seleção da Turquia, aparentemente, amistoso sem grande valia, pois a Turquia não se classificou para EURO. Este foi longe de ser um encontro de compadres. Portugal jogando em casa não conseguiu sair vitorioso, perdeu por 3x1 e mostrou claramente a dependência por Cristiano Ronaldo.

Paulo Bento armou sua seleção no 4-3-3, ofensivo e objetivo. A seleção portuguesa dominou a posse de bola, pressionou o adversário, esteve constantemente no campo de ataque, porém, não conseguiu transformar em chances criadas de gol. As jogadas eram previsíveis pelo lado esquerdo com Coentrão e Cristiano Ronaldo e neste mesmo lado o seu calcanhar de Aquiles.

Flagrante tático. Portugal no 4-3-3 com triangulo de base alta no meio campo.

Transição ofensiva de Portugal é comandada pelo triangulo de base alta formado no meio campo - um volante frente aos zagueiros e dois meias adiantados em uma segunda linha. O passe parte dos meias Moutinho esquerda/centro ou Meireles vindo de trás para direita. A direção deste passe é o flanco, seja direita ou esquerda. Esta transição é facilitada pelo fato da equipe recuperar posse da bola em campo alto, sendo assim, o trabalho de trabalhar a bola desde trás é facilitado. Portugal não encontrou dificuldades em adentrar no campo adversário, pois rondava a grande área turca, mas não conseguia entrar.
Durante transição ofensiva um 4-2-3-1 poderia ser visto, pois, Raul Meireles encontrava-se recuado e alinhado a Miguel Veloso, João Moutinho a frente deles e pontas recuados. Mas isto se explica pelo fato da equipe estar saindo de um posicionamento defensivo.

Flagrante tático. Transição ofensiva, Portugal saindo de raro 4-2-3-1 em linhas pretas e, assumindo 4-3-3 em linhas amarelas.

Posicionamento ofensivo é o grande imbróglio desta seleção. Os pontas não executam função que lhes é dada, pois não aproximam de Hugo Almeida, o centroavante fica solitário e, sem grande movimentação, padece frente aos zagueiros.
Triangulo de base alta com dois meias possuindo presença ofensiva, porém, apenas fornecem subsídio em passes laterais, não arriscam.
Claramente a equipe pende para esquerda com Coentrão e Cristiano Ronaldo e, as tentativas de ataque ficam previsíveis. Pela direita, Miguel Lopes pouco apareceu e Nani foi mais solicito a transição ofensiva do que atacar de fato. Cristiano Ronaldo joga de pé invertido, mas mesmo assim não ingressou na área, o máximo foi levar ao centro e finalizar de fora da área. Nani pela esquerda estava solitário, sem parceria sequer fez jogada de diagonal ou linha de fundo.
A presença ofensiva contava com seis jogadores: lateral apoiador, outro guardando posição; duplas de meias; pontas e centroavante.
Para resumir o posicionamento dos pontas, jogaram colados na linha lateral, portanto longe do centroavante. Hugo Almeida é centroavante de referencia, poste, pouco se movimente e sem aproximação o seu jogo só complica.

Transição defensiva foi empolgante, pois conseguia abafar o adversário e logo recuperar posse da bola. Como a equipe se encontrava em campo de ataque, estes mesmos jogadores davam o bote no adversário.
Postada no 4-3-3 a equipe preenche de maneira inteligente os espaços do campo e força o adversário ou erro, seja com bola rifada ou desarma-lo. A pressão era geralmente com SEIS jogadores: centroavante pegando zagueiros, pontas nos laterais, meias nos volantes e, lateral dobrando com ponta.

Caso a equipe conseguisse transpor este pressão, encontraria um Portugal desmantelado em seu campo defensivo. Com, geralmente seis jogadores apoiando, sobrariam apenas QUATRO para defender: dupla de zaga, lateral e volante. Ainda irá encontrar duas avenidas pelos flancos.
A seleção pressiona o adversário, mas não conta com o mesmo conseguindo avançar e entrar no seu campo, pois a cobertura dos lados do campo é feita de maneira ingênua. Miguel Veloso é apenas volante central e nada mais, não pende ao lado do campo. Fabio Coentrão deixa as suas costas uma avenida por inteira e, Bruno Alves não abre para ocupar este espaço.
Os pontas recuam, mas de forma lenta, se o adversário contra-atacar o tempo entre transição e posicionamento defensivo é enorme. Geralmente os laterais portugueses se encontravam no mano-a-mano com os wingers turcos e o perigo era iminente.
Não se pode reclamar da recomposição do triangulo de base alta, pois este sim recua a auxilia no combate ao adversário.

Flagrante tático. Portugal em transição defensiva. A seleção abandonando o 4-3-3 em linhas pretas e adota 4-1-4-1. Salientando que Cristiano Ronaldo e Nani auxiliando na marcação.

Quando a equipe consegue neutralizar o ataque adversário e, se postar no campo defensivo, outro esquema fica desenhado. A equipe sai do 4-3-3 e se mostra claramente no 4-1-4-1, com pontas recuando alinhando-se aos homens de meio campo. Este recuou dos pontas é para fechar a passagem do lateral e não deixar o adversário fazer 2x1 pelo flanco. Por vezes recuando mais que o meio campo como mostra o frame abaixo:

Flagrante tático. Portugal em posicionamento defensivo no 4-1-4-1. Nani auxiliando a defesa para não deixa-la no 2x1. No outro lado, C.Ronaldo recua acompanhando adversário.

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