Nesta tarde vimos o embate entre Portugal e Espanha, bom
jogo e com algumas minúcias, peculiaridades destas seleções.
Permitam-me, mas analise deste jogo ira fugir do normal, bem como Vicente Del
Bosque tentando mudar o estilo de sua seleção, mas isto é papo para daqui a
pouco.
O camisa 9, centroavante, matador... Enfim, existe uma mística
em torno deste jogador, mesmo não usando a “9” ou sendo um típico “9”. Refiro-me
ao embate entre Hugo Almeida, clássico centroavante de imposição, força e
oportunismo, versus, opa, Negredo, isso, Negredo. Del Bosque nos pregou uma
surpresa, escalou um centroavante de referencia, mas longe da preferência
nacional, Llorente.
Não cabe a Espanha jogar com um centroavante de área, ou
ainda não encontrou um centroavante de qualidade para tal. Com Negredo a
movimentação desaparece, porém, a bola aérea toma papel interessante, mas de
que adianta se a equipe não tem o cacoete de cruza-la?
Um centroavante trombador não se encaixa na filosofia espanhola, quem sabe alguém com maior qualidade.
Independente do “9” ou falso-9, Del Bosque procura um Messi espanhol para escalar e desencantar nesta função. A pergunta que fica é, encontrou? Encontrará?
Um centroavante trombador não se encaixa na filosofia espanhola, quem sabe alguém com maior qualidade.
Independente do “9” ou falso-9, Del Bosque procura um Messi espanhol para escalar e desencantar nesta função. A pergunta que fica é, encontrou? Encontrará?
Flagrante tático. Espanha no 4-2-3-1 com Negredo, no detalhe, a frente. |
Mesmo não tendo este “9” absoluto a Espanha demonstra
resultados, essencial no futebol moderno.
Com Fabregas a equipe ganha em movimentação, intensidade e
tudo que a seleção predispõe a acontecer. Com Negredo tudo vai por água abaixo,
é outro estilo, não se pode contar com ele para fazer a movimentação de
falso-9.
Flagrante tático. Espanha no 4-2-3-1 com Fabregas na referencia. |
A seguir os principais princípios do "Tiki-Taka",
ou seja, estilo proposto pelo futebol espanhol:
· - A bola está quase sempre no gramado;
· - Os passes são realizados na diagonal;
· - A maioria dos passes são curtos;
· - Os passes são realizados em todas as direções;
· - Os jogadores raramente correm com a bola;
· - Os jogadores fazem movimentações curtas sem
bola;
· - A bola é sempre passada para o pé.
Como um 9 brucutu terá espaço no onze principal se o futebol
é jogado desta maneira? Talvez, mas só talvez, o grupo teria de carrega-lo nas
costas. Porém, não acredito que o estilo de futebol seja alterado para o bem
de, apenas, um jogador.
Pelo lado lusitano a historia é outra. Portugal nesta Euro
se demonstra o exercito de um homem só, felizmente para os portugueses este
homem é Cristiano Ronaldo. O jogo coletivo apresentado é envolvente defendendo,
pois, atacando as carências são visíveis e, aparentemente, sem solução.
Se os espanhóis não abrem mão de um falso-9 ou libero
ofensivo, nossos colonizadores são semelhantes, mas estes não abrem mão de ter
um “9” de imposição e que diga aos zagueiros: “estou aqui para fazer gols.
CUIDADO!”.
Este 9 português precisa ter algumas características:
Este 9 português precisa ter algumas características:
· - Alto;
· - Cabeceador;
· - Sempre estar na área adversária;
· - Finalizador;
· - Oportunista;
Perceberam que ser rápido, habilidoso, técnico, passador não
é um quesito obrigatório? Neste 4-3-3 português o ultimo homem de ataque
precisa fazer gols, independente de como, onde e por que.
Flagrante tático. Portugal no 4-3-3 em destaque o centroavante lusitano Hugo Almeida. |
O estilo de jogo português propicia que este “9” seja
blindado e tenha vida útil na seleção. Quem não quer Cristiano Ronaldo de um
lado e Nani de outro como garçons?
Mas as naus portuguesas parecem não estar com velas içadas e a todo vapor. O que esta errado? A bola aérea. O futebol esta em constante transformação e, por incrível que pareça, Portugal não forma centroavantes que não sejam altos, cabeceadores, oportunistas e etc.
Os lusos formam bons meio campistas, wingers – pontas, extremos, como queiram -, mas o “9” é carência nacional.
Mas as naus portuguesas parecem não estar com velas içadas e a todo vapor. O que esta errado? A bola aérea. O futebol esta em constante transformação e, por incrível que pareça, Portugal não forma centroavantes que não sejam altos, cabeceadores, oportunistas e etc.
Os lusos formam bons meio campistas, wingers – pontas, extremos, como queiram -, mas o “9” é carência nacional.
O 9 clássico é essencial para muitos esquemas, pois puxa
marcação e deixa preocupado os zagueiros, alem de, reter bola para aproximação
dos demais, comandar a bola aérea.
Atualmente a defasagem de 9’s de qualidade não propicia isto a Portugal.
Atualmente a defasagem de 9’s de qualidade não propicia isto a Portugal.
Esperamos que Nelson Oliveira seja o grito de uma nova
geração.
Se compararmos os “9’s” destas seleções teríamos um David e
Golias pelo fato de estatura e qualidade. O David espanhol é simplesmente
Fabregas já o Golias português é Hugo Almeida e Helder Postiga. Não cabem
comparações, David novamente apedrejaria o Golias português.
O tiki-taka espanhol cansa, a objetividade portuguesa
contagia. São estilos e propostas de jogo diferentes, mas essencialmente
dependentes de jogadores centralizados. Na Espanha o “9” precisa se movimentar,
em Portugal ele precisa se impor e ser o clássico camisa 9 de outrora.
Nem tudo diverge. O esquema é semelhante, o 4-3-3 é usado em
ambas às seleções. Um dependente do toque de bola, velocidade, intensidade,
marcação e troca de posições. Outro objetivo, rápido, dependente de Cristiano
Ronaldo e variável perante seu adversário.