Análise do BLOG TATICAMENTE FALANDO por Rafael
120 minutos de domínio italiano, porém nenhum gol. A Itália conquistou a vaga pra semifinais da Eurocopa 2012 diante da Inglaterra com sofrimento, na disputa de pênaltis, e de virada venceu os ingleses por 4x 2 com Buffon e Pirlo brilhando.A última vez em que os italianos conseguiram tal feito foi em 2000, quando a seleção foi vice-campeã.
A Itália começou melhor até a Inglaterra acertar marcação no meio com wingers marcando volantes-meias da Azzurra. De longe, o melhor início de uma partida da Euro 2012.
Com a posse de bola totalmente controlada pelos Italianos que verticalizavam o jogo, utilizando o lado esquerdo de seu campo com Balzaretti e arriscando muito de fora da área. Ingleses jogavam com segunda linha muito atrás, deixando espaço na entrada da área, e com isso De Rossi quase abriu o placar, acertando a trave de Hart aos 3 minutos.
Depois de um bom início da Itália, a Inglaterra equilibrou as ações, começando a rondar a área de Buffon, mostrando boa leitura do jogo com Young e Milner acompanhando os condutores Marchisio e De Rossi, mas faltava alguém mais cerebral no meio campo, o que fez o time de Hodgson apostar em arrancadas e velocidade.
A Inglaterra respondeu de imediato e não abriu o placar por intervenção quase milagrosa de Buffon: Johnson finalizou quase da pequena área, mesmo assim o goleiro italiano conseguiu salvar a azzurra.
Itália no 4-3-1-2 com Pirlo de regista, De Rossi e Marchísio condutores, e Montolivo trequartista. Time tinha problemas na marcação pelos lados, pois os condutores não abriam tanto para cobrir os laterais Abate e Balzaretti que subiam bastante. Porém, o time furava as linhas inglesas compactas com toques rápidos e infiltrações velozes dos seus atacantes rápidos. Inglaterra no 4-4-2 variando pro 4-4-1-1, com wingers ingleses fechando o lado acompanhando os meias-volantes pelos flancos.
Já na etapa complementar, a Azurra também foi superior, buscando o gol nos momentos iniciais, mas quando errava gerava contra golpes perigosos. Ao menos, tinha um desarme mais preciso e eficiente, saindo mais rápido do seu campo defensivo, porém sofriam com a retranca inglesa e a partida teve o seu ritmo diminuído novamente. Poucas chances de gol apareceram e a decisão se encaminhou para a prorrogação.
Há 2 anos no cargo, Prandelli fez a seleção da Itália jogar com bola no pé, tendo intensidade, verticalização, transição ofensiva rápida e coletiva e facilidade pra sufocar o adversário. Faltaram os atacantes, sobretudo Balotelli, caprichar mais nas finalizações. O atacante do Manchester City desperdiçou várias oportunidades, mas deu mobilidade ao lado de Cassano.
Bicicleta de Balotelli, chute forte de Montolivo, finalização da pequena área de De Rossi, etc. Azzurra cansou de tentar, e o English time assustou apenas em um chute de Young, que desviou na zaga e quase enganou Buffon, e em bicicleta de Rooney, que mandou por cima do gol.
No tempo extra, as duas seleções foram sonolentas e pouco criaram. Em uma das únicas oportunidades, Diamanti cruzou fechado e a bola tocou na trave de Hart, assustando os ingleses, que já pareciam conformados com a igualdade e a decisão indo para as cobranças de pênalti. Foi o primeiro 0 a 0 da Eurocopa 2012.
Com as mudanças: Dimanti (Cassano), Maggio (Abate), e Nocerino (De Rossi).
Prandelli variou pro 4-3-2-1, esquema que utilizou diversas vezes quando treinava Fiorentina. Nocerino subia bastante, enquanto Montolivo e Marchísio eram condutores e Pirlo sempre ditando o ritmo de trás, jogando solto mais uma vez. Hogson reoxigenou com Henderson (Parker), apostou na bola aérea com Carrol (Welbeck) e velocidade de Walcott (Milner). Sem sucesso e sem transição ofensiva.
Nas penalidades, os primeiro a terem êxito foram Balotelli e Gerrard. Montolivo bateu pra fora, pra desespero italiano. Mas Pirlo, inspirado, confirante e o melhor em campo, bateu de cavadinha, e Young mandou no travessão logo depois, quando brilhou a estrela de Buffon, que defendeu a cobrança de Ashley Cole. Diamanti não falhou na última cobrança e a Itália está na semifinal, para pegar a Alemanha.
Um clássico histórico, que tem em jogo 7 títulos mundiais, 12 finais de Copa do Mundo, 4 conquistas de Eurocopa e 8 decisões continentais.