Roy Hodgson fez apenas duas partidas, mas sua proposta de
jogo parece estar ficando clara. Já que o treinador tem pouco tempo para
treinar, faz o básico e, aparentemente, de sua preferência. Jogar em
contra-ataque, defendendo e espreitando bons contragolpes pelos flancos.
Inglaterra por muitos anos foi à inovadora tática do futebol.
O treinador optou por uma variação do famoso 4-4-2 em duas linhas o, 4-4-1-1.
Esquema este baseado na velocidade dos wingers, meia-atacante e centroavante. A
ordem era marcar, diminuir espaços, ocupar de maneira inteligente o campo e,
sorrateiramente, contragolpear de maneira perfeita.
Flagrante tático. Inglaterra postada no 4-4-1-1. |
Não há outra maneira de analisar a Inglaterra a não ser pela
transição defensiva e posicionamento defensivo.
Transição defensiva era de maneira ordenada e muito clara. O esquema adotado se transformava no 4-4-2 em duas linhas. Marcação agressiva era por parte dos atacantes, estes iam de encontro ao zagueiro para dar o bote e tantar desarma-los. O
meia-atacante Ashley Young se tornava atacante ao lado de Welbeck para
pressionar os dois zagueiros adversários, tentando força-los ao chutão ou
desarme. Porém, não havia uma marcação em bloco, os atacantes eram solitários nesta
tentativa, meio campo mantinha distancia entre ataque e defesa, não aproximava
de nenhum para não comprometer em espaços cedidos.
Flagrante tático. Inglaterra em transição defensiva no 4-4-2 em duas linhas. |
Posicionamento defensivo ainda mais defensivo. O English
Team recuava e formava um ferrolho defensivo de OITO a NOVE jogadores
agrupados: primeira linha de quatro somada a segunda e com auxilio de Ashley
Young. O recuo dos wingers tinha como intuito não deixar o lateral no 2x1
contra o adversário, a dupla de meios centrais – Gerrard e Parker – atuavam mais
centralizados, fechavam entrada da área e anulavam qualquer troca de passes
frente a mesma. Marcação claramente por zona, sem perseguições, marca apenas
quem ingressa em sua zona pré-estipulada. O posicionamento de Young não era
apenas defensivo e, sim, mais ofensivo, pois recuava para puxar os
contra-ataques em possíveis bolas roubadas.
Como citei anteriormente, a Inglaterra joga claramente em
contra-ataques. A seleção espreita seu adversário, fornece, propositalmente, a
posse de bola e parte em velocidade para derradeiros ataques.
Transição ofensiva. A bola sendo recuperado em campo
defensivo, o lançamento longo é a primeira alternativa, porém Welbeck fica solitário
à frente e, ligeiramente, vencido pela zaga adversária. Caso a bola seja
recuperada mais a frente à chance de sucesso aumenta, pois o time encontra seu adversário
desorganizado e em plena transição de seus setores. Geralmente a troca de
passes era objetiva e procurando sempre o espaço vazio a frente, seja pelos
flancos ou pelo centro.
Momento do gol foi um exemplo claro entre transição defensiva e ofensiva. A equipe estava postada no 4-4-2 em duas linhas, atacantes sobre os zagueiros. Welbeck recuou para dar o bote no adversário, Gerrard, em lance raro, avançou e auxiliou Welback ao desarme, o lance deu certo. A bola sobrou a frente para Young, Welbeck passou em velocidade e Young o lançou dentro da área, Welbeck com uma cavadinha tirou, completamente, as chances do goleiro defender.
Flagrante tático - 1. Inglaterra postada no 4-4-2. Gerrard e Welbeck inciam suas corridas para recuperar posse da bola. |
Flagrante tático - 2. Inglaterra sai da sua zona de conforto e dois jogadores, agressivamente, marcam o adversário. |
Curiosamente a seleção não explorou a jogada que os marca, a
bola aérea, esta sequer foi especulada, ate porque na área encontrava-se apenas
Welbeck. Nesta partida não houve jogadas de linha de fundo. Milner foi discreto
no apoio, Chamberlain atuava de pé invertido – destro na esquerda – e não
empolgou.