Oswaldo de Oliveira vem mantendo o esquema de Caio Junior no Brasileiro de 2011. O 4-2-3-1 se mantém, mas com algumas mudanças na maneira de jogar e como a equipe se posta em campo. A vitoria sobre o Vasco apresentou o time em três momentos distintos, mas bem nítidos.
Primeiro momento:
Durante os primeiros 25 minutos a equipe se comportou de maneira agressiva e se postando no campo do adversário. Oswaldo aplicou o básico no futebol, mas que para muitos treinadores se torna complicado. Ocupou espaço com inteligência e superioridade numérica em setores de meio e ataque.
Nesta fase inicial os wingers se aproximavam de Herrera, o argentino nunca ficava sozinho na área. Um pelotão vindo de trás auxiliava nos movimentos e transição ofensiva. A compactação partia de linhas adiantadas e próximas. Quando com bola o time se portava da seguinte maneira: um dos laterais passava e o outro guardava posição; Marcelo Mattos frente aos zagueiros; Renato avançava e auxiliava Andrezinho na criação; Wingers nos flancos e alçando bolas na área para Herrera.
Os laterais possuíam funções ofensivas, mas não tinham como intuito procurar a linha de fundo. Tanto Lucas, quanto Marcio Azevedo não avançavam, pois ocupariam mesmo espaço de Fellype Gabriel e Elkeson.
Botafogo com maior posse de bola, mas para transformá-la em chances de gols foi complicado. Resumindo. O Botafogo dominou, mas não criou situações de gol. O Vasco perdido no meio campo, cedeu espaço para o fogão e demorou para entrar no jogo.
O time neste período pendia para direita com: Lucas, Renato e Elkeson. Andrezinho flutuava por onde a bola se encontrava, até recuava para dar o primeiro passe e ajudar na marcação. A explicação por este time “torto” para direita se explica pelo fato de Fagner ser o lateral apoiador do Vasco. Marcio Azevedo ficou receoso aos apoios e com isto a dobradinha com F.Gabriel foi nula.
Mesmo com Marcio mais peso a marcação, foi por ali que o Botafogo sofreu. Ora Allan, ora Eder Luis caíam às costas de M.Azevedo. Para quebrar a marcação, Diego Souza recuava e se postava entre zagueiros e volantes, resultado? Marcação indefinida.
Transição defensiva foi o ponto marcante desta predominância dos primeiros 25 minutos. O quarteto ofensivo se postava em campo ofensivo e a partir dali complicava a saída de bola Vascaína. O intuito era forçar a ligação direta.
Transição defensiva. Linhas adiantadas para complicar saída de bola. |
O posicionamento efetivo defensivo era com todos, eu disse todos, recuados e atrás da linha de meio campo. Andrezinho recuava para marcar Romulo e os wingers fechando o espaço dos laterais.
Flagrante tático. Jogadores no seu campo defensivo. |
Segundo momento:
O pior momento do Botafogo, mas o que decidiu a partida. Após parada técnica o gás do fogão parecia ter acabado. Ou, Oswaldo de Oliveira percebeu o espaço cedido às costas de seus laterais, contra-ataques e decidiu ter mais cautela. Acredito que os primeiros 25 minutos foram para pressionar o adversário e logo abrir o placar, mas os riscos em que se submetia poderiam ser irreversíveis.
A equipe começou a dosar seus ataques e com o passar do tempo foi dominado pelo Vasco. O time da colina adiantou suas linhas de marcação e forçava o Botafogo a ligação direta procurando Herrera. Quando o Botafogo conseguia por a bola no chão os jogadores não passavam da linha da bola, os ataques dependiam do quarteto ofensivo e só deles.
A principal jogada partia da bola parada com Andrezinho. Escanteio, faltas, este era o homem que alçava bolas em direção a área.
Ligação direta, para apenas um jogador no ataque era suicídio. O setor de meio campo foi nulo nestes momentos, dependeu de erros do Vasco para sair jogando e achar um contra-ataque bem encaixado. Assim saiu o primeiro gol. Bela triangulação entre Lucas, Renato e Elkeson, cruzamento para área que encontrou Fellype Gabriel, e rede.
O segundo gol saiu em um erro da defesa. A bola bateu e rebateu no zagueiro e novamente Fellype Gabriel marcou. Curiosamente em jogada partindo do centro para direita, era visível que o lado esquerdo estava mais solitário. Fellype Gabriel tinha de infiltrar para encontrar o jogo.
Terceiro momento:
Este composto naturalmente do segundo tempo. Inicio de segunda etapa com leve superioridade Vascaína, mas regulada pelo Botafogo. Oswaldo soube “ajeitar” sua equipe e dosar os momentos em que se defendia e atacava.
O susto logo veio com gol de falta de Felipe Bastos.
O terceiro e ultimo gol saiu em uma rápida jogada pela esquerda. Marcelo Azevedo cobrou lateral rápida, pegando a defesa despreparada, e lançando Jóbson, este invadiu a área em velocidade e tocou para Fellype Gabriel fechar a conta.
O árbitro João Batista de Arruda viu falta de Marcio Azevedo em Fagner na área. Enquanto Juninho corria em direção à bola, o goleiro fez um gesto com o braço, apontando o seu canto esquerdo. Pulou ali e pegou a cobrança ruim de Juninho.
Fim de papo. Botafogo mereceu vencer, mas ainda é preciso evoluir.