Quem acompanha carreira de Dorival
Junior sabe que é um treinador que começa uma equipe pelo ataque. Parece ser
mais lógico, pois se vence uma partida fazendo mais gol que seu adversário. Fica
clara qualidade colorada do meio para frente e um destes ficar no banco é
perder qualidade.
Adotando o esquema da moda 4-2-3-1, Dorival Júnior vem
conseguindo fazer o time jogar pra frente sempre com a intensidade. Sem a bola,
a recomposição é rápida. Com ela, num piscar de olhos a equipe consegue ir da
defesa para o ataque. Qualidade e intensidade que Oscar, D’Alessandro e Andrezinho,
o trio de ligação entre o meio e ataque, têm de sobra. Isto sem falar no
impressionante senso de movimentação que Dorival conseguiu imprimir ao seu time.
Com este esquema e contra um adversário
mais fraco Internacional priorizou ataque pelos flancos com Kleber e Oscar na
esquerda, Nei e Andrezinho na direita. Flanco direito mais fraco no apoio em comparação
com esquerdo. Andrezinho que voltava para compor meio mais atrás fechando
corredor esquerdo. Com bola, geralmente Nei fazia função de lateral base para
liberar Kleber, Oscar winger de pé invertido, fazendo incursões para o meio
liberando corredor para Kleber.
D’Alessandro e Damião, capítulos aparte.
Altera completamente o time, qualidade e ainda maior poder de fogo. Contando
com três meias ofensivos o adversário não pode colocar três marcadores
individuais, pois assim seu esquema ficaria perdido e dando mais espaços. D’Alessandro
mais ao centro não ficou preso, procurou se movimentar e procurar espaços,
Damião foi único homem de frente, é diferenciado e como já vem se tornando
rotina mais um gol seu.
Dois volantes, Elton e Guiñazu
variavam no apoio e na proteção à defesa. Elton que fez boa partida, qualidade
no meio e vitalidade na marcação. Guiñazu surpreendentemente sofreu pênalti, incrível
ele adentrou na área, mas não finalizou.
Rodrigo Moledo fez gol, demonstra bom
futebol e não justifica ter ficado fora do time por tanto tempo. Juan ainda
precisa evoluir, por vezes sai da área caçando adversário e abre espaços.
Em certos momentos Oscar foi atacante
de movimentação ao lado de Leandro Damião, uma alteração do esquema para
4-2-2-2, mas não como definitivo. Esta alteração se devia para procura de
espaços e superioridade numérica.
Por manter posse de bola na maior
parte do tempo, defensivamente o Inter parecia não ter problemas. Andrezinho
contribuiu como não se esperava, Oscar pode contribuir porem pedir à D’Alessandro
é complicado. Defendendo por vezes se via um uma linha de três “volantes”(Andrezinho
era o terceiro homem).
Sendo clara transição ataque-defesa em
que Andrezinho recua, Oscar faz pressão junto há Damião. Inicialmente fazia se
pressão ao jogador com posse da bola, porem com vitoria consolidada era maior
liberdade cedida.
Transição defesa-ataque em que se recupera
bola, procura se sempre os meias para fluir o jogo, preferencialmente D’Alessandro,
aproximação e um dos wingers abertos ou com próximo há Damião. Presença dos
laterais e de um dos volantes.
Nem tudo são flores. Bolivar não jogou,
mas bola aérea vazou. Dois gols nas costas de Nei e ainda contando com falha de
Muriel. No setor defensivo time ficou há desejar. Parece que o time “abriu as
pernas” por estar com jogo vencido com apenas 13 minutos, 3x0 Inter. Algo
esquecido pelos 3x3 contra o Santos.
No resumo da partida, primeiro tempo
exemplar por parte ofensiva colorada. Segundo tempo mais cauteloso, mas ainda
com boas jogadas individuais. 4x2 vitoria merecida e necessária, trabalhar
setor defensivo, mas sem esquecer que se ganha jogos marcando gols, se o equilíbrio idealizado pelos técnicos é imponderável,
que o desequilibro direcione ao ataque.