Análise tática PSG x Milan. Estréia de Carlo Ancelotti


Amistoso em Dubai tinha tudo para ser apenas mais um jogo de preparação. O nível entre os dois clubes é gritante. Por mais que o Paris Saint-Germain tenha dinheiro em caixa para contratar e esbanjar em salários, o campeonato Frances não tem o mesmo charme que campeonato Inglês ou Italiano. A partida teve um toque em especial, pois foi estréia de Ancelloti, este que já treinou o Milan durante anos.

Carlo Ancelotti leva para França sua cultura de futebol Italiano, aparentemente retranqueiro. Reparem no aparentemente, pois nesta partida ele estava defrontando um velho conhecido. Ancelotti conhecia todos os passos do Milan, poderia prever seus movimentos. Com tanta sabedoria armou um esquema já conhecido na Itália, 4-3-2-1, aquele mesmo em que foi campeão da Champions League com Kaká de protagonista.

Milan para alguns cronistas brasileiros foi “faceirinho” para campo. Massimiliano Allegri adotou um esquema que variou e ludibriou os críticos. Foi mais um 4-3-3, ao invés do preferido 4-4-2 em losango. Independente de qual fosse o trequartista – Robinho ou Ibra – este ficou mais preso ao ataque, ao invés de ditar o ritmo. Por vezes para quebrar o ritmo um jogador de ataque recuava para ser opção de passe, mas não passaram de eventualidades.


O 4-3-3 do Milan, com triangulo de base alta no meio campo.  Dominou o jogo, Nocerino e Aquilani foram meio campistas centrais. Recuavam quando necessário para serem opções de passe e quebrar marcação adversária. Ofereciam base para laterais apoiarem, mas também auxiliavam no ataque.

Por dominar o jogo, ter maior posse de bola o Milan deveria levar mais perigo ao gol. As chances ficavam claras quando a bola caia nos pés de: Ibrahimovic, Pato e Robinho. O tripé de atacantes levava perigo ao gol Frances – com goleiro italiano. Pato foi atacante mais centralizado, não foi genial, mas fez o que se espera de um centroavante. Ibrahimovic e Robinho variaram as formas de ataque, ora Ibra voltando para armar, ora Robinho. Por vezes Abriam pelos flancos. A intenção era de um 4-4-2 em losango, mas ficou em 4-3-3 torto para esquerda.

Parte do domínio se deve ao PSG, pois o time esperou para especular contra-ataques. A instrução caiu por terra logo aos 3 minutos. Para piorar ainda mais – sim, havia como piorar – o time não se encontrava em campo. A distância entre o meio campo e ataque era tão longínqua quanto a distancia entre Dubai e Paris.

O que complicou, minguou o placar da partida foi o time compactado do PSG. Marcou como poucos, mas deixou de atacar. Assim complicou a vida do Milan, que aos 30 minutos cadenciou o jogo, apenas trocou bola em seu campo.  A possível válvula de escape de ambas as equipes não foi acionada, as laterais foram pouco especuladas. Ceara do PSG foi quem mais apoiou, ainda assim discretamente.

Van Bommel também causou dificuldades aos movimentos ofensivos. Apenas marcava, alias deve-se ressaltar que faz muito bem seu trabalho. Mas assim as transições ficaram dependentes de Hibra e Robinho.

Principal jogador do PSG, Nenê, jogou na segunda linha de meio campo e assumiu a bronca. Tornava as jogada mais perigosas com arrancadas e dribles. Lhe faltou companhia, pois Pastore não estava em tarde inspirada. A dupla de meio campo deve melhorar com um atacante a sua frente, ou um outro companheiro, mudando o esquema para 4-2-3-1.

Alguém passou despercebido neste primeiro tempo. Hoarau. Fiquei com dó do único, sozinho, desabastecido atacante da equipe francesa.

Segundo tempo


Amistoso que é amistoso fica marcado pelo numero ilimitado – ou quase – de trocas. O Milan usou e abusou delas. Para o segundo tempo o time saiu por completo, era outro Milan em campo. O Paris Saint-Germain trocou em quatro posições, entraram; O goleiro Douchez, a dupla de zaga Kamara e Lugano, e Erding. Sairam; Sirigu, Bisevic e Sakho, Hoarau. Os esquemas se mantiveram. Milan em um hibrido 4-3-3/4-4-2 losango, e PSG 4-3-2-1 arvore de natal.

Por incrível que pareça o jogo continuou o mesmo. Parece que o PSG não soube se aproveitar da equipe italiana estar completamente modificada. O tripé de volantes se manteu com; Bodmer, volante central que apenas marcou. Jallet e Sissoko, saiam mais para o jogo, mas só em jogadas de conforto.

Nova mudança. Esta levou o jogo a novos caminhos. Bahebeck entrou no lugar de Ceara. Assim o time adotou um 4-4-2 – lembrou o 4-2-2-2 brasileiro – ofensivo e com improvisação na lateral. Jallet passou a ser lateral direito. Bodmer e Sissoko foram os volantes. Erding e Bahebeck formaram dupla de ataque.


Após esta mudança o jogo ficou melhor. Finalmente o PSG assumiu as rédeas da partida, meio de campo e ataque ficaram mais próximos. O gol de empate não saiu por falta de sorte ou merecimento de Abiati.

A estréia não foi perfeita para Carlo Ancelotti, mas a derrota era esperada e deve ser considerada normal. O PSG é um time em formação, levara anos até acertar nas contratações e enfim formar uma boa equipe. O futuro é promissor.

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