Vitoria no 4-2-3-1, completamente dependente de Neto Baiano


Vitoria e Botafogo se enfrentaram em confronto valido pela Copa do Brasil. Jogando no Barradão o Vitoria necessitava de um bom resultado para se manter vivo na competição. Acredito que o 1x1 não foi considerado um bom resultado para o time de Ricardo Silva. A obrigação de vencer era toda do Vitoria, pois o Botafogo jogou desfalcado de CINCO jogadores: Jefferson, Renato, Fellype Gabriel, Andrezinho e Loco Abreu.

Ricardo Silva esta se tornando o treinador interino com maior tempo na função. O interino armou seu Vitoria no 4-2-3-1, espelhando o Botafogo. Curiosamente o estilo de jogo nordestino não é implantado no Vitoria, falta velocidade e maior ímpeto ofensivo. Jogadores de qualidade há, mas não aparecem para o jogo.

Diagrama tático. 4-2-3-1 com volantes presos. Setas pretas ofensivas e roxas movimentação entre Tarta e Geovani.

Ao invés do toque de bola brasileiro, o Vitoria optava pela ligação direita inglesa. Os zagueiros Rodrigo, pela esquerda e Victor Ramos, na direita, foram regentes desta ligação direta, sempre visando o centroavante. Alias, Neto Baiano é o jogador com mais gols no Brasil com 29 gols. Isso explica o porquê da ligação direta procurando o homem gol. Neto Baiano possui características que validam o estilo de jogo, pois sabe jogar de costas e possui porte físico para tal.

Naturalmente o Vitoria pendia para esquerda. Tarta, velocista e mais agudo em comparação a Pedro Ken. Os movimentos ofensivos do Leão eram prejudicados, pois o time jogava pelos flancos, mas carecia de um maior aporte de seus laterais. Os wingers, Tarta e Pedro Ken jogavam sozinhos, não tinham companhia. Laterais não avançavam para marcar os wingers do Botafogo, pois o receio de deixar espaço para Elkeson e Maicosuel era maior que o desejo de atacar. Quando laterais avançavam era de maneira alternada, um apoiava o outro guardava posição, porém a passagem era lenta.

Jogadas de linha de fundo foram raras. O time jogava com dois wingers de pés “certos”, pois era um destro na direita e canhoto na esquerda. Teoricamente isso deveria favorecer os cruzamentos, porém não foi bem assim. Bolas alçadas na área por Wellington Saci e Léo foram raras, Tarta procura o centro e Pedro Ken apagado não passava dos três quartos do campo. O cruzamento que acontecia era do bico da grande área, porem favorecia a defesa adversário, pois a pegava de frente.

A distancia entre meias e volantes foi outro fator decisivo na bola rifada. O primeiro volante era Uelliton, jogador preso frente aos zagueiros e perseguia Felipe Menezes. Michael o volante com maior “liberdade”. Tanto na transição ofensiva quanto no posicionamento ofensivo, os volantes ficavam recuados, seu posicionamento era pouco a frente da linha de meio campo. Ofensivamente o time dependia de seu quarteto ofensivo – Tarta, Geovani, Pedro Ken e Nato Baiano.

Flagrante tático. Vitoria no 4-2-3-1.

Defensivamente o Vitoria alterou momentos de pressão e recuo completo de seu time. Quando optavam pela pressão, os wingers e o centroavante marcavam a frente, pressionavam a linha de defesa, mas não traziam consigo o restante do time. A outra opção era de recuar o time atrás da linha de meio campo, apenas Neto Baiano ficava a frente, o tridente de meio campistas não marcavam, apenas ocupavam espaço fechando as laterais do campo.

O gol sofrido foi uma infelicidade do lateral Léo. Em bola segura o jogador tentou cortar e acabou escorregando, a bola sobrou para Herrera cruzar e encontrar Elkeson, livre, leve e solto para marcar.

Para o 4-2-3-1 funcionar é preciso de intensa movimentação de seus meias. Geovani não é um organizador e, sim um condutor pelo centro. Pedro Ken no primeiro tempo foi tímido, no segundo recebeu uma injeção de animo e apareceu para o jogo, porém sempre para o centro. Tarta usa de sua velocidade, se movimenta e abre espaço e, quebrou o pragmatismo de time estático no lance do gol.

Tarta bagunçou. Atua como meia (função) aberto na esquerda da linha ofensiva do 4-2-3-1 armado por Ricardo Silva (posicionamento). Porém ele saiu da esquerda, apareceu na direita, driblou o adversário, enquadrou o corpo e cruzou para Neto Baiano, de cabeça, empatar. Tarta fez o simples no futebol, se movimentou e quebrou o ritmo de jogo, ocupou espaço de maneira inteligente e surpreendeu a defesa adversária.

Por vezes Tarta e Geovani trocaram posições, mas sem efeito positivo.

O Leão da Barra, como é conhecido, é completamente dependente de Neto Baiano. Se o time não encontra o centroavante o chute de longa distancia é utilizado. O exercito de um homem só, vulgo Neto Baiano. Ele faz com qualidade a parede e espera aproximação de seus companheiros ou gira sobre o adversário, assim criou duas oportunidades claras de gol. Faz chover com as bola rifadas da defesa, comanda bola aérea ofensiva e precisa se virar sozinho contra os zagueiros. 

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