Este Boca Juniors não envolve, se quer encanta, mas possui
algo que poucos times se dão ao luxo de ter. Alma copeira, estilo campeão e
sempre cresce em momentos decisivos. Independente da competição, independente
dos onze em campo, eles entram para saírem campeões.
O time pode não encantar, mas segue levando multidões a
Bombonera. É bafo na nuca do adversário, palavrão ao pé do ouvido, pressão no
juiz e apoiando o time em qualquer circunstancia.
Atualmente este Boca é pragmático e sorrateiro. Engana seus
adversários ao não abafar em casa, mas fora de seus limites territoriais o
contra-ataque se torna um bote certeiro sem chance de recuperação.
É funcional, tem camisa, é contragolpista. A cara do
mata-mata.
Falcioni segue com seu 4-3-1-2. O time xeneize, porém,
sentiu muito a falta de Santiago Silva no jogo aéreo. Assim como Ledesma na
organização do meio-campo. O treinador optou por dois atacantes de velocidade
que se mexeram durante toda partida para confundir marcação dos cariocas.
Flagrante Tático. Boca Juniors no 4-3-1-2. |
Schiavi e Insaurralde
podem não ser os melhores zagueiros, mas uma frase exemplifica muito bem esta
dupla: “Zagueiro bom é zagueiro protegido, já dizia
Figueroa, que dizia ser capaz de jogar até os 50 anos quando Caçapava
rosnava à sua frente no meio-campo na década de 70.” Nesta partida o Boca
inverteu o apoio intenso de seu lateral. Ao invés de Clemente Rodriguez subir,
Roncaglia foi o lateral mais constante ofensivamente. Clemente ficava mais
preso e se unia aos dois zagueiros na marcação.
Erbes foi o volante mais preso, protegendo a linha de
defesa. Os carrilleros, Erviti e Rivero, pois fazem o vai-vem de uma área à
outra, defendendo sem a bola e atacando com ela sobre um “trilho” imaginário.
Erviti fez grande partida, sempre a segurança de um passe certo e sua
movimentação auxiliava Riquelme na armação e aceleração das jogadas.
Riquelme é um caso a parte. Um enganche clássico e maestro
deste Boca. Mesmo com Edinho grudado em seu calcanhar o camisa 10 xeneize se
movimentou e abriu espaços. Parte do centro para as laterais, joga onde estiver a bola para auxiliar seus colegar e gerar vantagem numérica.
Diferente de outras partidas, Falcioni optou por dois
atacantes de movimentação, pois não contava com Santiago Silva. Mouche pela
direita e Cvitanich na esquerda jogavam em velocidade saindo do flanco e
ingressando na área. Com Mouche a equipe ganha em jogadas laterais. Cvitanith, o Boca ganha em objetividade e maior poder de finalização. Sem Silva o Boca perde em jogadas de pivô e bola aérea.
A transição defensiva é rápida agrupando jogadores em seu
campo, recua e forma um ferrolho de sete jogadores defendendo – linha defensiva
mais tripé de volantes. Riquelme e os dois atacantes pouco auxiliam na
marcação, pois ficam postados a frente prontos para armar o contra-ataque.
Transição ofensiva é rápida e pelos lados do campo. Erviti e
Riquelme organizam e procuram os passes laterais para acelerar o jogo. Se não
encontram espaço para cruzar ou ingressar na área, o chute de longa distancia é
explorado. Outra forte arma do Boca é a bola parada. Bem treinada e cheia de
jogadas ensaiadas.
A principal arma do Boca Juniors é o contra-ataque. Assim
que os volantes recuperam a bola, Riquelme, o articulador das jogadas ofensivas
da equipe, é acionado para organizar o contra-ataque da equipe.