Primeira rodada do campeonato brasileiro e times recheados
com jogadores ditos reservas. Vasco x Grêmio não fugiu a regra. O cruz-maltino
carioca esta na briga pela Libertadores, o tricolor gaucho na Copa do Brasil. Não
tiro razão de treinadores ou cartolas, pois perder um jogador dias antes de uma
decisão pode ser um passo a frente em um precipício.
Luxemburgo não só poupou CINCO jogadores, mas também seu
esquema. Até para não desgasta-lo, não torna-lo manjado e ter um leque de
opções. Pois bem. Grêmio vinha jogando no 4-4-2 losango dependente de um único armador
central. Neste domingo Luxa adotou o 4-4-2 brasileiro, ou, 4-2-2-2 e, 4-4-2 em
duas linhas para se defender.
Flagrante tático. Grêmio no 4-2-2-2. |
Tricolor se aproveitou do desentrosamento vascaíno e sempre
dominou o jogo.
Mesmo com diferentes sistemas de jogo a filosofia se mantém,
porém com dois meias na armação e “apenas” dois volantes. O estilo de jogo
pelos lados do campo segue o mesmo.
Luxa montou um harmonioso 4-4-2 com duas versões. Com bola,
o time se comporta com a seguinte maneira: linha defensiva de quatro jogadores,
tendo um lateral apoiador e uma base – apoiando alternadamente; dois volantes
alinhados – Vilson preso frente aos zagueiros e Fernando mais solto; dois meias
em uma segunda faixa, ofensiva; um atacante de movimentação – Miralles -,
jogando preferencialmente pela direita; e um centroavante –André Lima - de
referência, apenas para bolas aéreas.
Transição ofensiva teve dois momentos distintos. Enquanto
Marquinhos esteve em campo o Grêmio priorizava posse de bola e a tocava com
calma, havia interação entre os setores do campo. Após lesão do mesmo,
Rondinelly entrou, o time não manteve o mesmo ritmo, sem um pensador a equipe
decaiu e os passes errados foram consequência. Independente do jogador em
campo, bola sempre foi ao chão, o cruzamento só acontecia perto da linha de
fundo. Presença ofensiva sempre com no mínimo quatro jogadores: meias –
Marquinhos e Marco Antônio – e atacantes – Miralles e André Lima. Geralmente o
time contava com um lateral e Fernando, o volante com maior presença ofensiva.
Flagrante tático. Grêmio no 4-2-2-2, Rondinelly ao perder a bola já voltando a recompor pelo lado. |
Uma curiosidade em relação aos volantes. Vilson não participou
ofensivamente, pouco tocava na bola, suas atribuições eram apenas defensivas.
Fernando era o primeiro passador da equipe e tinha maior liberdade em relação a
Vilson.
Se defendendo o time se agrupava e fechava espaços,
ofensivamente era o contrario. Time postado no campo do adversário e ocupando
espaços com jogadores de forma longilínea. As jogadas dependiam de pequenos
blocos, sendo eles pelos lados do campo: direita, lateral – Edilson, meia –
Marquinhos/Rondinelly – e atacante de movimentação – Miralles; na esquerda,
lateral – Pará – e meia – Marco Antônio. Os meias atuavam centralizados e não interagiam
entre si, Marquinhos, por exemplo, sempre auxiliava Edilson, já Marco
Antônio...
O time naturalmente pendia para direita, pois havia mais
jogadores por este setor. No lado esquerdo um agregado confundia as ações
ofensivas. Pará é lateral esquerdo destro, não fez um cruzamento de linha de
fundo sequer, pois necessita enquadrar o corpo e girar sobre o mesmo. Marco Antônio
atuou mais centralizado e pouco interagia com seu lateral, assim Pará ficava
sem companhia para trama de jogadas.
André Lima pouco/nada contribuiu ofensivamente. O
centroavante não fez jogadas de pivô, se abstinha apenas em ficar na área esperando
a bola aérea. Os cruzamente vinham apenas da direita com Edilson/Miralles.
Transição defensiva era de maneira rápida e organizada. Sem
a bola, os meias abrem pelos lados, alinham-se aos volantes e, fecham passagem
do lateral. Os atacantes geralmente não participam da transição ofensiva, em
lance atípico, Miralles recuou. Corriqueiramente sem bola, o tricolor formava
um 4-4-2 em duas linhas, nada brasileiro e muito britânico. Não há uma grande
compactação entre linhas, pois segunda linha de quatro atuava mais adiantada
bloqueando o meio de campo adversário. A ordem expressa era não deixar o adversário
se aproximar do meta defendida por Victor.
Flagrante tático. Segunda linha de quatro do Grêmio. |
Posicionamento defensivo efetivo era de oito jogadores:
primeira linha somada à segunda, ambas em linha.
Recuperada a posse, imediatamente os meias tomavam seus
posicionamentos centrais e à frente dos volantes. Os meias não recuavam para
transição ofensiva, apenas atuavam em faixa mais adiantada do campo. Para bola
chegar mais a frente, tudo dependia de Fernando e/ou laterais.