Archive for 2012

Apresentando o Box-To-Box

Texto original do blog Doentes Por Futebol. Autor: Thiago Menezes

Lampard, Gerrard e Scholes são "box-to-box" natos.
Lampard, Gerrard e Scholes são “box-to-box” natos.

BOX-TO-BOX
Aqui no Brasil é comum ouvirmos de locutores e comentaristas sobre os ‘volantes’ Lampard e Gerrard, ou que o brasileiro Anderson, ex-Grêmio, virou um jogador defensivo atuando pelo Manchester United.
Quem assiste às partidas, no entanto, sabe que não é bem assim. Esses jogadores têm um papel importante defensivo, sim, mas são igualmente importantes no campo ofensivo, participando da armação das jogadas, criando chances de gol e finalizando de longa e média distância.
Pela cultura tática inglesa, os meio-campistas são formados aprendendo tanto a defender quanto a atacar. Geralmente são habituados a atuar no esquema 4-4-2 em linha, isto é: além da típica linha de quatro defensores, há outra linha idêntica no meio, com dois meias abertos – chamados de wingers – e os meias centrais, denominados de box-to-box.
Box-To-Box - meia central defensivo e ofensivo
Box-To-Box – meia central defensivo e ofensivo
CAIXA-POR-CAIXA?
box-to-box (“área a área” em inglês) atua fazendo tanto a função de volante quanto a de armador, indo e voltando o tempo todo entre as duas intermediárias. Um atributo muito importante para um box-to-box se sair bem na parte ofensiva é o chute de longa distância: jogadores como Lampard, Gerrard, Scholes e Carrick possuem bons chutes longos, podendo aproveitar as sobras na entrada da área ou mesmo bolas ajeitadas pelos atacantes, que fazem o papel de pivô. Como entre o box-to-box e o atacante não existe nenhum jogador especializado apenas em criação, é esse meio-campista que precisa arriscar mais os chutes de fora.
ANDERSON, O BOX-TO-BOX TUPINIQUIM
Talvez pelo motivo citado acima, o brasileiro Anderson não consegue destaque contínuo no Manchester United. Ele, que era um meia-armador nato, aprendeu a marcar, mas não consegue desempenhar o papel de box-to-box com tanta qualidade por faltar com as finalizações. Ele marca, avança como tem que avançar, mas no campo ofensivo se limita apenas a criar, além de quase não finalizar ao gol e não ter um bom chute longo. Com isso, mesmo quando faz boas partidas, sempre fica parecendo faltar alguma coisa, e como acaba aparecendo mais marcando, cria-se a falsa ideia de que se tornou um volante típico e perdeu a liberdade de atacar.
Você provavelmente está pensando agora: bom, se o box-to-box avança ao ataque, um imenso buraco no meio campo aparece. Não estaria errado se não fosse o adiantamento da linha defensiva, que sobe junto com a linha de meio-campo, posicionando-se poucos metros atrás. Isso pode tornar o time mais vulnerável a contra-ataques rápidos, porém a compactação dos jogadores dá o combate necessário caso o time perca a bola, pressionando o adversário até que todos se posicionem em suas posições originais.

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Palmeiras 2 x 3 Fluminense – Em duelo de opostos, campeão leva a melhor.



Análise Tática de Felipe Durigan do Blog Tática do Jogo

No sol escaldante de Presidente Prudente, Palmeiras e Fluminense duelavam por objetivos bem diferentes na competição. Enquanto o time paulista lutava para não cair e tentar uma reação incrível no campeonato, o tricolor carioca ia em busca de seu quarto título brasileiro a quatro rodadas do fim.

Ameaçado pelo rebaixamento, os palmeirenses não poderiam pensar em outra coisa a não ser a vitória, porém a torcida compareceu em pouco número no Prudentão e o apoio imaginado durante toda a semana, não passou de um sonho. Já no Fluminense, os 4 mil ingressos foram vendidos e o time teria que ganhar seu jogo e torcer para o Vasco pelo menos empatar com o Atlético-Mg, para o time levar sua quarta taça para casa e foi exatamente o que aconteceu. 

Precisando ganhar, Gilson Kleina armou o Palmeiras no 4-4-2 (losango), com João Denoni como o volante mais recuado e preso, Marcos Assunção como um volante de saída pela esquerda, Corrêa como volante de saída pela direita (Corrêa teve mais liberdade do que Denoni e Assunção para aparecer no ataque) e Patrick Vieira centralizado como jogador mais a frente, caindo bastante pelos lados do campo. No ataque, Barcos saia mais da área sempre procurando o jogo e Obina se posicionava mais como centroavante de referencia na área, tentando explorar o cabeceio.

Pelo lado do tricolor carioca, Abel utilizou o 4-2-3-1 com a mesma escalação que jogou contra o São Paulo na ultima rodada. Edinho era o primeiro volante mais fixo e Jean pela direita saia mais para o jogo, apoiando assim o lateral Bruno. Na linha de três no meio, Wellington Nem era o ponta direita explorando as jogadas de linha de fundo e entrando em diagonal, Thiago Neves era o meia centralizado que também caia muito pela esquerda trocando de posição com Rafael Sóbis que era ponta esquerda. Na frente o artilheiro Fred sempre sendo a referencia. Abaixo o desenho tático dos times.

Enquanto Kleina apostava no 4-4-2 losango e na liberação dos meias e dos laterais, Abel usava o 4-2-3-1 com perfeição, anulando o Palmeiras em muitos lances.
Atrás na tabela e necessitando de uma vitória, o Palmeiras foi pra cima desde o começo, mas os velhos problemas de armação e conclusão de jogada voltaram a acontecer. Com a mudança no esquema tático e de alguns jogadores, Kleina buscava dar mais liberdade para os volantes Corrêa e Marcos Assunção, o meia Patrick Vieira (que quase sempre o papel de terceiro atacante) e os laterais Juninho e principalmente Wesley, que subia bastante e as maiores oportunidades com bola rolando foram pela direita. Outra tentativa com o losango era a marcação, como por exemplo, quando o time era atacado, fazendo Corrêa e Marcos Assunção recuarem e se juntarem a João Denoni, fazendo um trio de volantes protegendo mais a zaga. Abaixo o flagrante do losango palmeirense, com Corrêa tendo mais liberdade que Marcos Assunção no ataque.


No losango, Patrick Vieira mais a frente e Corrêa saindo mais que Assunção.
Os paulistas tinham mais a posse de bola, porém não era muito produtiva e o jogo ficava muito no meio-campo, já quando o Fluminense conseguia chegar ao ataque, sempre levava perigo ao goleiro Bruno, como nas duas cabeçadas de Fred, em que a primeira aos 12 minutos, Bruno fez boa defesa e na segunda aos 38 minutos a bola acabou na trave.

Buscando sempre os cruzamentos para a área e a bola parada, o Palmeiras passou a ser mais perigoso pela direita com Wesley, Corrêa e Barcos, que sempre tentavam levantar para Obina que uma vez ou outra até conseguia levar perigo de cabeça, mas foi muito pouco para um time que precisava da vitória, pelo lado carioca, Abel tinha dificuldade para organizar Thiago Neves e Rafael Sóbis, que ocupavam a mesma área do campo e começaram a ficar improdutivos. Com um time mais balanceado e equilibrado, o gol parecia questão de tempo para o Fluminense, que conseguia chegar com perigo pelos lados com Carlinhos pela esquerda e Wellington Nem pela direita, mesmo tendo o meio improdutivo com Thiago Neves e Sóbis.

Quando o primeiro tempo parecia terminar empatado, o Fluminense consegue uma boa jogada pelo meio com Sóbis que passou a alternar com Thiago Neves de posição e conseguiu um belo passe para Nem, que chutou e o goleiro Bruno fez uma bela defesa, porém no rebote o artilheiro Fred estava lá para conferir e abrir o placar aos 46 minutos. 

Fred comemora seu primeiro gol no jogo.

Sem ter o resultado esperado, Kleina coloca Maikon Leite no lugar de Obina, tendo assim um atacante mais de movimentação e deixando Barcos como referencia no ataque, porém o balde de água fria veio logo aos 8 minutos do segundo tempo, quando Fred tentou um cruzamento pela direita e a bola desviou em Mauricio Ramos, sem dar chances para Bruno e deixando o que era difícil, ficar quase impossível. 

“Morto” psicologicamente, o Palmeiras já não encontrava forças para buscar uma reação e quase tomou o terceiro aos 10 minutos, quando Nem disparou pela direita e quase conseguiu cruzar para Fred completar. Na mesma jogada, Nem machucou o braço e teve que sair para a entrada de Marcos Júnior, no Palmeiras Kleina também mexia, tirando Marcos Assunção e colocando Luan, passando assim o time para o 4-2-3-1 com Maikon Leite na ponta direita e Luan na ponta esquerda, colocando Corrêa mais como lateral na direita e Wesley com mais liberdade pela direita.

Após as mudanças o Palmeiras voltou a incomodar e as jogadas de escanteios e faltas passaram a ser a única chance para o time e acabou dando certo aos 15 minutos com Barcos de cabeça, aproveitando a confusão na área. Empolgado com o primeiro, os paulistas voltaram a sonhar com o empate, que veio logo em seguida aos 19 minutos, quando Patrick Vieira apareceu livre e deu uma cabeçada certeira para o gol. Abaixo como os times terminaram o jogo.

O Palmeiras já todo bagunçado em um 4-2-3-1 e o Fluminense no 4-3-2-1.

Com muitos erros de marcação, Abel fez duas mudanças tirando Sóbis e Bruno e colocando Valência e Diguinho. Com as alterações, o time passou para o 4-3-2-1, com Jean como lateral direito, Diguinho como volante pela direita, Valência como volante mais centralizado e Edinho como volante pela esquerda. As mudanças de Abel deram certo e o time controlou o ímpeto do Palmeiras que pressionava bastante e passou a explorar os contra-ataques que eram frequentes naquele momento. Ai veio o golpe final do time mais “frio e calculista” desse campeonato, aproveitando-se do cansaço físico e mental do Palmeiras em um contra-ataque pela direita, Jean que havia acabado de perder uma boa chance, arrancou pela lateral e deu um belo cruzamento para Fred, que de primeira mandou para o fundo do gol e sacramentou a vitória e o título do tricolor carioca.

Um título merecido do melhor time do campeonato em números e futebol. Um futebol pragmático como foi o futebol do Corinthians (campeão de 2011) e do próprio Fluminense (campeão de 2010), mas acima de tudo um futebol de resultados e um título incontestável para um time que tem o artilheiro até agora do campeonato, Fred com 19 gols e um goleiro que defende tudo atrás, Diego Cavalieri. Parabéns ao Fluminense Football Club pelo seu quarto título brasileiro. 

Fred é até aqui o artilheiro do brasileirão com 19 gols


Grande Abraço !!!

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Falta o “saca-rolha” ao Grêmio


Sou fã inveterado do centroavante. Ávido por sua presença no onze inicial. Mas, toda regra possui sua exceção. O centroavante carece de um parceiro que o complete. Oras, se ele for alto, rijo e tombador, nada mais natural que um pequenino, veloz e driblador seja seu comparsa de ataque. Como diz o ditado: uma andorinha só não faz verão.
Este é o "saca-rolha". Quem desorganiza a defesa adversária. Um mágico. Quem tira os coelhos da cartola.
"Saca-rolha" moderno, pois, o ponta, "saca-rolha" de época, foi crucificado, morto e sepultado. Porém, o intuito segue o mesmo. Driblar, desacorçoar, "arteirizar" - de arteiro, pregar peças - o futebol.

Me pergunto. Como apreciar um bom vinho se não há um "saca-rolha"? Este trabalho "sujo" deve ser feito para se chegar ao objetivo. No caso do vinho, degustação. No futebol, o gol.

Saca-rolhas moderno. Mas sua utilidade segue a mesma.

Terceiro colocado no campeonato brasileiro, um ponto de distancia do segundo lugar. Você estaria satisfeito? Para um clube da envergadura do Grêmio, não.
O lapso no espaço temporal tricolor de títulos parece não ter fim. A receita de títulos, antes enraizada nas entranhas do Grêmio, perdeu o cozinheiro, o tempero não é o mesmo, não há troféus, o jejum perdura mais de uma década.
Será o acaso brincando com a sorte tricolor?

Há dezessete anos, o tricolor dos pampas tinha uma dupla de impor respeito a qualquer time do Brasil, quiçá do mundo. Paulo Nunes e Jardel. O diabo loiro e Super Mario – Jardel -, como ficou conhecido em Portugal. Um completava ao outro. Paulo Nunes endiabrando os adversários com dribles desconcertantes e Jardel, dentro da grane área, centroavante de carteirinha. Faltava qualidade técnica a Jardel? Transbordava em Paulo Nunes. O diabo loiro era pequenino em estatura? Jardel compensava no alto de seus um metro e oitenta e oito centímetros.
A dupla esta eternizada na historia tricolor, com honras. Bons tempos.

Voltando a dois mil e doze. Nome por nome, posição por posição. O Grêmio possui um bom time. Não confunda com elenco. Além disto, o tricolor possui um verdadeiro técnico na casamata. Vanderlei Luxemburgo esta honrando seu passado. Armou um harmonioso 4-4-2, geometricamente no quadrado, que colocou a equipe nos trilhos.
O coração de qualquer equipe de futebol, meio campo, é o ponto forte tricolor: Fernando e Souza na volancia; Zé Roberto e Elano na criação. Meio de campo que alia juventude e experiência, dosados quase que perfeitamente. Há sempre um, porém. O ataque deixa a desejar. Quem, em sã consciência, imaginaria que, Kléber, o gladiador e, Marcelo Moreno, formariam dupla de “ataque” com abstinência de gols? Tal afirmação levaria o ser ao sanatório mais próximo.
A dupla não esta em sintonia. Estão mais para “tico e teco”, ou seja, batendo cabeça. A decepção do ano trata-se de Kléber. Chegou com pompa e circunstancia, mas não esta fazendo por merecer.
O camisa trinta fica mais tempo fora da área do que dentro. Ora bolas. Kléber é avante! Deve entrar na grande área. Quando perambula, rodeando a grande área, o faz de costas, fazendo pivô e chamando a falta, porém, torna o jogo truncado, lento e fornece chance do adversário se postar defensivamente. Kléber, definitivamente, não é atacante de movimentação. Seu corpanzil não casa com características de um atacante de movimentação.

Pergunto-lhes. O que Fluminense, Atlético Mineiro, Santos, São Paulo e Vasco da Gama possuem que o Grêmio não? O “saca-rolha”!
Quando o jogo esta truncado, adversário defendendo atrás da linha da bola, linhas compactas. Quais suas opções para ultrapassar esta cortina de ferro? Diria eu, a vitoria pessoal. O drible. A essência do futebol brasileiro. O drible descongestiona o futebol, rompe barreiras, desorganiza sistemas defensivos. O Grêmio não o tem. Esta fora da alçada tricolor. Luxemburgo já fadigou de afirmar, “nosso time é técnico, não habilidoso, há diferenças”. Luxa esta certíssimo.

Em outrora, jogadores de qualidade imensurável no ato de driblar estavam caindo de maduro. Hoje? Contam-se nos dedos. O futebol vistoso, arte perdeu para o futebol força. A truculência ganhou na historia e enterrou a arte. No Brasil, a pá de cal padeceu em 82. O futebol arte brasileiro foi derrotado pelos brucutus italianos (isto é folclore, uma maneira charmosa e romântica de contar o futebol).

Preteou o olho da gateada do Fluminense. Quem desafoga? Wellington Nem! O extremo (ponta, winger, meia-ala...) rompe por um dos lados, deixa dois ou três adversários para trás e retira cerco a Fred. Deixar Fred “solito no más”, é assinar atestado de óbito. Deus perdoa, Fred não!

Uma dupla às avessas. Ronaldinho e Bernard. Não há figura de um centroavante “porreta”. Jô fica na média brasileira. Ronaldinho comanda o Galo com maestria, mas, por vezes, a marcação chega junto e ofusca a estrela do camisa quarenta e nove. Quem compensa? Bernard! Semelhante a Wellington Nem, joga pelas beiradas do campo. No meu ponto de vista, é mais habilidoso. Bernard é endiabrado, passa como quer pelo marcador.

Ele é de outra turma. Destoa dos demais. Sim! Uma andorinha só faz verão. Neymar é exceção. O camisa onze do Santos encanta por seu futebol. Qual o esquema do Santos? Diria, Neymar e mais dez. Muricy armou o alvinegro praiano voltado a Neymar. Bola no garoto e ele resolve. Tem sido assim, infelizmente, uma lastima. Não tenho palavras para enquadrar Neymar, impossível enquadra-lo, provavelmente ele driblaria as linhas e palavras deste texto.

Neymar! O rei do drible no Brasil.

Há discussão. Será, realmente, Lucas um grande jogador ou só mais um velocista? Afirmo, categoricamente que, Lucas será um grande jogador. Alia velocidade a qualidade técnica. Bem verdade que abusa das capacidades físicas.
A exemplo dos demais, Lucas joga pelas beiradas. Parte para dentro do marcador e, semelhante ao Fluminense, possui parceiro de dar inveja. Luis Fabiano, o Fabuloso!

Já foi sonho de consumo do tricolor dos pampas. Éder Luís não vive grande fase no vasco da Gama, mas já foi essencial na equipe cruz-maltina. O time do alto da colina esta em decadência. Porém, o Vasco possui este jogador e, Éder, já provou que é “saca-rolha”.

Perceberam alguma semelhança entre todos “saca-rolhas” citados? Todos jogam pelas beiradas do campo. Independente do esquema, o segredo é jogar por faixas onde não há aglomerados e congestionamento de defensores. Obviamente as laterais do campo favorecem este posicionamento, pois, o centro possui os grandes marcadores – volantes e zagueiros -, sem contar que, o objetivo, gol, fica ao centro.

Falta o “saca-rolha” ao Grêmio. O clube não almeja algo amais pelo fato de não tê-lo. No 4-4-2 quadrado de Luxemburgo o tricolor agoniza por um driblador. Velocista, não!
Alguém que tira um, dois ou três para dançar. Que abra espaço para os demais. Faço das minhas as palavras de Diogo Olivier: “
São jogadores assim que desmoronam defesas pétreas. Eles mexem na marcação alheia, desencaixando as peças do ferrolho e abrindo espaços.”.

Para dois mil e treze, o Grêmio clama por avante que, segundo Olivier, ziguezagueie na direção do gol.

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Goiás cumpre requisitos e pensa na Série A


Apresento-lhes a magnifica análise de Vinicius Grissi. O amigo analisa o Goiás, clube atualmente na segunda divisão nacional, mas, executando a essência do 4-2-3-1, portanto, sem discurso que segunda divisão não deve ser levada a sério, muito pelo contrario, que sirva de exemplo aos "grandes" da série A. Recomendo visita ao site Marcação Cerrada.
Cerca de 15 dias atrás, fiz um balanço sobre os concorrentes ao título da Série B e destaquei que, mesmo na terceira posição, o Goiás era quem vivia o melhor momento. Ontem, assumiu a liderança provisória da Série B após golear o Ipatinga por 4 a 0 no Serra Dourada. Seca o Criciúma no fim de semana para se manter na liderança e já pensa na Série A, que pode ser confirmada matematicamente já na próxima rodada. 

O segredo do sucesso do Goiás, que começou a competição tropeçando, foi a manutenção da equipe. Enderson Moreira conseguiu dar padrão de jogo ao time repetindo a escalação por várias rodadas. Bem adaptado ao esquema de jogo, o esmeraldino viu ainda suas principais peças atingirem o ápice físico e técnico na reta final da competição. Assim, o 4-2-3-1 funciona com perfeição, cumprindo todos os requisitos necessários para brilhar.

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Enderson Moreira conseguiu encaixar as peças de tal forma que o time se encontrou de maneira definitiva. Sem referências de velocidade pelos lados (com meias que pensam mais do que correm), o treinador deu liberdade aos laterais que chegam muito à frente, embora de maneira alternada. Amaral faz bem o balanço defensivo para permitir que Peter (que jogou ontem na vaga do suspenso Vítor) e Egídio cheguem ao fundo e dêem profundidade ao time.

Outra grata surpresa é Thiago Mendes. Volante jovem, rápido e moderno que merece ser observado com carinho para o futuro. É ele quem abre espaço em jogos mais difíceis, aparecendo como homem surpresa vindo de trás e desmontando a marcação.

O segredo do sucesso, porém, está na movimentação intensa do trio de meias, fundamental para o bom funcionamento do 4-2-3-1. Ramón, Renan Oliveira e Ricardo Goulart trocam constantemente de posição, ficam próximos uns dos outros para combinar jogadas de ataque e sabem a hora certa de acelerar o jogo. Principalmente o último, peça-chave na boa campanha com gols (11) e assistências. Completa o bom desempenho ofensivo o encaixe de Wálter que mesmo claramente acima do peso se encontrou como artilheiro (15 gols) e é fundamental no pivô para segurar a bola no ataque enquanto outros jogadores fazem a ultrapassagem.

O terceiro gol da goleada de ontem foi o grande exemplo do funcionamento perfeito do 4-2-3-1 no time goiano: Renan Oliveira e Ramón trocaram de posição com o segundo achando Wálter na referência. O giro rápido do atacante encontrou Peter ultrapassando em velocidade, chegando ao fundo e cruzando rasteiro para Renan Oliveira aparecer livre no centro da área. Gol coletivo. Gol de time bem treinado.

O Goiás não está perto de confirmar o título da Série B nem tem um time pronto para a Série A. Sobra na organização em campo e na montagem do elenco para uma competição de nível mais baixo mas precisará se reforçar para repetir a boa campanha em 2013. Méritos para Enderson Moreira que completa 13 meses no comando do clube e comprova seu crescimento como treinador, pronto para alçar vôos maiores.

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Internacional: Losango, D'Ale e movimentação curiosa


Após duas derrotas contra times situados na zona da degola, o torcedor colorado já havia jogado a toalha e desistido de 2012. Bem verdade que a vitoria sobre o Vasco não altera o panorama colorado, porém, mais do que simples três pontos, trata-se de possível, reabilitação do grupo. Ano após ano, o plantel estrelado do Internacional é delegado como favorito a qualquer titulo, porém, não confirma favoritismo e deixa a desejar. Além disto, a semente plantada por treinadores não é regada continuamente, ou seja, a troca de cadeiras no clube gaúcho é incessante.

No que diz respeito a questões táticas, Fernandão flutua entre dois esquemas. O treinador começou seu trabalho no 4-4-2 losango e seguiu ate ter seus medalhões a disposição. Quando teve a possibilidade de escalar o time ideal, Fernandão saiu do esquema com três volantes e passou para o 4-2-3-1, “modinha” brasileira. Todavia, devido a lesões, contusões, convocações e reabilitação física, o onze inicial dificilmente tinha sequencia. E, para entrosar, um pré-requisito primordial, trata-se de sequencia.

Contra o Vasco da Gama Fernandão voltou ao losango. O time se comportou da seguinte: linha defensiva de quatro jogadores; tripé de volantes, tendo Ygor no primeiro vértice, Guiñazu pela esquerda e Fred mais agudo pela direita; Um enganche, D’Alessandro no vértice ofensivo; Dois atacantes de movimentação, Forlán pela direita e Dagoberto pela esquerda.

Flagrante tático. Inter no 4-4-2 losango

Com posse de bola uma movimentação curiosa era realizada. Logo ao iniciar transição ofensiva o Inter realizava compensação diferenciada. Vamos aos detalhes: Ambos os laterais rompiam faixa central do campo, para compensar avanço, Ygor recuava e formava trio de zagueiros ao lado de Moledo, centralizado e Juan no lado esquerdo; Fred e Guiñazu mantinham-se alinhados, mas, agora, contando com laterais para auxilia-los; D’Alessandro mantinha seu posicionamento, ataque idem.

Diagrama tático. Movimentação colorado em fase ofensiva. Base do losango é mantida, com exceção de Ygor, que recua e forma tripé com zagueiros.

Ressalto que esta movimentação não configura esquema hibrido, ate por dificuldade de visualizá-lo em mais de três vezes, pois, câmera fechada não favorecia tal padronização. Porém, durante três ou quatro ataques, ficou clara a compensação com recua de Ygor. Por quê? Uma das respostas seria criar sobra defensiva, pelo fato do Vasco jogar com dois atacantes, Carlos Alberto e Eder Luis, e assim não deixar zagueiros no embate individual.
É uma proposta diferenciada, pois, cria alternativa para liberar laterais e não comprometer sistema defensivo.

Posicionamento ofensivo colorado tinha extrema organização. Falar de ataque em bloco, tratando de futebol brasileiro, é utopia, porém, o Inter aproximou-se disto.
Ao atacar, o Inter, fazia compensação, com Ygor recuando e formando trio de zaga com demais beques e, liberava laterais. Sendo assim, o Inter atacava com incríveis SETE jogadores. Numero inacreditável para padrões brasileiros. Este jogadores tinham funções claras: laterais, mesmo estando no campo ofensivo, alternavam o apoio a linha de fundo e um deles recuava para pegar rebote, segunda bola; Guiñazu sempre estava postado em linha intermediaria, compreensível pelo fato de não finalizar; D’Alessandro com movimentação liberada, recuava, avançava, caía pelos lados, “enganche” nato; Fred mais solto que Guiñazu, a revelação colorada não ficava restrita ao lado direito, tinha livre movimentação; dupla de ataque móvel e invertendo nas saídas de área.
Quem guarnecia esta blitz ofensiva? A formação do tridente de retaguarda: Juan na esquerda; Moledo ao centro e Ygor pela direta. Situados próximo a linha central do campo.

Flagrante tático. Inter postado no campo ofensivo do Vasco com SETE jogadores. 

Recuperada a posse, imediatamente os laterais recuperavam seus posicionamentos ao lado dos zagueiros, enquanto o volante Ygor adiantava-se para compor meio campo ao lado dos demais.

Não posso deixar de falar do maestro colorado. Finalmente D’Alessandro voltou a encantar. O camisa dez assumiu responsabilidade que lhe é esperada, reger a sinfonia. Jogou na sua função, clássico “enganche” do losango. Função na qual depende o setor de criação.
Uma andorinha só não faz verão? D’Alessandro o fez. Explorou o 4-4-2 em duas linhas do Vasco e deitou e rolou nas costas dos volantes. Nesta faixa do campo comandou o ataque colorado e destoou o sistema defensivo vascaíno, causou desatino em seus marcadores.
Distribuiu assistências, tanto para Forlán, quanto para Dagoberto. Somente o uruguaio guardou, dois tentos.
Voltou a jogar seu futebol. Será o reencontro de “El Cabezon” com o bom futebol?

Sem oba-oba. A vitoria tira o peso das costas de Fernandão, mas ainda há muito que trabalhar. O ano de 2012 foi desastroso. Porém, esta vitoria consistente demonstra que ainda existe uma luz no fim do túnel. É esperar que o grupo fuja do rotulo que o marca: Inter, é oito ou oitenta.

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Celtic, o trevo de quatro folhas merecia sorte melhor


Segundo crença popular, o trevo de quatro folhas é objeto de sorte. Se compararmos ao futebol, é possível elencar as quatro folhas do trevo como características base de um time. Hoje, o Celtic será o time envolvido neste processo. 

Em relação ao trevo, méritos a Elói Saldanha Junior por sua sacada em relação ao Celtic.

A península ibérica possui mitologia conhecida mundial, os duendes. Duendes são pequeninos seres de orelhas pontudas e sorriso esquisito, que cuidam das plantas, árvores e sempre ajudam as sementinhas a brotar. Também gostam muito de brincar e, às vezes, pregam peças nas pessoas, fazendo as janelas estalarem e tirando coisas do lugar. 
Em comparação ao futebol, os duendes são notórios por peças aplicadas em grandes clubes. 
Os duendes escoceses foram bravos, enfrentaram os gigantes da Catalunha com astucia e, por um triz, não conseguiram o sonhado tesouro no final do arco-íris.

Citei anteriormente o trevo de quatro folhas do Celtic. Pois bem, vamos a primeira folha.
- Marcação: Postado em duas linhas de quatro, o Celtic negou espaços ao Barcelona e, consequentemente, ao seu melhor jogador, Lionel Messi. 
A marcação a zona, ou seja, em relação à bola e não ao jogador, impedia brechas entre linhas e perseguições desnecessárias. O posicionamento das linhas não era fixo, progrediam ou recuavam em relação à bola. 
Por jogar em duas linhas, o Celtic freou o 4-3-3, “lateralizado”, catalão ao ter marcação dupla por zona: extremo (ponta, winger, meia-ala...) e lateral pelo flanco, somado ao volante por dentro os vigiando e zagueiro na sobra. Um verdadeiro ferrolho defensivo.
Os escoceses estavam com fome de bola, insaciáveis por desarmes. 

- Compactação: Intrinsecamente ligado à marcação. Qualquer time que ambiciona ter sucesso em seu sistema defensivo, precisa vincular as características de marcação e compactação. 
As duas linhas de quatro, em fase defensiva, nunca estiveram distantes. Explicação? O time do Barcelona trama jogadas entre as costas dos meio-campistas e frente aos zagueiros. Pequena zona do campo, mas com gênio para ocupa-la. Messi, geralmente, atua entre as linhas do adversário, e gera intempérie nesta faixa do campo. 

Flagrante tático. Celtic posicionado defensivamente no 4-4-1-1. Linhas amarelas retratam a compactação entre linhas. Reparem que Messi esta entre elas, porém, em "ambiente" controlável.

- Força e imposição: Particularidade atrelada ao sistema defensivo e presente no sistema ofensivo. Em relação ao Celtic, pende a questões defensivas. 
Características notáveis do futebol europeu. O Celtic parecia mais um time de Rugby do que de futebol. Cinco jogadores rompiam a barreira de um metro e noventa centímetros, em comparação ao Barcelona, nenhum jogador possuía tamanha pujança. A titulo de curiosidade, a media de altura fica na casa de um metro e oitenta e seis centímetros.
O que isto influencia em termos de futebol? Times fortes e bem condicionados fisicamente, obviamente, não cansam. Sem contar que, imposição de um marcador de um metro e noventa gera dificuldade ao adversário driblar. Em questões ofensivas, jogadas de pivô e referencia na área se tornam notáveis por força e imposição.

- Bola aérea: Por ter vantagem nos quesitos força, imposição e estatura, logicamente o Celtic priorizava seus ataques com bolas alçadas na área. Porém, faltou regar essa folha do trevo, quem sabe explora-la de maneira continua e eficiente.
Defensivamente o Celtic suportou até o ultimo minuto a pressão barceloniana. Por vezes, os catalães apelavam para bola aérea, porém, sem sucesso, pois o Celtic predominava pelos ares.
Por ironia do destino, o gol da virada, para selar vitoria catalã, aconteceu em levantamento para área, ninguém “cortou” e Alba empurrou para as redes.

Postado em legitimo 4-4-1-1 inglês,  o Celtic ocupou espaços de maneira inteligentíssima  tratando de questões defensivas. Posso ser categórico, a equipe defendeu, na maioria dos casos, com nove jogadores atrás da linha da bola e realizando compactação de dar inveja. 

Flagrante tático. Celtic postado no 4-4-1-1 em fase defensiva.

Defensivamente o Celtic merece ser ovacionado. O clube escocês entra no restrito hall de times que frearam o ímpeto do clube catalão. Denotar o sucesso escocês em detrimento de uma tarde pouco inspirada do Barcelona é fechar os olhos para méritos do Celtic. O Barcelona não jogou seu futebol vistoso em função de Celtic. 

O trevo de quatro folhas, defensivo, foi intensamente regado durante a partida. Em contrapartida, o trevo ofensivo foi desprezado, ignorado, abandonado em virtude de estratégia voltada a questões defensivas e restritas a isto. 
Celtic não encontrou brechas para atacar. Única chance foi de bola parada e bem sucedida. Time não demonstrou padrões ofensivos, não houveram jogadas tramadas, ou, que dessem indicio para tal. Contra-ataque? Devaneio tão gracioso quanto a ilusão de tesouro no fim do arco-íris. Há de se ressaltar, Barcelona realizou bloqueio defensivo notável perante “ataque” escocês.

Se pudéssemos delegar um fato em relação a estatísticas, este seria de posse de bola. A escola catalã imprime seu futebol com bola no pé. Portanto, ver seu adversário dominar e trocar incessantes passes era esperado. Porém, abdicar de atacar não deveria ser alternativa. O Celtic sequer especulou opções para sair das armadilhas catalãs. 
O Celtic demonstrou-se uma equipe de contrastes. Méritos a seu sistema defensivo e vaias contundentes a suas tramas de ataque. Uma verdadeira inércia ofensiva.

Amarrado. Definição para o estilo de jogo escocês. Defendia atrás da linha da bola, com vantagem sobre ações ofensivas do time catalão, recuperava posse de bola, porém logo se desfazia da mesma. Um verdadeiro bate-volta, incansável.

Faço-me das palavras do Coringa para definir o Celtic: “Não tenho planos. Eu sou como o cachorro correndo atrás do carro. Não saberia o que fazer se o alcançasse"

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O FALSO NOVE


Post de Diogo Ribeiro Martins do blog Soccer Tactics

No futebol, o termo falso nove é utilizado em certos sistemas táticos em que em um esquema com pontas (4-3-3 ou 4-2-3-1) em que o atacante centralizado não é de fato uma referência, um centroavante que saiba se posicionar para receber as bolas, geralmente, o falso nove é um meia improvisado ou um atacante veloz com características de drible, finalização, armação e velocidade, como por exemplo Neymar agora na Seleção Brasileira e Messi no Barcelona e na Seleção Argentina, aliás, o atual tri-melhor jogador do mundo jogou nessa função contra o Uruguai ontem (Sexta feira - 12/10/12) pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2014.

No caso de Messi e Neymar como falso nove, os dois acabam tendo a liberdade precisa para poder jogar, recuando para armar o jogo e avançando armando ataques e contra-ataques, o falso nove também acaba recuando para permitir o avanço em diagonal dos pontas para a área e finalizar pro gol, e assim, abrir o corredor pros laterais avançarem para cruzarem pro gol.

Outro time que também utilizou o falso nove com essa função foi o Corinthians campeão da Taça Libertadores da América de 2012 - em grande parte da competição, é claro - com a má fase do até então camisa 9 Liédson, Tite resolveu escalar o meia-armador Alex como falso nove para não se desfazer do seu esquema preferido, o 4-2-3-1, tendo assim a função de recuar para armar e permitir o avanço dos pontas, geralmente eram Emerson Sheik (William) e Jorge Henrique (ou Danilo) e o próprio Danilo centralizado também ajudando o falso nove do time a armar as jogadas ofensivas, e Paulinho acabava se tornando o homem de área do Corinthians aparecendo como elemento surpresa em varios gols.

Essa é uma função que vem revolucionando o futebol, tanto que até a Espanha vem utilizando ela com Cesc Fábregas, e espero que mais times e seleções passem a utilizá-la





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Crise do Inter passa por comodismo e falta de sequencia


Post de Leonardo Fernandes de Miranda do blog Painel Tatico

Campeão gaúcho em cima da surpresa Caxias, o Inter perdeu completamente o rumo na temporada após seguidas lesões, trocas de técnicos e contratações sem o resultado esperado. Desde o vexame com a queda para o Mazembe no mundial de 2010, o Inter sofre com jogadores caros que nem sempre deram certo, aposta em técnicos sem experiencia e com o departamento médico: é o time que mais sofreu com lesões e contusões nos últimos anos. Com a fama de time que vai bem no cenário internacional, foi eliminado em pleno Beira Rio para o Penarol na Libertadores de 2011 e para o Fluminense esse ano, em campanha decepcionante. O jejum de campeonatos brasileiros, que dura desde 1979, incomoda cada vez mais a torcida e parece que não tem data para acabar.

No duelo contra o virtualmente rebaixado Atlético-GO, o Inter veio a campo no 4-2-3-1 usado na maior parte da temporada, que também teve o uso de 4-3-1-2 com Fernandão no Brasileirão. Sem Forlán, Damião, D ‘ Alessandro, Dagoberto, Guinazu e Juan, o Inter apostou em pratas da casa para surpreender o lanterna do campeonato e se impos no primeiro tempo, marcando com gol de Fred em belo lançamento de Ygor. Mas relaxou demais no segundo tempo e permitiu a virada do Dragão, que marcou 3 gols em falhas de posicionamento da defesa colorada.

Longe de ser um time de baixa qualidade técnica, o Internacional parece não engrenar pelo “comodismo” de seus jogadores. Estáticos, só Fred que se movimentou em busca de sair da marcação goiana – e foi o melhor em campo. Desorganizado e dando espaços na marcação, o Internacional não tem sequencia de jogo, por conta das inúmeras lesões que contribuem para o desentrosamento do time: foram 39 passes errados e apenas 9 finalizações, o que mostra também a pouca procura pelo jogo. A defesa envelhecida, que conta com os criticados medalhões Kléber e Nei, a tempos não mostra segurança. A impressão que o jogo contra o Atlético-GO deu foi de um elenco visivelmente acomodado, sem gana de vencer, o que talvez explique o grande número de empates do time.
O técnico tenta, mas não consegue reveter: Fernandão brigou, culpou jogadores por estarem na “zona de conforto”, expulsou Dátolo de um treino e faz declarações fortes a toda hora. Sem resultado, já que a instabilidade do time, que ve o G-4 mais longe, mina o trabalho e desgasta a imagem do ídolo, tanto que Fernandão teria pedido demissão após o vexame em Goiania.
Aparentemente sem a vaga na Libertadores, o momento do Inter é de renovação completa no elenco e sequencia de trabalho para os técnicos, ídolos do clube ou não. A aposta em Fernandão parece promissora, mas só se as mudanças também passarem pelo departamento médico. É o caminho mais certo para um time apontado como favorito todo ano, mas que sempre decepciona.

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Mano opta por 4-2-3-1 sem 9 de origem

Treino de luxo. Mas não muda o objetivo: convencer. Diante do fraco Iraque, a seleção de Mano Menezes não perdoou a seleção treinada por Zico. Patrolou e não tomou informações do adversário. Um sonoro 6x0.

Os holofotes estavam sob Kaká. Esta é a volta de um dos queridinhos do Brasil. Seu ultimo jogo foi à amarga derrota contra a Holanda na Copa do Mundo de 2010. Se na Copa Kaká foi referencial técnico, centralizado, de um 4-2-3-1 torto e repleto de compensações, na atual seleção de Mano, Kaká deve ser a experiência em campo no mesmo 4-2-3-1, porém, jogando pelo lado e com jovens companheiros.A filosofia imposta por Dunga é o extremo do que Mano Menezes prega. O sistema é o mesmo, mas as estratégias de jogo retratam oceanos de diferença.


Tratando de esquemas adotados, Mano esta indeciso entre 4-4-2 em duas linhas e 4-2-3-1, o criador e criatura. Ressalto que, 4-2-3-1, criatura, surgiu do 4-4-2 em duas linhas, criador, quando, extremos (winger, ponta, meia-ala...) avançaram e um dos atacantes recuou.
No caso do Brasil os extremos foram Kaká e Hulk, Oscar meia pelo centro e Neymar o avante. Em outrora, Neymar era quem regia a sinfonia para variação entre 4-2-3-1 e 4-4-2 em duas linhas, hoje Oscar comandou escassa variação.

Flagrante tático. Brasil postado no 4-2-3-1.

Não se pode fazer outra analise se não for com Brasil no 4-2-3-1 com bola nos pés, ate porque, Brasil teve média superior a 60% de posse de bola.
Neste esquema, a trinca de meias trata-se do coração de equipe. É impraticável jogar no 4-2-3-1 com meias estáticos e com movimentação preguiçosa, sem contar as funções defensivas.
Esmiuçando a trinca:
- Oscar: Diferentemente de outros carnavais, Oscar atuou centralizado e com movimentação do meio para frente, três quartos do campo, não teve movimentação padronizada de recuar e organizar.
Inversão de papeis com Neymar e Kaká. A leitura tática de Oscar oferece ao treinador diversos movimentos padrões para compensar certas movimentações. Uma delas é quando, Neymar, naturalmente, sai da área e Oscar logo se dispõe a ocupar espaço do camisa onze, a fim de não deixar buracos e manter esquema base.
- Kaká e Hulk: Ambos atuaram de pés trocados – destro na esquerda e canhoto na direita – com intuito de abrir corredor para lateral fazer ultrapassagem.
Kaká não ficou preso pelo flanco esquerdo, corriqueiramente aparecia no centro ou ao lado de Hulk.  Troca de posição entre Oscar foi essencial para dinamizar o setor de criação. Confesso que estava incrédulo quanto a capacidade física de Kaká, porém, atuou com certo sucesso como extremo, posição que requer capacidade física nos trinques.
Hulk atuou como se estivesse no seu antigo clube, Porto. Aberto pelo flanco direito com movimentação padronizada quando recebe a bola: corta para dentro, abre corredor e consequentemente gera um leque de opções para jogada – passe, chute, lançamento. Porém, em comparação aos demais, ficou mais estático e preso a sua zona do campo.

A movimentação ofensiva mais clara e evidente foi utilizar os extremos de pés trocados a fazerem diagonais e abrir corredor para passagem dos laterais. O corredor, melhor, avenida, estava à disposição dos laterais, porém cruzamentos a área não eram melhor opção. Para cruzar o ataque tinha de ser posicional e com sucessiva troca de passes e infiltração dos meias a grande área, pois Neymar não é “9” de imposição e cabeceio.

Por ter mais de 60% de posse de bola, a seleção jogou com ataque posicional e tendo que criar a abrir espaços na defesa do Iraque. Com trinca de meias mais a frente e não participando das zonas inicias de criação, zagueiros e volantes assumiram a transição ofensiva. Tanto David Luiz quanto Thiago Silva comandaram a incessante troca de passes na linha central. Já, Paulinho e Ramires aceleravam o jogo para os meias.

Reparem o frame abaixo. Brasil iniciando transição em zona de organização de jogo baixa. Zagueiros e volantes é quem executam inicio ofensivo. Laterais aproveitam estreitamento dos meias para ocupar corredor. Meias próximos deixam o lado com laterais e aproximam entre si e de Neymar para tabela.

Flagrante tático. Brasil no 4-2-3-1 iniciando transição ofensiva. No detalhe: laterais avançados. Reparem que meias estão próximos e bloco do meio campo dividido em dois: volantes próximos dos zagueiros e meias em aproximação a Neymar.

Falando de Neymar, aproveito para elucidar que nosso camisa onze não foi “falso-9”, talvez pretendesse. “Falso-9” não é um atacante leve, de movimentação, que é posicionado solitário à frente, é mais do que isso. Esta posição surgiu dos pés de Messi, decorrente de sua movimentação, mas, com o tempo, banalizaram o “falso-9”, delegam a qualquer atacante franzino esta denominação. Ultrajante.
Eleito para ser o único avante à frente, a joia santista foi estrela solitária do ataque, em compensação, meio campo brilhou como um todo.
Esta readaptação de Neymar serve de aprendizado a nosso diamante bruto que, deve ser lapidado. Neymar não pode ficar preso a um palmo de terra, por melhor que possa ser neste canto. Serve de aprendizado e palmas a Mano pela iniciativa.
O garoto não conseguiu jogar de costas para o gol, movimentação essencial para “centroavante”. Suas grandes jogadas foram com arrancadas partindo de trás e tabelas quando marcação estava frouxa.

Enfim, o embate entre Brasil e Iraque acentuou a diferença entre ambos. Amistoso digno de David e Golias, porém, o pequeno David não demonstrou sucesso perante o gigante Golias.
A tônica do jogo: futebol consolidado brasileiro versus rascunho de esporte praticado na grama com objeto esférico. 

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Liverpool: Animador, mas cansativo. 4-3-3 lembra Barcelona, devaneio longínquo.


Caiu por terra o 4-4-2 ortodoxo do Liverpool. O atual treinador Brendan Rodgers assumiu o cargo e logo implantou uma nova filosofia ao time inglês. O inacreditável aconteceu, o Liverpool saiu do 4-4-2 tipicamente britânico que, por anos, décadas, se sustentou e deu lugar ao 4-3-3 de Rodgers. 
Confesso que algumas características nos lembram do Barcelona por suas ideologias. Não estou afirmando que dentro das quatro linhas a execução é semelhante, apenas a ideia pré-estipulada é congênere. Duas características marcantes entre Barcelona e Rodgers: Marcação agressiva logo que a bola é perdida, geralmente no campo do adversário; posse de bola no campo de ataque.

A discrepância entre filosofia de treinador e histórico do clube é imensurável. O embate de ideologias é ferrenho. O antes estilo objetivo, passes diretos e transição veloz, deu lugar a um Liverpool fora de padrões, digamos, ingleses. Rodgers logo imprimiu seu estilo aos Reds: time que marca a saída de bola adversária, troca passes e aposta no ataque em bloco para iniciar jogadas. Mas, ao adotar o estilo de ataque posicional, o Liverpool deixa a desejar na velocidade da transição ofensiva e objetividade quando no posicionamento ofensivo.

Em especial, nesta quinta-feira, Rodgers manteve o 4-3-3, porém, com uma pequena mudança em relação aos demais jogos. O meio campo passou de base alta para base baixa. O tripé de meio campo foi formado por: Allen e Henderson na “volancia” e Shelvey de meia central.

Posicionamento ofensivo dos Reds é de maneira posicional situado no 4-3-3 com triangulo de base baixa. Além de longa, a fase da construção é também muito elaborada. O ataque é feito em bloco homogêneo e compacto. A complexidade da construção do processo ofensivo deve-se à participação de muitos jogadores e à execução dum grande número de ações técnico-táticas.
Compactação ofensiva, como citei acima, bloco homogêneo, presente no campo do adversário com jogadores distribuídos e ocupando os espaços do campo de maneira inteligente e com funções claras. Ou seja: pontas de pés trocados abrindo corredor para passagem do lateral; meia central, Shelvey, participando das construções de jogadas e, quando bola caía pelos flancos, adentrava na área para fazer presença ofensiva; dupla de “volantes” participaram exaustivamente da fase de organização em zona próxima ao meio campo e, sem bola, mantinham posicionamento para pegar rebote ofensivo e fazer a bola girar quando um lado ficava congestionado, o famoso balanço defensivo pelo chão; o centroavante Borini, tinha intensa movimentação e troca de posição com Assaidi, mesmo não sendo um avante de imposição, tanto Borini, quanto Assaidi, mantinham-se dentro da grande área.

Flagrante tático. Liverpool postado ofensivamente no 4-3-3 com triangulo de base alta. Notem que, NOVE jogadores estão no campo de ataque.

Este posicionamento ofensivo tinha como principal característica o endeusamento da posse de bola. A equipe do Liverpool organiza o jogo de uma maneira que transita a bola por todos os setores do campo para achar brechas. Primordialmente a equipe tenta explorar o flanco com os pontas e/ou laterais.
Chamou-me atenção o trilho formado por Dowining e Assaidi pelos flancos, ambos estavam presos ao lado do campo e tão somente ali. De pés trocados, os pontas tinham como intuito diagonais ao centro. Na pratica, uma bela ilusão.
A intensa movimentação, essencial no futebol moderno, ficou por conta do triangulo de base baixa do meio campo. Henderson comandou as inversões entre meio campo baixo ou alto, sua movimentação a frente ou recuando fornecia uma nova linha de passe. Porém, pontas estáticos freavam qualquer ímpeto e passe em profundidade, bem verdade, muito pela valorização da posse de bola e temor de perde-la ao arriscar.

Transição ofensiva, semelhante ao posicionamento ofensivo. Privilegiando a posse de bola. Faço das palavras do comentarista do Esporte Interativo, Rafael Oliveira: “Melhor defesa é você ficar com a bola”.
Acredito que esta é a filosofia de Brendan Rodgers. A transição é lenta. O primeiro passe sempre de segurança e privilegiando que companheiros assumam suas devidas posições para posicionamento ofensivo.
Naturalmente o passe é curto e sempre rolando no relvado. Dificilmente há ligações diretas.
Por transição ser lenta, um aspecto objetivo deve ser notificado: o time avança como um só bloco, não há vazios entre setores, isto em virtude de criar superioridade numérica em zonas do campo.

Notei algo no estilo do atual Liverpool. Digamos que, Brendan Rodgers é um menino levado, pois, sempre aplica suas ideologias a seu grupo independendo das características do mesmo. Não que o Liverpool não possa marcar a frente, longe disto. Ou que não possa ter um ataque posicional que privilegia a posse de bola, não me compreenda mal. Mas, com o grupo que tem em mãos, não compreendi o fato de valorizar a posse de bola e ser dependente de apenas dois jogadores: Sahin e Gerrard. Apenas ambos desempenham transição com qualidade, ficam sobrecarregados. No ataque, tudo depende de Suarez, ora atuando como falso-9, ora ponta.

Transição defensiva, novamente, à la Barcelona. Marcando a frente e induzindo o adversário ao erro, geralmente, com duas opções: induz o adversário a quebrar a bola e, consequentemente esta quebra ser um balão a frente sem direção; ou, o adversário ser desarmado, preferencialmente, próximo a meta.
O pressing exercido é organizado e dependente da zona em que a bola se encontre. Não há perseguições. A voracidade assusta o adversário e, caso o mesmo não tenha qualidade, o força a recuar, se assim acontecer continuamente, chegara ao goleiro que, naturalmente, terá de quebrar a bola.
O estilo de marcação “agressivo” é facilmente explicado. Intimamente ligado à fase ofensiva. Se o Liverpool ataca em bloco e tem presença ofensiva de, no mínimo, seis jogadores, nada mais natural que estes mesmos, ao perder posse de bola, a ataquem para logo recuperar, pois, estão longe de suas respectivas posições defensivas e dar as costas para bola é no mínimo temerário. Portanto, para impedir avanço da bola, a pressão sobre o adversário é exercida.

Flagrante tático. Liverpool perde posse de bola e, Allen, Shelvey e Robinson preparam cerco contra adversário. Compactação ofensiva, em transição ofensiva, ao ter OITO jogadores no campo de ataque gera dificuldade para adversário avançar.

Posicionamento defensivo. Caso o adversário consiga passar a “blitz” exercida, os ânimos se acalmam e os Reds assumem uma posição, digamos, cautelosa. A marcação agressiva segue, quase que individual por setor, pois, quando um jogador adentra em uma zona, o marcador logo aproxima para não deixa-lo evoluir.
O posicionamento antes adiantado, passar a ser intermediário e em relação à bola. Tipicamente característico da marcação a zona, impedindo o avanço da bola independendo do jogador adversário  Se, ofensivamente tínhamos um 4-3-3, defensivamente o 4-4-1-1 toma forma. A compreensão deste esquema é de forma natural: linha defensiva intacta; “volantes” frente a zaga; a grande alteração é o comportamento dos pontas, tanto Dowining pela direita quanto Assaidi/Borini pela esquerda, recompõem com afinco e alinham-se aos “volantes” formando uma segunda linha; Shelvey fica a frente dos volantes.
Fiquei embasbacado pela aplicação tática de Dowining. O inglês cumpriu a risca suas tarefas táticas. Ofensivamente compareceu a frente, bem verdade que, apenas marcou trilho pelo lado direito. Defensivamente cumpriu a rigor as obrigações de um nato winger inglês, se necessário, acompanhar o adversário ate a linha de fundo.

Flagrante tático. Liverpool postado defensivamente no 4-4-1-1 com time compactado e linhas próximas.

Este é o Liverpool de Brendan Rodgers. Nos causa estranheza por um inglês, me refiro ao clube, priorizar tanto a posse de bola. Infelizmente, ainda rudimentar e engatinhando para o 4-3-3 complexo e futurístico dos catalães. Nada mais natural, pois os espanhóis aplicam tal filosofia há décadas.
A pouca objetividade cansa, a troca de passes é intensa e, por vezes, sem qualidade ou ímpeto algum. O ataque posicional, espraiando jogadores pelo campo é interessante, mas a obviedade dos ataques torna-se um agravante.
Rodgers iniciou uma nova era no Liverpool. Ainda é cedo e, como diria Wianey Carlet: “Só o tempo dirá”.

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Borussia assombra Manchester por obediência e aplicação tática

O embate da tarde na UCL. O multimilionário Manchester City versus o Clube alemão com capacidade de suprir peças e manter futebol competitivo. Com vocês, Borussia Dortmund, o time que ofuscou os petrodólares de Manchester.


Confesso que estava incrédulo quanto as aspirações do Borussia Dortmund na UCL. Combater uma equipe da Premier League não é tarefa fácil, tratando de Man. City, imaginei impossível enfrentar de maneira igualitária e sem desequilíbrio entre ambas.
Estou redondamente enganado. A equipe alemã me deu um tapa com luva de pelica, com estilo. Borussia me assombrou a exemplo da cidade de Manchester.

Alemães executam um hibrido e harmonioso 4-1-4-1 em fase defensiva e 4-2-3-1 atacando. A obediência alemã é notória em cenário mundial, não apenas no futebol. Mas, dentro das quatro linhas, os comandados de Jürgen Klopp, impressionaram por tamanha obediência e aplicação tática.

Borussia defende em bloco, ou seja, quando, com posse de bola, avança time como um todo, não há longos espaços entre setores. Logo após perder posse de bola, o instinto agressivo de recuperar a bola é imediato. Porém, formando um só bloco defensivo e no campo do adversário, havia espaço as costas dos defensores. Corriqueiramente explorado pelo City.

Posicionamento defensivo do Borussia foi em relação a posse de bola, preferencialmente atrás da linha central. Defendendo, duas linhas de quatro tomavam forma, esmiuçando, um 4-1-4-1 com Bender o “1” entre linhas. Portanto, havia dobra de marcação pelos setores, sejam laterais ou centrais e Bender livre para flutuar entre as linhas e, adiantar ou recuar para dar bote. Objetivo principal, como qualquer time postado em fase defensiva, é de recuperar posse de bola, para isto, equipe compactada e, como havia citado, marcando em relação à bola. Na medida do possível, impedia o avanço do City, mas, com ingleses adentrando em seu campo, as linhas recuavam e tinham como referencia a bola. O principio básico foi defender fechando opções de passe ao Manchester, um claro principio dar marcação a zona, cuja mentalidade é, marcar em relação a bola e impedir o avanço da mesma.

Flagrante tático. Borussia postado no 4-1-4-1. Reparem que, compactado, linhas próximas  impedindo o avanço da bola. Mas, em detrimento disto, um espaço futuro se cria as costas da defesa.

Um adendo. O Borussia tinha tarefa árdua ao frear o ímpeto do City em lançar bola as costas de sua defesa. A transição inglesa gerava perigo com lançamentos longos, em profundidade, entre goleiro e linha defensiva. Os lançamentos priorizavam a velocidade de Kun Aguero ou imposição de Dzeko. Lançamentos comandados com maestria por Javi Garcia e Yaya Toure.
A dupla de ataque tinha movimentação padrão para criar espaços e ludibriar defesa: Dzeko, centroavante de imposição recuava, chamando marcação consigo para possível pivô e abria espaço para diagonal de Aguero; Lançamento direto para Dzeko girar ou dominar e ajeitar para finalização.
Porém. Há uma segunda opção na leitura desta jogada. O Borussia se fechava em seu campo, pressionava quando o City passava linha central e obriga, com marcação voraz, forçando e induzindo a equipe a possível desarme ou bola quebrada. Portanto, não posso definir se, marcação em bloco, em linha, fechando espaços, em zona tinha como intuito forçar o City ao erro e perder posse de bola ou um erro, se assim posso dizer, da equipe alemã em oferecer este espaço as suas costas.


Reparem o frama abaixo. A equipe do Borussia esta compactada  mas devido a transição defensiva "lenta" - pois Manchester City executou sua transição ofensiva de maneira direta, passe longo - foi pego de surpresa com espaçamento entre setores. Este não é o "x" da questão. A compactação é evidente, um fato. Notoriamente um campo de futebol possui dimensões de 90 a 120 metros, o Borussia, ocupa um terço deste campo, apenas zona intermediaria, tudo devido sua compactação.

Flagrante tático. Borussia sofrendo com lançamentos as costas de sua defesa em plena transição defensiva. Reparem linha defensiva adiantada e longinqua do goleiro.

Com o passar do tempo, ficou mais claro a estrategia de jogar em linha, compacto e, por consequência de jogar em bloco e marcação intermediaria, sofrer com lançamentos as suas costas.

Natural jogar fora de casa de maneira mais defensiva. Assim o fez a equipe alemã. A estratégia adotada foi de atacar com extrema velocidade e objetivamente. Outra estratégia de fácil discernimento foi que, Borussia abdicou da posse de bola. Ficou claro a opção por recuperar a bola, atacar em bloco e levar perigo quando o adversário estava desorganizado.
Se, em fase defensiva a equipe se postava no 4-1-4-1, ofensivamente os extremos (wingers, pontas, meia-ala...) avançavam e alinhavam-se a Gotze/Kuba e formavam um 4-2-3-1.

Flagrante tático. Borussia em transição defensiva quando, em posicionamento ofensivo, estava postado no 4-2-3-1.

O caminho do ouro estava pelos flancos. Os velocistas Reus, Kuba e Gotze, o motorzinho da equipe, tinham ligeira vantagem no 1x1 gerado pelo não acompanhamento dos extremos. Sem contar que, extremos do City não recuavam a tal ponto de acompanhar lateral, sim, os extremos recuavam, mas como figurantes, aproximavam do meio campo como medida paliativa.

Por ter menos de 40% de posse e de bola, naturalmente o Borussia jogou em transição. Não houve um momento claro em que os alemães rodavam a bola para encontrar espaços. O Borussia não podia se dar ao luxo de jogar no ataque posicional: rodar a bola, valorizar posse da mesma, posicionar o time de maneira horizontal, ocupando espaços do campo.
O posicionamento ofensivo alemão foi vertical: jogando em profundidade, passes a frente e velocidade nas transições e ações.
A velocidade fica por conta do tridente ofensivo: Reus, Gotze e Kuba.
Alias, Kuba e Gotze de extrema velocidade e ambos alternando em suas posições.
Sem contar a extrema movimentação, quando em transição, dos meias e Lewandowski com diagonais e verticalidade nas ações dos extremos a procura do centro.

Enfim. Os alemães cozinharam os ingleses em banho Maria. Souberam induzir o City a ter uma posse de bola inofensiva e longínqua do gol de Weidenfeller.
Mereciam vencer? Sim! Executaram com maestria a estratégia imposta por seu treinador. Cumpriram a risca a obediência defensiva e souberam atacar com perigo e meta de Joe Hart, porém, não há justiça no futebol, o pênalti existiu.
O Borussia assombrou Manchester por fazer frente a um time da Premier League, atualmente, delegada como mais competitiva do planeta, devido a sua qualidade.

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