O embate da tarde na UCL. O multimilionário Manchester City
versus o Clube alemão com capacidade de suprir peças e manter futebol
competitivo. Com vocês, Borussia Dortmund, o time que ofuscou os petrodólares
de Manchester.
Confesso que estava incrédulo quanto as aspirações do Borussia Dortmund na UCL. Combater uma equipe da Premier League não é tarefa fácil, tratando de Man. City, imaginei impossível enfrentar de maneira igualitária e sem desequilíbrio entre ambas.
Estou redondamente enganado. A equipe alemã me deu um tapa com luva de pelica, com estilo. Borussia me assombrou a exemplo da cidade de Manchester.
Alemães executam um hibrido e harmonioso 4-1-4-1 em fase
defensiva e 4-2-3-1 atacando. A obediência alemã é notória em cenário mundial,
não apenas no futebol. Mas, dentro das quatro linhas, os comandados de Jürgen
Klopp, impressionaram por tamanha obediência e aplicação tática.
Borussia defende em bloco, ou seja, quando, com posse de
bola, avança time como um todo, não há longos espaços entre setores. Logo após
perder posse de bola, o instinto agressivo de recuperar a bola é imediato.
Porém, formando um só bloco defensivo e no campo do adversário, havia espaço as
costas dos defensores. Corriqueiramente explorado pelo City.
Posicionamento defensivo do Borussia foi em relação a posse
de bola, preferencialmente atrás da linha central. Defendendo, duas linhas de
quatro tomavam forma, esmiuçando, um 4-1-4-1 com Bender o “1” entre linhas.
Portanto, havia dobra de marcação pelos setores, sejam laterais ou centrais e
Bender livre para flutuar entre as linhas e, adiantar ou recuar para dar bote.
Objetivo principal, como qualquer time postado em fase defensiva, é de recuperar
posse de bola, para isto, equipe compactada e, como havia citado, marcando em
relação à bola. Na medida do possível, impedia o avanço do City, mas, com
ingleses adentrando em seu campo, as linhas recuavam e tinham como referencia a
bola. O principio básico foi defender fechando opções de passe ao Manchester,
um claro principio dar marcação a zona, cuja mentalidade é, marcar em relação a
bola e impedir o avanço da mesma.
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Flagrante tático. Borussia postado no 4-1-4-1. Reparem que, compactado, linhas próximas impedindo o avanço da bola. Mas, em detrimento disto, um espaço futuro se cria as costas da defesa. |
Um adendo. O Borussia tinha tarefa árdua ao frear o ímpeto
do City em lançar bola as costas de sua defesa. A transição inglesa gerava
perigo com lançamentos longos, em profundidade, entre goleiro e linha
defensiva. Os lançamentos priorizavam a velocidade de Kun Aguero ou imposição de Dzeko. Lançamentos comandados com maestria por Javi
Garcia e Yaya Toure.
A dupla de ataque tinha movimentação padrão para criar espaços e ludibriar defesa: Dzeko, centroavante de imposição recuava, chamando marcação consigo para possível pivô e abria espaço para diagonal de Aguero; Lançamento direto para Dzeko girar ou dominar e ajeitar para finalização.
Porém. Há uma segunda opção na leitura desta jogada. O Borussia se fechava em seu campo, pressionava quando o City passava linha central e obriga, com marcação voraz, forçando e induzindo a equipe a possível desarme ou bola quebrada. Portanto, não posso definir se, marcação em bloco, em linha, fechando espaços, em zona tinha como intuito forçar o City ao erro e perder posse de bola ou um erro, se assim posso dizer, da equipe alemã em oferecer este espaço as suas costas.
Reparem o frama abaixo. A equipe do Borussia esta compactada mas devido a transição defensiva "lenta" - pois Manchester City executou sua transição ofensiva de maneira direta, passe longo - foi pego de surpresa com espaçamento entre setores. Este não é o "x" da questão. A compactação é evidente, um fato. Notoriamente um campo de futebol possui dimensões de 90 a 120 metros, o Borussia, ocupa um terço deste campo, apenas zona intermediaria, tudo devido sua compactação.
A dupla de ataque tinha movimentação padrão para criar espaços e ludibriar defesa: Dzeko, centroavante de imposição recuava, chamando marcação consigo para possível pivô e abria espaço para diagonal de Aguero; Lançamento direto para Dzeko girar ou dominar e ajeitar para finalização.
Porém. Há uma segunda opção na leitura desta jogada. O Borussia se fechava em seu campo, pressionava quando o City passava linha central e obriga, com marcação voraz, forçando e induzindo a equipe a possível desarme ou bola quebrada. Portanto, não posso definir se, marcação em bloco, em linha, fechando espaços, em zona tinha como intuito forçar o City ao erro e perder posse de bola ou um erro, se assim posso dizer, da equipe alemã em oferecer este espaço as suas costas.
Reparem o frama abaixo. A equipe do Borussia esta compactada mas devido a transição defensiva "lenta" - pois Manchester City executou sua transição ofensiva de maneira direta, passe longo - foi pego de surpresa com espaçamento entre setores. Este não é o "x" da questão. A compactação é evidente, um fato. Notoriamente um campo de futebol possui dimensões de 90 a 120 metros, o Borussia, ocupa um terço deste campo, apenas zona intermediaria, tudo devido sua compactação.
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Flagrante tático. Borussia sofrendo com lançamentos as costas de sua defesa em plena transição defensiva. Reparem linha defensiva adiantada e longinqua do goleiro. |
Com o passar do tempo, ficou mais claro a estrategia de jogar em linha, compacto e, por consequência de jogar em bloco e marcação intermediaria, sofrer com lançamentos as suas costas.
Natural jogar fora de casa de maneira mais defensiva. Assim
o fez a equipe alemã. A estratégia adotada foi de atacar com extrema velocidade
e objetivamente. Outra estratégia de fácil discernimento foi que, Borussia
abdicou da posse de bola. Ficou claro a opção por recuperar a bola, atacar em
bloco e levar perigo quando o adversário estava desorganizado.
Se, em fase defensiva a equipe se postava no 4-1-4-1, ofensivamente os extremos (wingers, pontas, meia-ala...) avançavam e alinhavam-se a Gotze/Kuba e formavam um 4-2-3-1.
Se, em fase defensiva a equipe se postava no 4-1-4-1, ofensivamente os extremos (wingers, pontas, meia-ala...) avançavam e alinhavam-se a Gotze/Kuba e formavam um 4-2-3-1.
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Flagrante tático. Borussia em transição defensiva quando, em posicionamento ofensivo, estava postado no 4-2-3-1. |
O caminho do ouro estava pelos flancos. Os velocistas Reus,
Kuba e Gotze, o motorzinho da equipe, tinham ligeira vantagem no 1x1 gerado
pelo não acompanhamento dos extremos. Sem contar que, extremos do City não
recuavam a tal ponto de acompanhar lateral, sim, os extremos recuavam, mas como
figurantes, aproximavam do meio campo como medida paliativa.
Por ter menos de 40% de posse e de bola, naturalmente o
Borussia jogou em transição. Não houve um momento claro em que os alemães
rodavam a bola para encontrar espaços. O Borussia não podia se dar ao luxo de
jogar no ataque posicional: rodar a bola, valorizar posse da mesma, posicionar
o time de maneira horizontal, ocupando espaços do campo.
O posicionamento ofensivo alemão foi vertical: jogando em profundidade, passes a frente e velocidade nas transições e ações.
A velocidade fica por conta do tridente ofensivo: Reus, Gotze e Kuba.
Alias, Kuba e Gotze de extrema velocidade e ambos alternando em suas posições.
Sem contar a extrema movimentação, quando em transição, dos meias e Lewandowski com diagonais e verticalidade nas ações dos extremos a procura do centro.
O posicionamento ofensivo alemão foi vertical: jogando em profundidade, passes a frente e velocidade nas transições e ações.
A velocidade fica por conta do tridente ofensivo: Reus, Gotze e Kuba.
Alias, Kuba e Gotze de extrema velocidade e ambos alternando em suas posições.
Sem contar a extrema movimentação, quando em transição, dos meias e Lewandowski com diagonais e verticalidade nas ações dos extremos a procura do centro.
Mereciam vencer? Sim! Executaram com maestria a estratégia imposta por seu treinador. Cumpriram a risca a obediência defensiva e souberam atacar com perigo e meta de Joe Hart, porém, não há justiça no futebol, o pênalti existiu.
O Borussia assombrou Manchester por fazer frente a um time da Premier League, atualmente, delegada como mais competitiva do planeta, devido a sua qualidade.
Victor,
li e me deleitei com a sua análise.
O City ainda ofereceu perigo no primeiro tempo. O jogo foi frenético, (im)paravável e emocionante. Foi aquele tipo de jogo que te prende diante da TV. Mesmo que não seja seu time jogando.
Eu vi o Klopp prender o lado esquerdo do City com o Kuba atuando quase como um lateral. Notei que o ótimo Schmelzer foi muitas vezes ao ataque e que o Gotze caiu inúmeras vezes pelo lado direito, com o PASSIVO Nasri só olhando ao invés de marcar.
Falei algumas vezes com você que essa defesa do City não é confiável. A facilidade com a qual o borussia tocou a bola me lembrou o barça. Concorda?
O Yaya foi sobrecarregado e o Bender deu aula de roubadas de bola no meio de campo.
O City foi um time que jogou no contra-ataque já que o Borussia sentiu-se em casa. Reus e Gotze infernizaram com a rotatividade. Gundogan municiou muito bem e saiu pro jogo. Mesmo sem o Khel (capitão) a equipe não perdeu na marcação. Porém, ficou mais leve. O Klopp sabe que a defesa do City é lenta.
O Dortmund merecia uma sorte maior. Mas já diria Muricy: a bola pune.
Menção honrosa ao Hart.