Palmeiras 2 x 3 Fluminense – Em duelo de opostos, campeão leva a melhor.



Análise Tática de Felipe Durigan do Blog Tática do Jogo

No sol escaldante de Presidente Prudente, Palmeiras e Fluminense duelavam por objetivos bem diferentes na competição. Enquanto o time paulista lutava para não cair e tentar uma reação incrível no campeonato, o tricolor carioca ia em busca de seu quarto título brasileiro a quatro rodadas do fim.

Ameaçado pelo rebaixamento, os palmeirenses não poderiam pensar em outra coisa a não ser a vitória, porém a torcida compareceu em pouco número no Prudentão e o apoio imaginado durante toda a semana, não passou de um sonho. Já no Fluminense, os 4 mil ingressos foram vendidos e o time teria que ganhar seu jogo e torcer para o Vasco pelo menos empatar com o Atlético-Mg, para o time levar sua quarta taça para casa e foi exatamente o que aconteceu. 

Precisando ganhar, Gilson Kleina armou o Palmeiras no 4-4-2 (losango), com João Denoni como o volante mais recuado e preso, Marcos Assunção como um volante de saída pela esquerda, Corrêa como volante de saída pela direita (Corrêa teve mais liberdade do que Denoni e Assunção para aparecer no ataque) e Patrick Vieira centralizado como jogador mais a frente, caindo bastante pelos lados do campo. No ataque, Barcos saia mais da área sempre procurando o jogo e Obina se posicionava mais como centroavante de referencia na área, tentando explorar o cabeceio.

Pelo lado do tricolor carioca, Abel utilizou o 4-2-3-1 com a mesma escalação que jogou contra o São Paulo na ultima rodada. Edinho era o primeiro volante mais fixo e Jean pela direita saia mais para o jogo, apoiando assim o lateral Bruno. Na linha de três no meio, Wellington Nem era o ponta direita explorando as jogadas de linha de fundo e entrando em diagonal, Thiago Neves era o meia centralizado que também caia muito pela esquerda trocando de posição com Rafael Sóbis que era ponta esquerda. Na frente o artilheiro Fred sempre sendo a referencia. Abaixo o desenho tático dos times.

Enquanto Kleina apostava no 4-4-2 losango e na liberação dos meias e dos laterais, Abel usava o 4-2-3-1 com perfeição, anulando o Palmeiras em muitos lances.
Atrás na tabela e necessitando de uma vitória, o Palmeiras foi pra cima desde o começo, mas os velhos problemas de armação e conclusão de jogada voltaram a acontecer. Com a mudança no esquema tático e de alguns jogadores, Kleina buscava dar mais liberdade para os volantes Corrêa e Marcos Assunção, o meia Patrick Vieira (que quase sempre o papel de terceiro atacante) e os laterais Juninho e principalmente Wesley, que subia bastante e as maiores oportunidades com bola rolando foram pela direita. Outra tentativa com o losango era a marcação, como por exemplo, quando o time era atacado, fazendo Corrêa e Marcos Assunção recuarem e se juntarem a João Denoni, fazendo um trio de volantes protegendo mais a zaga. Abaixo o flagrante do losango palmeirense, com Corrêa tendo mais liberdade que Marcos Assunção no ataque.


No losango, Patrick Vieira mais a frente e Corrêa saindo mais que Assunção.
Os paulistas tinham mais a posse de bola, porém não era muito produtiva e o jogo ficava muito no meio-campo, já quando o Fluminense conseguia chegar ao ataque, sempre levava perigo ao goleiro Bruno, como nas duas cabeçadas de Fred, em que a primeira aos 12 minutos, Bruno fez boa defesa e na segunda aos 38 minutos a bola acabou na trave.

Buscando sempre os cruzamentos para a área e a bola parada, o Palmeiras passou a ser mais perigoso pela direita com Wesley, Corrêa e Barcos, que sempre tentavam levantar para Obina que uma vez ou outra até conseguia levar perigo de cabeça, mas foi muito pouco para um time que precisava da vitória, pelo lado carioca, Abel tinha dificuldade para organizar Thiago Neves e Rafael Sóbis, que ocupavam a mesma área do campo e começaram a ficar improdutivos. Com um time mais balanceado e equilibrado, o gol parecia questão de tempo para o Fluminense, que conseguia chegar com perigo pelos lados com Carlinhos pela esquerda e Wellington Nem pela direita, mesmo tendo o meio improdutivo com Thiago Neves e Sóbis.

Quando o primeiro tempo parecia terminar empatado, o Fluminense consegue uma boa jogada pelo meio com Sóbis que passou a alternar com Thiago Neves de posição e conseguiu um belo passe para Nem, que chutou e o goleiro Bruno fez uma bela defesa, porém no rebote o artilheiro Fred estava lá para conferir e abrir o placar aos 46 minutos. 

Fred comemora seu primeiro gol no jogo.

Sem ter o resultado esperado, Kleina coloca Maikon Leite no lugar de Obina, tendo assim um atacante mais de movimentação e deixando Barcos como referencia no ataque, porém o balde de água fria veio logo aos 8 minutos do segundo tempo, quando Fred tentou um cruzamento pela direita e a bola desviou em Mauricio Ramos, sem dar chances para Bruno e deixando o que era difícil, ficar quase impossível. 

“Morto” psicologicamente, o Palmeiras já não encontrava forças para buscar uma reação e quase tomou o terceiro aos 10 minutos, quando Nem disparou pela direita e quase conseguiu cruzar para Fred completar. Na mesma jogada, Nem machucou o braço e teve que sair para a entrada de Marcos Júnior, no Palmeiras Kleina também mexia, tirando Marcos Assunção e colocando Luan, passando assim o time para o 4-2-3-1 com Maikon Leite na ponta direita e Luan na ponta esquerda, colocando Corrêa mais como lateral na direita e Wesley com mais liberdade pela direita.

Após as mudanças o Palmeiras voltou a incomodar e as jogadas de escanteios e faltas passaram a ser a única chance para o time e acabou dando certo aos 15 minutos com Barcos de cabeça, aproveitando a confusão na área. Empolgado com o primeiro, os paulistas voltaram a sonhar com o empate, que veio logo em seguida aos 19 minutos, quando Patrick Vieira apareceu livre e deu uma cabeçada certeira para o gol. Abaixo como os times terminaram o jogo.

O Palmeiras já todo bagunçado em um 4-2-3-1 e o Fluminense no 4-3-2-1.

Com muitos erros de marcação, Abel fez duas mudanças tirando Sóbis e Bruno e colocando Valência e Diguinho. Com as alterações, o time passou para o 4-3-2-1, com Jean como lateral direito, Diguinho como volante pela direita, Valência como volante mais centralizado e Edinho como volante pela esquerda. As mudanças de Abel deram certo e o time controlou o ímpeto do Palmeiras que pressionava bastante e passou a explorar os contra-ataques que eram frequentes naquele momento. Ai veio o golpe final do time mais “frio e calculista” desse campeonato, aproveitando-se do cansaço físico e mental do Palmeiras em um contra-ataque pela direita, Jean que havia acabado de perder uma boa chance, arrancou pela lateral e deu um belo cruzamento para Fred, que de primeira mandou para o fundo do gol e sacramentou a vitória e o título do tricolor carioca.

Um título merecido do melhor time do campeonato em números e futebol. Um futebol pragmático como foi o futebol do Corinthians (campeão de 2011) e do próprio Fluminense (campeão de 2010), mas acima de tudo um futebol de resultados e um título incontestável para um time que tem o artilheiro até agora do campeonato, Fred com 19 gols e um goleiro que defende tudo atrás, Diego Cavalieri. Parabéns ao Fluminense Football Club pelo seu quarto título brasileiro. 

Fred é até aqui o artilheiro do brasileirão com 19 gols


Grande Abraço !!!

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