Duelo de gigantes. Milan e Barcelona disputaram partida pela fase de grupos da Champions League. Desta vez o empate não aconteceu. O jogo foi emocionante e digno de estádio cheio, a torcida rossonera saiu triste pela derrota, mas quem esperava um espetáculo saiu com o sentimento de dinheiro bem gasto.
Partida técnicamente e táticamente de encher os olhos. Times variaram esquemas e maneiras de jogar.
Milan de Allegri usou o habitual 4-3-1-2. Linha defensiva com laterais sempre correndo perigo. Boateng atuando como trequartista, fez um belo gol, porém está longe de ser ou honrar sua posição. Procurando a ligação direta, devido a marcação catalã.
Barcelona usou o 3-4-3. Não foi novidade, porém o esquema demonstrou novamente ter pontos fracos, quando colocado a prova (defendendo). O estilo de jogo se manteve envolvente e cativante. Bola no chão e de pé em pé.
Começo de jogo com Milan pressionando e assustando o time catalão. Assim foram os primeiros 10 a 15 minutos dos italianos, Milan tinha apenas volume de jogo e sem situações de gol. Barcelona equilibrou o jogo a partir dos 15 minutos.
Barcelona finalmente foi o Barcelona. Colocou o Milan na roda. Passes curtos e rápidos. Passagens de meio campo, troca de posição e triangulações. Quando atacava era sempre com cinco ou seis homens, adiantando marcação para logo recuperar a bola e voltar a atacar. Time jogando compacto. Muricy deveria estar assistindo e tremendo. Milan se perdeu, não achou os jogadores de ataque e sua saída de bola era confusa perante marcação catalã.
Demorou. Milan finalmente se encontrou quando Allegri mudou o seu sistema. Passou do 4-3-1-2 para o 4-3-3 complicando o setor defensivo do Barcelona. Hibrahimovic caiu pelo lado esquerdo, Boateng pela direita e Robinho ao centro. Time espanhol ficou sem homens na sobra. Há sempre um, porém. O lado esquerdo do Milan era forte com Zambrotta, Seedorf e Hibrahimovic, porém quando atacado Messi deitava e rolava por ali, o calcanhar de Aquiles do Milan.
Milan adiantou marcação e complicou o 3-4-3 de Josep Guardiola. Resposta imediata do espanhol. Esquema voltou ao usual 4-3-3. Busquets recuou formando dupla de zaga com Mascherano . Assim o Barça voltou para a partida, avançando com inteligência e troca de passes envolventes. Com Abidal e Puyol nas laterais o time dependeu muito dos homens de meio campo.
Quando a partida se encaminhava para um final de primeiro tempo com empate. O arbitro encontrou um pênalti para o Barcelona. Xavi, Neymareou e se jogou dentro da área. Messi cobrou o pênalti com cavadinha – até parece que o melhor do mundo não sabia – o juiz mandou voltar. Resultado 1x2 Barça.
Primeiro tempo com altos e baixos do Milan. Em parte devido aos treinadores. Allegri quando adotou o 4-3-3 anulou o 3-4-3 de Guardiola. Quando Guardiola adotou o 4-3-3 o jogo voltou ao normal. Catalães conservando posse de bola ofensivamente, aproximações e tudo que já conhecemos. Milan abusando da ligação direta e bola aérea.
Segundo tempo
Pep Guardiola queria logo resolver o jogo. Sufocante! Assim foram os primeiros minutos do segundo tempo. Milan parecia um fumante, pois não tinha fôlego para escapar das armadilhas.
Barcelona voltou ao 4-3-3 com Busquets saindo da posição e compondo o meio campo quando o time estava com a bola. Mudança de posições no Barça. Messi foi o falso-9, Thiago ponta na direita e Fabregas meia ao lado de Xavi . Milan no 4-3-1-2. Robinho de atuação apagada saiu no intervalo para Pato entrar.
Repetição! Zambrotta e Abate não conseguiram parar Villa e Thiago. Setor fragilizado, pois o Milan tinha que atacar um time com contragolpe veloz e traiçoeiro.
Em jogada típica do primeiro tempo o Milan chegou ao empate. Lançamento procurando Pato, zaga tirou errado e Boateng faz belo gol. Tudo igual 2x2.
Festa rossonera durou pouco tempo. Em menos de 10 minutos o Barcelona chegou ao 3x2. Messi serviu Xavi – marcou gol de centroavante, deslocando o goleiro -, Messi cumpriu função de Xavi e Xavi de Messi. Gol foi exemplo do carrossel espanhol, com todos os princípios da Holanda de 74.
Substituições: No Milan, Nesta saiu lesionado e Bonera entrou no seu lugar. Precisando do resultado Van Bommel saiu mais cedo e Nocerino entrou. Barcelona mudou aos 26 com Sanchez no lugar de Villa.
Barcelona com mudanças apenas inverteu as pontas. Sanchez foi para direita e Thiago na esquerda. Milan voltou ao 4-3-3 com Seedorf de primeiro volante, Boateng voltou à ponta direita.
Busquets não mantinha posição fixa de zagueiro. Assim abria chance ao erro defensivo. Milan tentou se aproveitar com seus três atacantes. A exemplo do primeiro tempo, o Barça dependeu do meio campo, pois Puyol e Abidal sequer passavam da linha do meio campo.
Ainda no final entrou Pedro no lugar de Fabregas. Pedro foi para ponta esquerda e Thiago jogou ao lado de Xavi no meio campo. Mudança demonstrou polivalência de seus atletas com: Dois volantes atuando de zagueiros, dois zagueiros atuando de laterais – está certo que Abidal é curinga -, Fabregas foi falso-9. Não resta dúvida, Guardiola é de outro nível.