Chelsea, a um passo da final? 4-1-4-1 deu resultado

Há controvérsias. O completo favoritismo do Barcelona, até em Stanford Bridge, não se concretizou no placar, pois em campo a equipe catalã dominou os Blues. Foram 25 finalizações contra apenas 5 do Chelsea. Entretanto o estilo dos Blues saiu vencedor. A equipe de Di Matteo foi a campo com proposta semelhante ao Levante, clube que enfrentou o Barcelona no sábado. O agrupamento de jogadores em campo defensivo frente à entrada da área dificultou as infiltrações do Barcelona, diminuiu o espaço para trocar passes, mas ainda sim o Barcelona dominou, só não marcou.

Ainda não existe uma receita de como parar o time de Guardiola, mas estes dois últimos confrontos, mesmo o Levante derrotado, demonstra que é possível frea-lo com muito trabalho e uma dose de sorte. Não estou tirando os méritos do Chelsea, apenas trabalhando em cima de fatos. O Barcelona finalizou duas bolas na trave, Ashley Cole salvou uma bola que estava entrando, Sanchez perdeu gol frente a Petr Cech, Fabregas outras duas oportunidades. Enfim, o Barcelona perdeu oportunidades que não costumava errar.

O italiano Di Matteo montou sua equipe no 4-1-4-1, ou tinha em mente. Uma variação de esquema, acredito que indesejada, acontecia. Mikel seria o “1” entre as linhas, mas invariavelmente adiantava-se e ingressava na segunda linha de quatro, assim tornando um 4-5-1. Este intruso se adiantava para dar o bote no adversário, geralmente errava, abria espaço as suas costas e Messi ficava livre para trabalhar.

Flagrante tático. 4-1-4-1 com Mikel respeitando sua posição inicial. 

A proposta do Chelsea era simples na teoria, mas uma verdadeira epopeia na pratica. Como não deixar o temível Barcelona marcar? Dedicação e entrega de todos em campo, os comandados de Di Matteo seguiram a risca a estratégia. Os blues defendiam com NOVE jogadores, apenas Drogba ficava a frente. A equipe agrupou jogadores frente sua área, povoou o meio campo e não deixou o Barcelona infiltrar, oferecia zona para o Barcelona trocar passes longe da meta de Cech.

O Chelsea encaixou a marcação sobre o Barcelona. Drogba com os zagueiros, Ramires x Dani Alves e Mata x Adriano, Lampard x Fabregas e Raul Meireles x Xavi, Mikel com Messi e os laterais com os pontas. Os zagueiros teoricamente ficariam na sobra, mas Mikel sempre saía de sua posição inicial para combater Busquets e Messi ficava sozinho as suas costas. Mikel sabia do perigo que estava correndo e mesmo assim, assinava em baixo.

Flagrante tático. 4-5-1 alinhado com Mikel se adiantando para combater Busquets. 

Os ingleses abdicaram da posse de bola, ou inteligentemente a ofereceram sem protestar. Incríveis 72% de posse do Barcelona, contra miseráveis 28% do Chelsea. O recuo das linhas não favorecia os ataques, a única opção foi à ligação direta, e assim se confirmou. Mata como winger não se adaptou, seu forte é sair do flanco e articular pelo centro, mas com esta proposta de jogo, o espanhol sumiu. Ramires casou com este estilo de jogo, pois possui explosão muscular e velocidade para ultrapassar seus adversários. Lampard possui fama de passador, garçom, finalizador de longa distancia e confirmou seus precedentes. Lançou primorosamente Ramires, este que encontrou espaço as costas de Dani Alves, passou pela cobertura e tocou para o “matador” Drogba fazer o que sabe de melhor, o gol.

Flagrante tático. Momento do gol. Novamente 5 homens no meio campo. Ramires presta a disparar contra Maschrano.

Ambos os times se mostraram carentes por um dos lados. O Barcelona atacava preferencialmente pela direita, Dani Alves e Sanchez. O Chelsea pela esquerda, Ashley Cole e Ramires. Iniesta na esquerda foi coadjuvante, pouco apareceu. O estilo de jogo não favorecia a Mata que teve maior prestação defensiva.

A marcação não chegava a ser individual, simplesmente, ou nem tão simples assim, os esquemas se encaixaram. O bote ao adversário era evitado ao máximo, pois se errasse, qualquer palmo de campo era muito aos pequeninos catalães.

Drogba fez o que se esperava dele, gol. O porte físico do marfinense propicia um jogo mais trombado com zagueiros, pivô com vitoria pessoal sobre Mascherano e Puyol. Isto foi imprescindível, pois assim quebrava a pressão do Barcelona. O intenso bate-volta, ou seja, Chelsea ganha posse de bola, mas logo a perde, era interrompido com as arrancadas de Drogba, único suspiro dos ingleses.

Ramires é volante de natureza, mas Di Matteo inovou o escalando como winger. Assim o Chelsea ganha em presença ofensiva e defensiva. O brasileiro possui grande velocidade, faz diagonal, e ainda volta para recompor o sistema defensivo. O sonho de todo treinador.

Os Blues não garantiram vaga na final, mas largam na frente contra o favorito Barcelona. Jogar no Camp Nou é outra historia. “A sorte acompanha os audazes”, por enquanto sim, veremos no próximo embate.

Obs: Em relação a inovação de Di Matteo a Ramires. O Brasileiro já foi utilizado como winger no Cruzeiro.

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