O sonho colorado com Nilmar e Damião, esquemas prováveis.


Neste segundo semestre o Inter pode montar um verdadeiro esquadrão ofensivo. Caso o colorado confirme Nilmar como seu novo reforço e mantendo Leandro Damião não tenho duvidas que este seja o melhor ataque do Brasil. De tantas opções fica difícil, ou fácil, montar o time colorado. O certo é adequar algum esquema aos jogadores e não ao contrario.

Uma das grandes preocupações, não somente do futuro, mas de hoje é a defesa colorada. De nada adianta contratar um grande atacante se a defesa continua desamparada e o calcanhar de Aquiles colorado. Caso Nilmar desembarque no Salgado Filho o esquema proposto pode ser ofensivo por demais, não que seja ruim, mas a marcação precisa mudar. Hoje a marcação não vem do ataque, salvo raras exceções.

Nilmar começou sua carreira como atacante de movimentação. Com o passar do tempo acabou se tornando um centroavante velocista. O atacante diz não ter perdido o cacoete de jogar ao lado de um centroavante, Nilmar declarou que no Villarreal atuou como atacante de movimentação e centroavante. Caso Leandro Damião fique, Nilmar atuaria com maior movimentação. Se Damião sair, Nilmar pode ser o centroavante.

A cria pode voltar ao seu lar. Caso se confirme o Inter pode estar unindo um dos maiores times. Poucos se dão ao luxo de contar com: Oscar, D’Alessandro, Nilmar e Damião. É um quarteto de luxo.

 Não entrarei no mérito de como pagar os 10 a 15 milhões de euros. As parcerias e empresários estariam dispostos a conversar.

4-2-3-1 atual

Diagrama tático. 4-2-3-1 com "pequena" mudança, sai Dagoberto, entre Nilmar.

Atual base do time colorado seria mantida, apenas uma “pequena” mudança, sai Dagoberto e entra Nilmar na ponta esquerda. O estilo da equipe seguiria o mesmo, a forte rotação no meio campo é um dos pontos fortes da equipe e deve continuar. Nilmar deveria atuar em velocidade e fazendo diagonais.

Provavelmente o Inter seguiria o mesmo até na recomposição. Nilmar atuando menos defensivamente e Oscar compensando e se doando mais ao setor defensivo. O tripé ofensivo, D’Alessandro, Nilmar e Damião estariam postados à frente para o contra-ataque fulminante.

Não se compara individualidades. Dagoberto não se habituou a jogar como winger na esquerda, rendeu melhor pelo centro. O mesmo pode acontecer com Nilmar, porém, o atacante formado pelo Inter é mais incisivo e objetivo, envereda para o centro com maior facilidade. Acredito em Nilmar nesta posição ate por jogar com pé trocado – destro na direita – e por ter vitoria pessoal, jogaria mais perto da área e consequentemente próximo a Leandro Damião.

4-2-3-1 com Oscar de “volante”

Diagrama tático. 4-2-3-1 colorado com Oscar de meia-central e Nilmar na ponta esquerda.

Com este 4-2-3-1 o Inter atuaria mais ofensivo. Dependeria muito da contribuição de seus homens de ataque para transição defensiva, não basta ficar olhando.

Este esquema seria para acomodar os principais jogadores com vocação ofensiva do grupo colorado. Nilmar na ponta esquerda enveredando para o centro e Dagoberto na direita buscando o jogo pelo flanco e centro. Troca de posição entre os pontas seria de extrema necessidade.

D’Alessandro e Damião completariam o quarteto ofensivo com muita movimentação: o meia colorado é dinâmico na articulação e tem boa chegada à frente. Já o camisa nove sabe sair da área, abrir espaços, criar pelos lados.

Para descrever Oscar, faço das palavras de André Rocha do blog Olho Tático as minhas: “Oscar pode ser adaptado como um autêntico meia central, marcando e jogando como Schweinsteiger, Xavi, Yaya Touré – sem comparações técnicas, obviamente. O jovem meio-campista já cumpriu função semelhante na seleção brasileira sub-20 no Mundial do ano passado. Guiñazu completaria o setor, mas não como um volante essencialmente marcador, saindo também para o apoio, revezando com Oscar. Assim como Nei e Kléber nas laterais.”.

4-4-2 losango

Diagrama tático. 4-4-2 losango com Oscar e Guiñazu recuando na transição defensiva e Nilmar ao lado de Damião.

Esquema semelhante ao proposto acima, pois Oscar seria novamente um meia central, saindo para o jogo e voltando para recompor o meio campo. Guiñazu atuaria pela esquerda, não com a mesma desenvoltura que Oscar, mas liberando Kléber/Fabricio para o forte apoio na esquerda. Sandro Silva seria o primeiro volante, cabeça de área, marcando forte e dando qualidade a saída de bola.

D’Alessandro atuaria da mesma forma que hoje. Ao melhor estilo enganche, ligaria o meio campo ao ataque. Dos seus pés sairiam as principais jogadas de gol. Para este esquema não ficar sobrecarregado pelos flancos, sua movimentação é de suma importância.

Nilmar e Leandro Damião formariam dupla de ataque. Nilmar o atacante de movimentação, cairia pelos lados do campo onde a jogada estaria sendo tramada. Leandro Damião teria um companheiro no ataque, isto já o auxilia, pois zagueiros teriam alguém mais com quem se preocupar. No mais faria tudo que faz hoje, pivô, corpo-a-corpo com zagueiros e gols.

Provavelmente o time ficaria pendendo para direita, pois nela se encontra Nei e Oscar. Para isto, Kléber teria maior liberdade de ir à frente e Nilmar auxiliaria este setor com maior afinco.

4-2-2-2 padrão

Diagrama tático. 4-2-2-2 brasileiro com Nilmar na movimentação.

Porque padrão? Este de fato é o esquema mais brasileiro já visto. Jogo articulado pelo centro, dependente dos meias, volantes trabalhando apenas defensivamente e dois atacantes a frente, um de movimentação outro na referencia.

Volantes Guiñazu e Sandro Silva dificilmente iriam à frente, pois os meias estariam na mesma faixa de campo. A dupla seria de suma importância para dar subsídio ofensivo aos meias e ao lateral apoiador.

D’Alessandro e Oscar atuando lado a lado, de pés certos – destro na direita e canhoto na esquerda. A forma que iriam jogar é um enigma, poderia ser entre si ou tramando junto aos laterais. Recomposição defensiva ainda poderia ter um toque de Falcão, ou seja: Inter defendo em duas linhas de quatro, para isto, basta os meias abrirem pelos flancos e bloquear o apoio do lateral.

Ataque seria igual ao proposto no 4-4-2 losango: “Nilmar e Leandro Damião formariam dupla de ataque. Nilmar o atacante de movimentação, cairia pelos lados do campo onde a jogada estaria sendo tramada. Leandro Damião teria um companheiro no ataque, isto já o auxilia, pois zagueiros teriam alguém mais com quem se preocupar. No mais faria tudo que faz hoje, pivô, corpo-a-corpo com zagueiros e gols.”.

4-3-3 utópico?

Diagrama tático. 4-3-3 com Oscar de box-to-box.

Pode ser considerada loucura o desenho deste meio campo e ataque, mas como bom atacante que sou não deixarei passar um esquema a lá anos 70. O que me inspirou? Claro, a seleção da Holanda de 74. Os atuais times europeus e sul-americanos Barcelona, Athletic Bilbao, Porto, Universidad do Chile... A lista é longa. No Brasil alguns clubes voltaram com este ideal, mas pecam em alguns pontos.

O Internacional de Dorival Júnior pode ter base, elenco, estrutura e comando para iniciar este processo de renovação na proposta de jogo no país. Para colocar em prática os preceitos do futebol moderno: mais versatilidade, compactação e vocação ofensiva, menos especialistas e estrelas que pouco participam do trabalho defensivo.

Não basta por estes jogadores em campo para tudo fluir. É preciso treino em baixo de treino. Exercício de repetição. O sucesso deste esquema depende de um time bem organizado e que faça o jogo fluir, nada forçado.

Apenas um volante de origem, pode ser Guiñazu ou Sandro Silva. É arriscado? Sim, tudo dependerá da equipe. Este pode ser um dos problemas da equipe, basta treinar e contar com os homens de frente auxiliando na transição defensiva. Oscar seria o meia/volante box-to-box, definição de Educardo Ceconi: “Box-to-box é uma referência ao jogador que faz, no meio-campo central, o "vai-vem". Box significa área, em inglês, portanto a tradução é "de área a área". A definição é claríssima: o jogador que sem a bola posiciona-se defensivamente à frente da própria área, e quando a equipe recupera a bola aproxima-se dos atacantes, nos arredores da área adversária. Atuar nos dois campos é prerrogativa básica desta tática individual.”.

D’Alessandro é o que é hoje. Enganche, quem organiza ofensivamente a equipe, recua para o primeiro passe, avança para finalizar e lateraliza para cruzar ou fazer dobradinha com lateral. Basta o gringo estar nos seus dias.

Eis o sonhado tridente ofensivo colorado. Nilmar e Dagoberto pelos lados do campo e Leandro Damião centralizado. Nilmar e Dagoberto não seriam antigos pontas que jogam colados na linha procurado a linha de fundo. De forma alguma, mas sim, sairiam da mesma para o centro, ou jogariam do bico da grande área se movimentando para fora da mesma. Nunca deixariam Leandro Damião “solito” na grande área, isso não se faz com um centroavante de imensa qualidade. Já o camisa nove sabe sair da área, abrir espaços, criar pelos lados e jogar de costas.

4-2-3-1 com venda de Damião

Diagrama tático. Inter no habitual 4-2-3-1 com Nilmar no lugar de Leandro Damião.

Sim, pode acontecer. Inter estaria contratando Nilmar para repor a saída de Leandro Damião. Um reforça a altura.

Linha de defesa e meio campo seguiriam intactas. A grande mudança esta no ataque. A forma com que o Inter ataca tomaria outros rumos. Nilmar não é atacante de bola aérea, mas sim velocista, oportunista e precisa de lançamentos para ganhar do zagueiro na velocidade.

Oscar e D’Alessandro seriam os garçons de Nilmar, pois é característica de Nilmar atuar no limite entre posição normal x impedimento, é mestre em se posicionar assim e explora-lo é obrigação. O contra-ataque, com este esquema, deve ser mais utilizado. A movimentação entre meio e ataque ganharia com Nilmar, pois o atacante sai da área e busca o jogo, tem vitoria pessoal e abre espaços para quem vem de trás.

Seria outro Inter com apenas uma troca de jogar, mas com características completamente diferentes. Damião é jogada de pivô, bola aérea e trombando com zagueiros; Nilmar é velocista, driblador  e mesmo na referencia com intensa movimentação. Talvez algo eles possuam em comum, o oportunismo, sempre estão na hora certa e no local certo para fazer gols, o chamado “faro de gol”.

O desenho segue o mesmo de hoje, mas o estilo proposto à estratégia de jogo deve mudar.

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