Análise tática – Bahia x Grêmio, invicto.


O tricolor dos pampas segue invicto na Copa do Brasil, 7 jogos e 7 vitorias. O alvo desta vez foi o Bahia de Paulo Roberto Falcão, atual campeão estadual Baiano. O jogo tinha dose de vingança por parte gaucha, pois este mesmo Falcão, treinando o Inter em 2010, foi vencedor sobre o Grêmio no gauchão.

Falcão jogando em casa e com torcida a seu favor não atuou da maneira que se esperava. O 4-4-1-1 não teve vitoria pessoal sobre o tricolor. Falcão claramente apostava no contra-ataque e bola aérea em Junior, porem o time não conseguia jogar, apenas assistia a um primeiro tempo dominado pelo Grêmio.

Flagrante Tático. Bahia no 4-4-1-1.

Luxemburgo segue com seu 4-4-2 losango. O treinador pede para que seu time marque e jogue e, assim foi. Jogando preferencialmente pelos flancos e com time postado no campo de ataque, porém sem levar perigo ao gol de Marcelo Lomba.

Flagrante Tático. Grêmio no 4-4-2 losango.

Um dos fatos da predominância do Grêmio nesta primeira etapa se deve ao esquema adversário. O 4-4-1-1 de Falcão, na teoria, colocaria Lulinha sobre Fernando, mas na pratica a historia é outra. Fernando jogou livre, leve e solto, fez a bola girar e ditou o ritmo de jogo. O Grêmio ganhou o meio campo e consequentemente a posse de bola. Fernando, livre, chamava marcação de Diones e assim um rombo no meio campo do Bahia existia e o tricolor dos pampas o explorava.

Transição defensiva do Bahia era de recuar e oferecer a posse de bola segura ao adversário, pois sequer o bote avançado era tentado. O time recuava atrás da linha de meio campo e esperava recuperar a bola, ou erro do adversário, para se por em contra-ataque pelos lados do campo.

Grêmio na transição defensiva era agressivo. Já que o time estava postado no campo ofensivo, linha de defesa próxima ao meio campo, o que se tinha a fazer era marcar com intensidade para não sofrer contra-ataques. Marcando por setor e pressionando quem estava com posse de bola o Grêmio forçava o Bahia ao erro. Uns dos problemas foram à falta de cobertura pelas laterais, pois lateral e volante apoiavam e ninguém os cobria.

Ofensivamente o Bahia deixou a desejar, pois só especulava contra-ataques. O time saia do 4-4-1-1 e partia para o 4-2-3-1 sempre pelos lados do campo. O lado esquerdo com Gerley e Helder foi pouco explorado, o Bahia pendia para direita. Inicialmente com Madson e Gabriel, após lesão de Madson com Fabinho. Por este lado o Bahia se achou, pois Léo Gago e Pará foram envolvidos em tabelas e na velocidade do winger Gabriel. O gol saiu desta maneira: Bahia recupera posse de bola, Pará e Léo Gago no campo ofensivo, sem cobertura, Fabinho lança Gabriel em profundidade, o winger ganha em velocidade e cruza para Junior abrir o placar. Wingers do Bahia com pés certos, pois Helder canhoto na esquerda e Gabriel destro na direita, ambos para procurar a linha de fundo.

Flagrante Tático. Bahia armando jogada do gol no 4-2-3-1. Grêmio sem ninguém na lateral esquerda. 

Luxemburgo pós-gol do Bahia logo toma uma atitude. Prende Pará e o faz acompanhar Gabriel pelo campo. Se Pará apoiasse, Léo Gago guardava posição para não deixar espaços. Assim o Grêmio volta a contralar a partida.

Ofensivamente o Grêmio adiantava seu time, se postava no campo do Bahia e trocava passes laterais, tinha posse de bola, mas não era agressivo. Jogando com dois centroavantes, André Lima e Marcelo Moreno, o tricolor não explorou a bola aérea. Os centroavantes revezavam na saída da área. Marco Antônio tinha de ser o elo entre meio e ataque, mas se postou muito adiantado e “matava” esta ligação, não era meia de ligação e, sim um atacante vindo de trás. Com time postado, quase que por completo, no campo ofensivo isto auxiliava na pressão sobre o adversário para logo recuperar a posse de bola.

Pressão gaucha dava certo, pois o Bahia se perdeu após marcar seu gol. Errava passes em demasia, não encontrava espaço pelos lados do campo e rifava bolas ao ataque. Nem o pivô em Junior tinha resultado. Os wingers recuavam e para atacar tinha de percorrer muito campo, assim a transição em bolas longas era oferecida ao adversário.

Fernando empata aos 39 minutos do primeiro tempo. O volante tricolor marca em cobrança de falta. A bola desvia na barreira e traiu o goleiro Marcelo Lomba.

Segundo Tempo

Bahia muda sem mudar. Paulo Roberto Falcão sai do 4-4-1-1 e utiliza o 4-3-3 formado desta maneira: linha defensiva segue intacta; triangulo de base alta no meio campo com Fahel na primeira função grudando em Marco Antônio, Diones como meia pela direita e Helder na esquerda; Lulinha como ponta na esquerda, Gabriel na direita e Junior o centroavante.

Flagrante Tático. Bahia volta no segundo tempo com 4-3-3.

Bahia mudou de esquema, estratégia e atitude. Agora o time descobre o lado esquerdo. Dobradinha entre Gerley e Lulinha inferniza os amarelados Edilson e Souza. Finalmente Junior aparece, o time começa a jogar mais com o centroavante o acionando em jogadas de costas para o giro ou passe. Lulinha de pé trocado na esquerda abria corredor para passagem de Gerley.

Time postado no campo de ataque, marcação pressão sobre o Grêmio e o forçando ao chutão. Era um bate-volta, pois o Grêmio não conseguia reter a bola. A intensidade do Bahia impressionava, pois o time logo recuperava a bola e já partia em velocidade. A principal arma do Bahia agora vinha sendo utilizada. A temida BOLA AEREA. Rafael Donato de 1 metro e 93 centímetros era o alvo das cobranças.

Para se ter ideia do crescimento do Bahia na partida, o time saiu de míseros 39% de posse de bola no primeiro tempo para 48%.

O time de Luxemburgo estava acuado. Não jogava, apenas corria atrás da bola, a ligação direta entre defesa-ataque não surtia efeito.

Falcão aplicou um nó em Luxemburgo. O 4-3-3 anulava por completo o 4-3-1-2 gaucho. Fahel marcava Marco Antônio e assim o meia tricolor penou. Os pontas baianos era espetados sobre os laterais do Grêmio e assim os faziam pensar duas vezes antes de apoiar. Os dois meias marcavam e jogava sobre os volantes amarelados do Grêmio. Luxa tinha de mudar.

DIVISOR DE AGUAS. Até os vinte minutos o Bahia dominou e o gol parecia ser questão de tempo.

Luxemburgo faz duas mudanças tira o exausto Marcelo Moreno e põe em campo o garoto Leandro, retira Souza que tinha cartão amarelo e sobrecarregado para por Vilson. O 4-4-2 losango segue, mas com algumas mudanças: Vilson passa a ser o primeiro volante, Fernando se torna volante pelo lado direito e Leandro o ponta pela direita. Isso mesmo, Leandro entrou como um ponta as antigas, jogando colado na linha, as costas do lateral esquerdo. Fernando equilibra a marcação, pois fica mais plantado pela direita e auxilia Edilson na marcação pelo corredor direito.

Diagrama Tático. Luxa anula Bahia.

As mudanças acabaram com o Bahia. Edilson não mais sobrecarregado, pois contava com Fernando o auxiliando na marcação. Leandro colocava uma pulga atrás da orelha em Gerley no momento de apoiar.

Marco Antônio se rendia a marcação de Fahel pelo meio campo. Para frear os apoios de Gerley o Grêmio passou a jogar pela direita com Leandro em velocidade. André Lima agora sim o único centroavante de área.

O bom momento do tricolor resultou em gol. Aos 27 minutos Naldo virou. Léo Gago pela esquerda cruzou, Marcelo Lomba afasta mal, Marco Antônio chuta cruzado e Naldo na pequena área completa para o gol.

Mesmo com o gol e jogando fora de casa o Grêmio não se apequenou, foi ainda mais para cima e sufocou o Bahia. O time de Falcão estava entregue a marcação tricolor e parecia não resistir.

Falcão mudou. Morais e Vander entraram, Fahel e Junior saíram, respectivamente. A esta altura já tínhamos 34 minutos do segundo tempo. Com mudanças o Bahia se perdeu por completo.  O time jogou sem centroavante de referencia, um amontoado de homens à frente completamente desorganizado a na base do abafa.

Diagrama Tático. Falcão se perde em meio as substituições.

A dupla de volantes era Diones e Helder. Morais entrou como meia organizador, rodava pelo campo e não tinha posição fixa. Vander entrou sem posição, ora pelo centro, ora pelas pontas.

Aos 36 minutos ainda entrou Marquinhos, mas sem tempo para mostrar futebol. Entrou no lugar de Léo Gago e manteve o posicionamento do mesmo.

O jogo se arrastou para o final sem o Bahia pressionar, apenas rondava a área do Grêmio, mas sem perigo algum. Falcão entregou de bandeja o se Bahia para Luxemburgo, 2x1 merecido ao Grêmio.

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